Skyfall escrita por Fitten


Capítulo 23
Capítulo 24 - Quedas das testemunhas parte II


Notas iniciais do capítulo

REVIEWS, estou achando que vocês não estão gostando da história afinal, quase não há comentários... Estou pensando em parar de postar essa fic por esse motivo



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– Muito prazer Willian Volturi. Agora me largue antes que você fique sem seu braço. – Eu realmente não me importava com quem ele era ou o que fazia dele alguém especial, tão especial que mesmo sendo muito impopular entre a guarda, eles ainda assim o tratavam com um certo respeito. Até mesmo Aro demonstrava certa cautela com ele, isso foi algo que eu pude perceber de imediato, assim como percebi que aquele estranho imortal não tinha por Aro nenhum tipo de respeito ou até mesmo medo, como era comum por aqui. Era como se ele fosse um grande estorvo para todos, um aborrecimento andante com uma língua bastante afiada. Só me intrigava o fato dele mesmo se chamar de “Volturi”. Eu certamente não me lembrava de ter ouvido seu nome nas conversas de meus pais, nem mesmo nas conversas que tive com Alec.
– Você ouviu a moça. – A voz gelada de Alec chamou minha atenção para o fato de que Willian ainda não tinha me soltado. Ele me encarava num misto de curiosidade e divertimento, o que me irritava completamente. Willian ignorou o aviso, olhei para Alec pelo canto do olho. Seu rosto delicado estava imóvel, desprovido de qualquer expressão, mas seus olhos eram fogo puro, queimando silenciosamente em sua face juvenil. Eu me odiava cada vez mais por me sentir tão bem com as atitudes de Alec a meu respeito, mas era algo que eu não podia controlar. Uma satisfação muito íntima que florescia dentro de mim sem que eu permitisse ou se quer percebesse. De qualquer forma, acho que eu gostava disso, era bom saber que alguém estava cuidando de mim, mesmo que fosse algo tão inútil.
– Alec, Alec... Você nunca muda não é? – Cantarolou Willian, enquanto soltava minha mão delicadamente, como se estivesse acariciando-a. Um sorrisinho zombeteiro brincando em seus lábios finos e delicados. – Sempre com esse ar superior. Eu adoraria te reeducar um dia desses. – Willian suspirou, e seu rosto assumiu uma expressão de tédio. - Mas afinal de contas você foi fisgado, pensei que você fosse passar a eternidade virgem. (n/a: vish) Não, perdoe-me, não pensei isso. Na verdade eu pensei que você simplesmente não se interessava por esse tipo de coisas.
– Já chega Willian. – Aro interveio. Alec ouvia os insultos em total silêncio e indiferença. Eu sinceramente não estava entendendo nada, mas pelo que parecia, a rixa entre aqueles dois era muito mais velha que eu. Bem, isso por que tecnicamente eu tinha apenas sete anos e meio.
– Quem é você afinal de contas? – Perguntei. Ele definitivamente não era o membro mais popular da guarda, mas nada nele propunha o estereótipo de um lutador. A verdade é que ele não parecia se encaixar em lugar algum, muito menos àquele lugar. Ele sorriu gentilmente para mim, de uma forma que nunca deixava o sarcasmo abandonar seu rosto. Que tipo estranho era aquele homem...
– Oh sim, que indelicadeza a minha. Estive tanto tempo vigiando você que me esqueci por um momento que não fomos devidamente apresentados. – Olhei-o atônita. Então eu também estava certa sobre isso. Havia alguém nos vigiando aquele tempo todo. – Eu já me sinto um amigo íntimo sabe...
– Willian, eu disse que já chega. – A voz rouca de Aro interrompeu-o outra vez, e o tom restritivo intrínseco em sua voz me alarmou. Olhei para Willian, que encarava Aro desafiadoramente, como se soubesse que não devia dizer algo, como se estivesse provocando, testando a paciência de Aro.
– Eu te chamei aqui com outra finalidade. Agora, por favor, não perturbe minha hóspede. Estou tentando explicar a ela algumas coisas importantes.
– Está tentando convencê-la a ficar também Aro? – Provocou Willian, os braços esguios cruzados no peito, um olhar felino nos olhos. – Apesar dos seus métodos tão convincentes, eu posso arriscar um palpite de que ela não vai ceder. – Quem diabos era aquele vampiro arrogante e presunçoso? Ele trabalhava para Aro, mas parecia desafiá-lo, eu diria até mesmo que o repudiava. Afinal o que ele pretendia desafiando-o daquela forma?
– A adorável Renesmee está aqui para compreender coisas que agora ela não compreende muito bem. – Corrigiu Aro, a impaciência tingindo sua voz.
– Ah eu acho que ela entende muito bem Aro. Mas vejamos o que você preparou para hoje, estou curioso. – Willian caminhou tranquilamente até o trono de Marcus, que até então estava vazio, e sentou-se preguiçosamente. Acho que minha exasperação estava sendo compartilhada por todos ali presentes. A audácia daquele rapaz ao sentar-se no trono de um dos anciões era nada além de chocante, para não dizer absurda. Caius levantou-se num átimo, o rosto torcendo-se de raiva.
– Quem você pensa que é para sentar-se num trono Volturi? Levante-se já daí seu bastardo sujo. – Caius gritava descontroladamente para Willian, a guarda hesitando entre proteger Caius e permanecerem em seus postos. Willian levantou-se, escárnio toldando suas feições delicadas. Ele gargalhou na cara de Caius e disse:
– Quem sou eu Caius? Se alguém aqui tem direito de sentar nesse trono, esse alguém sou eu. – Esbravejou Willian, a tensão envolvendo todos como uma névoa densa. – Eu sou o herdeiro Volturi, o verdadeiro. Você e Aro são apenas dois velhos oportunistas que iludiram meu pai com suas conversas sobre leis e regras. Se ele não fosse tão burro teria destruído vocês há mil anos.
– JÁ CHEGA WILLIAN!– Uma voz rouca e áspera ressonou no espaço vazio, ecoando nas abóbadas do teto como sinos de uma catedral. Olhei em direção à voz, e vi o manto negro arrastando-se no chão, caminhando com passos cansados em nossa direção. Marcus passou por mim sem ao menos me olhar, seus olhos leitosos estavam estagnados no rosto de Willian, que por sua vez assumira uma expressão amarga que em nada combinava com seu rosto de menino.
– Falando no demônio... – Murmurou Willian carrancudo. Senti meu peito arfar. Era isso mesmo que eu ouvira? Willian era filho de Marcus? (n/a: OMG)
– O-oque? – Falei, sem me preocupar em interromper a suposta reunião de família. – Ele é seu pai? – Willian suspirou, desceu lentamente os degraus e parou a meu lado. Olhou-me com aqueles olhos indiferentes que pareciam não se importar com nada.
– Não tanto quanto Edward é seu, mas, sim. Tecnicamente eu fui criado por ele. – Disse ele desanimado. Olhei para Marcus, parado a alguns metros à frente. Um rosto marmóreo sem vida, sem expressão, e mesmo assim tão envelhecido e cansado, como se a eternidade o atormentasse profundamente. Olhava para Willian sem uma centelha de emoção no olhar.
Caius ainda bufava como um touro castrado, e Aro apenas observava pensativo o desenrolar daquela discução.
– Deixe-nos agora Willian. Quem você é não interessa a ninguém. – Disse Marcus indiferente, sentando-se em seu trono como se nada tivesse acontecido. Olhei para Willian, não devia ser agradável ouvir seu próprio pai lhe dizer aquilo, mas ele simplesmente virou as costas e saiu como um raio pela porta principal. Eu fiquei ali parada, encarando o espaço vazio onde Willian estivera um segundo atrás, sem saber o que pensar. Se Willian fora criado por Marcus, quem era a mãe dele? E por que ele disse que era “o verdadeiro” herdeiro do trono? Pelo que eu sabia, os Volturi eram um clã com três líderes. Aro, Caius e Marcus estiveram juntos desde o início não é? Bem, eu já não tinha certeza de nada, mas a cada minuto a mais que eu permanecia ali, mais eu sentia o cheio de mentiras e armações exalando no ar como fumaça tóxica.
– Terá essas respostas mais tarde minha queria. Agora, é preciso que entenda sua situação. – Disse-me Aro, perscrutando meu rosto como se pudesse ler minha mente como meu pai costumava fazer. A lembrança doeu em meu peito, o rosto tão lindo e compassivo dançou por minha mente apenas por um segundo.
– O que quer dizer com “entender minha situação”? – Perguntei, sem me dar ao trabalho de olhá-lo nos olhos. Ao invés disso observei Marcus, sentado em seu trono, absorto em seus próprios pensamentos, indiferente a todos que o rodeavam. Imaginei que tipo de pai ele teria sido para Willian.
– Refiro-me à sua sentença, é claro. – Eu e Alec trocamos um rápido olhar, os olhos dele traindo um desespero mudo, os meus, uma tristeza fatalística. Não havia nada que eu pudesse fazer se Aro me condenasse à morte. Não poderia fazer nada por Alice ou por Zafrina, não poderia procurar os outros, escondidos em vários cantos do mundo. Não poderia dizer a Alec que ele tem escolha, a escolha de ser bom, viver dignamente dentro da própria eternidade. Respirei fundo, sentindo o peso das noites que não dormi me puxarem para baixo, ameaçando minha sanidade.
– Estou ouvindo. – Falei, e Aro rejubilou-se com minha deixa. Seria um saco ouvir aquele velho decrépito falar e falar de como ele era misericordioso e comprometido com as leis, e como ele lamentou ter tido que nos caçar e silenciar, mas o que mais eu poderia fazer senão ouvir?
– Claro, claro. – Disse Aro sorrindo ternamente. – Mas permita-me fazer-lhe uma pergunta antes de começarmos, e aconselho-te a pensar bem na resposta minha querida, por que ela pode salvá-la ou pode condená-la. – Aquilo definitivamente não era bom, o tom de voz demasiado gentil de Aro me alarmou. Eu devia saber que ele tinha seus truques para não me deixar sair dessa, só não pensei que fosse usá-los tão depressa. Alec estava tão rígido que realmente parecia uma estátua, me olhava silenciosamente, mas parecia ter um grito preso em sua garganta. Senti vontade de tocá-lo, segurar sua mão, como eu costumava fazer com Jacob enquanto caminhávamos pela floresta. Mas eu não podia pensar em Jacob, não se eu quisesse me manter firme, inteira. Esperei pacientemente até que Aro fizesse sua pergunta tão importante, mas quando ele a fez, ela veio em forma de acusação.
– Você vai me dizer agora onde seus pais estão escondidos! – Esbravejou Aro. O choque acertou-me em cheio e me deixou desorientada por um minuto. Eu não tinha certeza se tinha ouvido direito ou se estava delirando. Olhei-o atônita, esperando uma prova de que eu não estava ficando louca. Ao lado de Aro, Alec refletia minha própria exasperação, o choque cruzando suas faces como num espelho refletindo meu próprio rosto.
– O-oque? – Gaguejei confusa. Aro estudava meu rosto com ceticismo, de alguma forma ele acreditava que eu sabia onde meus pais estavam. Mas, Deus, eu nem tinha certeza de que eles estavam vivos. Eu não podia conter a onda de calor que me inundou, a pequena centelha de esperança que eu cultivava tão arduamente, de repente explodiu dentro de mim. Em algum lugar, de alguma forma, eles ainda viviam. Existia ainda uma chance de encontrá-los.
– Minha querida, nós sabemos sobre o esconderijo de Denali. Sabemos que estão sendo ajudados por aquele clã. Meu Eleazar ainda vive com aquelas mulheres, eu conheço a mente dele como a palma de minha mão. Sei também que foi ele quem os tirou de lá a tempo, infelizmente ele também conhece meus métodos. O que ele não entende é que essa fuga constante não levará a nada. Porém Demetri retornou hoje com péssimas novidades. Nós os perdemos e você vai nos dizer onde encontrá-los, você nos guiará até eles. – Aro parou, seus olhos cor de vinho estavam arregalados, como se ele pudesse me enxergar melhor se os abrisse bem, como se pudesse enxergar a verdade que ele procurava através de mim. A cada palavra que ele pronunciava naquele italiano medieval, eu podia sentir meu coração pulsar. Não conseguia pensar em nada que eu pudesse dizer, não conseguia pensar em nada que não fossem meus pais, vivos, foragidos. Não sei quanto tempo se passou naquele silêncio, na verdade não sei dizer se todos estavam em silêncio de fato, ou se eu apenas os esqueci. Mergulhei em minhas suposições, planos, estratégias, maneiras infinitas de fugir para encontrá-los onde quer que estejam. Eu era a Renesmee que sempre fora novamente, a alma que não aceitava ser contida ou controlada. A herdeira dos Cullen que faria de tudo para destruir a influência gananciosa de Aro. Contudo, eu sabia que precisava conter meu mau gênio se quisesse manter Aro falando, o que por sorte não era algo difícil.
– Não sei onde eles estão, mas posso descobrir se me prometer não machucá-los. Preciso saber quem restou, quem vocês ainda não encontraram. Se eu fosse meu pai, eu iria procurá-los, pedir ajuda, como eles fizeram com o clã Denali. – Não era de todo uma mentira, certamente meu pai e minha mãe fizeram isso quando se viram encurralados, mas meu blefe era exatamente esse, dizer a verdade para ocultar uma mentira. Alec observava-me consternado, ele sabia o que eu estava fazendo. Aro sorriu consigo mesmo por um momento, ponderando silenciosamente sobre minha colaboração tão repentina.
– Ela está mentindo. – Acusou-me Jane com um olhar felino. O rosto angelical que sempre estava transtornado de raiva.
– Eu sei minha querida. – Choramingou Aro, esfregando as mãos brancas. Meu coração descompassou, traindo meu estado de espírito. – Contudo, o que Renesmee disse não deixa de ser uma hipótese bastante provável. Durante semanas Demetri rastreou-os mudando de lugar constantemente, eles se separaram em certo ponto. Meu amigo Carlisle foi localizado na Irlanda com sua companheira há alguns dias atrás. Eles estão tentando nos confundir, nos dispersar, tendo em vista que temos apenas um rastreador. É possível que estejam tentando encontrar os outros sim, mas Renesmee querida temo lhe dizer que não sobraram muitos para serem encontrados. – Meu coração afundou ao ouvir o nome de Carlisle, será que o pegaram, será que capturaram meus avós? E os outros, onde estariam os outros? Rosalie, Emmett, Jasper, Jacob...
Tentei manter meu rosto composto, minhas expressões ilegíveis, mas eu sabia que tudo estaria perdido se Aro me tocasse. Não importava o que eu fizesse, seria em vão se isso chegasse a acontecer, eu precisava desesperadamente ganhar tempo.
– Você não me deixa escolha criança. – Disse Aro, levantando-se pesadamente de seu trono. Eu sabia o que viria agora, Aro me tocaria e veria tudo que eu pretendia fazer, todos os planos que ainda nem tinham se formado por inteiro em minha mente, e então ele iria me condenar, pois veria também que não importava o que ele dissesse, eu jamais entregaria minha família para ele. Aro caminhou em minha direção sem nenhuma pressa, Jane em seus calcanhares como uma sombra. Alec estava apavorado, não sabia o que fazer seus olhos quase pulavam das órbitas. Eu queria dizer-lhe que não se preocupasse, que estava tudo bem, e que não havia nada que ele ou qualquer outra pessoa pudesse fazer por mim agora.
Mas eu estava errada...





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