Love is the only hope escrita por Beth


Capítulo 1
Reformatory


Notas iniciais do capítulo

Bom gente... Essa vai ser mais uma fanfic Finchel!



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O ar gélido e intimidador causavam calafrios em Rachel Berry. A noite estava fria e assustadora. Ela caminhava ao meio das poças de água que se formavam lentamente na estrada, conforme a chuva caia pelo céu cinza e depreciativo acima de sua cabeça. Por um momento se sentiu completamente perdida e sozinha, sem saber o que fazer.

“-Onde estou afinal?“ – Mordeu a própria bochecha tão forte que pode sentir o gosto de seu sangue e só assim a soltou. Costumava fazer isso quando se sentia nervosa. Parando por um instante olhou ao seu redor procurando algo que lhe parecesse familiar. Nada. O desespero tomou conta de seu corpo, mas ela se recusava a se entregar a ele. Medo? Essa era uma palavra que não existia no vocabulário de Rachel Berry, pelo menos não mais agora. Depois de tudo que lhe aconteceu...

Os pensamentos sombrios continuavam aturdindo sua mente. ”Não seja idiota! O que pode acontecer a você? Não há nada a temer...”- Riu de si mesma. O que ela estava fazendo? Tentando se tranquilizar? Aquilo era tão ridículo que ela se sentiu estupidamente frágil e indefesa. “Reaja!”- Pensou mais uma vez “É só seguir em frente, que já devo chegar a minha casa. Marley está bem”.

Procurou se proteger da onda de vento e chuva fina que vinha em sua direção, se encolhendo e colocando as mãos no bolso de sua jaqueta procurando por algo, mas ela própria se interrompeu depois de alguns instantes. Algo havia se mexido atrás dos arbustos espessos que cercavam uma bonita casa do bairro em que estava.

“-Quem está ai?”- Perguntou cautelosamente. A própria menina pode ouvir o tom de temor em sua voz. Não recebeu nenhuma resposta em troca, apenas o silêncio perturbador. A chuva insistia em continuar a cair.

Deu mais um passo a frente. O coração pulsava forte e descompassado em seu peito, o ar que inspirava parecia não ser suficiente e respirar tornou-se uma tarefa bem mais difícil que o normal. Um calafrio lhe percorreu a espinha. Aquilo não estava nada bem. Tirando sua mão direita lentamente do bolso da jaqueta tentou trilhar mentalmente em que lugar da bolsa estaria seu celular. Antes mesmo que pudesse concluir o movimento foi interrompida abruptamente.

“-Se eu fosse você não faria isso Berry...”- Uma corrente elétrica percorreu todo o corpo da morena. Ela ficou estagnada, não sabia o que fazer. “É ele. Devo correr?” - Pensou logo depois se repreendendo “Não seja estúpida! Ele te alcançará em menos de 5 minutos!”. Aquela voz era inconfundível. Rachel tinha absoluta certeza de quem estava ali, mesmo estando virada de costas.

Rachel podia ouvir os passos lentos e calculados vindo em sua direção. Ele estava se aproximando cada vez mais, e ela se viu paralisada no meio da rua, seus pés e pernas não obedeciam ao seu desejo de sair o mais rápido que pudesse dali. Ela não entendia como ele pode ter a encontrado, ela tinha sido cuidadosa, não tinha? De repente sentiu uma mão forte e firme apertando seu braço. Agora sim o desespero estava completamente instalado em seu corpo. Rachel controlou-se para não tremer.

“-Não fique assim meu amor! Afinal o que eu poderia fazer a você?”- Disse com um tom de voz calmo, tão próximo a orelha de Rachel que ela pode sentir o lado esquerdo de seu corpo se arrepiar totalmente. Uma onda de nojo a invadiu. Era ele mesmo. Agora tinha a mais absoluta certeza.

“-O que vo-vo-ce você q-q-quer?”- Perguntou gaguejando e se odiou por sentir tanto medo.

“-Nada mais alem daquilo que já combinamos graçinha...”- Falou depositando alguns beijos na curva do pescoço dela.

“- Me solte! Eu vou fazer o serviço! Já lhe disse. Só preciso de mais algum tempo” – Ela garantiu firme e decidida.

Ele riu longamente. Tinha uma risada debochada e desagradável aos ouvidos de Rachel, aliás, ela odiava tudo nele.

“Você não parecia tão tensa quando nos encontramos hoje mais cedo. O que aconteceu com você docinho? Nem parece a mesma pessoa.”

Rachel juntou todas as forças ainda existentes em seu corpo e puxou seu braço para longe das mãos dele, e procurou manter uma distancia segura tanto das ironias quanto dos beijos e apertos.

“-Está aqui. Agora é só cumprir o que me prometeu. Vou lhe entregar o dinheiro logo em seguida.”

Afirmou, ainda rindo de todo o nervosismo que era capaz de causar na menina, e logo depois foi se distanciando até desaparecer de vista. Rachel o observou ir embora pensando quando estaria segura novamente.

Foi então que vozes se aproximaram. Elas diziam para Rachel atirar. Ela tinha que fazer isso. Era isso ou... Rachel se recusava a pensar. A figura se aproximava cada vez mais. Tudo rodava a sua volta, por um momento sentiu como se fosse cair.

Gritou. Mas não houve nenhuma melhora. As vozes não saiam de sua mente. Sombras se aproximavam dela, deixando tudo em sua volta distorcido e confuso. Então atirou, e o barulho do disparo fez com que todas as vozes sumissem de sua cabeça.

Olhando a sua frente viu o corpo que havia levado o tiro. O sangue da figura embaçada escorria pelo asfalto, sendo diluído pela chuva que caia do céu acinzentado. Rachel foi se aproximando lentamente para olhar o corpo caído. No escuro não conseguia distinguir quem era. Não sabia em quem havia disparado o tiro. Teria sido na pessoa certa?

Deu mais alguns passos em direção ao cadáver. Sentiu nojo de si mesma. Ela havia matado alguém. Tomou coragem e olhou para o rosto da pessoa. Rachel não teve reação. Não sabia o que fazer. Apenas tentou gritar o mais alto que podia. Mas sua voz não saia. Agora as vozes que escutava antes de disparar o tiro eram gritos de horror em sua mente. Levantou as mãos até a cabeça tampando os ouvidos e...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Vou continuar se vocês deixarem reviews...