Não havia som algum no quarto, apenas o barulho dos ponteiros do relógio alcançando os números governava o lugar. Eu estava parada no quarto sentada na cama de cor branca á cerca de 2 horas. Minha pessoa estava chocada com a situação.

O que eu sentia por Dave não poderia ser o que eu pensava. Eu não poderia estar á gostar dele, isso seria impossível, ele nem seguer era como eu.

Levantei-me prontamente da cama, retirando de minha mente todos aqueles pensamentos loucos.

–Acho que devo tentar me distraír.-Pensei alto, pegando um livro e indo ler o mesmo no jardim.

Eu sabia que o garoto não estaria lá, obviamente fugiria da situação, mesmo não sendo motivo importante para ele.

Pelo o que sei, ele não teria sentimentos por mim, espíritos não tem sentimentos, os sentimentos vão embora.

Cheguei no jardim e felizmente não havia ninguém lá. Suspirei pesadamente e sentei-me naquela grama que percorria o local todo.

Eu lia tranguilamente, mas nem prestando atenção ao que se descrevia no livro. Até que...

Dave apareceu lá.

–Está lendo...Qual é o livro?-Sua voz firme atrás de mim percorreu todo o local, pelo o jardim estar silencioso demais.

–D-D-a-v-e?!-Vire-me para trás, levantando-me da grama e soltando o livro no chao.

–Assustada?-A face o garoto ficou duvidosa.

–N-Não...-Chacoalhei a cabeça, nervosa.

Dave olhou para mim, estranho. Parecia nervoso, seu cenho estava incompreensível.

–Eu vim pedir desculpas.-Com cerca de 10 segundos de silêncio, ele fala.

–Desculpas?Porque?-Perguntei.

–Você sabe. Aquele guase-beijo na árvore. Err... Não sei o que me deu, prometo que nada acontecerá novamente. -Ele garantiu, de comportamento estranho.

–T-Tu-d-do b-bem. N-Não aconteceu nada, enfim, não é mesmo?-Respondi, me atrapalhando com as palavras.

O garoto ficou em silêncio, fitando o chão estranhamente.

–Dave?-O chamei.

–Eu prometo mesmo que nada disso vai acontecer.-Ele falou, se retirando do local rapidamente.

Meu olhar se entristeceu enquanto o lindo garoto sumia dali.

Suspirei triste e desanimada, sentando-me novamente e lendo o livro.

As palavras que haviam lá não importavam para mim, eu estava com a cabeça nas nuvens, pensando o quão sou idiota.

–Droga!-Reclamei, jogando o livro longe. Eu estava irritada.

Cruzei meus braços, brava por mim mesma estar gostando de alguém como ele. Sem entender, lágrimas começaram á cair de meus olhos.

Limpei minha face, mas não deu em nada, lágrimas caiam e eu precisava me acalmar.

Poderiam achar idiotisse eu estar á chorar por nada, mas só eu saberia o que acontecia dentro de mim.

O sentimento que me governava era intenso, toda vez que eu olhava em seus olhos, toda vez em que sua pálida e gélida pele se encontrava com a minha, toda vez que ele aparecia... Enfim, esse sentimento se aflorava cada vez mais.

Eu tinha medo disso, tinha medo de me magoar e de coisas ruins acontecerem.

Decidi sair do jardim, eu precisaria de um bom banho para me acalmar.

–---------------------------- Horas depois: -------------------------------

–Filha, porque não está comendo minha macarronada? Ela está ruim?-Perguntou minha mãe, estranhando o fato de eu não estar a comer sua deliciosa janta que ela havia preparado.

O dia de hoje foi confuso, e eu estava tão bolada com tudo isso que nem estava á conseguir comer direito. Agora já era noite, e eu e meus pais estavámos comendo na mesa.

–Não mãe, claro que não! É que estou sem vontade de comer.

–Está doente, querida?-Alexia atenciosamente colocou a mão sobre minha testa, vendo a minha temperatura.

–Não é nada demais, só não estou com vontade de jantar, mamãe.-Retirei sua mão, forçando um sorriso.

Minha mãe assentiu, mostrando entender e pôs á se sentar novamente, levando uma garfada do macarrão á boca.

–Tente comer só um pouco, estamos perto do Natal e queremos nossa filha gordinha, não é querido?-Assim que digeriu a comida, minha mãe falou.

–Isso mesmo.-Respondeu meu pai, que saboreava com prazer a bela comida que minha mãe fizera.

Os obedeci, comendo um pouquinho. Depois disso, fui subir para o meu quarto dormir, ou pelo menos, tentar relaxar.

Dei boa noite á eles e andei lentamente até o 2° andar da casa, indo para o meu quarto.

Assisti um pouco de TV e outras coisas esperando o sono chegar. Logo então fui dormir, e sorri ao lembrar que amanhã Bianca estaria aqui para dar uma visita, apesar deste dia ter sido confuso e complicado e Nicholas e Eduardo virem com ela me visitar.