She Called Me James escrita por Renata
– Quer saber, acho que você deveria desistir, Prongs.
Lancei um olhar feio para ele e Remus deu um peteleco em sua orelha.
– Ai! – ele desviou tarde demais, esfregando o lugar. – O que foi que eu fiz?
– Cale a boca, Pads.
Ele revirou os olhos. Era outono, fazia frio e chovia. Hoje não teria treino, então teríamos tempo de sobra e não tínhamos idéia de como preenchê-lo. Monny disse que poderíamos terminar nossos deveres, mas a idéia foi logo descartada depois que eu joguei um travesseiro em sua cara.
– Só estou tentando te ajudar, caro amigo.
– Onde está Wormtail? – mudei de assunto.
– Na cozinha, provavelmente – respondeu Remus, levantando-se e tirando um livro da mochila. – Já que vocês, imprestáveis, não vão fazer a redação, vou fazer a minha para vocês terem no que se basear depois.
Sorri. Provavelmente seriam poucas as matérias que passaríamos sem a ajuda dele.
Sirius juntou as mãos no peito e piscou os olhos.
– Oh, Remus – ele disse de um jeito muito gay – não sabemos o que faríamos sem você.
Ele jogou um travesseiro em Sirius, que o agarrou no ar, rindo.
– Quieto, Padfoot, ou não deixo você relar nenhuma de suas patas nesta redação.
Remus se sentou na poltrona e pôs-se a ler. Sirius se jogou na cama e abriu um livro, dando uma piscada para mim. É claro que ele não estava lendo o livro, ele estava é lendo a revista que estava no meio das páginas.
Suspirei percebendo que sobrei.
– Até depois gente – disse me levantando e partindo para a porta.
– Ah, James?
– Sim, Remus?
– Eu acho que a Lily está na biblioteca – ele disse deixando de ler e piscando para mim. Sorri. – Se é que você quer saber, é claro.
Sirius estava tão concentrado na revista que não fez nenhum comentário. Sai do quarto fechando a porta e desci as escadas. O salão comunal estava lotado. Todos queriam ficar o mais perto possível da lareira.
Passei pelo quadro da Mulher Gorda e caminhei encolhido com as mãos nos bolsos devido ao frio. Os corredores estavam vazios. Só eu fui corajoso o suficiente para me aventurar no ar gelado.
Eu entrei na biblioteca e Madame Pince me lançou um olhar desconfiado. Não estava tão vazia quanto eu pensei que estaria, devia ser porque ali também tinha algumas lareiras. Avistei a cabeleira ruiva inconfundível em uma mesa no canto e parti até ela com um sorriso no rosto.
Lily estava tão envolvida no livro que lia que nem notou que eu cheguei.
Pigarreei. Ela olhou para cima e fez uma leve careta.
– Olá, Lily – eu disse dando meu melhor sorriso.
– Potter – foi tudo que ela disse. Pelo menos dessa vez ela não gritou algo como “É Evans, Potter!”.
– Se importa se eu sentar? – falei, demonstrando a cadeira vazia da mesa.
– Adiantaria se eu dissesse não? – ela disse suspirando e voltando a ler.
Me sentei e passei a admirá-la. O jeito como seus olhos verdes se moviam enquanto corriam pelas letras da pagina, o jeito que a testa franzia sempre que se concentrava, o jeito que sua boca vermelha mexia sempre que gostava de um trecho, o jeito como seu peito subia e descia com a respiração, o jeito como...
... como ela ficava corada sempre que percebia que eu estava olhando-a.
– Não prefere tirar uma foto, Potter? Vai durar mais – ela disse ironicamente.
Fiz cara de inocente.
– Lily – comecei nervoso, ela franziu a testa para mim. – Não quer sair comigo? – ela abriu a boca para falar. – Não, espera. Eu iria tentar não tentar nada, embora queira muito, então não posso prometer que serei um anjo. Eu ia fazer tudo que você quisesse – eu disse apressadamente. – Então, o que me diz?
Ela deu uma risadinha discreta.
– Tentar não tentar? James...
Ela me chamou de James. Ela meu chamou de James.
– Hum? – me fingi de indiferente. Quem eu estava tentando enganar? Ela me chamou de James!
– Eu estou cansada e sei que não vai sair daqui até eu ter te dado a resposta. Mas e se eu disser que vou pensar?
– Você vai pensar? – meu rosto se iluminou. – Promete? – eu perguntei esperançoso.
Ela riu silenciosamente, seus ombros se sacudindo.
– Vou, James. Pode ir para eu voltar a ler?
– Eu te desconcentro? – perguntei sorrindo maliciosamente.
Ela corou. Meu Merlin!
– Vai logo.
– Tudo bem – me levantei sorrindo, dei três passos e olhei para ela. Ainda corada. – Você me chamou de James.
– É seu nome, idiota. Agora suma logo daqui antes que eu me arrependa da idéia.
– Mas você sempre me chama de Potter...
– Estou me arrependendo – ela disse já voltando a ler.
– Tudo bem – me apressei, saindo logo da biblioteca.
Eu não acredito. Ela disse que vai pensar. E ela me chamou de James!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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