Lose My Mind escrita por Nekoclair


Capítulo 5
¡Buen apetito!


Notas iniciais do capítulo

Olá! ^^
Obrigada aos que ainda continuam a ler. o/
Bem, dando uma revisada nos capítulos anteriores, percebi que não tenho feito angst suficiente e que tenho abusado no fluffy. =< Ai o que vocês acham que eu fiz neste cap? Mas é claro, fiz um capítulo completamente, totalmente, super mega exagerado de tanto açúcar!! o/ Não me matem, mas é que eu queria escrever esse capítulo assim. =< Mas vou tentar melhorar um pouco o angst nos capítulos seguintes, eu juro!!
Então, boa leitura e até as notas finais.



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Meus olhos, pesados, abrem-se lentamente, porém logo tornam a ser fechar devido à alta luminosidade do quarto, que os incomodava por ainda se encontrarem por demais sensíveis. Ergo meu tronco, pondo-me sentado na borda da cama de solteiro - ato feito com certa dificuldade e sutileza. Meu próximo gesto então se seguiu e meus olhos de um castanho claro rolaram, ainda um tanto semicerrados, até alcançarem o relógio na cabeceira; já eram quinze para às cinco horas da tarde.

Meu olhar permanece sobre o mostruário por um bom tempo, meu corpo permanecendo imóvel por todo esse meio tempo. Um suspiro de profundeza considerável escapa-me pelos lábios, que são então mantidos entreabertos. Eu estou cansado, apesar do horário em que eu enfim acordara; porém, nada disso poderia ser mais esperado, afinal já quase amanhecia quando eu enfim adormecera, na última noite. Tudo por culpa, claro, daquele maldito espanhol, que se negara a abandonar meus pensamentos até altas horas.

Antonio... Seu grande idiota. Sua besta!

Flexiono os joelhos e ponho-me de pé, sentindo, a seguir, algo pesar-me no abdome, fazendo-me contrair os músculos da face, resultando em uma careta desagradada. Cazzo... Banheiro. Preciso ir. Agora. Sim, afinal já fazia praticamente um dia todo que eu não urinava e todos nós temos essas necessidades básicas.

Direciono-me à porta, resmungando enquanto o incômodo transforma-se em uma fraca e pertinente dor. Então é isso que acontece quando se fica horas sem ir ao banheiro... Maldição. Meus dedos envolvem fortemente a maçaneta, mas, antes que eu pudesse a girar, senti-me paralisar, subitamente tomado por um turbilhão de sentimentos e pensamentos.

Eu não deveria sair daquele cômodo. E junto desse repentino pensamento, minhas forças diminuíram; não pude deixar de sentir minha mão subitamente afrouxar-se, apesar de que ainda envolvesse a maçaneta.

Sim... Como pude me esquecer? Eu havia brigado com o Tonio na tarde anterior, por isso me tranquei no quarto e não pude dormir direito, afinal os meus próprios devaneios impediram-me de pegar no sono, ou sequer cogitar essa ideia; eu era incapaz de parar de pensar naquele tonto.

Minha mão enfim afasta-se da porta, em movimentos lentos e cautelosos. O que eu faria agora? Eu deveria fazer as pazes com ele? Mas... Eu não sei. Não sei se é isso que realmente quero. Por que é tudo tão confuso? Antonio... Por que você não presta atenção em mim, e somente em mim? Mesmo eu tendo finalmente voltado, você é incapaz de esquecer a existência de meu irmão? Por acaso eu não sou o suficiente?

As feições em meu rosto tornam-se bastante entristecidas, e assim se mantém. Meu coração bate dolorosamente e eu sinto-me incapaz de raciocinar direito, pois sempre que tentava era tomado por incontrolável desespero e agitação.

Era afinal desesperador ser visto, sempre, apenas como uma sombra do Feliciano. Sempre fora assim e, apesar da dor que isso me proporcionava, eu podia conviver com isso; exceto quando era no seu caso. O Antonio foi o primeiro, e talvez o único, a me reconhecer realmente, por isso ele é especial pra mim, muito. Mesmo eu sempre o empurrando para longe, o maltratando - afinal eu não sabia como agir, mesmo agora ou quando eu era mais novo -, ele sempre voltava para mim e sorria daquela forma idiota de sempre.

Você havia dito que eu também era especial para você e que, por isso, sempre estaria ao meu lado; então eu me mudei à Itália e frustrei seus planos, mesmo que não intencionalmente.

Você entende o que quero dizer? Você compreenderia meus sentimentos se eu te dissesse que fui incapaz de deixar de pensar em você, nesses últimos cinco anos?

Você entenderia que te amo, mas que ao mesmo tempo te odeio?

Odeio-te por perturbar meu sono, por falar do Feli com o sorriso idiota que deveria ser só meu, por ser tão inconsequente em relação ao que fala. Porém, o que mais me irrita em você é o seu próprio jeito de ser. Por que você tem que ser tão bom para todo mundo? Não há motivos para isso, você pode ter um inimigo ou dois! Por que sinto que sou tratado da mesma forma que os outros? Você não disse que eu era especial, ou isso era apenas um agrado feito para a minha pessoa?!

Às vezes, eu penso que se eu não tivesse o conhecido, a minha vida seria melhor, que eu não sofreria tanta amargura. Mas não é bem assim, as coisas seriam apenas mais difíceis e solitárias. Talvez a solução, realmente, fosse eu nunca ter nascido... Mas tal pensamento também não me alegra.

Meu corpo é tomado por certa tremedeira, momentaneamente. É difícil... É difícil quando não se sabe realmente o que quer. Ter nascido, te conhecido e me apaixonado por você; isso tudo fora tão essencial para o meu eu de hoje, que penso que são, na verdade, essas tolices que me fazem ser o Lovino que atualmente sou.

Se o simples pensamento de impedir esses acontecimentos aflige-me tanto, por que insisto em pensar nesse tipo de bobagem? O que eu sou, masoquista? Não, eu não gosto de sofrer... E também não gosto de ficar sozinho. Justamente por isso não compreendo sequer por que me tranquei neste maldito quarto! Eu desejo senti-lo, sentir o seu calor, pois isso me faz sentir vivo.

Suspiro mais uma vez, enquanto enfim levo a mão de encontro à maçaneta, virando-a lentamente, ainda um tanto receoso. A porta é finalmente aberta e um novo horizonte então surge: o corredor, que, na verdade, não é nenhuma novidade aos meus olhos...

Mesmo que eu seja incapaz de dizê-lo tudo que sinto e penso, um dia você os perceberá. Certo?

Um passo é ameaçado, enquanto meus olhos fazem uma busca em meu campo de visão; nada à vista. Sinto-me decepcionar, mas agora não é hora para melodramas. Caminho enfim para o corredor, suspirando de leve. Foi por muito pouco que eu não esbarrara no anteparo recostado à parede, cochilando no chão: Antonio.

Meus olhos caem sobre a figura adormecida, que inclusive babava um pouco. Os cabelos castanhos escuros bagunçados e as roupas amarrotadas não puderam passar despercebidos. Ele por acaso passara a noite toda ali, sentado no chão?

– L... Lovino...

Sobressalto-me ao ouvir meu nome sendo pronunciado pelo espanhol, num tom baixo e preocupado. Primeiramente pensei que ele houvesse acordado, mas ele ainda dormia, e agora com um sorriso largo, de repente, estampado em sua face bronzeada.

Sinto minha própria face esquentar, provavelmente acabara de ser tingida do típico vermelho. Eu ouvia cada batida ritmada que meu coração proporcionava, estando esse claramente acelerado. Minha face abaixa-se um pouco, fazendo com que minha longa franja se decline com o movimento. Eu o encaro por mais alguns instantes, pensativo, mas depois o dou as costas.

Talvez eu simplesmente não o mereça, afinal sou uma pessoa bem injusta às vezes.

Encaminho-me enfim ao banheiro, o olhar caído, mas ainda com alguma determinação.

~*~

O abrir dos meus olhos fora súbito e meu coração batia agitadamente.

Levo uma mão à testa, esfregando-a por entre os fios um tanto curvos de meu cabelo, que agora se encontrava, inclusive, muito bagunçado; afinal eu havia passado um tempo considerável naquele local, sentindo até meu corpo um pouco dolorido. Porém, não poderia se evitar tal consequência, pois de forma alguma eu abandonaria meu posto. Eu deveria esperar até Lovino desistir e abandonar o quarto e... Meus olhos seguiram à porta, que se surpreenderam ao vê-la aberta.

Ergo-me em um salto, sentindo meu corpo inquietar-se com a confusão de pensamentos e emoções que então me apossou.

Mas, como?

Quando foi que ele...?

Droga!

E agora, aonde ele teria ido?

E se ele fugiu, o que vou fazer?

Droga, droga, droga!

Bato o punho contra a parede, produzindo um som seco e tornando a lateral de minha mão um tanto dolorida por causa da força desnecessária exercida no gesto.

A culpa é minha.

 Recosto as costas na parede branca do corredor, incapaz sequer de raciocinar corretamente. Ambas de minhas mãos pressionam os lados de meu rosto, numa forma de tentar me acalmar. Desesperar-me não levará em nada. Vamos, Antonio, acalme-se e pense... Aonde ele teria ido?

Suspiro profundamente e fecho os olhos, puxando o ar agora com mais calma. Torno minha mente vazia, um verdadeiro clarão a espera em ser iluminado pela resposta que eu tanto ansiava.

Inspiro. Expiro. Inspiro. Expiro.

Sim, acalmar-me. A culpa é minha afinal, por ter discutido com ele e depois, ainda por cima, adormecido.

Inspiro. Expiro.

Tudo corria bem e eu já havia inclusive formulado por volta de dez possibilidades, quando o som de meu estômago ressoou, reclamando da fome. Perco minha concentração, irritando-me com o ato indesejado.

Eu poderia comer a qualquer hora, mas localizar o Lovino era a prioridade!

Só então percebo o motivo da reação de meu estômago: um delicioso aroma de comida dominava o ambiente; odor despercebido por mim até então devido à minha preocupação.

E o cheiro está tão bom e forte... Forte demais para estar vindo de alguma casa vizinha.

Apresso-me à cozinha, os passos rápidos e ansiosos. Eu ainda sentia o desespero e a preocupação tomarem-me a mente, sendo eu incapaz de domá-los como gostaria. O curto trajeto pelos interiores de minha própria residência se tornou ínfimo e eu logo já ofegava, apoiado ao parapeito da porta da cozinha. O italiano encara-me, momentaneamente, vestido com um avental azul claro que na verdade me pertencia, mas logo desviou seus olhar de mim e voltou sua atenção às panelas mais uma vez.

– Lovino... – minha voz arrasta-se por culpa da preocupação que ainda não havia se esvanecido por completo de meu organismo.

Ele nada responde, apenas continua a mover, impassível, o conteúdo de uma panela. Aproximo-me dele, os meus olhos ainda bem abertos e atentos devido aos meus sentimentos recentes. Meu coração batia num ritmo acelerado e ansioso, tornando-me mais inquieto do que eu desejava.

­– Eu pensei que você... Eu pensei que você tinha ido embora.

Um silêncio pesado tomou, a seguir, posse do ambiente, sendo interrompido somente quando Lovino suspirou fortemente, parando enfim o que fazia para me encarar com um olhar sério, mas que não se mantivera firme por muito tempo. Ele tinha a face um tanto vermelha, entretanto eu não sabia se era por culpa do vapor que saia do fogão.

– Mas eu não fui. Eu o avisei que não ia conseguir se livrar de mim tão facilmente, bastardo. – ele diz, simples e finalmente.

No instante seguinte, eu já havia percorrido o espaço que nos separava, puxando-o e o envolvendo por meus braços em um abraço possessivo e preocupado, mas simultaneamente alegre. Ele ficaria comigo. Ele não iria embora ainda.

– Eu fiquei tão preocupado... – a minha voz soa baixa, enquanto eu contenho, com esforço, uma alegria que eu não sabia se era certo deixá-lo perceber no momento.

– Tá, tá... Agora me solta, idiota. Estou cozinhando, não vê? – seu tom irritado falha em esconder seu constrangimento.

 Porém, Lovino não se afastou, esperou até que eu o largasse; o que me fez ainda mais feliz. Quando se viu enfim livre de meu aperto, voltou sua atenção novamente ao fogão, ignorando mais uma vez a minha pessoa. Eu não sei ao certo como reagir, por isso apenas permaneço em pé, ao seu lado e em silêncio.

Depois de alguns instantes de um silêncio constrangedor, nos quais eu permanecera o tempo todo vigiando, imóvel, o italiano, ele se virou para mim, apontando uma colher suja de um molho branco salpicado de alguns temperos coloridos. Ele parece-me um pouco irritado...

– Sai da minha cola e vai fazer alguma coisa, seu bastardo!

– Mas eu não fiz nada... – eu digo, surpreso com a súbita ira do italiano, enquanto eu recuava perante a colher que ameaçava me acertar com força.

– Eu odeio que fiquem me olhando cozinhar! Eu estarei te dando o privilégio de comer da minha comida, então não me atrapalhe.

Suas palavras me surpreenderam, o que me fez calar momentaneamente. Quando adentrei a cozinha, instantes antes, e o vi no fogão, o primeiro pensamento que tive fora que eu seria recompensado, que ele cozinhava para mim, porém eu decidi não acreditar em tal ilusão, pois no final eu sempre estava errado e acabava um tanto decepcionado. E o que eu menos necessitava no momento eram desilusões.

Lovino conseguia ser ainda mais imprevisível do que eu imaginara, ou me lembrava... A cada pensamento meu, eu o percebia se tornar mais e mais importante para o meu atual eu. Eu simplesmente não queria ter de me separar dele, nunca mais.

– De-Desculpa... – dou uma breve pausa, tomado por um misto de confusão e surpresa – Há alguma forma de eu ser útil ao menos um pouco? – digo eu, um sorriso plantado na face constrangida e empolgada.

Ele não responde de imediato e suas feições adquirem, de repente, um ar pensativo. Meu olhar sobre si torna-se esperançoso e ansioso. Tudo que eu mais desejava no momento era passar um tempo junto do Lovino, não importando qual fosse a atividade!

– Não, nada. Trabalho melhor sozinho. – ele diz, simplesmente.

Sinto meu espírito se despedaçar, então decido partir à insistência, a qual eu sabia que não seria bem vinda por ele.

– Vamos, Lovi! Deve haver algo que eu possa fazer! – o encaro com olhos grandes olhos brilhantes, os mesmos de um cachorro pedinte. O italiano primeiramente me encara, com uma careta, mas logo cedi à pressão, depois de um suspiro desgostoso.

– Certo. Certo. Ponha a mesa então. – ele diz, enquanto balança a mão no ar, desinteressado, e volta sua atenção novamente à panela.

Um sorriso bobo se forma em meus lábios, enquanto eu me direcionava ao armário, do lado oposto da cozinha. Depois de colocar dois pratos sobre a mesa, apanhei alguns talheres, que cintilavam um brilho platino, e os posicionei em seus devidos lugares, apressando-me para então pegar os copos.

Quando novamente direcionei minha atenção ao italiano, ele já pousava uma enorme travessa de rondelli no meio da pequena mesa redonda. Não pude conter uma breve risada ao vê-lo em tal situação; e não era minha culpa se ele parecia uma dona de casa com aquele avental!

– Do que está rindo, bastardo?! – ele se sobressalta ao ouvir-me gargalhar.

– Nada, nada. – nego, ainda sorrindo largamente.

Ele contrai os músculos da própria face, fazendo uma de suas típicas caretas desgostosas, mas que, no fundo, apenas tentavam ocultar sua curiosidade; afinal Lovino sempre fora, desde pequeno, um jovem curioso, e isso eu me recordo muito bem.

Apoio os copos na mesa e me aproximo do jovem, que permanecia estagnado até então, apenas encarando-me com o mesmo olhar de antes, vigiando cada movimento meu. Envolvo-o por meus braços, e não pude deixar de notá-lo tremer ao meu contato. Por Deus, como ele pode ser tão fofo? Afasto nossos corpos o suficiente para que eu possa enxergar seus olhos de um castanho maravilhosamente brilhante. Ele encara-m, um tanto assustado, mas, sobretudo, constrangido; um vermelho vívido era evidente em toda sua face e isso me fazia feliz de uma forma estranha, diferente.

Os segundos que se seguiram foram constrangedores e silenciosos, para ambos. Antes de finalmente o largar, abaixo minha face até que nossos lábios se encostem levemente, fazendo a coloração na face do jovem se intensificar.

– O que foi isso? – ele pergunta, ainda paralisado no mesmo lugar. Seu olhar tremia, mesmo tentando apesar das tentativas evidentes de se fixar ao meu.

– Um agradecimento. – eu digo, sorrindo, enquanto pulo na cadeira. – Lovino, obrigado por ficar comigo e também pela comida. – agarro o garfo e a faca, um em cada mão – ¡Buen apetito!

Com satisfação e fome, afinal eu não comia ou bebia nada a um bom tempo, levo a primeira garfada à boca. Lovino permanece em pé, encarando-me com os olhos surpresos e bem abertos. Deixo meu olhar deitar sobre si, mas nada pronuncio.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até o final!!
E ai o que acharam? Estarei esperando por opiniões!
E, poxa, estou sendo abandonada por todos os meus leitores. O.O'' O que fiz para vocês? Tratem de voltar e me falar o que fiz de errado. Por favor... ? =/
E se acharem erros, por favor me falem! ^^
Também estou aberta a qualquer tipo de crítica. Sintam-se a vontade.
Espero que alguns leitores retornem e outros se revelem. E, claro, que continuem acompanhando.
Bem, é isso. Não sei nem o que escrever aqui. =/
BJJS e até uma próxima!