Lose My Mind escrita por Nekoclair


Capítulo 1
The day it all started...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eu ajeitava o quarto de visitas, um assovio constante saindo-me pelos lábios e a mente mais distraída do que nunca. O dia, que amanhecera claro, se mantinha firme num tom celeste claro, enquanto que o tempo se alastrava lentamente, o que nada colabora à minha ansiedade - presente esta desde cedo. O motivo de minha agitação é simples e nominado: Lovino Vargas; já faz cinco anos que eu não vejo meu velho amigo de infância.

O jovem era um vizinho, alguns anos mais novo, que muito interagia comigo. Ele e o irmão gêmeo, Feliciano, sempre vinham à minha casa, brincávamos juntos na rua, estudávamos e fazíamos tudo que bons amigos tinham direito a fazer, e isso desde que éramos crianças. Porém, quando eu estava a poucos meses de me formar no colegial, Lovino e seu irmão tiveram de se mudar à Itália, por motivos familiares, e desde então nunca mais recebi quaisquer notícias.

Apesar da tristeza sentida com a partida daqueles que sempre foram meus ditos melhores amigos, mantive-me firme, conseguindo concluir assim o ano escolar. Não que eu não tivesse outros amigos, pois isso certamente nunca me faltara - afinal eu sempre fora até que bem popular -, mas os garotos me fizeram falta, principalmente no começo.

E é por isso que a surpresa, de dias atrás, ao receber uma repentina ligação de Lovino, pedindo para ficar em minha casa até que termine o ano - estando ele agora no último ano do colegial -, fora imensurável. Eu adorava os dois irmãos, mas Lovi sempre fora o meu preferido.

Apesar de serem gêmeos, os dois italianos eram bem diferentes; isso para não dizer opostos. Lovino era o típico italiano esquentado que as pessoas geralmente tentavam evitar, apesar de que seu temperamento era algo rotineiro para mim e, por isso, não me incomodava - na verdade, eu até achava engraçado como ele ficava vermelho quando o irritavam. Em contraponto, Feliciano era sociável e todos o achavam adorável. Ele era mimado e amado por todos.

Eu dava os retoques finais na arrumação do quarto de visitas, ao que meu coração veio à boca, junto do som da campainha que, desde poucos milésimos de segundos atrás, alcançava meus ouvidos. Em passos rápidos, ansiosos e até um tanto atrapalhados, corro em direção ao átrio e abro a porta rapidamente, deparando-me com um jovem de cabelos de um tom castanho um tanto avermelhado e olhos castanhos, acompanhado por duas malas e um aparente mal-humor

– Lovi! – abraço rapidamente o menor, que, em resposta, me empurra logo a seguir do súbito contato.

– Antonio, não me venha com apelidos estúpidos. – ele faz uma careta, em desgosto, passando as mãos sobre a roupa.

– Ah... Mas eu estou tão feliz que você vai morar comigo. – um largo e bobo sorriso se forma em meus lábios.

– Aff, daí-me dó. – ele resmunga, um pouco antes de me empurrar novamente, pegar as malas do chão e adentrar.

Observo cada um de seus movimentos com excessiva atenção, ainda sorrindo alegre. É incrível como ele não mudara quase nada, exceto pela aparência, agora mais madura. Apesar de que ter sido chamado pelo nome também não é muito comum... Ah! Mas isso não é importante!

Assim que ele pôs os pés no carpete branco que cobre o piso do átrio, soltou um suspiro cansado e pousou as malas mais uma vez no chão, olhando fixamente para o interior. O sigo e em seguida fecho a porta, atraindo novamente a atenção do italiano.

– Onde eu vou dormir, Antonio? – pergunta, sem mais delongas.

– Se quiser, no meu quarto. – respondo, sorrindo largo e encarando seus orbes castanhos firmemente.

O italiano observa-me, incrédulo, enquanto seu rosto subitamente é tomado por um forte tom de vermelho.

– Não seja idiota, seu espanhol bastardo e pervertido! Por que eu iria querer dormir no seu quarto?! Você é um folgado e espaçoso e eu nunca vou querer dormir com você! Nunca, ouviu? Nunca!

– Calma, Lovi. Eu só estava brincando! – agito as mãos diante do rosto, negando qualquer acusação do jovem italiano. Não que eu estivesse sequer um pouco arrependido de minhas palavras.

– Não me venha com piadas, seu bastardo! E para com esse apelido estúpido!

– Mas, Lovi, você gostava de dormir comigo... Então qual o problema? – faço um biquinho manhoso.

– Eu não mandei parar com esse Lovi?! – resmunga, novamente, com o rosto vermelho. – E eu não vou dormir com você. Não sou mais criança. Fala logo onde é o meu quarto, cazzo.

Eu sorrio para o menor e afago-o seus cabelos, fazendo-o virar o rosto ainda bem corado. Ele fica tão fofo quando está constrangido...

Mesmo com as objeções do menor, pego as malas e as levo comigo casa adentro, sendo seguido de perto por um desconfiado italiano. Depois de atravessar a sala, ao fim do corredor, abro a porta do cômodo que, a partir deste dia, seria o quarto de Lovino.

Adentro o cômodo, logo depois do italiano, e pouso as malas no chão. Viro-me em direção ao menor, que se ocupava em olhar atentamente cada canto do quarto.

– O que foi? – pergunta ele, ao se notar sendo observado por um sorridente eu.

– Nada. – respondo, simplesmente.

Dou poucos passos em direção ao italiano que, diante de minha súbita aproximação, recua até se ver caído na cama. Perante a visão do jovem italiano, tremendo e totalmente indefeso, com as maças do rosto tomadas por um vívido rubor, cesso meus passos e passo a simplesmente encará-lo, confuso e surpreso.

– O que houve, Lovi? Você está bem? – pergunto, um tanto preocupado. Ele não estava agindo como normalmente.

Ameaço uma aproximação, mas desisto ao vê-lo se encolher ainda mais.

– N-Não se aproxime, bastardo. Sai do meu quarto!

Ele se põe em pé em um salto e me empurra brutalmente para fora do quarto, batendo a porta logo a seguir. Eu encarava a porta, confuso e me questionando sobre o que eu fizera de errado. Suspiro, vencido pela teimosia do italiano.

– Ok, Lovi. Trate de arrumar suas coisas.

Aguardei alguns segundos, mas o italiano nada respondeu.

– Lovi?

– Tá. Tá. Entendi... – responde do outro lado – Agora me deixa em paz e vai fazer o meu almoço.

Coço a cabeça, ainda um tanto atordoado. O Lovi sempre foi assim? Dou uma risada abafada. Sim, mas é claro! Ele continua adorável, exatamente como eu me lembrava. Parto para a cozinha: já era mais de hora de preparar o almoço.

---

E assim, uma hora mais tarde, a mesa já estava pronta.

O relógio já denunciava quase uma hora de tarde, quando finalmente o italiano resolveu sair de seu confinamento e aparecer, isso depois de eu tê-lo ido chamar pelo menos umas dez vezes.

– Desculpe a demora. – diz ele, enquanto se joga na cadeira.

– Sem problemas. – digo. Ele pelo menos parecia mais calmo... – O que importa é que estamos juntos mais uma vez.

– Aham. Aham. – murmura ele, distraído, enquanto levava uma primeira e caprichada garfada da macarronada com molho de tomate à boca.

Observá-lo comer com tamanha satisfação minha comida, causa-me indescritível felicidade e orgulho. Era difícil fazê-lo não reclamar sobre qualquer coisa. E ele é tão fofinho comendo! Levo uma garfada à minha própria boca, enquanto que o italiano já enchia o prato uma segunda vez.

– Então, Lovi. O que tem feito da vida nesses últimos cinco anos?

– Estudando, oras. – responde, manualmente.

– Hahaha. Verdade.

E nossa conversa permaneceu nisso.

Eu encaro o italiano com um bobo sorriso, enquanto ele já terminava com o macarrão restante no prato, aparentemente bem satisfeito com a refeição. Nenhuma palavra era proferida por nenhum de nós. Não era necessário; uma simples troca de olhares sempre fora bem mais expressiva que qualquer frase.

Eu e Lovino éramos amigos há muito tempo e nos entendíamos como a ninguém outro. Se ele estava triste, seus olhos marejados sempre o denunciavam. Quando eu estava feliz, meu sorriso facilmente me entregava. O motivo de nos entendermos tão bem é que confiamos um no outro. Temos um laço forte demais para qualquer tentativa de compreensão alheia. Somos melhores amigos, e melhores amigos não escondem nunca seus sentimentos um do outro. O silêncio não é algo incomum para nós.

... Mas... Mas tem algo errado desta vez.

Por que este silêncio me incomoda tanto?

Por que, mesmo o Lovi e eu sendo melhores amigos, sinto que seus olhos não estão sendo sinceros? Por que sinto que ele está escondendo algo de mim?


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Notas finais do capítulo

Primeira long do casal, meu OTP master 4ever! ♥
Por isso, por favor, reviews! Aceito tudo com honra e felicidade! Pode até falar algo que você não gostou na fic (eu gosto de saber como pensam meus leitores). ^^
Não me perguntem quantos capítulos vão ser, porque eu não faço ideia; mesmo já sabendo praticamente o enredo inteiro. u.u
O próximo capítulo só deve sair em dezembro, pois estou em vestibular. Então... Desculpa. ^^' (já vou começar atrasando... =.=')
Bem, é isso!
BJJS e até o próximo capítulo!