Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 25
"Mo, não faz assim"




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Acordei um pouco tarde e só tava eu no quarto. Meu primeiro pensamento do dia foi que eu realmente espero que aquela vadia não queira aparecer aqui hoje. Porque do jeito que eu tenho sorte, ela vem pra me infernizar. Escovei os dentes, arrumei meu cabelo e desci. Tavam os dois vendo futebol quase morrendo porque um dos times tava perdendo. Eles nem viram eu descer. Fui até a cozinha e fiz meu café da manhã. Comi sossegada e quase levei um susto com a gritaria dos dois quando o time lá fez gol. Eu tava muito feliz por eles estarem se dando bem, mas eu preferia que meu pai se desse bem com a minha mãe também. Tudo bem que eu quase dei um ataque em pensar neles dois juntos de novo, mas se for pra minha mãe namorar alguém, é óbvio que vou preferir o meu pai a qualquer outro homem. Meu celular começou a tocar me tirando desses pensamentos.

*Ligação on*

– Oi filha. Liguei pra saber como você tá.

– Ah, oi mãe. Eu to bem. To comendo e o Justin e meu pai tão vendo jogo lá na sala.

– Ah tá. Não esquece que você tem aula amanhã cedo e não vem tarde.

– Tá bom, mãe. Eu sei. E eu queria te fazer uma pergunta.

– Pode falar.

– Por que você não volta com o meu pai? – Ela ficou uns bons segundos em silencio.

– Mel, eu namoro.

– E daí? Termina com ele, ué.

– Não posso.

– Mãe, quem escolhe quem vamos namorar, somos nós. E o pai ainda te ama. E bom, você pelo visto não é diferente.

– Mel, cuida da tua vida. Vou ter que desligar. Tchau.

*Ligação off*

Ela tinha ficado brava comigo. Isso era certeza. Fui pra sala e vi que já tava acabando o tal jogo. Fiquei abraçada com o Justin e já tinha acabado o jogo, mas ele e meu pai ainda tavam comentando. Ok, né.

– Vamos almoçar fora? - Até que enfim pararam de falar sobre aquilo.

– Vamos que eu to com fome.

– Mas você tava na cozinha até agora, ou pensa que eu não vi você descendo. - Justin disse sorrindo.

– Na verdade, achei que vocês não tinham notado nem quando eu entrei na sala. - Eles riram. - E eu ainda to com fome.

– Tá bom. Então vai lá se trocar. Seria constrangedor você saindo de pijama na rua. - Meu pai disse e eu mandei a língua pra ele. Subi, me troquei e desci. Os dois tavam só me esperando. Fomos até um restaurante perto da casa do meu pai.

Entramos no restaurante e eu vi um homem de costas que não parecia ser estranho pra mim. Meu pai pediu a mesa e fomos nos sentar. Quando eu sentei vi minha mãe sentando na mesa dele. Que ótimo. Ela, o meu pai e o novo namorado no mesmo lugar.

– Pai, a gente pode ir em outro restaurante?

– Por que, Mel? Aqui tem uma das melhores culinárias da cidade.

– A minha opinião é diferente. Não gosto muito daqui. - Ele olhou desconfiado pra mim, e o Justin mais ainda. Jus sabia que não importava o restaurante ou a qualidade dele. Pra mim importava a comida. Sim, sou gulosa e pareço uma morta de fome. Mas voltando ao assunto, se meu pai visse minha mãe ali com outro homem, ficaria um ambiente mega tenso. Pior se fosse a minha mãe que nos visse. Ela convidaria a gente pra sentar na mesma mesa que ela.

Meu pai disse que tudo bem, e Justin pareceu ver e entender o porque de eu querer sair dali. Nos levantamos eu só ouço um “Mel?” perto da gente. SHIT.

– Oi mãe. - Sorri fraco. Eles se cumprimentaram.

– Querem sentar com a gente?

– A gente seria…? - Meu pai perguntou. Ah que ótimo ‘-‘.

– A Mel não te contou que to namorando? - Ela disse toda sorridente ainda.

– Ahn… não pensava que fosse sério. Mas a gente já tá indo. Vamos? - Eu e Justin assentimos.

– Ah, que pena. Mas tudo bem. E não volta tarde viu, filha.

– Tá, mãe. - Nos despedimos e saímos do restaurante. Entramos no carro e meu pai começou a dirigir, mas não parecia ser pra casa dele.

– Pai, onde a gente tá indo?

– Acho melhor a gente passar no Mc e eu compro o lanche pra vocês no drive.

– Você não vai comer?

– Vou. Era por isso que você queria ir embora, não é?

– Tá bravo?

– Claro que não. Há quanto tempo eles tão juntos?

– Não sei.

– Não sabe mesmo, ou não quer dizer que nem lá em casa?

– Eu realmente não sei. - Fomos o resto do caminho em silêncio. Fiquei pensando o porque da minha mãe namorar com o Joe, John, sei lá que nome ele tem. Ela não parecia nem gostar dele. Eu amo a minha mãe, mas sei que ela não é uma santa. Tipo, o cara tem dinheiro, é chefe dela e tals. Se ela tiver mesmo fazendo isso, vei, que nojo.

Passamos no Mc e fomos direto pra casa. Entramos, e eu e o Jus deixamos as coisas na cozinha e pegando um prato pra gente. Meu pai foi pro quarto e disse que tava cansado. Aham, e eu sou otária.

– Mel, eu não queria falar nada e não fica brava comigo, mas não é estranho tua mãe nem ter apresentado ele pra gente?

– Eu sei, mo. Eu sei. Penso isso também. Mas não quero me intrometer.

– Tava pensando nisso no caminho até aqui? Você tava fazendo umas caretas. - Ele disse rindo.

– Tava. - Disse rindo e colocando os pratos na pia pra lavar. Tocaram a campainha e eu pedi pro Jus atender.

~Justin on~

A Mel pediu pra eu abrir a porta e lá fui eu.

– O que você tá fazendo aqui?

– Acho que esqueci meu biquíni.

– A Mel vai te matar se te ver aqui.

– Foda-se, a casa não é dela.

– Muito menos sua. - Falei rindo debochado.

– Eu só vim pegar o biquíni.

– E tá onde?

– Na lavanderia, eu acho.

– Não precisa se incomodar, eu pego e te entrego. - Ela segurou meu braço.

– Eu vou me incomodar só se você for idiota o bastante pra não me corresponder. - Jenny disse sussurrando no meu ouvido.

– Você tem algum tipo de problema ou é burra pra gostar tanto de ser ignorada?

– Você não parece ser garoto de uma menina só.

– Mas eu sou. E mesmo se não fosse, não pegaria você. - Virei de costas e ela me puxou me agarrando.

~Mel on~

Vei, era só atender a porta. Ele tava demorando demais. Pra vocês terem noção, eu já tinha lavado a louça. Apesar que não era muita. Enfim, fui atrás dele. Quando chego na sala tá ele e a vadia da Jenny se beijando. Na hora, parecia que o sangue que tava no meu dedão do pé tinha subido o corpo todo. Peguei os cabelos dela e puxei sua cabeça até o chão fazendo ela cair. Tava em cima dela e distribuindo tapas pela sua cara, enquanto o Justin tentava me tirar de cima dela. Nem pensava mais no que fazia, só batia nela, quando sinto quatro mãos me tirando dali.

– Tá aqui de novo por que, Jenny? - Só ai que reparei que era o pai.

– Eu vim pegar meu biquíni. Só isso.

– Aham, sei muito bem que foi só isso. Era só me ligar e eu te levava amanhã. Não precisava vir importunar minha filha de novo.

– Claro que eu não quis fazer isso. Só aconteceu.

– É, e eu sou lerdo e todo mundo é otário pra acreditar em você. - Ela se levantou e foi embora. Subi pro meu quarto e tranquei a porta ficando lá sozinha. Tipo, eu sei que foi ela que agarrou ele, mas ele não a empurrou. Pelo contrário, ele deixou.

– Princesa, por que trancou a porta? - Justin perguntou batendo na mesma.

– Por que eu quis.

– Mas o que eu fiz?

– Exatamente isso. Você não fez nada.

– Tá falando do que? Mel, abre a porta. - Não respondi. - Abre a porta ou eu derrubo ela a baixo. - Levantei e abri a porra da porta. Me enfiei debaixo do cobertor de novo e coloquei o travesseiro na cabeça. - Mo, não faz assim. - Ai que ódio, ele não me deixa ficar brava com ele. - Ainda quero saber o porque de você tá brava comigo.

– Ela beijou você e você não fez nada!

– E eu iria fazer o que?

– Empurrar a vadia e não corresponder são boas opções.

– Você já fez isso por mim.

– Não é uma boa desculpa.

– Mel, juro que nem deu tempo de pensar. Nem 5 segundos depois você chegou. E se não chegasse eu ia parar. É claro que sim.

– Doeu ver ela beijando você.

– Mas eu sou só seu. Deixa eu entrar ai embaixo também. - Ele falou entrando debaixo do cobertor e me puxando, fazendo eu ficar deitada no peito dele.


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