Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 14
O aniversário




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Acordar com o Justin do lado é a melhor coisa do mundo. Ou seria, se minha mãe não tivesse me ligado dizendo pra eu abrir a porta. E pra piorar a situação: Justin tem o sono muito pesado e eu tava quase tacando um vaso na cabeça dele.

– Calma, princesa. Achei que ia me acordar de um jeito diferente, digamos. – Disse colocando o travesseiro na cara.

– Eu até iria se a minha mãe não tivesse ai embaixo. Levanta, se veste logo e pula a janela.

– Ficou doida? Ou você acha que sua mãe nunca vai saber? – Eu vou matar o Justin.

– Ela vai saber, mas não vendo você na minha cama. – Dei um sorriso sínico e ele terminou de se vestir, me deu um selinho e saiu pela janela. Desci correndo as escadas e claro que minha mãe já tava impaciente.

– Tava fazendo o que, que demorou desse jeito?

– Nada mãe. É que... eu nem tinha acordado direito. Eu tava um pouco lerda.

– Hm... sei... Melissa, o Justin por acaso dormiu aqui? – Fudeu. Ela nunca me chama de Melissa, por que isso agora?

– Por que, mãe?

– Dormiu ou não?

– Ah, mãe. Você sabe que eu tenho medo de ficar sozinha aqui. Então a senhora já sabe a resposta.

– Senhora só tem no céu, já te falei. E por qual motivo não queria me contar que ele dormiu aqui?

– Por nada, ué.

– Melissa, te conheço e não é de hoje.

– Ah mãe! Pra que tanta pressão?

– Eu não to acreditando. Vocês transaram? – A essa altura da conversa eu já tava parecendo um pimentão de tão corada. – Usaram camisinha pelo menos?

– É claro né.

– Mas eae, como foi?

– Ah não. Nem vem. Não vou te contar, mãe. Nem adianta insistir.

– Era pra você tá de bom humor, sabia? – Eu não to acreditando que ela tá falando isso.

– Acho que tá na hora da SENHORA arrumar um namorado, não acha? – Dei ênfase no “senhora”. Sabia que ela ia ficar doida da vida comigo.

– Olha aqui garota, me chama de senhora de novo que eu te deserdo. – Eu ri. – E não to precisando de um namorado. To bem assim. – Ela desfazia a mala enquanto conversávamos e lembrei do “probleminha” do Justin.

– Ér... mãe. Você tem dinheiro ai?

– Dinheiro pra que, Mel?

– É que... Bem, o aniversário do Justin tá chegando.

– E você não tem dinheiro?

– Não. – Odeio mentir pra ela. E o aniversario do Justin é só em março do ano que vem. Estamos em maio (Autora on: vamos fingir, tá mores? Kk – Autora off).

– Tudo bem, filha. De quanto precisa?

– Quanto você vai pode me dar? – Ela me olhou estranho. – É que eu não decidi o que vou querer comprar pra ele.

– Não tá me escondendo nada não, né dona Mel?

– Não, mãe.

– Hm... Te dou 500 dólares porque sou uma mãe legal. E sei que você não vai comprar alguma coisa de um valor muito alto né. – Sorri fraquinho.

– Obrigada, mãe.

– De nada. E quando é?

– O que?

– Como “o que?”? O aniversário do seu namorado.

– Ah, é semana que vem. Ahn... na quarta.

– A gente podia pelo menos cantar parabéns pra ele aqui em casa. Ai ele traz os pais dele, já que eu não os conheço. – Não to acreditando que isso tá acontecendo.

– Mãe, o Justin não tem pais.

– Ah tá. Mas mesmo assim fala pra ele vim pra cá.

– Tá bom. Vou sair um pouco tá? – Falei dando um beijo em sua bochecha.

– Tá, mas não volta tarde.

– Tá bom. – Fui pra casa do Justin, contar pra ele que ele ia fazer aniversário na quarta. Cheguei e toquei a campainha. Ele não morava muito longe de mim.

– Oi, amor. Achei que ia me ligar se viesse. – Justin falou me dando um selinho. Ouvi um barulho que parecia vir da sala.

– Tem alguém ai?

– Bom, na verdade eu e o Victor estamos vendo quanto a gente tem até agora. Se você não se incomoda com a presença dele, pode entrar.

– Tudo bem. E eu preciso te contar uma coisa. – Justin acentiu.

– Victor, espero que seja educado uma vez na vida e trate a Mel bem, tá ouvindo?

– Então finalmente conheci a Mel que você tanto fala. – Sorri envergonhada. E cassete, só tinha meninos bonitos aqui na Califórnia?

– Então, princesa, o que você precisa me contar, pode ser na frente dele ou a gente conversa depois? - Justin falou baixo só pra eu ouvir.

– Pode ser. Só vim avisar que vai ter parabéns pra você lá em casa quarta.

– Como assim? Eu não to pra fazer aniversário.

– Mas pra conseguir o dinheiro eu tive que inventar alguma coisa pra minha mãe. E eu falei que ia comprar um presente pra você. Só que ela quer cantar parabéns pra você. Fofa né? – Disse com ironia. Victor começou a gargalhar e o Justin parecia não saber o que falar.

– Mas não tinha outra coisa pra você falar?

– Justin, eu não sei mentir pra minha mãe.

– Bom, agora eu vou indo. Tchau, Mel. E Bieber, depois me conta como é fazer aniversário duas vezes no mesmo ano.

– Cala a boca, idiota. – Victor saiu rindo pela porta. – Não liga pra ele. – Eu ri.

– E mesmo eu não falando nada, ela ficou sabendo. – Ele percebeu do que eu falava.

– E o que ela falou? Ela quis me matar? – Eu ri.

– Claro que não. Ela percebeu que eu demorei pra abrir a porta e perguntou se você tinha dormido em casa. Ai eu enrolei pra falar e ela sacou na hora que aconteceu.

– A gente nem conversou direito depois. – Justin falou fazendo biquinho. – E da próxima vez que eu for na sua casa, espero sair pela porta.

– Que idiota você. – Falei rindo e dando um tapinha no braço dele de leve. O que fez ele rir também.

– Você ainda não me disse o que achou de ontem. – Ele disse sussurando.

– Até que deu pro gasto. – Falei natural. Ele ficou olhando pra mim praticamente me fuzilando. – É brincadeira, amor. Foi perfeito. – Disse sorrindo.

– Engraçadinha. – Ele disse me abraçando e caindo sobre mim, me fazendo sorrir.

– Mo, to com sono.

– Vem cá. – Ele disse me puxando me fazendo ficar encostada no peito dele, enquanto ele mexia no meu cabelo.

Acordei um tempo depois e Justin me olhava sorrindo. Sorri de volta e me espreguicei. Olhei no relógio e vi que não tinha dormido nem 2 horas.

– Dormiu bem?

– Cochilei né. E sim, “dormi” bem. – Disse fazendo aspas com as mãos.

– Mel, posso te perguntar uma coisa?

– Claro.

– E seu pai?

– O que tem?

– Você não sabe dele? Ou seus pais são separados?

– Não sei dele. E minha mãe nunca fez questão de eu saber, e eu também não. Por que Jus?

– É que eu nunca vi você falando dele. Ai bateu curiosidade, mas só.

– Hmm... E seus pais? Me conta sobre eles? – Perguntei receosa, sabia que o Justin não gostava de falar disso.

– Bem, eles me abandonaram quando eu tinha 3 anos num orfanato. – Justin suspirou. – Quando eu tinha 6 anos fui adotado. E como você sabe que eu não me dou bem com ele, moro sozinho hoje.

– Mas você não sabe nada sobre eles? – Justin negou com a cabeça. Ficamos em silencio abraçados sem falar nada por um bom tempo. – E se um dia eles vierem te procurar, você os perdoaria?

– Você perdoaria seu pai?

– Não sei. Não sei nem se ele sabe que eu existo. Mas, no seu caso, não.

– Por que essas perguntas, Mel?

– Queria saber mais sobre você.

– Também quero saber mais sobre você. – Justin me fez umas perguntas sobre como era no Texas. Respondi e depois de um tempo ele me levou em casa.

Segunda de manhã. Acordei com o despertador chato apitando. Tava com tanto sono que quase dei de cara com a parede. Mas enfim, depois do meu banho matinal me lembrei da conversa com a minha mãe. Eu não sei mentir pra ela, quanto mais ficar até quarta mentindo pra ela. Dei bom dia pra ela, e ela me deu um beijo na bochecha.

– Quer que eu vá contigo hoje?

– Ir aonde?

– Você não vai comprar o presente do Justin hoje? Ou vai amanhã?

– Ahn... não sei mãe. Vejo isso depois.

– Vai me falar o que vai comprar pra ele né? Alias, eu que to pagando. – Isso tá ficando desagradável.


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