Silver Moon - Me Chame Cantando (tritão) escrita por Oribu san


Capítulo 2
Capítulo 2 - A noite no bosque


Notas iniciais do capítulo

Nossos heróis estavam perdidos e de certa forma neste capítulo vão "se encontrar". novos personagens se juntaram a nós, na torcida por um final feliz.



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No escuro andavam com cuidado para não cair, pisando em poças, com a chuva ficando cada vez mais forte e Titã na guia. Sua visão noturna, que os da sua espécie usam para ver no escuro do mar, não era muito boa na forma humana, mas era melhor do que nada. Avistando assim uma caverna.

– Por aqui. – Guiou o mais cego entre os arbustos.

Lenny apalpou o chão seco da caverna, agradecendo a Deus por encontrar alguns galhos de árvore quebrados pela tempestade e algumas pedras. Acendendo com eles uma pequena fogueira.

– Bom pelo menos isso eu sei fazer.

De repente Tristan sentado em frente ao fogo, disse algo que voltou a mexer com ele.

– Você vai tirar a roupa? Vai acabar ficando doente.

– E... Eu? E enquanto a você? – Disse sem pensar. Arrependendo-se em seguida. Por conta da resposta que recebeu.

– Se você insiste.

Tristan tirou a jaqueta, a blusa branca, e por ultimo os sapatos, ficando com as suas calças para o alivio do seu parceiro de caverna. Que o fez também. Mesmo sem elas e perto do fogo ainda assim ele tremia. Fosse pelo sono ou pelo frio.

– Essa não. – A voz era preocupada. – Você vai mesmo ficar doente. Vem aqui. – Titã sentou-se escorado a uma parede e o puxou para si. Com uma mão escorou a cabeça dele em seu peito sem camisa, e com a outra o segurava no colo.

– O que está fazendo? Me solta!!! – Tentou sair daquela situação, empurrando com as mãos os braços que ainda o seguravam.

– Eu é que te pergunto. É um sacrifício tão grande assim, ficar perto de mim? – Porque Titã tinha de fazer isso com ele? Observava-se ali como um vilão, se aproveitando da situação. E isso fazia seu coração doer muito. Ele estava com tanto frio, e o corpo de Tristan era tão quente e confortável. Sua vontade de xingar aos céus era imensa; por que ele acabou por se render a aquele conforto. Em silêncio percebeu que o coração de Tristan estava batendo forte e rápido.

– Seu coração... Acelerou. – Teve de se conter, para não dar asas a sua imaginação.

– Acho que também estou com um pouco de frio. – Mentia. Se ele mesmo havia dito que estava sempre em temperatura ambiente. A mão que escorava sua cabeça, agora foi até os cabelos daquele humano. Mas isso não o importou.

– Meu pai fazia isso. – O sono quase não deixou as palavras saírem. – Eu gosto dele. Gosto mesmo.

– Porque não diz a ele? As pessoas não podem adivinhar seus pensamentos. Ainda mais quando você faz de tudo para não demonstrar o que sente.

Lenny abriu os olhos, sem se mover. Por um segundo parecia era que o tritão estava falando sobre eles.

– Não sei. Só... Dói. Começou quando a minha mãe morreu e fui morar com a mãe dela, minha avó. Sei que ele também estava sofrendo. Afinal era a esposa dele. Mas...

– O quê? Fala... Anda fala, vai te fazer bem.

– Eu me senti. Abandonado. – Estava sem jeito, era um menino, não estava acostumado a falar de seus sentimentos. Porém a presença de Titã e seu calor os permitia escapar, como a canção daquela noite. – A ausência dele foi me machucando, até eu não me importar mais se estava lá ou não. Amo meu pai. Acho que eu queria que ele tivesse lutado por mim. Ou pelo menos ao meu lado.

– E... E se, a pessoa que você ama, estivesse lutando por você esse tempo todo, mas você não percebeu?

O coração de Titã abalou-se com a última frase, acelerando novamente e levando Lenny consigo como sempre fazia. Mesmo sem ter ouvido o que Tristan disse. Pois havia acabado de dormir sobre aquele corpo majestoso.

– Como eu sou hipócrita. Aqui falando que devia contar seus sentimentos, quando disfarço tão bem os meus. – Ele deu um beijo de leve em sua testa para não acorda-lo. – Hipócrita e burro. – Riu de canto, cobrindo ambos os corpos seminus com sua jaqueta

E foi assim, ao som da batida frenética de dois corações que se passou a noite no bosque.

O dia inaugurou-se, com o sol refletindo brilho nas pequenas gotículas de água espalhadas por sobre as folhas das árvores, fazendo todo o bosque reluzir naquela manhã de céu azul. O primeiro belo adormecido a despertar, foi Tristan. Dando de cara com o rosto emancipado de Lenny. Quase não resistiu a tocar sua boca aberta.

– Pare Titã. Não seja traiçoeiro. – Dizia a si mesmo, esfregando os olhos azuis com o palma das mãos.

Foi ai que ouviu um piar. Era um falcão na porta da caverna. Levantou-se deitando o outro no chão com cuidado para não acorda-lo.

– O que, um falcão faz aqui em baixo? ... E oque eu faço aqui em cima?!!! – Gritou ao perceber que seu abrigo ficava em cima de uma montanha rochosa.

Então acordou o que dormia. Este ficou admirando um pouco a vista, vendo do alto a trilha, a casa, o lago e até o mar no fim dele.

Vestidos, começaram a descida. Lenny pulava de uma pedra a outra com a destreza de um gato. Enquanto Tristan tremia agarrando-se as paredes de pedra.

– É... Terra não é mesmo o seu elemento né? – Apalhaçou alegre com ele, sentando sobre uma pedra para espera-lo descer. A noite anterior, havia lhe revigorado. Ninguém, nunca o tinha perguntado sobre seus problemas. Muito menos parou para ouvi-los.

Ficou ali parado com um sorriso besta nas faces. Ao perceber que estava de novo apreciando a beleza de Titã, uma angustia voltou a espremer o seu coração. Não devia ter dormido abraçado ao amigo, pois agora as memórias como fantasmas lhe sopravam aos ouvidos “como você é sujo Lenny... É... Se aproveitando de alguém tão bom”.

– Pronto, terminei. – Tristan finalmente, alcançou o solo, se deparando com olhos castanhos, inundados, que ao piscar deixaram cair duas lágrimas.

– O que houve? – Tenteou se aproximar, mas ele saiu correndo desaparecendo em meio ao verde. O deixando para trás.

Ao ver sua casa surgindo, enxugou o rosto na camisa, respirando fundo.  Ficou parado ali em frente a sua porta por alguns minutos antes de entrar. De forma alguma queria demonstrar a seu pai algum sentimento de tristeza. Este por sua vez, tinha decidido não perguntar onde o filho passara a noite. Já que ele era quase de maior. E queria mostrar a Lenny que confiava nele.

A porta se abriu. Ele se dirigiu direto as escadas do seu quarto, de onde pode ver Levi sentado à mesa com uma xícara de café e o jornal do dia como sempre fazia. Ele podia ser duro por fora, mas os olhos eram iguais aos de sua mãe. Olhos que Levi conhecia bem. Olhos que não mentiam.

– Você está bem?

– Não!!! – Desceu as escadas correndo para abraçar seu pai.

Foi incapaz de dizer qualquer palavra, o segurando forte. Porém, de nada serviriam. O ar que tomou toda a casa, dizia mais do que qualquer um deles pensou em dizer a vida toda. Um ato de coração aberto tinha todo esse poder. Seja lá qual fosse a corrente que os prendia ao passado, esta foi quebrada ali. Só ficara o amor, um pai e seu filho. Igual ao dia da maternidade.

O resto do dia naquela casa foi tão divertido e brilhante quanto o próprio sol. Foi como se estivessem pondo tudo o que perderam um do outro, sobre o buraco que havia antes, enterrando nele todo o mau.

Surgiu a lua. Que já começava a minguar. Vê-la fez lágrimas voltarem a Lenny em seu quarto.

– Que merda!!! Quando vocês vão parar de cair? – Socou o travesseiro. Uma, duas, três vezes até ele abrir, soprando plumas para todos os cantos. A dor voltava. Não era a de seu pai, era outra. Realmente não devia ter dormido abraçado ao outro. Lembrar do calor, do carinho, e saber que a dor só iria aumentar a cada vez que  ficassem juntos.

Qualquer doença teria sido melhor do que a dor em seu peito.

– Não posso mais te ver Titã... Seu idiota! – Disse à lua, como se ela pudesse lhe entregar a mensagem. Bateu as portas da janela. Expulsando-a de sua companhia.

Enquanto isso, em algum lugar do mar. A água batia de encontro com as rochas. Tristan olhava sério para a lua, quando um braço tentou lhe prender pelo pescoço. Ele agarrou o suspeito pela cabeça, puxando para baixo, o derrubando dentro d’água.

– O quê, que você tem? – Era outro tritão. Um tipo engraçado. Ruivo, de calda alaranjada e sardas, que estava tentando tira-lo daquela seriedade.

– Não é nada Marcel. É a lua.

– Sim. Que tem ela? – O amigo sentou-se ao seu lado.

– Ela parece... Triste.

Marcel olhou para ela, depois voltou a olhar para ele.

– Eu não vejo nada.

Tristan sorriu e com um chute, tornou a lhe derrubar dentro d’água.

– Você é idiota Marcel. – Mergulhando em seguida.

– Aonde vai agora?

– Vou treinar. Você devia fazer o mesmo, se quiser vencer esse ano.

Uma semana. Foi esse o tempo que se passou. O carro de Levi chegava em casa, trazendo seu filho que desceu com as compras do mês nos braços. Às vezes como agora, ele fitava o lago. Tinha muita vontade de nadar na sua outra forma. Só o fazia às vezes, quando tinha certeza de que ninguém estava por lá. O pai observou a cena um pouco.

– Quer pescar? – Pôs na cabeça dele o seu chapéu de baseball. – Terminei de concertar o barco que usava antigamente.

Verdade. Sua avó havia lhe dito que seu pai sustentava ele e a sua mãe como pescador. Mas não podia ser aquela sucata que ele viu quando chegou. Levi tinha ressuscitado a velha lata do mar, que parecia como nova.

– Talvez depois.

Depois que não chegou, pois ele fingiu uma dor de cabeça e trancou-se no quarto. A vontade de ver Titã estava vencendo. Nem podia comer peixe, sem lembrar que Titã conseguia arrancar todas as espinhas puxando a cabeça do peixe com os dentes. Nem comer doces, sem separar as azuis. Acabou cochilando no chão. Sussurrando enquanto dormia “quero vê-lo. Eu quero”. Vindo a acordar à noite.

– Pai... O senhor já comeu? – Bocejava descendo a escada.

Na cozinha encontrou o bilhete escrito à mão, no qual se lia: “Estou na taverna, da cidade bebendo com uns amigos. Talvez não volte hoje. Jantar na geladeira e comprimidos no armário”.

Nem era pela comida, menos pelos comprimidos. Queria era ficar com seu pai. Ele o fazia pensar menos em Tristan.

– Que se dane. – Cortou seus próprios pensamentos. Se ficar perto dele doía. Ficar longe doía ainda mais. – Nem que eu passe o reto da vida como seu amigo, eu vou ver ele.

Um vaga-lume entrou pela janela da cozinha, o deixando curioso o suficiente para sair de casa. Havia muitos deles, brilhando no escuro, espalhados pelas árvores, pousados nas folhas dos arbustos, e no céu misturando-se as estrelas. Parecia até que eram elas que estavam descendo para tocar os arvoredos. Assim que é a época do acasalamento. Sentado na varanda, curtia o show de luzes, quando uma luz passou solitária dentro do lago. Não podiam ser vaga-lumes, os insetos não nadavam. O que seriam essas luzes na água agora? Em seguida passou outra e mais uma. Seu espirito de aventura o mandou ficar de pé, para averiguar o que eram. Mas antes mesmo que ele desse um passo. Aquele por quem chamava dormindo, surgiu na água, o fazendo sussurrar seu nome mais uma vez.

– Titã...

– Peguei mais uma. – Tinha uma enguia nas mãos. Só então percebendo a presença dele. – Oi Lenny. – Acenou usando o bicho de bandeira.

Ele não entendeu porque o outro estava agindo daquele jeito. Sem perguntar o porquê tinha chorado. Nem porque sumiu. No fundo ficou aliviado por ele não perguntar. Por nada ter ficado entre eles. Ia chegar ao píer. Quando uma sereia também surgiu ali. Olhando diretamente pra Lenny e ele para ela. Era impossível dizer quem estava mais surpreso. Ela aproximou-se de Tristan, e então o segurou pelo braço.

– Titã. Ele é mesmo um humano. – Ela sussurrou ainda agarrada a ele.

Era realmente muito bonita. Cabelos ondulados cor de ouro como a pele, de calda vermelho sangue. Vestindo um top de couro que cobria os seios. Porém o que chamou sua atenção foi o colar em seu peito na forma de um sol.

– Claro que ele é humano. – Mais um tritão apareceu.

Era Marcel, pulando fora d’água, caindo em solo na forma humana.

– Marcel seu idiota!!! – Titã exclamava louco lá dentro.

– O quê, que eu fiz agora?!

Ele estava nu, girando inocentemente ao redor de Lenny, analisando cada centímetro de um humano de verdade. Sua nudez pareceu não abalar em nada o outro, que só conseguia olhar para o casal no lago.

– Ela é mesmo bonita Titã. – Talvez fosse melhor assim. Ele pensou.

A sereia ficou um pouco vermelha, ficando em seguida mais a vontade com ele.

– Obrigada. Você também. É tão bonito quanto Titã disse que era.

– Ehrr... Ehrr... Aísha esse é Lenny. Acho que eu já falei dele pra vocês né?! – Ele levou a mão atrais da cabeça sorrindo, para disfarçar o constrangimento. – Você se lembra disso?

– Como se você deixasse agente esquecer. – Disse um novo tritão aparecendo.

Este, de cabelos curtos como os de Marcel, mas espetados como se gostasse de rock, de cor negra igual à calda. Contrastando a pele branca os olhos vermelhos.

– Risal. Não fale assim. Faz parecer uma coisa ruim. – Aísha se pendurou a ele quando se aproximou, lhe dando um selinho. Surpreendendo de novo o humano. Então era ele o seu namorado e não Titã. Ele já tinha aceitado que gostou um pouco dela, mas agora gostava ainda mais.

– Então? Agente vai ficar aqui a noite toda, ou vai voltar a pegar enguias? Até agora agente só tem a que Titã pegou.

– Só se Titã não enrolar muito e mandar logo o humano entrar na água. – Risal respondeu de braços cruzados ao ruivo pelado.

– Você vem Lenny? – Seu amor secreto estendeu a mão.

E antes de ele poder pega-la. Marcel passou correndo sobre o píer, pulando dentro do lago, muito alegre.

– Eu primeiro. – Sua bala de canhão, espalhou muita água molhando a todos.

– Ei humano. Duvido que faça melhor – Desafiou Risal.

Representando a raça humana, Lenny deu uns passos atrás, correu, saltando bem no fim. O impulso de ultimo momento o ajudou a ir bem alto, dando um mortal no ar, mudando de forma e só então, caindo já transformado na água. Um espetáculo à parte, suficiente para calar a quem devia.

– Uhuuu... Engole essa, bobão. – A sereia curtiu com seu namorado, lhe dando uma tapinha de leve no rosto, nadando para Lenny que já havia mergulhado com os outros.

Submersos Titã prendia o cabelo do outro de modo perfeito como só ele fazia. Explicando os planos. Precisavam de enguias e peixes luxiu (peixe fosforescente) para ajudar a iluminar o festival tsukimarine. Uma espécie de festival marinho, em que todos ajudam a realizar de alguma forma. Uma grande festa num dia de diversão para todas as idades. Que iria acontecer no dia seguinte.

– Você vem comigo Lenny?

Embora ele não soubesse, o povo do mar tinham uma certa regra, quanto a pessoas de fora participarem das coisas de sua cidade. Tipo. Mesmo os tritões e sereias de outras cidades marinhas. Só podiam participar se fossem convidados por um parente ou namorado. Era mais ou menos como chamar pra fazer parte daquela família. Sendo humano e desconhecendo essas regras, ele não entendeu a força do pedido, Tristan estava dando o primeiro passo.

– Isso, vem com agente. Vai ser tão legal. – Marcel.

– Também acho. Assim agente te conhece melhor. E eu inda não fico sozinha enquanto os meninos se divertem. – Ela o segurava pelas mãos.

– Tá. Tá bom. Todo mundo sabe que ele vai. – O tritão de calda negra entrou entre eles, dando uma gaiola a Lenny, e ficando com outra. – Então está certo. Os garotos pegam as enguias. E as garotas... – apontou para ele e Aísha. – pegam os peixes.

Lenny não gostou nada de ser comparado a uma garota. Quase debateu com ele, mas a sereia lhe tirou a atenção o puxando para ajudar. Ainda olhou para trás, mas eles já tinham ido embora.

– Não ligue pra ele. Risal é um pouco difícil de lidar, mas também gostou de você.

– Você acha? Não é o que parece. – Falava procurando entre algumas algas.

– Ah. Ele se faz de durão, mas tem um bom coração. E uma vez dentro dele, ninguém mais poderá encostar em você, sem dar de cara com ele.

O garoto deu uma pequena risada ao descobrir que aquele ser tão apavorante, era tão protetor com seus entes queridos. O modo que ela o descrevia, não parecia em nada aquele demônio de olhos vermelhos. Continuaram ali, capturando as criaturas, que mal podiam se esconder a noite, por causa de seu brilho. Enquanto o trio acima deles nadava freneticamente de um lado a outro, atrás das enguias. Tristan era sempre perfeito em tudo o que fazia, porém em matéria de velocidade, Marcel o superava. Conseguia ir de baixo pra cima muito rápido. Quase não dando tempo dos bichos escaparem.

 – Como ele pode ser tão rápido? – Disse a si mesmo. Até Aísha responder.

– Treino. Marcel é um tritão de corrida. Na cidade se usam muito eles pra resgates em auto mar. Já Titã e Risal ali. – apontou pra eles, que pareciam estar em uma competição própria, para ver quem pegava mais. – Estão sempre assim, competindo e competindo um contra o outro. Ai... Às vezes tritões de guerra são tão cansativos.

– E o que eles fazem?

– Ah, lutam, ficam fortes – Pôs a mão sobre seu pingente de sol. – protegem. Você vai ver amanhã.

Assim que terminou de dizer isso, os enunciados se aproximaram de onde eles estavam. Com sua gaiola mais da metade. Deixando a sereia intrigada.

– E então. Quem venceu?

– Nós não sabemos.

– É... O idiota aqui. Misturou as enguias dele com as nossas – Risal apertava o pescoço de Marcel, preso numa chave de braço.

– Bom então acho que nós ganhamos. – Ela arrastou a sua cesta detrás de uma pedra.

Estava tão cheia que arrastava pelo chão de areia fina e os peixes mal podiam nadar. O objeto abarrotado de luxius fez Risal apertar ainda mais o pobre tritão corredor. Só o largando ao ver a cara amarrada de sua fêmea. Escoltaram Lenny de volta pra casa, ainda cedo. Para que tivessem forças de sair no dia seguinte.

Como esperado, Levi ainda não havia voltado e certamente só apareceria pela manhã. Para pegar seu filho adolescente, e deixa-lo em Silver Moon, para as festas de São Marine. Uma festa de rua, semelhante a um carnaval, e que coincidentemente caia no mesmo dia da tsukimarine. Lembrando-se disso na porta de casa, voltou correndo para beira da água, chamando Tristan. Que mandou os outros seguirem sem ele.

– O quê que foi?

– Amanhã eu tenho que ir as festas de São Marine. Então não posso ir direto de casa.

– Não se preocupe. Você só tem que ir até lá, escapar para a tsukimarine, e depois voltar antes do fim. Assim o seu senhor vai achar que passou o dia todo lá.

– É um bom plano. Como um cabeça de peixe pensou num plano tão bom?

– Pra você ver. Não só sou belo, como também sou esperto.

– E... Que convencido. – Ele empurrou a cabeça do outro que sorria dentro d’água.

– Parecem felizes. – Comentou Marcel, espiando escondido com os outros dois entre as rochas.

– Pena que são tão burros. – O roqueiro do mar inclinou-se pra frente, para ver melhor. Dai escorregou das pedras molhadas, entregando sua posição. Assustando os outros dois em terra, que estavam se olhando de perto, quase se beijando.

– Até amanhã Tristan. – O pardo correu pra casa.

– Quem é o burro agora. – Aísha mergulhou com Marcel morrendo de rir da sua cara.

Dentro de casa, o Jovem fechou a porta atrás de si, escorando-se nela. Fervendo, com a pele em chamas. Estaria vermelho agora, se sua pele fosse mais clara.

– DEUS. Quase estrago tudo. – Levou a mão aos lábios. – Eu... Eu quase o beijei. Estou quase me perguntando se foi uma boa ideia ter voltado a andar com ele. – Então percebeu algo. A mão desceu a mão da sua boca. A levando para dentro da bermuda.

– Eu não acredito nisso. – espantou-se com o que viu. – por que tá assim? Eu nem beijei ele.



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Notas finais do capítulo

UI QUE CALOR `_´
Ahh... que bom que vocês estão aqui de novo. Agradeço por não ter destinado eles a ficar parados onde estavam.
('.../')
(◕.◕) Aqui é Oribu-san agradecendo "Arigatou gozaimasu"
(,,)(,,) ATÉ BREVE...



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