ATO I

NARRADOR: Era uma vez, num passado não tão distante, uma princesa muito bonita e amada por todos, exceto pela sua irmã, Paula Tejando. Esta, que estava envolvida com mágica, lançou uma maldição na irmã, falando que, quando ela tivesse uma filha, a menina morreria aos 16 anos. E assim foi. Quando a princesa se casou, após alguns anos, ela teve uma garota - e um certo gnomo mágico a visitou e falou para lhe nomear Maria Juana. Mas como ela era muito delicada, a chamavam de Juanita.

(Juanita entra em cena, saltitando e sorrindo. Então para no meio da sala e suspira, falando com uma voz doce e delicada.)

JUANITA: Ah, eu quero visitar minha melhor amiga, a Carlita. 

(Juanita sai do castelo, saltitando pelo caminho. Dois minutos depois, o gnomo entra em cena.)

GNOMO: Oh, bela donzela, o que você faz sozinha aqui nessa hora?

JUANITA: Estou indo visitar minha amiga.

GNOMO: Ah, sua amiga? Porque não leva um presente para ela?

(O gnomo tira uma garrafa com uma bebida da sua bolsa.)

JUANITA: O que isso faz?

GNOMO: Essa bebida realizará todos os eus sonhos... E eu não lhe cobrarei nada por isso, garota.

(Juanita fica um pouco indecisa, mas assente. O gnomo dá bebida para ela.)

GNOMO: Mas eu lhe aviso... Você só pode tomar uma dose dela. E uma vez que você entra nesse mundo, não tem como sair.

JUANITA: Eu não tomarei mais que isso.

(O gnomo sai de cena. Juanita ignora o aviso do gnomo e toma a garrafa toda da bebida. Ela fica tonta, começa a falar besteiras e acaba desmaiando. Um homem misterioso entra em cena.)

HOMEM MISTERIOSO: O que uma garota tão linda como você faz sozinha aqui?

(Então a puxa para dentro de sua carruagem e a leva pro seu castelo.)

ATO II

(Juanita está deitada, o homem misterioso está de frente para a cama, com os braços cruzados.)

NARRADOR: Juanita acorda no quarto do homem misterioso. Apesar de estar assustada, também estava admirada pelo lugar no qual se encontrava.

JUANITA: Onde eu estou? Quem é você?

HOMEM MISTERIOSO: Isso não é relevante agora. O que importa é você.

(O homem se senta perto de Juanita.)

HOMEM MISTERIOSO: Eu te encontrei na rua, desmaiada... Você pode escolher ir embora, e eu te levarei para sua casa. Mas você também pode ficar.

JUANITA: Mas... Porque eu ficaria?

HOMEM MISTERIOSO: Se você ficar, posso te dar algo que você vai gostar.

(O homem misterioso tira um saquinho com pedras dentro e entrega nas mãos de Juanita.)

JUANITA: O que é isso?

HOMEM MISTERIOSO: São as pedras mágicas. Elas fazem as coisas parecerem melhores.

JUANITA: Eu poderei tê-las? Você vai me dar elas?

HOMEM MISTERIOSO: Sim. Mas eu precisarei do seu serviço em troca. É um tipo de pagamento.

JUANITA: Serviço? O que eu preciso fazer?

HOMEM MISTERIOSO: Minhas profissionais do sexo poderão lhe explicar.

(As profissionais do sexo entram no quarto, cumprimentando Juanita e o homem.)

HOMEM MISTERIOSO: Você vai ficar, Juanita?

JUANITA: Eu fico.

ATO III

NARRADOR: Juanita aprendeu tudo com as profissionais do sexo. Seus serviços eram bem-feitos, então ela conseguia muitas pedras mágicas - também aprendeu a fumá-las com as profissionais. Mas como estava fumando muita pedra, ela fazia a maioria dos seus serviços um pouco sonolenta, o que lhe rendeu o apelido de "Bela Adormecida" e alguns clientes com opções estranhas. Tudo estava indo bem, até que uma tragédia aconteceu.

(Juanita entra em cena, segurando um papel.)

JUANITA: Eu não sei o que fazer... O doutor me disse que eu não estou bem, que tenho Pedronix... Ah, se eu não tivesse fumado tanta pedra, eu não estaria assim...

NARRADOR: Pedronix era uma doença degenerativa causada pelo uso excessivo das pedras mágicas. E se ela não fosse se tratar, poderia morrer.

JUANITA: É isso, eu vou fugir. Vou voltar para meus pais, me reconciliar com eles e me curar dessa doença!

(Juanita sai de cena, correndo.)

NARRADOR: Naquela noite, enquanto o homem misterioso e as profissionais do sexo dormiam, ela fugiu. Conseguiu chegar na sua casa pela manhã, e foi recebida com alegria pelos seus pais. Juanita tentou se tratar, era uma luta diária para a princesa... Mas ela não aguentou. Estava viciada na pedra mágica, queria fumar uma, mesmo que fosse a última vez. Então ela voltou para o castelo do homem misterioso, e foi recebida por ele quando chegou.

JUANITA: Oh, é você. Por favor, me dê mais pedras mágicas!

HOMEM MISTERIOSO: Não, Juanita. O que te faz pensar que eu vou te satisfazer?

(O homem levanta sua arma, apontando para Juanita.)

JUANITA: Não! Por favor, tenha piedade, não faça isso...

HOMEM MISTERIOSO: Juanita, eu te dei o meu amor. Mas você, ingrata, só me deu o seu rancor.

(O homem atira e Juanita cai no chão, morta.)

NARRADOR: E a maldição de Paula Tejando se cumpriu. Os pais de Juanita nunca maios viram a filha, ficando sem saber se ela estava viva ou morta. E o reino, depois daquilo, nunca mais foi feliz.