Survival Horror Game escrita por slytherina


Capítulo 5
Level 5: Loading Shelter


Notas iniciais do capítulo

Que organela do citoplasma contêm informação genética?
Resposta: mitocondria
Que nome é dado à teoria que a origem da humanidade repousa em uma espécie ancestral na África?
Resposta: Mitochondria Eve



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          Uma menininha acordou. Estivera sonhando com cores brilhantes, vozes e gritos, quedas, ferimentos, sofrimento, tristeza. Ela acordou suando e sem fôlego. Sentou-se em sua cama e observou o quarto onde estava. As paredes eram escuras. As lâmpadas eram anormalmente grandes. Mesmo para um adulto, aquelas lâmpadas eram maiores do que o normal. E havia muitas lâmpadas, todas apagadas... oh, espere... elas estavam quebradas... todas elas. A menininha entrou em pânico. Sua respiração ficou rápida, seus olhos tentavam captar tudo ao seu redor, sua mente tentava entender e lembrar... "Onde eu estou?" A menininha procurou a saída daquele quarto. Viu uma porta e foi por ali. Deparou-se com um corredor brilhante, ladeado por águas, como se o corredor fosse um tipo de ponte. E havia movimento naquelas águas, como se houvessem animais nela. No fim do corredor havia outra porta, que se abriu e uma figura apareceu. Um homem alto e vestido com um tipo de macacão com respirador. Ele portava uma arma tipo espada eletrificada, que arrastava no chão, enquanto se aproximava lentamente da menininha. Ela começou a gritar e voltou-se correndo por onde viera.

 


          Aya acordou agoniada. Sua fronte estava suada, e molhava os curtos fios de cabelo louro colados ao seu rosto. Ela abriu a boca e sufocou um grito de socorro, enquanto revirava-se na cama. Um braço musculoso e cabeludo abraçou-a pela cintura, enquanto um queixo áspero, cheirando a musk, encostou-se na volta do seu pescoço. Ela sabia quem era antes mesmo de ele falar-lhe algo.

          _ O que foi amor?

          _ Eu tive um pesadelo.

          _ Era tão ruim assim?

          _ Era... Quero dizer... Eu acho que era uma lembrança.

          _ Uma lembrança ruim?

          _ Sim.

          _Não se preocupe Aya, eu agora estou com você.
 

          Então o homem de braços musculosos iniciou a beijar os ombros de Aya, enquanto fazia massagens em seu ventre. Os beijos ficaram mais exigentes e o homem a virou de frente para ele. Aya encarou os olhos de Kyle. Por um segundo ela viu com estranheza aqueles olhos azuis profundos, como se ele fosse um completo desconhecido. Então tudo se desvaneceu.

 


          Aya piscou. Estava deitada em um beliche de um dos alojamentos da shelter. Deitara-se ali para recobrar as forças, e tivera aquele estranho pesadelo. Sonhara que estava dentro de outro sonho. E tendo Kyle ao seu lado, como se fosse seu marido. A conotação sexual do sonho não lhe passou despercebida. Achava que precisava de umas merecidas férias, de preferência na companhia de algum belo rapaz. Entretanto, algo no seu sonho lhe parecia extremamente real. A garotinha assustada que se deparou com o NMC conhecido como Nº 9. Aya já o havia enfrentado antes, e o julgava culpado de atos de sabotagem. Ele era diferente dos outros NMCs por agir premeditadamente. Parecia que seguia algum plano de dominação, ou de destruição mundial. No íntimo apenas o considerava um louco, como os cientistas que criaram os NMCs. Lembrou-se de Kyle. Será que a atração que sentia por ele era tão perceptível assim? Será que poderia realmente confiar em um detetive mercenário, caçador de recompensas?

 

          Aya procurou Pierce na sala de controles.

          _ Pierce, estou pronta para descer ao subnível B6.

          _ Tudo bem. Aya, tem algo que eu preciso lhe mostrar.

          _ O que é?

          Pierce colocou um disco no compartimento de DVD-rom. O monitor abriu uma janela para exibição do conteúdo. Era um vídeo-blog do cientista chefe da Shelter. Seu nome era Richard Bowman. Ele mostrava testes em cobaias. Animais dóceis e indefesos transformando-se em monstros mutantes. Explicava com diagramas, fórmulas e cálculos, o que estava fazendo. Falava sobre mitocôndrias e amostras de sangue mutante. Citou o primeiro ser mutante do qual retiraram amostras teciduais para pesquisa e testes de clonagem. Alguém chamada Aya Brea.

          Aya sentiu as pernas bambearem. apoiou as mãos no painel, tentou desviar os olhos da tela, mas o homem continuava falando, falando... Ela era a responsável por toda aquele pandemônio genético? Como? Por quê? Lembrou-se de um incidente de seu passado, quando teve que capturar a psicopata Melissa Pearce, envolvida no primeiro ataque de NMCs de que se tinha notícia.

          _ Aya, tudo bem?

          _ Tudo bem Pierce... Só um pouco aturdida com tudo isso. Você já informou Rupert sobre isso?

          _ O chefão? Já. Hey, não fique assim. Você não poderia saber que eles iriam te ultilizar como matéria-prima para criar monstros, não é?

          _ Pierce... você acha que eles me clonaram?

          _ Sim. É o que eu faria se estivesse no lugar deles. Se bem que por outros motivos.

          _ Pierce!!!

          _ Desculpa, acho que pensei em voz alta.

 

          Aya preparou-se para enfrentar mais um inimigo. A fonte de energia negativa no subnível B6. Colocou seu colete à prova de balas, um kit de medicamentos, carregou o pyke, a shotgun e a pistola. Estava descansada e sentía-se forte, apesar de um pouco transtornada pela revelação que Pierce lhe fizera. Kyle veio encontrá-la. Ele também estava com colete e sua imponente magnun.

          _ Tem certeza que quer ir Kyle? Quero dizer, eu nem sei o que iremos encontrar lá embaixo. Talvez um monstro pior do que todos que já temos visto.

          _ Sem problemas gata. Tem pensado em mim baby?

          _ O que... o que quer dizer com isso?

          _ Nada. É só algo que gosto de dizer a garotas lindas. Ahah!

          _ Certo... Pronto?

          _ Vamos lá.

          Aya e Kyle desceram pelo elevador. Quando este começou a descer, uma musiquinha dissonante começou a soar em alto-falantes. Aya realmente ficou irritada com aquilo, perdendo sua concentração por completo. Kyle também parecia nauseado.

          _ Aya, me dê sua pistola por um pouco.

          _ Aqui está.

          Kyle mirou nos alto-falantes e destruiu todos os quatro. A musiquinha arrastada cessou. Aya sentiu-se um pouco melhor. Kyle devolveu-lhe a pistola.

          _ Eu não acredito. Isso era um tipo de arma?

          _ Dano mental a partir de ondas sonoras. Engenhoso

          A porta se abriu e eles saíram para o corredor. Então um zumbido seguido de barulho de alvo destruído, os fêz voltar correndo para o elevador. Kyle pegou uma caneta do bolso e atirou-a para fora. A caneta foi desintegrada no ar.

          _ Maldição! Era a minha favorita.

          _ Sensores de movimento com sentinelas de raio laser. Eles não brincaram em serviço.

          _ Aya, me empreste seu rifle com pyke?

          _ Da próxima vez, traga seus próprios brinquedos.

          _ Eheh!

          Kyle desmontou o pyke e encaixou a mira telescópica no rifle. Procurou o melhor ângulo e mirou nos mini canhões de laser. Com a mira telescópica foi muito fácil. Kyle destruiu 6 sentinelas.

          Seguiram caminho, agora mais cuidadosamente, pois poderiam ser surpreendidos por outro ataque desconhecido. Abriram uma porta e defrontaram-se com uma cena surreal.

          Um ser pequeno, do tamanho de uma criança, de roupa protetora contra radiação, ao lado de um ser gigantesco e esquálido, como se fosse feito de papel. Seus braços e pernas eram longos e tentaculares. O gigante colocou uma das mãos na cabeça e o ambiente pareceu ganhar vida. Tudo ficou distorcido e gelatinoso, como se estivessem embaixo d'água, ou um pesado véu tivesse caído sobre eles. Música passou a soar no ambiente, a mesma musiquinha dissonante e arrastada. Mini canhões laseres projetaram-se da parede, e miraram Aya e Kyle.

          O gigante que mantinha uma das mãos na cabeça, agora colocava a outra mão no peito, na altura do coração. Seu tórax ficou luminoso, e passou a emitir luz em ondas como se estivesse se aquecendo para algo maior.

          Aya tentou usar energia parasitária mas a musiquinha não a deixava concentrar-se. Kyle agarrou-a e saiu correndo na direção por onde vieram. Ele balançava a cabeça como para livra-se do som da musiquinha. Teve uma idéia.

          Tirou do bolso da calça um mp3 player. Colocou os fones de ouvido em Aya. Ela o olhou como se sua súbita dor de cabeça houvesse cessado.

          _ Eu irei atirar nos laseres e nos alto-falantes... depois você usa sua energia mágica contra o monstrão... Ok? _ Kyle falou com dificuldade, pois a musiquinha lhe embaralhava as idéias.

          _ Tudo bem. _ Aya retirou os fones de ouvido e os colocou em Kyle. A seguir agachou-se ao chão e colocou as mãos nos próprios ouvidos.

          Kyle ficou escondido na volta do corredor e armou-se do rifle. Mirou nos canhões laser e destruiu-os. A seguir mirou nas caixas de alto-falantes. Destruiu-as também. Quando a música cessou, Aya tentou se aproximar do gigante. Kyle ao ver o peito incandescente do monstro, puxou Aya de volta ao seu abrigo. Isso foi na hora, pois o monstro expeliu um tipo de plasma de energia cintilante que destruiu e deformou parte da parede. Ele voltou a carregar o peito. Kyle descarregou sua magnum no peito do gigante, sem muito efeito.

          Aya saiu do esconderijo, colocou a mão na fronte e curvou um pouco o corpo enquanto apoiava o joelho no chão. Então de seu corpo irradiou uma fonte de energia térmica, que se propagou em todas as direçõe. Tudo em volta pegou fogo e derreteu, inclusive o monstrão. A criaturinha ao ver o monstrão ser destruído, saiu correndo e entrou por uma porta. Kyle e Aya foram atrás. Na próxima sala depararam-se com um quarto de criança. Kyle mirou a magnum na cabeça da criaturinha, mas Aya afastou a arma dele. Ela aproximou-se do pequeno NMC e retirou seu capacete. Havia uma pequena menininha muito semelhante a Aya, e muito semelhante àquela do sonho. Aya ficou chocada. A menininha olhou-a curiosa e exclamou: "Mamãe?"


 

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Notas finais do capítulo

Agradeço a Jack5tayloor por se afastar de suas atividades diárias e dedicar algum tempo na análise da minha fic. Muito obrigada pela paciência em me apontar os erros e me mostrar o caminho a seguir. Ainda não está bom, mas pretendo melhorar no próximo capítulo. Valeu cara!



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