A presença que sentira me seguindo era a mesma que sentia quando aquele rapaz por quem eu sentia uma repulsa enorma e não sabia o motivo de tal sentimento negativo. Eu não queria nem saber quem era, eu simplesmente apressei meu passo até o momento que não teve outro jeito a não ser correr. Eu estava de olhos fechados, então, passei minha casa e, quando abri meus olhos, não fazia ideia de onde estava. A única coisa que eu sabia era que eu estava numa rua deserta, perto de um parque. Olhei para os lados e não vi ninguém. Fiquei aliviada.

Comecei a andar mais devagar, vagando por aí sem um rumo exato. estava mais tranquila, mas... Onde eu estava? O jeito foi continuar andando. Passei pouco mais de uma hora andando, sem saber em que lugar extamnete eu me encontrava. Parei em frente a uma casa, toda branca. Me senti mal, então, tratei de sair dali. Andando cada vez mais, percebi que havia adentrado o parque. Comecei a ficar preocupada. E a família? Será que estavam preocupados? Será que não estavam? Bem, conhecendo o papai como conheço, por mais rígido que ele seja, com certeza estaria preocupada. Afinal, eu sou sua filha mais velha, e o orgulho da família. Todos lá faziam questão de me promover pra todos (seria algo como falar bem de mim pra todos os amigos e vizinhos). Definitivamente eu era muito paparicada nesse detalhe.

Sentia que estava tudo bem, então, sentei-me embaixo de uma árvore, abri minha mochila e retirei dela meu caderno e meu lápis. Comecei a desenhar a paisagem que tinha em frente a mim. Era a imagem de uma sakura. Havia também, ao lado da sakura, uma roseira, cheia de rosas brancas. 

- Que rosas lindas - eu falei pra mim mesma

- Estas flores lhe agradam? Essa bela planta é obra de minha família, afinal, foram os membros da mesma que lhe plantaram aqui, neste local. - uma voz masculina se dirigia a mim.

Eu me senti muito, mas muito mal de verdade. Levantei-me e olhei para o alto da árvore em que eu estava sentada embaixo. Era aquele garoto.

- O-O QUE VOCÊ FAZ AQUI? - eu estava muito irritada.

- Ora, o que eu faço aqui? Isso é pergunta que se faça? A pergunta certa é: o que VOCÊ faz aqui?

- P-por que?

- Porque aqui é próximo à minha casa, então, é mais do que normal eu estar aqui. 

- Por que você fica me seguindo pra tudo quanto é canto que eu vou?

- Porque o destino assim quer.

- Não meta o destino nisso. 

- Ué... Mas eu não estou falando nada além da verdade.

- E o que tem de verdade nisso? Se você se encantou por mim, desculpe, mas a única coisa que sou possível de sentir por você é puro ódio.

- Encanto? E quem poderia se encantar por um demônio como você? - ele ria sarcasticamente.

Eu não aguentava mais ouví-lo falando, quanto mais rindo. Por conta disso, não fui capaz de controlar minhas emoções naquele momento. Mostrei minha verdadeira forma.

- Ah, então essa é a sua verdadeira forma. Bem, se você tem o trabalho de mostrar sua verdadeira forma pra mim, como eu poderia ir embora sem nem ao menos mostrar-lhe a minha?