As lágrimas rolaram mais uma vez, mas eu não quis enxugá-las. Agora eu não tenho medo de ele me ver chorar, é algo normal demais, fácil demais.

-O que disse? – ele diz com a voz rouca, eu tenho certeza que ele estava se esforçando para se manter bem – Repita

Forcei as cordas vocais a trabalharem, e minha voz saiu audível, como eu queria que saísse

-Draco Malfoy, eu me lembro de você

-Como... Eu não... – ele se aproximou de mim – não é possível

-É possível para a última descendente de Merlin. Eu não me lembro de muitas coisas, mas eu me lembro tão bem de nós... De todas as vezes que ficamos juntos, todos os sorrisos, beijos e lagrimas...

Draco me interrompeu com um beijo urgente, eu retribuo com a mesma urgência, colando nossos corpos por um só, e eu pude desfrutar cada mísero segundo, sem sentir qualquer culpa por sermos que somos eu estava fazendo o certo para mim

-Desculpe – eu disse nos separando – quando eu não acreditei em você. Draco você estava fazendo tantos sacrifícios para si aproximar de mim esse ano, e quando aquilo com a Pansy e você aconteceu, você disse a verdade com certeza, e eu não acreditei em uma palavra

-Pansy trabalha para minha irmã agora, Michael Lestrange também. Ela queria me separar de você – ele diz – acho que a foto no jornal era dela, eu nunca quis ela, eu não...

-Não se desculpe, eu fui à idiota

-Não, eu fui maluco. Eu devia ter dito que eu sou Draco na mesma hora que eu vi você...

-Eu entendo Draco, eu entendo... – eu engoli o choro – naquele dia, você me disse que me amava, e eu não acreditei em você, eu nunca disse isso pra você, mas eu também te amo muito e não é nosso sangue que vai mudar isso, espero que você ainda sinta o mesmo, eu sei que é difícil, por que eu tenho que matar...

Ele me arrancou outro beijo surpresa de tirar meu fôlego.

 Depois olhou profundamente nos meus olhos, enxugou minhas lagrimas com os dedos, algo que parecia tão especial e nosso agora, passou os dedos sob meus lábios, e depois depositou outro beijo carinhoso sob eles, roçou os dele contra o meu e sussurrou

-Não pense, por um minuto, que a alguma possibilidade, uma hipótese absurda, em que eu poderia não amar você um dia, por causa de uma profecia idiota. Nada, ninguém, nem coisa alguma podem fazer isso acontecer. Eu deixaria tudo, faria qualquer coisa, daria qualquer coisa pra você, em troca do seu sorriso, só isso seria mais que o suficiente para que eu fosse feliz.

Eu sorri, eu sentia o peso da verdade em cada silaba.

-E você não precisa me dar nada – eu digo com a voz embargada – alem do seu coração

Dessa vez, eu o arranquei um beijo, o puxando mais pra mim. Ele passou os braços pela minha cintura, eu arrastei meus dedos pelos seus braços musculosos e sua nuca. Peguei uma mexa do seu cabelo, para puxá-lo mais pra mim, ele gemeu contra meus lábios, e me empurrou contra a parede

Quando o ar nos faltou, eu andei de costas para cama, o puxando junto comigo. Eu deitei, e ele ficou sob mim, me olhando com as pernas ao redor da minha cintura

-Por quanto tempo... Você vai me amar? Nosso tempo esta acabando, e eu...

-Sinto muito, princesa. Mas eu estou eternamente amarrado a você

Eu ri do seu senso de humor. Ele começou a beijar o meu pescoço me deixando arrepiada

-Draco, nosso tempo esta contado. E se eu achar o Cristal...

Ele parou imediatamente o que estava fazendo, e olhou pra mim

–Hermione me prometa que você não vai atrás do cristal, é loucura.

–Não posso prometer isso, Draco. Eu te amo, e não posso nem pensar em ter que matar você, nem Thainá, ela não tem culpa disso tudo

O pouco que eu sei de Thainá só me faz ter certeza da sua inocência, no fim ela não tem culpa de seu pai ser Voldemort, não é?

O beijei antes que ele reclamasse, e ele pareceu esquecer logo o raciocínio da conversa. Ele tirou a camisa e jogou em algum lugar do quarto, e eu pude ver seus bem desenhados músculos, graças aos anos de Quadribol (santo Quadribol!), eu mordi o lábio sem poder disfarçar o desejo

Draco voltou a me beijar

Mais uma vez o puxei para mais perto, com os dedos enrolados em algumas mechas do seu cabelo loiro, ele gemeu de prazer. Draco desabotoou os botões da minha camisa, e agora ela havia se juntado a sua camisa em algum lugar do chão

Joguei minhas pernas para o redor da sua cintura, eu pude sentir sua ereção por debaixo do jeans azul, mas invés de corar, eu me afastei na cama, para colar sua roupa na mesma região da minha intimidade. Nós gememos juntos quando elas se tocaram, separas pelos panos da roupa

Draco sem parar o beijo passou as mãos pela minha cintura e barriga, deixando um rastro de fogo por onde seus dedos passavam

Desesperada de desejo, o ajudei a arrancar sua calça, e ela se ajuntou as outras coisas, ele pressionou seu corpo contra o meu e eu gemi novamente, involuntariamente mordendo de leve seu lábio inferior, ele gemeu novamente

Ele começou a mordicas o nódulo da minha orelha, e lá sussurrou

-Esta bem soltinha, em Hermione? – ele diz rouco

-Ah cala boca e me beija – eu digo envergonhada

Ele riu, enquanto dava beijos no meu pescoço, e depois voltava a beijar meus lábios com a ferocidade de antes

É a primeira vez que temos um momento como esse, onde não precisamos nos preocupar em sermos encontrados por alguém, não a ninguém nessa casa trouxa, nada para nos impedir a nos entregar um para o outro. Sem nada que realmente importe para nós, a não ser um ao outro.

A chance é agora, talvez não ajamos outras oportunidades, e eu estou decidida a fazer isso ser inesquecível

Eu comecei a desabotoar o botão da minha calça, mas Draco me impediu

-Hermione, nós não devemos continuar – Draco diz rouco, suas palavras diziam uma coisa, mas eu olhar escuro de desejo dizia outra coisa

-Não, - eu digo o empurrado para cama e passando a estar em cima dele – eu não quero parar

Ele sorriu malicio. Então me ajudou a tirar a calça rapidamente, e ela logo foi atirada. Pus minhas pernas ao seu redor

-Você é meu Draco Malfoy

Ele me puxou para um beijo e me ajudou a tirar o sutiã...

***

Eu sorri ainda com os olhos fechados. Eu havia tido a minha primeira vez com o mesmo homem que me deu o primeiro beijo, e eu o amava. Poderia ser mais perfeito?

Eu abri os olhos, quando senti Draco me cobrir com o lençol

Fiquei olhando profundamente seus olhos azuis acinzentados por um longo tempo.

-Será que vai ser sempre assim? – eu cortei o silêncio depois de um tempo

-O que?

-Nós vamos ter sempre momentos maravilhosos e depois algo vai nos separar de novo?

Eu pensei em Scorpius, Harry havia me dito que ele era o meu filho com Draco, que veio do futuro, para dizer que o futuro não era bom, e para mudar.

Eu queria poder me lembrar da nossa conversa, saber exatamente onde eu estava me metendo, mas lembrar de Draco já havia me deixado com muita dor de cabeça, e eu não queria passar por isso de novo, se eu quiser lembrar realmente quem eu sou, eu tenho que fazer uma poção.

O livro da biblioteca, minha varinha e a carta de Scorpius estão no meu casaco no canto do quarto, eu veria isso depois

-Não, isso vai acabar – ele respondeu

-E se nós acharmos o Cristal...

-Hermione, eu não posso fazer isso

-E por quê?

-Eu já pensei nisso, mas eu estou ficando fraco, logo vou ficar como a minha irmã, você não a viu direito, não sabe do que ela capaz, é tudo horrível e pavoroso, os efeitos do espírito estão aparecendo em mim também e logo eu vou estar exatamente como ela

Draco, esta certo. Ele parecia diferente, seus olhos estavam mais escuros, em um tom mais cinza, e sua pele parecia mais pálida

-Mas quem sabe se eu tiver mais tempo? Se eu achar alguma coisa que detenha a maldição por um tempo, talvez eu conseguisse achar o Cristal

-E se não tiver tempo?

-Eu vou achar algo que me dê tempo, e isso vai acabar. – ele diz com certeza

-Tudo vai acabar – eu concordei mais para mim mesma

Eu o abracei, colocando nossos corpos debaixo do lençol que continuavam nus

Ficamos assim parados por um tempo, até que Draco adormeceu. Silenciosamente saí da cama, eu tomei um banho e voltei a vestir as mesmas roupas sem dificuldade, já que minha perna já estava perfeita

Sem pensar duas vezes coloquei o casaco, eu sabia que se pensasse outra vez desistiria. Procurei por dinheiro trouxa, e logo achei uma boa quantia que com certeza seria de bom uso

Escrevi um bilhete, e coloquei em cima da cabeceira da cama

Olhei Draco uma última vez e sorri. Certa que eu estava fazendo a coisa mais correta. Nós precisávamos desse Cristal, Draco não acharia nada que o ajudasse a tempo, então é melhor eu ir sem ler, só assim vou conseguir salvá-lo e com sorte talvez Thainá também

Vou achar meus amigos que há essa hora devem estar morrendo de preocupação, depois fazer uma poção para recuperar a memória, achar o Cristal de Merlin e salvar a todos

-Nos encontraremos logo, meu amor – eu sussurrei perto do seu ouvido

Com os olhos bem fechados me afastei dele, respirei fundo várias vezes e saí da casa.