Because Of You, Draco (2 Temp.) escrita por Selena Cullen


Capítulo 7
7 - Absurdo


Notas iniciais do capítulo

Ooooi Bruxas do meu S2!!!
Esse cap foi meio complicado de escrever, as idéias me faltavam, mas finalmente ele foi pro papel, e até que não ta ruim. Acho que ele é bem importante
Boa leitura bruxinhas!!!



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Ouvi vozes baixas, mas não consegui distinguir nenhuma deles. Eu só sabia que havia dois homens conversando algo, com tom serio

Eu gemi, quando tentei mexer a perna, e senti a dor. Eu abri os olhos, encarando o teto branco. Apartei os lençóis de baixo de mim, tentando transmitir toda a dor que eu sentia, e suspirei quando ela passou. Senti medo de me mexer e provocar outra dor, mas consegui ver de longe, a faixa enrolada no ferimento da perna esquerda, ele estava ensopado, de uma mistura de ervas, que eu conseguia sentir o cheiro adocicado, e meu sangue que ainda escorria do local.

Parei para encarar o lugar onde estava. De fato eu estava em uma casa mediana, cercada de coisas “trouxas” velhas, mas bem limpas.

-Ela acordou – ouvi uma voz ao longe, Steve.

Ele entrou no quarto, e eu sorri um pouco.

-Oi

-Oi

-Onde eu estou?

-Na casa do meu amigo – ele suspirou – ele esta lá fora, me esperando sair.

-Ah quanto tempo eu estou aqui?

-Desde a noite de ontem

Rápido todos os acontecimentos passados giraram pela minha mente. E eu temi pelos meus amigos, onde eles estavam agora? Estariam feridos? Será que eles podem me achar?

-Obrigado – eu disse por fim

-Tudo bem – ele sorriu se sentando em uma cadeira, do lado da cama – como você esta?

-Estou bem, mas ainda sinto muita dor na minha perna. Quem fez o curativo?

-Eu, tenho experiência com ferimentos, já vi muitos.

Guerra bruxa” uma voz soou na minha mente, mas eu ignorei

Eu fechei os olhos, e balancei a cabeça, tentando tirar da mente, as duas palavras comuns que juntas são algo tão importante na historia bruxa, e Harry já tinha me dito várias vezes, quando me dava explicações de eu ser bruxa, nenhuma delas eu realmente prestei atenção. Arrependi-me disso

Uma pressão atingiu minha cabeça, e eu gemi. Abri os olhos, mas os fechei de novo, sentindo essa dor de novo, só que mais forte

-O que foi? – ele perguntou

-Tudo bem, eu estou...

Eu gritei mais uma vez. Parecia ter derramado acido no meu cérebro. As palavras pareciam saltar na minha cabeça. Dor, tanta dor. Eu ouvi gritos, gemidos, explosões, pés batendo com força contra o chão, correndo por todos os lados.

Eu estava sonhado não é? Um pesadelo, do tipo que nada nos consegue acordar, até nós por si mesmo conseguíssemos abrir os olhos

Mas meus olhos estavam abertos. Eu podia ver claramente, o belo mar acinzentado que eram os olhos cheios de preocupação que Steve tinha, ele abria e fechava a boca varias vezes. O que ele esta tentando me dizer? Por que nada sai da boca dele?

Demorei um tempo para perceber que na verdade, eu só não o conseguia ouvir, mas ele estava dizendo alguma coisa.

Cerrei os olhos, eu precisava me concentrar.

O barulho que eu ouvia ficava cada vez mais intenso mais alto.

E de repente eu não estava mais com Steve. Eu estava na guerra bruxa, contra Voldemort. Dentro de Hogwarts. Oh Deus! Eu me lembrava de Hogwarts agora, pela parte de fora, um lindo castelo que parecia minha casa.

Tudo pareceu um flash e de repente eu não conseguia me lembrar mais de nada, só de algumas imagens na guerra

Eu ouvi um grito agudo e forte de algum lugar, e demorei um pouco para notar que saia da minha boca. Parei no mesmo, instante mordendo minha língua.

Mais uma vez, eu estava de frente aos olhos de Steve. Ele estava impressionado olhando para tudo em volta de nós, mas com as mãos no meu resto, talvez ela estivesse ali o tempo todo, mas eu só notei agora. Toquei as mãos dele, e ele olhou pra mim, sorrindo

-Como fez isso? – ele perguntou

-O que? – eu perguntei num sussurro

Só assim, notei o estrago do quarto. As coisas estavam todas espalhadas no chão, algumas quebradas, a televisão estava rachada e ligada, quadros de vidro não existiam mais, apenas cacos, a parede tinha cerca rachadura, que parecia ser discreta.

-Oh meu Deus – eu disse – eu fiz isso? Como eu fiz isso?

-Eu não sei – ele se levantou, arranco a tomada da parede, que soltou faíscas de energia que me assustou, mas depois parou

Steve continuou a olhar as coisas quebradas.

Absurdo. Completamente absurdo. Mas tenho uma mera idéia do que possa ter acontecido.

Desde que perdi a memória, essa é a primeira lembrança que eu tenho. Mas como pode isso acontecer? Eles me disseram que é impossível conseguir as memórias por si mesmo.  Nenhum bruxo é capaz disso. Mas eu não sou uma bruxa comum, certo? Eu sou a última descente de Merlin, eu sou muito poderosa, a salvadora do mundo.

Então o que aconteceu, foi que eu estou lutando contra o feitiço Obliviate – eu acho que esse é o nome – que é poderoso, com os meus poderes que eu herdei de Merlin. Só que como eu não sei controlar eles, eu fiz isso com a casa.

É a primeira vez que eu faço isso, queria que eles estivessem comigo, para responderem todas as minhas perguntas

-Me desculpe – eu pedi

Ele se virou pra mim, e sorriu.

-Ah... Tudo bem – ele riu – como você fez isso?

-Eu não sei – menti

Ele franziu a testa, mas voltou a olhar os destroços.

***

-Onde esta seu amigo? – eu perguntei

-Ele saiu. O que é bom, por que eu vou ter que dar boas explicações quando ele voltar

Eu ri

O lugar já estava limpo agora, a não ser pela televisão que continuava lá.

Continuei a comer meus biscoitos, e ele pegou alguns sentando do meu lado.

-Como esta a perna?

-Bem melhor – eu sorri – quase não sinto dor

-Que bom – ele sorriu

-Que bom, é você ter comprido o que me prometeu

-O que eu prometi? – ele pareceu não entender

-Bom, na verdade não é bem uma promessa.

-E o que é então?

-Não sei me diga você – eu ri envergonhada, não acredito que realmente estava dizendo isso, eu até podia sentir minhas bochechas coradas agora – você disse que nós ainda nos encontraríamos de novo

A presença viva dos meus sentimentos daquele dia continuava na minha mente. A agonia, a dor, o desespero quando ele foi embora, o impulso de segui-lo... Conseguia me lembrar perfeitamente desses sentimentos.

-Eu não poderia deixar de cumprir – ele diz sorrindo, e eu senti a verdade na sua voz – foi bom, conhecer você ontem

Ontem? Foi mesmo ontem? Nem parecia isso. Pareciam ter sido anos desde que eu o vi.

-Ainda tenho a sensação que eu conheço você – eu disse – é tão estranho...

-Hermione, eu...

Ouvi uma música vinda de não muito longe. Eu estranhei isso, e me estiquei na cama para ver pela na janela o que estava acontecendo, não consegui ver.

Levantei-me da cama, e consegui andar bem até a janela, Steve estava logo atrás de mim, olhando o que tinha lá fora.

Vi uma coisa linda. Carros coloridos, enfeitados de coisas enormes, deviam ser carros alegóricos, com varias pessoas dançando ao redor, alguns fantasiados, mulheres bonitas dançando com saltos com perfeita harmonia, tinham uma fanfarra tocando uma melodia animada, enquanto todos cantavam juntos em português

-O que é isso? – eu pergunto sorriso – é lindo, todos parecem tão felizes

-É uma escola de samba, fazendo uma passeata eu acho.

-É tão bonito! Vamos lá, em baixo, eu quero ver de perto

-É serio? – ele riu – são só pessoas dançando!

-Mas é bonito, nunca vi nada parecido, eu acho

-Tudo bem – ele riu de novo da minha animação.

Achei que ele fosse me ajudar a descer as escadas, mas invés ele me pegou no colo e desceu comigo. Chegamos à rua a tempo de ver tudo passando.

Uma mulher jogava rosas vermelhas de cima de um carro, e Steve pegou uma.

-É para você – ele me entregou

-Obrigado – eu disse corando

Tão inocente, normal, como se fosse ensaiado. Nós aproximamos, e nos beijamos mais uma vez. Tão sincero apaixonante. Como pode eu sentir tantas coisas por um estranho? A única coisa que eu sei sobre ele é o primeiro nome. É absurdo eu sentir isso.

Steve me puxou para mais perto, e a sensação de que ele conhecia cada curva de mim voltou, e eu sentia como se fosse duas peças, perfeitas uma para outra. Moldadas uma para outra. Coloquei a mão em sua nuca, o puxando mais pra mim, e assim aprofundei o beijo.


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