(HIATUS) Helena. escrita por anajvargas


Capítulo 8
Give me love


Notas iniciais do capítulo

ESSE É SEM DUVIDAS O CAPITULO MAIS MELOSO QUE EU JA ESCREVI NA MINHA VIDA MANO.
Espero que gostem.



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E finalmente chegávamos na parte do casamento em que a playlist do Dj decide tocar musicas melosas, mas até que no meio dessas musicas algumas salvavam. Como a que estava tocando agora.

                           Give me love like her,

'Cause lately I've been waking up alone.
Paint spotted tear drops on my shirt,
Told you I'd let them go.

Essa era definitivamente a musica romântica que eu mais gostava, a voz do Ed dançava por dentro dos meus ouvidos e meio que aquecia meu coração.

And I'll fight my corner,
Maybe tonight I'll call ya,
After my blood turns into alcohol,
No I just wanna hold ya,

Eu ainda dançava com Lucas, só que agora mais lentamente, ele tinha as duas mãos pousadas leve e delicadamente na minha cintura e eu envolvia o pescoço dele com meus braços. Ele era mais alto do que eu, o que me obrigava a olhar pra cima para encontrar aqueles olhos angelicais.

Give a little time to me, we'll burn this out,
We'll play hide and seek, to turn this around,
All I want is the taste that your lips allow,

Quando é que eu tinha começado a reparar em cada milímetro do rosto daquele ruivo? Cada detalhe parecia se sobressaltar por causa da iluminação da festa, era encantador, o jeito que os olhos dele tinham um brilho brincalhão e astuto, o jeito que alguns fios de cabelo vibrante e rebelde caiam pela testa dele e pela bochecha, o jeito que ele movia os lábios para pronunciar meu nome e o jeito que aqueles mesmos lábios pareciam tão convidativos e acolhedores.

My my, my my oh give me love,
My my, my my oh give me love,
My my, my my give me Love

A cada palavra da música eu tinha a leve sensação de que ele estava chegando mais perto, com isso meu peito ia gradualmente se enchendo de canções festivas e sorrisos. Era quase como se eu pudesse sair gritando pelo mundo afora que eu estava louca.

Give me love like never before,
'Cause lately I've been craving more
And it's been a while but I still feel the same,
Maybe I should let you GO

Ele definitivamente estava mais perto, eu conseguia sentir - fracamente – o cheiro de hortelã e limão que vinha junto ao hálito dele.

You know I'll fight my corner,
And that tonight I'll call ya,
After my blood, is drowning in alcohol,
No I just wanna hold ya,

Give a little time to me, we'll burn this out,
We'll play hide and seek, to turn this around,
All I want is the taste that your lips allow,

Me segurei para não soltar o meu famoso “Lucas?” que eu uso toda vez que ele me surpreende. Mas me segurei mesmo porque ele avança pouco a pouco e eu já não tinha controle da minha respiração, que tinha decidido se acelerar.

My my, my my, oh give me love
Give a little time to me, we'll burn this out
We'll play hide and seek, to turn this around
All I want is the taste that your lips allow

O ritmo da musica mudou um pouco e Lucas também, antes o que era uma aproximação lenta e precisa agora se mostrava mais urgente, ele focava meus olhos com tanto fervor que parecia que se ele soltasse a minha cintura eu poderia me despedaçar.

My my, my my, oh give me love
My my, my my oh give me love,
My my, my my oh give me love,

My my, my my, my my, oh give me love, love

Agora eu podia sentir o hálito forte de frutas e a respiração descompassada muito perto de mim, eu conseguia enxergar cada um dos cílios dele e conseguia capturar os leves movimentos que ele fazia com a boca quando soltava o ar, era difícil dizer se ele olhava para mim do mesmo jeito que eu olhava para ele, afinal, agora seus olhos tinham sido tomados por um castanhos mais escuro e era quase possível de ver um crescente desejo dentro deles.

My my, my my, my my, oh give me love, love
My my, my my, my my, oh give me love, love
My my, my my, my my, oh give me love, love...

 
Pensei em fechar meu olhos, mas eu estava tão concentrada em admirar o ruivo na minha frente que me esqueci desse detalhe, eu não entendia como aquele garoto conseguia me fazer pular de felicidade internamente enquanto ele ainda não tinha feito nada, era de mais para meu cérebro processar.

My my, my my oh give me love,
My my, my my oh give me love,
My my, my my oh give me love,
My my, my my give me love

Mas então a música acabou e Lucas pareceu voltar á uma realidade bem distante e me deixou num mundo aparentemente fictício e colorido.

Tudo parecia acontecer em câmera lenta, sabe quando você vê alguma coisa caindo e até pensa em pega-la, mas então acha que não vai dar tempo e ela simplesmente se despedaça no chão? Era assim que eu estava me sentido, vendo Lucas se afastar pouco a pouco de mim.

Vi ele cobrindo o rosto com uma das mãos obviamente envergonhado e ouvi aquela voz profunda ressoar por todo o meu universo:

- Desculpa.

Por que ele estava pedindo desculpas? Ele tinha quase feito a coisa que eu mais queria no mundo e ele estava ali agora, alguns segundo depois se desculpando.

Acho que meu corpo demorou mais tempo do que meu cérebro para receber os efeitos da palavra que ele tinha acabado de dizer, de repente senti meu peito se apertar e o ar se esvair, minhas pernas bambas estavam milagrosamente suportando o meu peso e minha visão tornou-se embaçada pelas lágrimas que agora já escorriam freneticamente pelo meu rosto, deixando minhas bochechas quentes.

Mesmo com a visão distorcida pelas lagrimas eu ainda pude ver o rosto dele sendo tomado por uma expressão de completo espanto, ele começou a se mover novamente na minha direção, mas antes que ele pudesse me alcançar eu já estava envolvida por dois braços calorosos e possessivos.

- Morena, vai ficar tudo bem. – Ouvi a voz de Pedro bem abalada perto do meu ouvindo e então fui arrastada para longe Lucas, o que naquele momento foi um alívio.

Eu não sei como, mas eu terminei sentada no chão do quarto de Pedro chorando horrores, não me lembro de como cheguei aqui, passei o caminho inteiro tentando inundar as ruas com lagrimas que graças ao vento que batia forçadamente no meu rosto, se tornaram geladas.

Eu tremia involuntariamente e sentia que a qualquer momento minha cabeça poderia se tornar um melão de tanta dor que eu sentia. Pedro me abraçava fervorosamente e continuava me chamando pelo apelido e dizendo que tudo ia ficar bem, tudo ia se encaixar.

Eu não sabia que ser rejeitada por uma pessoa tão importante para você doía tanto.

O som da minha respiração latejava em meus ouvidos e eu ficava rebobinando a cena em que Lucas saia do meu alcance e deixava de ser meu tudo vinha misturado e ao mesmo tempo eu podia sentir cada coisa unicamente, e foi então que tudo parou no momento em que eu ouvi uma frase que me deixou igualmente chocada.

- Eu realmente, realmente gosto de você.

O choque foi tão grande que minhas lagrimas deram um surto e pararam de jorrar, tudo o que eu conseguia fazer olhar para o rosto de Pedro que apoiava a cabeça em seu joelho e tinha uma expressão tão serena e sincera que eu tinha a impressão de que ele iria quebrar á qualquer momento.

- Pe. – Eu tentei me forçar a formular uma frase digna para o que ele tinha acabado de falar, mas meu cérebro ainda estava meio travado.

- Como é que ele pode? – Pedro começou dizer mais para o nada do que para mim. – Fazer você chorar, aquele idiota, se eu encontrar com ele eu mato ele. – Ele tinha as mãos sobre os olhos, como se estivesse se segurando. - Eu sei que é ele, é dele que você gosta, eu consigo ver isso brilhando intensamente nos seus olhos quando você fala o nome dele... – Ele sabia? Como? Nem eu sabia direito o que eu estava sentindo. – E é por isso que eu não consigo suportar o fato de que ele fez você chorar. Por isso eu tenho que te pedir... – Ele fez uma longa pausa como se o que ele fosse dizer doía profundamente nele. – Helena, não volte mais aqui.

Por um lado aquilo não foi uma surpresa, eu achava que iria ser bem difícil encarar Lucas sem fazer com que a casa deles fosse inundada, e que depois do que Pedro tinha me tido eu não conseguiria encará-lo tão facilmente, então depois de que disse isso eu assenti com a cabeça e reuni todas as minhas forças restantes para sair do quarto dele e me dirigir até em casa lentamente e sem nenhuma vontade de explicar o porquê eu parecia tão frágil e abalada.

Por sorte ou por azar, quando cheguei em casa todos estavam dormindo, então eu me dirigi ao meu quarto, me joguei na cama com a mesma roupa e desejei que quando eu acordasse no dia seguinte que tudo tivesse sido um sonho e que eu poderia caminhar alegremente até a Casa dos Smith e que chegando lá eu seria recebida calorosamente por todos, inclusive Lucas.

Claro, no fundo eu sabia que eu não iria até a Casa dos Smith amanhã, muito menos depois.

*****

- Filha. – Senti minha mãe me balançando levemente pelos ombros. – Estamos indo para a praia, se for pra casa do seu amigo nos avisa ta?

Devia ser de manhã ainda, pensei eu dormir mais um tempo e ir até a Casa dos Smith depois do almoço, mas então percebi á roupa que estava e usando e me lembrei do que tinha prometido á Pedro.

- Mãe. – A chamei antes que ela passasse pelo batente da porta.

- Diga Helena. – Ele respondeu se virando novamente para mim.

- Será que. Eu posso ir à praia com vocês hoje? – Perguntei num muxoxo.

- Nem sei por que está pedindo permissão, é claro que pode se arrume rápido e vamos. – Ouvi minha mãe com a habitual voz animada e então esperei ela deixar o quarto para que eu pudesse me trocar.

Olhei-me brevemente no espelho antes de trocar de roupa, eu ainda usava o vestido da noite passada, meus cabelos estavam mais bagunçados que a selva africana e minha cara estava inchada. Eu parecia uma princesa, linda.

Nem sei por que eu tinha colocado um vestido, nunca gostei muito deles. Que se dane.

Fui até o pequeno armário de madeira branca e cheio de detalhes florais em vermelho e verde, peguei um biquíni qualquer, apesar de saber que eu não entraria no mar, o vesti rapidamente e coloquei uma camiseta larga e um short por cima. Penteei os cabelos mal e porcamente e fui até o carro onde toda a minha família já estavam me esperando.

Aparentemente a praia que iríamos era lá na puta que pariu, era tão longe que eu acabei dormindo no caminho e mais uma vez fui acordada com a minha mãe chacoalhando meus ombros gentilmente.

Mesmo não gostando de praias, tenho que admitir que aquela onde estávamos era bem bonita, a água era cristalina diferente das demais, não tinha muita gente e aquele agradável cheiro de protetor, peixe, mandioca e camarão não estava presente, o que era um avanço gigantesco.

Até ajudei meus pais a levarem as cadeiras para a areia enquanto os gêmeos corriam para a água que nem dois macacos. Macacos gostam de água?

- O que deu em você hoje? – Meu pai perguntou obviamente curioso sobre o porquê deu estar ali.

- Não posso mais ir pra praia? – Perguntei sem desviar os olhos da revista de caça-palavras que eu tinha achado no carro e agora era o meu passatempo.

- Pode você pode, o detalhe é que você geralmente não quer. – Ele respondeu enquanto tomava um gole de uma lata de cerveja, que provavelmente deveria estar com aquele gosto de merda com bosta que toda cerveja tem.

- Mas hoje eu quero! – Respondi meio irritada e quase me enfiei dentro da revistinha de um real.

Eu sei que estava sendo grossa e mal educada, mas a dor de cabeça que continuava martelando em mim não me deixava pronuncia uma palavra sem fica com a visão meio turva, e isso já estava me levando á loucura.

- Filha. – Ouvi minha mãe me chamar carinhosamente depois de alguns minutos.

- Oi. – Respondi meio seca e rapidamente para que minha cabeça não explodisse de vez.

- Eu estava pensando, mais tarde, nós poderíamos comprar alguns presentes de Natal na cidade, o que você acha? – A ideia não me agradava muito, mas como eu não queria ficar em casa sozinha, ou andando pela rua abandonada eu respondi alguma coisa como “Claro mãe, por que não?” e voltei a focar a minha atenção para achar a ultima palavra do caça palavras.

*****

Acabei me arrependendo profundamente de aceitar a proposta de minha mãe para ir comprar presentes de Natal, mas era melhor do que ficar em casa de qualquer maneira. Descontando o fato de que eu estava praticamente me desintegrando de carregar duas vezes o meu peso em sacolas de compra e de que o lugar onde estávamos estava tão apinhado de gente que se você parasse para respirar por mais de três segundos você seria arrastado pela multidão e iria parar lá no Paraná.

As conversas eram altas e múltiplas, às vezes eu até conseguia captar parte delas, mas tenho certeza que a maioria era sobre coisas banais de cada dia.

Depois de horas gastadas dando voltas e mais voltar pelos quarteirões de lojas minha mãe decidiu parar em um pequeno café para descansar um pouco, já que ela também carregava milhões de sacolas.

Sentamos-nos nas mesinhas que ficavam do lado de fora do café, que por sinal estava cheio de gente que deveria ter tido a mesma ideia que minha mãe teve. O calor reinava, por isso pedi um suco qualquer, desde que viesse bem gelado estava ótimo para mim

Eu observava sem muito interesse a multidão de pais, tias e crianças que passavam ao lado do café e quando era possível conseguia até captar a imagem de alguns produtos nas vitrines do outro lado da rua. Em uma dessas oportunidades consegui ver uma coleção de chaveiros que me intrigou muito. Na verdade ela era bem fofa e meio infantil. Tinha ao todo oito chaveiros, cada um com um gatinho fazendo uma expressão diferente. Levantei-me rapidamente e deixei o café para trás para observar a coleção mais de perto. Cada chaveiro me lembrava alguém da Casa dos Smith, eles realmente se pareciam, tinham dois gatinhos muito animados e sorridentes – apesar de gatos não sorrirem – que me lembravam Laura e Eliza, outro tinha a expressão emburrada e na hora o rosto de Gabrielle surgiu na minha mente.

Pensei em entrar e comprar a coleção, não era cara e nem tão maravilhosa, mas realmente se encaixava com cada um deles. Entretanto, desisti dessa ideia biruta quando ouvi a voz de minha mãe chamando do outro lado da rua. Dei meia volta, deixando a coleção exposta na vitrine e me sentei mais uma vez com minha família.

PROXIMO CAPITULO NO NATAL MANOLOS.


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Notas finais do capítulo

Não disse que era super meloso? Mas mesmo assim..
Gostaram? Digam pra mim vaaaaaai, me deixem reviews como presentinho de Natal, porque faz muito diferença.
Espero que tenham gostado.
@_anajvargas - fiz uma grande mudança no tt, mudei o _ de lugar , gigante a minha mudança né -



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