-Awww... Já amanheceu? - Bocejou e se espreguiçou com olhos fechados, que impediam de abrir. Sentada na cadeira (que aliás era muito desconfortável) , notou que havia chegado ao destino, a cidade dos vocaloids. Tentou passar pelo lugar estreito e saiu do ônibus. "Puxa, é tão estranho sair daqui sem a minha mãe e meu pai... Que saudades" pensou. E seguiu caminhando sozinha.

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    -Onee-chan!! Que saudade!! Dá um abraço na sua onee-chan. -E sufocou no abraço a sua onee, uma garota de cabelos pretos, longos, marias-chiquinhas, e uma roupa igual a da miku mas preta. 

    -Oi... Onee. 

    -Você continua a mesma sem-graça, que bom. 

    -O QUE? Você vai ver sua...

    -Brincadeira, eu te adoro, he,he,he. Mas, e então... Por que está aqui?

    -Para te orientar. À sua direita é o seu quarto, na esquerda é a cozinha, lá no fundo é o quarto de visitas, e ao lado do seu quarto é o banheiro, e aqui a sala. Pronto, acabei de te orientar, agora se vira nos trinta. Até nunca. -E saiu. 

     -Bem... Então tchau, né?  -E foi dar uma olhada para ver mais da casa nova que... Na realidade é... Feia pra dedeu. Quando foi ver o seu quarto...

     Primeira reação:

     -AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH!!!

      Segunda reação:

      -FUJAM PARA AS MONTANHAAAS!! -E correu feito uma doida varrida, quebrou até a porta.   

        NO OUTRO DIA:

        Aiaiaiai. Por que no meu quarto tinha tantas aranhas, lagartas, cobras, jacarés... Espera aí... ONEE!!                                                            

     Nesse mesmo instante, sentiu uma raiva súbita, uma vontade de atacar ela com todas as suas forças, mas logo passou depois de comer um sorvetinho bem geladinho.

    -Hum... Que delícia...ESPERA! MINHA PRIMEIRA AULA! ESTOU ATRASSADA!!! -E saiu correndo feito louca, tropeçou e bateu a cara no chão, se arrastou até o patins, e com dificuldade tentou colocá-lo, bateu DE NOVO a cara no chão, pegou a mochila e foi andando.

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    DEPOIS DE 1 HORA:

    -E... puf... E-Eu... Puf puf... Cheguei... E-Eu cheguei... -Falou, toda sangrenta de tanto tombo e cansada, tentou chegar no colégio.

    Cambaleando, conseguiu ir até a sala dela. Mas então caiu de joelhos, perante a porta, ela não conseguia mais se levantar de tanta dor. Notou que o professor estava fazendo a chamada.

     -Hatsune Miku. Hatsune Miku. Miku, responda. -O silêncio reinou- Então está ausente, três pontos a menos no boletim dela, receberá uma suspensão assim que vir. -Ao ouvir isso, juntou forças... Bateu, bateu na porta, batia e batia. O professor foi ver quem era. Miku levantou a cabeça para vê-lo e respondeu:

     -Presente. -E desmaiou, sem mais nem menos. Via vultos, ouvia sussurros, gritos... Risos...  E fechou de vez os olhos.

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        -Doutor, ela vai ficar bem?

      -Suponhamos que sim, ela bateu a cabeça extremamente forte, mas ela possivelmente se recupere.

       -Posso ficar um pouco mais aqui?

       -Pode, mas não demore muito. Ainda tem aula, meu jovem, e não pode perdê-las.

        -Tá, juro que não demoro. -Nesse instante, Miku abriu um pouco os olhos,mas também não conseguia e fechava, tinha voltado a memória, o corpo doía muita, que até abrir a boca doía. Sentiu uma mão suave na sua cabeça, acariciándo-la, sentiu o cheiro de um perfume tão confortante, que sentia o prazer de estar completamente dolorida. Viu um vulto bem perto dela.

        -Teve bons sonhos, princesa? -Quando ouviu isso, ela abriu completamente os olhos e se levantou rapidamente. 

         -Q-Q-Q-Q-Q-Quem é você? AAAAIII. -Sentiu a dor ainda mais forte nas costas dela.

          -Hey, cuidado, pode-se machucar mais. -Disse o garoto, tratando de colocá-la na cama. Foi nesse momento que Miku viu o garoto direito. Ele era alto, cabelos azuis escuros, olhos profundos e azuis e forte. Ela ficou super vermelha. -Meu nome é Kaito Shion. Mas me chame Kaito mesmo. E o seu?

           -M-M-M-Meu nome é Hatsune Miku, m-m-mas me chame de miku mesmo. -Respondeu um tanto com vergonha. 

            -Lindo nome. - E se aproximou mais. -Posso te dar um apelido?

            -S-S-S-S-S-Sim. Po-pode sim. -A cada segundo com ele se sentia mais envergonhada. 

             -Posso te chamar de diamante? 

             -...Diamante? Por que logo esse?

             -Apesar de ter um grande brilho e ser preciosa, ela é tão rara que as outras pedras preciosas ficam com inveja, ela parece ser tão frágil mas por dentro é capaz de perfurar as rochas mais duras. -Miku ficou tão encantada, que virou um pimentão, daqueles bem vermelhos, sabe? Mas logo ficou cabisbaixa, e Kaito percebeu perfeitamente isso.

             -Por que você está assim agora?

             -É que... Eu estou com medo.

             -Medo? Do que?

             -Antes de vir para a enfermaria,eu ouvi o professor falar que quando voltar vou ter uma suspensão.

              -Hum... Então você tem medo de ser suspensa?

              -Não só disso, mas o professor tirou 3 pontos do meu boletim, isso é horrível! E quando me viram, caída, sangrenta, se assustaram, GRITARAM. Sabe o que isso quer dizer? Que agora vou ter a impressão de ser uma briguenta, e eu nunca vou ter amigos, eu mal me mudei e já aconteceu tudo isso! Meu quarto infestado de animais, aracnídeos, e agora tenho que levar uma suspensão e três pontos a menos, estou sozinha, ninguém irá querer ser meu amigo, e nunca poderei realizar meu sonho! Nunca poderei mostrar a minha voz. -A esse ponto Miku já chorava.

             -Então você quer ser cantora?

             -S-Sim.

             -Que legal, eu também quero ser cantor. -E passou a mão, para limpar as lágrimas. - Você não está sozinha, diamante, eu estou com você, sou seu amigo, não vou deixar nada, ninguém te fazer mal, vou te proteger nem que custe a minha vida! Vamos consertar tudo, juntos, mas por favor não chore, eu só quero seu sorriso! 

      Miku ficou surpresa, feliz, e encantada. Mas continuava a chorar. Kaito ficou completamente confuso.

       -Ainda está triste?

       -N-N-Não. -E enxugou as lágrimas. -E-Eu estou chorando... De alegria. Fico contente em ter um amigo especial como você, e eu não quero perde-lo, nunca.  -     Agora quem tinha ficado corado era o Kaito. E sorriu. 

       -Bom, acho melhor ir. Estou perdendo muita coisa da aula. Então, a gente se vê depois da aula, quando você tiver melhorado. Vou fazer que o professor não tire nota do seu boletim e te deixe de suspensão. 

   -Obrigada, conto com você.

   -Até. -Quando Kaito já ia embora, Miku, involuntariamente, reuniu forças, se levantou da maca, e disse:

    -Kaito, espera! -Miku pegou na mão dele. Os dois se olhavam, notando o que tinha feito, soltou a mão do Kaito, ele ficou angustiado, como se quissese continuar de mãos dadas. Cabisbaixa, ela falou baixinho:

    -Deixa. - E Kaito se foi, deixando Miku só, e morrendo de dor. Naquela sala branca ela começou a refletir.

"Meu coração bate tanto, mas tanto quando ele está por perto, toda vez que eu olho para Kaito fico tão corada, não me sinto bem agora que ele saiu. Ele é tão perfeito, tão forte, tão gentil... Acho que me apaixonei...Por ele." pensou.

   -Ele não é o que você pensa que é...

    -Quem disse isso? - Perguntou assustada.

    -Ops, que modos eu tenho. Meu nome é...