Sweetie Guardian escrita por lols


Capítulo 16
Sixteen


Notas iniciais do capítulo

Vas Happenin', Little Angels!
Não acreditam no que eu fiz hoje! Comi ovo cru pra ver se minha voz fica boa, como o povinho diz. Na boa, não tentem isso em casa. Só se vocês colocarem um monte de açucar no ovo KKKK.
Enfim, chega de falar da minha vida e voltamos para a historia
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– Onde posso coloca-lo? - pergunto ao padre. Ele está hipnotizado pelas minhas asas e isso faz com que eu as feche e ele finalmente me olha.

– Ah sim. Pode coloca-lo perto das velas, no altar. - responde-me o padre, me olhando como se nunca tivesse visto algo igual. Ai me lembro de que ele nunca viu mesmo, já que devo ser o primeiro anjo que aparece na igreja mostrando sua verdadeira identidade.

Ainda carregando Harry no colo, caminho até o altar e o deito no chão, onde há várias velas espalhadas. Como esse homem adivinhou que eu iria precisar de fogo para curar Harry?

Harry estava todo encharcado, mas nem tanto quanto eu e minhas asas. Olhei para os olhos fechados de Harry e sorri. Ele dorme tão profundamente que me pergunto se está tendo sonhos bons.

Arrumo o altar, espalhando as velas no chão em volta de Harry. Aproveito e pego um pouco da água benta que está também no altar. Sento-me do lado da cabeça dos olhos verdes e abro minhas asas. Sinto quando o calor das chamas das velas começam a aquecer e secar lentamente cada pena minha.

Tiro a capa de Harry que está pesada de tanta água absorvida pelo tecido. Jogo-a para o lado e me viro novamente para ele. Seu rosto está inchado e cheio de hematomas. Cortes e mais cortes se encontram ali também e seus lábios estão rachados, com sangue escorrendo lentamente. Tenho vontade de chorar ao vê-lo assim, mas sei que tenho que ser firme.

(n.a: coloca a música, pfvr)

Rasgo um pedaço do tecido de meu vestido e o molho na água benta. Posso sentir a pureza da água e sorrio ao vê-la brilhar com o meu toque. Me volto para o rosto de Harry e começo a limpa-lo com lentidão, observando os cortes se fecharem lentamente. Passo o pano por todo o seu rosto e logo ele está cheio de cicatrizes cor-de-rosa. Coloco o pano em sua testa. Trago sua cabeça até meu colo e passo a ponta de meus dedos em cada pequena cicatriz de seu rosto. Sorrio ao sentir seu sangue voltando a circular e ser puro normalmente, enquanto as cicatrizes ficam mais e mais claras até sumir de vez.

Sinto os olhos do Padre nos observando e, por impulso, minhas asas se fecham em torno de nós dois. Elas estão brilhando a luz das velas e sinto como se cada pedacinho de mim estivesse mais vivo do que eu imagino que poderia estar. Elas tremem de ansiedade e começam a me ajudar, usando seus poderes de salvação e pureza para mim.

Olho para os lábios de Harry e vejo que ainda estão rachados demais. Tiro o pano de sua testa e passo em seus lábios, mas eles continuam sangrando e rachados.

Estou desesperada até que vejo seus olhos se abrirem e depois piscarem.

P.O.V Harry.

Todo meu corpo está dolorido. Ainda estou meio dormindo mas posso sentir vibrações ao meu redor. E também sinto dedos carinhos acariciarem meu rosto, até que não há mais dor ali.

Por um segundo, me lembro do forte som de vento que ouvi quando estava dormindo.

Sinto água em meus lábios mas não sei como suga-las. Estou com sede. Muita sede.

Encontro os musculos certos para abrir meus olhos e encontro um azul doce, que parece sempre estar me curando e me salvando nos momentos mais dificeis.

– Allie? - pergunto com uma voz fraca.

E minha Allie sorri para mim aquele sorriso que só eu o recebo. Olho para cima e vejo um brilho anormal por cima de sua cabeça. Pisco e ele continua ali. Sinal de que não estou tão louco assim, afinal.

P.O.V Allie

– O que foi, Harry? - pergunto para ele, ainda sorrindo. Ele parece confuso demais.

– Onde estou? - pergunta ele.

– A salvo.

Ele olha de novo para cima de minha cabeça e sei que ele pode ver minha aurea, mas não me preocupo com isso. Não agora, pelo menos.

Começo a desabotoar sua camisa e ele começa a ficar vermelho. Não entendo o que está acontecendo, até que minha mente resolve trabalhar e eu digo, apressadamente.

– Acho que você quebrou uma costela. Seria melhor olhar, não? - e dito isso, também fico tão vermelha quanto ele.

Assim que vejo seu peito, meus dedos tateam toda sua extensão. Posso senti-lo respirar, como também posso sentir seu coração ficar mais e mais acelerado. O meu também está assim, se não pior do que isso.

Ele solta um gemido de dor quando meus dedos tocam suas costelas.

– Está doendo muito? - pergunto. Ele faz que sim com a cabeça e depois passa a língua nos lábios rachados. Ao sentir o gosto do sangue, faz uma careta e eu solto uma gargalhada baixa.

Dou um suspiro e pego a vela mais proxima de mim.

– O que você vai fazer? - ele pergunta, assustado.

– Shhhh... - é tudo que respondo.

Toco o fogo da vela com a ponta de meus dedos. Por um segundo, o calor intenso da chama doi um pouco, mas logo consigo absorver o calor que começa a se encaixar em minhas digitais. Logo, toda minha mão direita está daquele jeito. Esfrego minhas mãos para que a esquerda também fique assim. Aproximo ambas em outra vela e elas estão em chamas, mas não doi. Na verdade, sinto o poder que ali se encontra. Um poder que pode machucar, mas também pode curar.

Olho para Harry e vejo que há medo em seus olhos. Começo a cantar para ele então, uma música que o faz relaxar. É a música que cantamos para aquelas crianças que estão com fome demais, ou com medo demais para conseguir dormir. Sempre quando isso acontece, todos os anjos compartilham a mesma dor que aquelas indefesas criaturas que estão com sede, fome, medo e dor. Tudo isso misturado e junto, em um coração tão pequeno que parece que vai explodir com tanta dor que lhe está sendo causada.

Me aproximo de Harry novamente e passo minhas mãos em seu peito, acariciando-lhe com a ponta dos dedos, de modo que o cure e o deixe confortavel. Com a minha sensibilidade, posso sentir que suas costelas estão sendo juntadas novamente, com uma lentidão que poderia doer, mas não doi a ele. Sem disso. O Fogo também pode diminuir a propria dor que ele causa e também que outras coisas causam.

Suas costelas estão no lugar e ele volta a respirar normalmente. Mas seus lábios ainda sangram.

Desesperada, passo os dedos flamejantes e poderosos em sua boca. Por um segundo, o sangue para de correr, mas depois volta como se não tivesse cessado por nenhum minuto sequer. Passo mais e mais vezes, porem acontece tudo de novo até que as chamas se apagam.

Lagrimas escorrem de meus olhos.

– Desculpe, desculpe, desculpe... - fico murmurando para ele, ou melhor, soluçando ao ver que nada adianta.

– Está se desculpando por que? - pergunta.

– Seus lábios ainda estão sangrando.

– Ah.

Ele fica calado enquanto eu choro feito um bebê, sem saber o que fazer com ele. Não sei se está machucado demais ali. E também não sei se Jev usou as garras para bater em seus lábios, fazendo assim com que o sangue jorre e não pare. Tenho medo de que ele perca sangue demais.

Eu o ouço levantar mas continuo a chorar sem parar. Ele está proximo agora, muito próximo. Suas mãos seguram meus braços e os afastam. Ele hesita por um momento. Acho que finalmente viu minhas asas, mas não me importo em recolhe-las. Continuo a chorar.

Harry dá um enorme suspiro e depois segura meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos doces e verdes.

– Está tudo bem, Allie. - ele diz.

– Não, não está. Não consigo curar você. Sou uma inutil. - digo e volto a chorar mais ainda, soluçando com força e ficando sem ar.

Ele me olha por mais alguns instantes e depois me diz, sério.

– Feche os olhos.

P.O.V Harry.

Ainda não sei o que é aquilo que está preso nas costas dela. Me parecem asas, mas isso pode ser loucura, como também não pode. Ignoro isso e volto a observa-la até que finalmente crio coragem,

– Feche os olhos. - digo.

– O que? - ela pergunta.

– Feche os olhos. - repito.

– E por que? O que você vai fazer?

– Só feche os olhos, Alison.

Ela me obedece e lagrimas ainda escorrem de seus olhos.

Passo a língua em meus lábios e sinto de novo o gosto de sangue. Tento ignorar isso e me aproximo dela. Mais perto, e mais perto e mais perto.

Fecho os olhos assim que sinto o calor de seus lábios nos meus.

P.O.V Allie

Não entendo a onde ele quer chegar, mas o obedeço. Não consigo parar de chorar e me sinto mais inutil ainda.

Sinto sua aproximidade mas continuo com os olhos fechados já que não sei o que ele está fazendo. Só compreendo quando sinto uma pressão leve e umida em meus lábios.

O gosto de ferrugem me atinge naquele mesmo segundo mas, aos poucos, bem lentamente mesmo, sinto um novo sabor. Ele se mexe sobre meus lábios e agora sim posso sentir. É um gosto unico que me cativa com força e necessidade.

O sangue de seus lábios voltam ao lugar e depois os cortes de fecham, parecendo que nunca tinha estado ali antes.

Sinto os dedos de Harry acariciando meu queixo e sorrio, mas continuo sem saber o que fazer. Não posso acreditar que estou beijando um humano. Não consigo crer que estou beijando meu proprio protegido.

Minhas asas, por conta propria, se estreitam mais e mais em volta de nós dois, como se quisessem nos engolir, ou nos aproximar mais.

Me separo dele ao sentir uma coisa nova se mexendo dentro de mim. Abro os olhos e o encontro sorrindo para mim. Seu sorriso é tão contagiante que eu também sorrio. Olho para sua boca e vejo-a curada. Meu sorriso está ainda maior.

– Oh, seus lábios se curaram! - digo, toda alegre.

Ele ri.

– Acho que seu beijo deve ser poderoso. - diz e depois volta a pressionar seus lábios nos meus, mas depois eu os separo novamente.

– Não... Harry... - murmuro.

Ele fica confuso.

– Não o que? - pergunta.

Dou um suspiro. Como posso dizer a ele que aquilo é errado? Que podemos ficar mais e mais viciados um no outro, até que começassemos a compartilhar nossas almas? Eu teria que ir embora quando ele estivesse longe do perigo e sua alma iria comigo, caso isso acontecesse. Quando um anjo e um humano se apaixonam um pelo outro, já necessitam um do outro. Quando eles se beijam então, suas almas ficam compartilhadas até se transformarem em uma. Quando eles se amam escondidos dos olhos de outras pessoas e esse amor gera um outro ser, um perigo enorme pode ocorrer para ambos.

Sei disso como também presenciei quando os anjos vieram para a Terra, afim de acabar com esse enorme perigo.

Olho para Harry e não sei o que dizer. Ele tenta se aproximar novamente mas coloco minha mão em seu peito, tentado impedi-lo.

– Não. - digo firme.

– E por que não? - pergunta ele.

– Durma um pouco, Harry. - falo.

– Não mude de assunto.

– Não estou mudando de assunto.

– Está sim.

– Apenas durma!

Ele me olha furioso e depois sai de perto de mim, se sentando o mais longe possivel. Suspiro. Não sei se posso explicar o que pode acontecer se nos beijarmos novamente.

Para diminuir a dor que sinto em meu coração e para que ele durma, canto uma canção sobre amores perdidos e corações partidos.

Vejo-o fechando os olhos e dou um pequeno sorriso. Agora ele dorme. Fecho minhas asas e fico observando-o dormir, com medo de que ele acorde e resolva tentar aquilo novamente.

Volto a chorar, mas dessa vez choro pela dor em meu coração.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos nos Review's !!!!!!!!