As Sete Jóias de Uaset escrita por Krika Haruno


Capítulo 9
Capítulo 9: Tudo que voce quer




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Depois da refeição do meio dia as portadoras e os dourados reuniram em uma das varandas do palácio, de menos Ishitar, Saga, Akya e Shura.

- Qual será o próximo passo de Seth?

- Ele quer todas as jóias e não vai descansar enquanto não as ter.

- Cadê a Ishitar e Akya?

- Até parece que não conhece as duas. - disse Isi. - A Toth deve estar explodindo alguma coisa.

Isi estava sentada bem de frente para o virginiano porem hora alguma o olhou, era como se ele não existisse.

- Vou fazer as honrarias. - Tari levantou. - com licença.

Ela saiu sobre o olhar atento de MM. Ele esperou por um tempo e saiu. Como Isi dissera, Ishitar estava no lugar que costumava treinar, estava prestes a pulverizar uma arvore quando sentiu alguém segurar seu braço.

- Não gaste sua energia a toa.

- Não me dá ordens! - ela puxou seu braço. - faço o que quiser.

- Esta bem. - o geminiano parou na frente dela a uma certa distância. - lute comigo, pelo menos irá treinar.

- Não quero lutar com você.

- Por quê?

- Saia, ou vão mandá-lo para Anúbis!

- Não teria coragem. - sorriu irônico.

- Não me provoque. - Ishitar começou a liberar seu cosmo.

- Então tente me mandar.

- Saga...

Nefertari ascendia o segundo incenso enquanto recitava uma oração.

- Com uma guerra lá fora ainda se preocupa em ascender isso para essa estátua esquisita?

- Para a sua informação, Máscara da morte de câncer...

- Pode me chamar de Giovanni. - disse cortando-a.

- Que seja, essa estátua 'esquisita' é a representação do nosso deus supremo Ré, poderia ter um pouco mais de respeito. - ela o olhou. - mas vindo de você sei que essa palavra não existe em seu vocabulário. - voltou à atenção para a estátua.

- Então estamos quites, pois educação não existe no seu. - retrucou com um sorriso sarcástico.

- O que quer? - indagou nervosa.

- Estava andando por aí.

- Pois vá passear nos jardins! Aqui não é lugar para isso.

- Quer me acompanhar? - deu um sorrisinho de segundas intenções.

- Prefiro ir para Anúbis! - gritou.

MM pareceu não ouvi-la, quando ela fechou os punhos, notou na mão direita um pequeno corte, praticamente imperceptível que talvez Tari nem mesmo o tenha percebido.

- Está machucada.

- O que..?

- Você se machucou. - ele aproximou dela e pegou em sua mão.

- Ei, me solta, eu não tenho nada.

- Olhe.

Ele mostrou o corte.

- Isso aqui não é nada. Posso ter machucado em qualquer lugar.

- Ou na luta. - disse sério, que a assustou.

- Já disse que não foi nada! Quer me soltar?

MM a olhava.

- Na próxima luta eu vou com você.

- O que?! - exclamou perplexa.

- Não vou deixar que encostem em você.

- Sei muito bem me defender! Sou Ísis esqueceu?

MM a soltou.

- Por isso mesmo. Não posso deixar que uma deusa tão importante se machuque. Seus deuses poderiam me castigar por isso.

- Vai me proteger só por que sou deusa?

- Por que mais a protegeria?É só por isso. - ele sorriu. - até mais. - foi embora.

Nefertari olhava para a porta incrédula.

Akya não tinha ido almoçar, estava no quarto sentindo uma forte dor no local que Sadiki a acertara. Não tinha comentando com ninguém primeiro pelo orgulho de ter sido ferida e segundo porque não queria preocupá-los com algo tão insignificante.

- Fui burra, não devia ter me descuidado.

Sentindo um pouco melhor levantou, eles poderiam desconfiar do sumiço dela apesar de saberem que confraternizações não eram de seu feitio. Sabia que eles estavam perto da sala de refeições e foi para lá que se dirigiu. Ela andava a passos lentos, ainda sentindo dor. Por um momento suas pernas bambearam e ia ao chão se não tivesse sido amparada. Olhou assustada para cima deparando com um par de olhos negros. Ficou desconcertada, de perto Shura era ainda mais bonito. Fitou por um tempo até que se deu conta que estava nos braços dele.

- Me solta. - disse ríspida.

Ele a soltou.

- Você está bem? - indagou preocupado.

- Estou. Não foi nada. - respondeu mais serena. - estou ótima.

Deu mais um passo, mas sentiu uma vertigem, novamente o espanhol a segurou.

- Isso não é bom.

- Estou bem.

- Precisa descansar.

Akya arregalou os olhos, Shura a carregara no colo.

- Onde é seu quarto?

- Me solta! Me solta! - começou a se debater. - me põe no chão.

- Não seja teimosa.

- Sabe que eu controlo o fogo, vou te queimar. - ameaçou.

- Não tem importância. - ele começou a andar.

- Estou avisando, me solta ou vai se queimar.

- Já disse que não solto. - falou sério.

Akya elevou a temperatura do corpo. Shura sentiu um leve ardor.

- Pare cavaleiro de Atena.

- Viro a esquerda ou a direita? - perguntou com tranqüilidade.

- Pare. - aumentou um pouco mais.

- Deve ser para a esquerda. Sabe, no lugar onde eu nasci faz muito calor - ele a olhou. - estou acostumado.

Ele sorriu. A portadora de Chu encantou pelo sorriso e aos poucos foi baixando a temperatura até voltar ao normal. Shura sorriu ainda mais, parecia que Akya tinha aceitado a ajuda dele.

- É a terceira porta. - murmurou.

Shura abriu a porta, o quarto das portadoras era muito bonito, seguia os moldes dos deles, mas estava decorado em três cores: rosa na esquerda, dourado no centro e preto a direita.

- Suponho que sua cama seja a de cor dourada.

Ela balançou a cabeça afirmando. Ele a deitou de forma delicada.

- Está bom assim?

- Sim...

- Agora descanse. Qualquer coisa a chamamos.

- Sim.

- Bom já vou indo.

Ele levantou e já estava quase saindo...

- Shura.

- O que?

- Obrigada...

- Não há de que. - sorrindo fechou a porta.

Akya também sorria, o simples contato fez com que sua dor sumisse. Shura era uma pessoa especial, não lhe restava dúvida, contudo tudo não passava de ilusão. Mais cedo ou mais tarde ele iria embora e tudo aquilo iria acabar.

Fora do palácio, Saga não parava de provocar Ishitar e ela por sua vez o atacava com toda voracidade.

- É só isso que consegue? - sorriu desdenhoso.

- Cala a boca! - gritou.

- “Isso Ishitar libera toda a sua raiva, vai se sentir melhor."

Esse era o plano dele, porem o cosmo dela aumentava cada vez mais e ele já não desviava com tanta destreza.

- " Ela vai me matar." - pensou.

Ishitar estava prestes a golpeá-lo quando de repente parou. Saga tirando os braços do rosto a fitou.

- Ishitar...?

Ela tinha o olhar vago e do nada sentou no chão.

- Ishitar? O que foi? - Saga aproximou.

Continuou com o olhar vago, mas sua mente trabalhava, lembrava de sua mãe e do tratamento diferente que ela e Akhenaton recebiam. Sentiu muita raiva, seus olhos brilharam em vermelho monetariamente e inconsciente elevou a mão para socar alguma coisa. Saga que estava perto acabou levando um soco.

- Uh.. - caiu sentando no chão. - você ficou maluca?

- O... que...? - indagou voltando a si.

- Isso é vingança.

- O que aconteceu?

- Você me bateu! Não foi um golpe justo.

Ishitar olhou o geminiano sentado no chão. Sentia se estranha, como que sua mente tivesse se afastado de seu corpo.

- Eu tenho que ir. - levantou e saiu correndo.

- Ishitar? Espera!

A portadora de Toth entrou as pressas no palácio indo direto para seu quarto. Sua cabeça rodava, as vistas estavam embaralhadas. Deitou na cama e não viu mais nada.

Akya se sentia bem melhor e dava pequenos passos pelo quarto. Aproximou de um móvel e abriu a primeira gaveta retirando uma caixinha de cor azul. Acariciou-a por um longo tempo sempre mantendo um sorriso nos lábios. A passos lentos voltou a sentar na cama onde colocou a caixa. Deu um longo suspiro antes de abri-la. Akya tocou timidamente seu conteúdo revelando uma corrente dourada com um pingente do mesmo material. O pingente era uma estrela de seis pontas rodeada por um circulo.

- O símbolo de Chu.

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Uaset 5 anos atrás...

- Pai! Mãe! Cheguei!

- Akya! - exclamou uma senhora morena de cabelos negros lisos e olhos roxos que veio de encontro a ela.

- Mãe.

As duas deram um forte abraço.

- Já voltou Akya? - um senhor de cabelos cacheados e olhos azuis a abraçou sorridente.

- Terminei parte do treinamento, posso me considerar a nova portadora de Chu, daqui um ano receberei a jóia e a armadura.

- Que bom. - sorriu a senhora.

- Estou muito orgulhoso de você, filha. Sei que protegera Uaset.

- Sim pai.

- Ya! Ya! - gritou um menino de cabelos cacheados e olhos roxos. Correndo a abraçou. - Ya!

- Oi Hakor. - ela brincava com os cabelos dele. - como você cresceu.

- Sabe Ya sou o garoto mais popular da escola. - disse todo contente.

- Por quê?

- Todos me respeitam porque sou irmão da portadora de Chu. - estufou o peito.

- E aposto que esta adorando isso. - sorriu, sabia que o irmão gostava de atenção.

- É bom ser tratado como alguém importante.

- Hakor... - ela colocou a mão na cintura.

- Trouxe um presente para mim? Trouxe?

- Hakor. - chamou a mãe. - sua irmã chegou agora, deixe-a descansar.

- Mas mamãe... - o menino fez beiço.

- Trouxe sim.

- Sério?

- Sim. - ela foi até o sofá e sentou. Hakor a acompanhou.

Akya tirou uma pequena caixa azul de sua sacola. O menino a fitava com curiosidade.

- O que é Ya? O que é?

- Não seja impaciente. - ela sorriu, sabia que o irmão era curioso. - tome. - entregou-lhe a caixa.

Hakor a abriu depressa.

- Oh... o que é isso? - tirou uma corrente com um pingente em formato de estrela envolto por um circulo.

- É o símbolo de Chu. Vai trazer proteção a você. Foi forjado no templo.

- Meus amigos vão morrer de inveja. - sorriu.

- Hakor... não é para isso que estou te dando.

- Brincadeira. Vou usar sempre. Obrigado Ya! - deu um abraço nela.

Akya ficou mais alguns dias em sua casa antes de seguir com o restante do treinamento. Despediu-se de seus pais, dizendo que no próximo ano voltaria como portadora de Chu, mas isso não aconteceu. Seis meses depois, os Sitis atacaram Uaset, Akhenaton conseguiu expulsa-los, mas uma parte da cidade havia sido atingida. Assim que soube qual parte era Akya correu para lá.

Parou na frente de sua casa, as janelas e portas estavam todas abertas, até aí tudo normal, pois sabia que seu pai gostava de tudo aberto, mas seu coração estava apertado. Entrando chamou por seus pais, não houve resposta, tudo estava num profundo silencio.

- Mãe...? Pai... Cadê vocês?

Olhou alguns cômodos e nada, faltava apenas a sala de jantar para olhar... Akya precisou escorar na estante para não cair, seus pais estavam caídos no chão com grandes marcas de violência.

- Pai... mãe... - seus olhos encheram de água, ajoelhou ao lado deles. - pai... mãe...

Não adiantava chama-los, estavam mortos.

- Hakor! Hakor! - gritou saindo correndo.

Akya subiu as escadas correndo indo direto para o quarto dele.

- Hakor...? - levou as mãos até o rosto. Aproximando ajoelhou ao lado do irmão que tinha as mesmas marcas dos pais. - Hakor... - ela começou a chorar. - por Ré... - notou que o irmão segurava algo nas mãos.

Akya cuidadosamente abriu a mão, ele segurava o pingente de Chu. Ela o pegou.

- Não pude salva-los... mas juro que vingarei de todos os sitis. - colocou o colar no pescoço e saiu.

Do lado de fora, Akhenaton, Ishitar e Nefertari a esperavam.

- A-kya... - ele aproximou.

- Estão mortos. - disse fria.

- Sinto muito. - disse Tari.

Ela não respondeu olhando fixamente para Ishitar.

- Vou acabar com sua raça.

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Akya olhou o pingente mais uma vez e depois de limpar uma lagrima o guardou novamente. Colocou na gaveta e saiu

Saga perguntava a todos por Ishitar, desistindo foi para o quarto.

- Onde estava? - indagou Kanon deitado em sua cama.

- Por aí.

- Estava com ela. - ele o olhou. - e essa marca no seu rosto?

- Ishitar me bateu.

- Te bateu? - sentou na cama.

- Foi sem querer.

- Saga, meu irmão querido. - Kanon levantou e com um sorrisinho critico foi até ele.

- Qual besteira está pensando em dizer?

- Você gosta da Ishitar?

- Quem? Eu?!

- Tem mais alguém aqui?

- Claro que não. Não gosto dela. Só a acho uma pessoa forte, passou por tanta coisa...

- Sei... - o geminiano balançou a cabeça.

- Tem um grande poder. É só isso. Ela tem um gênio difícil, não nos damos bem.

- E fica andando atrás dela, imagine se dessem bem.

- Não seja idiota. Não sinto nada por ela.

- Ta bom. Vou andar. - saiu.

Saga fitou a porta. Admirava-a por ser forte, mas era só isso.

- Kanon está pirando.

Num das varandas a conversa estava animada.

- Bom vou para meu templo. - Isi levantou. - até logo.

Shaka a acompanhou com os olhos. Realmente o beijo que ele lhe dera de surpresa tinha surtido efeito, não que essa fosse sua intenção, mas que veio a calhar. Finalmente Isi o deixaria em paz e poderia voltar a ser Shaka servidor de Atena e Buda. Como disse dias atrás, não precisava dela em sua vida. Isi caminhava a passos lentos, nunca foi de fazer meditação e rezar, nem para sua deusa protetora fazia isso, mas devido aos últimos acontecimentos tinha que faze-lo. Na luta sentiu que seu cosmo sofrera uma ligeira diminuição.

- "Não pode estar acontecendo... não comigo." - pensou entrando em seu templo.

Isi foi até um móvel e pegando dois incensos ascendeu um de cada lado da estátua de uma mulher com orelhas de vaca que estava sobre o altar (n/a: uma das representações de Hathor é essa). Um aroma doce começou a invadir o local. Isitnefert ajoelhou diante da estátua, colocando o rosto ao chão.

- Minha cara senhora, sei que tenho sido uma péssima representante, mas venho até te implorar por vossa misericórdia em atender um pedido meu. - ela olhou para a estátua. - tire Shaka de Virgem da minha mente e do meu coração.

Miro sorria de orelha a orelha, pela primeira vez sentia-se feliz apenas por um sorriso. Normalmente já ia para os finalmentes, mas com Hatshe queria que fosse devagar. Ela não era como as várias mulheres com que quem saiu. Ela era diferente e essa diferença o fascinava. Conquistaria-a aos poucos mesmo levando o tempo que fosse.

- Por que está rindo desse jeito?

- Por que uma deusa me deu uma chance, Dite.

- Quem foi a desafortunada da vez?

- Hatshe. - respondeu não escutando a pergunta.

- Miro... Ela não é como as mulheres que costuma sair. Não brinque com ela.

- Não vou brincar. - disse tão seriamente que até assustou o pisciano. - Hatshe é um anjo, jamais brincaria com ela.

Afrodite o fitou incrédulo.

- Miro... esta apaixonado por ela?

- Eu?

- Sim você.

- Estou... acho que sim... ela é linda, gentil, carinhosa, prestativa,...

- Já entendi. Por Zeus! - exclamou. - Viverei para ver mais esse milagre. Miro e Kamus apaixonados. Que milagre!

- Kamus o que?! - quase engasgou.

Afrodite tampou a boca.

- Nada!

- Eu escutei muito bem. Que história é essa do picolé estar apaixonado.

- Esta história está espalhando... - murmurou. - se Kamus descobrir...

- Se não me contar eu conto para ele. - Miro cruzou os braços. - pode ir falando.

Vencido Afrodite contou tudo.

- Pela Tite? - levantou as sobrancelhas - ele tem bom gosto... a Tite é maior gost...

- Poupe-me dos detalhes.

- Se estiver mesmo, ele jamais vai admitir. Quanto mais depois do que ele falou. É orgulhoso demais para pedir desculpas.

- Também acho, contudo se ele quer ficar de bem com ela não tem muito tempo.

- Por quê?

- Assim que essa guerra acabar vamos embora esqueceu?

Miro o olhou estático. Voltariam para Grécia.

- " Hatshe..."

- Miro o que foi?

- Nada...

- Não vai contar para ele?

- Não... morreu aqui... eu já vou...

Despediu e seguiu em frente, porem parou pouco adiante. Tinha esquecido completamente, desse "detalhe", não estavam na Grécia e sim em Uaset e em breve iriam embora.

Afrodite voltava para seu quarto quando encontrou Tite no caminho.

- Oi Tite.

- Oi Dite, estou indo para o jardim quer me acompanhar?

- Adoraria. - ele estendeu-lhe o braço.

Durante o trajeto conversaram sobre diversas coisas, mas Dite queria tocar num determinado assunto.

- Nefertite.

- Sim?

- Você sente algo pelo Kamus?

- O que?! Por que está perguntando?

- Por que quero saber. Não precisa esconder de mim.

- Eu...

- Notei isso desde o dia da dança.

- Gostava, é a palavra certa. Ele me disse coisas horríveis e sem motivo.

- Kamus às vezes é um grosso.

- E orgulhoso. Tentou me pedir desculpas, mas o orgulho falou mais alto.

- Está chateada com ele.

- Muito, mas é melhor que seja assim.

- Por quê?

- Vocês vão embora e alem do mais...

- Fale.

- Promete que não conta a ninguém?

- Sim.

Eles sentaram num banco.

- Existem leis sagradas para as sacerdotisas. Elas não podem sentir nada por homem algum a não ser amizade, tendo que permanecer virgens até a morte ou até que sejam substituídas. Por isso o contato é proibido, qualquer contato. O mesmo vale para nós portadoras com mais um agravante.

- Qual?

- As armaduras que usamos não passam de mera decoração, tanto que em um ataque mais forte ela pode despedaçar. Nossa fonte de poder é o nosso cosmo em conjunto com as jóias mantendo assim um equilíbrio. Quando Akhenaton possuía o djed mesmo que nosso cosmo estivesse fraco o poder da jóia continuava. - Tite fitou um ponto. - acontece que esse equilíbrio foi quebrado por causa do djed. Com isso precisávamos contar ao maximo com os nossos cosmos para suprir o poder da jóia, só que...

- Só que o que?

- A razão dessa proibição é para que as sacerdotisas não desviassem de sua missão mantendo seus cosmos concentrados ao maximo. - ela o olhou. - o equilíbrio já foi quebrado por causa do djed e está sofrendo por causa desse segundo fator.

- Quer dizer que...

- Se nos apaixonarmos nossos cosmos aos poucos vão diminuindo até desaparecer. O poder que restará nas jóias não será o bastante para derrotar Seth que a cada hora está ficando mais forte.

- Então... Ank...

- Não tenho certeza, ela passa muito tempo com Mú e parece que os dois se dão muito bem... acredito que isso contribuiu para que ela perdesse sua jóia.

- E as outras portadoras?

- Não notei nenhuma alteração.

- E você?

- Por enquanto... entende porque é melhor eu esquece-lo?

- Sim... - Afrodite lembrou de Miro. - “Miro!... será que Hatshe...?”

- O que foi Dite?

- Nada. - não poderia contá-la sobre Miro. - Então temos um possível problema.

- Sim. Creio que Akhenaton já desconfia disso.

- E o que acha que ele vai fazer?

- Não sei. Ele como Akhenaton só fará alguma coisa, se algo grave acontecer, quanto Osíris... quando ele assume a consciência de deus é meio radical. Se Ank perdeu a jóia porque se apaixonou pelo Mú é bem provável que Osíris vai afastá-la dele.

Ank tinha dispersado do grupo, queria ficar longe de todos principalmente de Mú. Estava tão distraída que nem notou a aproximação de alguém.

- Por que está aqui sozinha? - Mú a abraçou.

- Por nada. - ela se soltou dele.

O ariano a fitou intrigado.

- Ank, está acontecendo algo?

- Não. - encostou na mureta de proteção.

- Eu te fiz alguma coisa?

- Claro que não. - ela o olhou. - não está acontecendo nada.

Ank não conseguia encara-lo desviando constantemente o olhar. Mú pensou em ler a mente dela para saber o que estava acontecendo, contudo achou melhor que não. Ank contaria a ele no momento certo.

- Está certo. - ele debruçou na mureta. - Está calmo.

- Sim. - ela fez o mesmo gesto. - nem parece que Seth apareceu a pouco tempo.

- O santuário agora está assim, tudo tranqüilo, tudo em paz. Não parecendo em nada palco das guerras que enfrentamos.

- Foram muitas?

- Sim. Na ultima, a mais sangrenta de todas, nós morremos.

- Como?!

Meio assustada Ank se afastou um pouco, Mú apenas a olhou com um sorriso nos lábios.

- Não sou um fantasma, boba. Tempos depois Atena nos reviveu.

- Ah...

- Você não existe. - disse sorrindo.

Ela o fitou. Mú era uma pessoa muito especial, gostava do seu jeito, gostava de seu cheiro, gostava do seu olhar sereno, seu cabelo de uma cor que ela nunca tinha visto e adorava suas pintinhas. Seria tudo perfeito se vivessem no mesmo mundo, mas a realidade não era assim. Mú pertencia a outro lugar e pior, com o pouco tempo que lhe restava não podia demonstrar o tanto que ele era importante para ela. Talvez se isso acontecesse até a vida dele estaria em risco e não queria. Queria salvar Uaset, seu lar e a ele...

O ariano a olhava sem entender seu súbito silencio, sabia que algo grave estava acontecendo. Resignou apenas a lhe sorrir. Diante do gesto os olhos dela encheram de água.

- Ank... ?

- Mú. - ela correu e o abraçou. - me abrace bem forte. - começou a chorar.

Ele a abraçou.

- Estou aqui, não se preocupe.

Isi voltava de seu templo andava pensativa que nem percebeu a aproximação de alguém. Shaka a havia percebido e tentou permanecer indiferente. Isi o viu e para a surpresa dele, passou direto. O virginiano deu alguns passos, mas parou olhando para trás.

- “Finalmente entendeu...” - deu um meio sorriso, continuando seu caminho.


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