As Sete Jóias de Uaset escrita por Krika Haruno


Capítulo 4
Capítulo 4: Primeiras Impressões




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Os primeiros raios de sol atingiam o palácio, despertando seus moradores. Akhenaton, Atena e as meninas foram tratar da cerimônia. Os dourados ainda dormiam com exceção de Saga, Shaka, Kamus e MM. Isto mesmo MM, acordara cedo, os roncos de Aldebaran não deixaram-no pregar o olho. Saiu do quarto para dar uma volta.

- Devem ser imunes ao som. Como conseguem dormir com aquele barulho todo. Ainda bem que é só mais um dia.

MM esfregava os olhos, eles ardiam e lacrimejavam pela falta do sono.

- Inferno!

Andava distraído, passou por uma porta, mas voltou. Viu uma moça no interior da sala ascendendo um incenso.

- " Que estátua esquisita." - pensou. - que estátua doida é essa? - perguntou entrando, sem notar que estava apenas de cueca.

- Quem é você? E o que faz aqui? É um local sagrado não pode entrar. - a moça parou na frente dele.

- Sagrado? - deu um risinho.

- Sim. Quem é você?

- MM e você?

- Nefertari. Você... é um dos cavaleiros de Atena.

- Ao seu dispor. - ele aproximou ainda mais.

Nefertari fitou aqueles olhos azuis provocadores e recuou.

- Pode ser um cavaleiro, mas não pode entrar aqui, é um local sagrado.

- Onde só os seres perfeitos podem entrar. Já escutei essa ladainha gatinha. É igualzinha ao Shaka, com esse papo. É a reencarnação da tal Ísis não é?

- Sim!

- Sabia, se acha superior a todos.

- Ao respeito! Sou uma deusa.

- Para mim, uma mulher comum. - aproximou ainda mais ficando milímetros do rosto dela.

- Seu...

Splash. Tari deu um tapa nele. MM a fitou com ódio.

- Saia daqui! - os olhos azuis faiscavam de raiva.

- E se eu não sair? Vai fazer o que? - ele sorriu irônico. - só é uma mulher comum.

- Seu... - Tari o olhou de cima em baixo. - como ousas ainda nesses trajes?

- Trajes?

Só então se deu conta de como estava vestido.

- Eu vou, - ficou corado. - porque não quero problemas com Atena e não porque esta mandando. Arrogante.

MM saiu. Tari tentava permanecer calma, mas a presença dele era perturbadora. Suspirou fundo e voltou a ascender incensos para Ré.

- Mulherzinha arrogante, pretensiosa.

MM voltou por outro corredor achando que estava indo para o quarto mas acabou se perdendo, andou por um tempo até que achou uma varanda, morrendo de sono e desistindo de procurar seu quarto, sentou num canto e adormeceu.

Miro espreguiçava na cama, dormira muito, queria ficar um pouco mais, mas já devia ser tarde. Abrindo os olhos olhou para os lados, não viu Kamus e nem Dohko.

- Esse povo madruga.

Rapidamente se aprontou e saiu em busca dos amigos, certamente estariam tomando café e estava com uma fome danada. Andava tranquilamente quando viu que uma mulher em vinha em sua direção. Olhou de cima e em baixo e sorriu. Não vira seu rosto direito porque ela estava concentrada em um livro. Armando seu melhor sorriso parou.

- Oi Bom dia! - disse em alto e bom som.

- Bom dia. - a moça o olhou.

- Você é uma das portadoras. Eu sou Miro cavaleiro de Atena.

- Ah sim. Hatshepsut.

- Hat- shes. Hates.. - ele não conseguia falar.

- Me chame de Hatshe. - disse rindo

- Melhor assim. Hatshe, onde posso "rangar"?

- "Rangar"? - ela o olhou sem entender. - ah.. está com fome. Não tinha entendido. Siga por este corredor até o final, lá vire a esquerda até o final. Verá uma escada ela que sai direto a sala de refeições.

- Obrigado. Bem... não pode ir comigo? Posso me perder pelo caminho... - fez cara de desamparado.

Hatshe riu.

- Infelizmente não, tenho uma reunião agora mas vai achar com certeza.

- Esta bem então. Até mais.

- Tchau.

Hatshe continuou o seu trajeto, Miro a olhava e depois de vê-la sumir sorriu.

- Ta no papo.

Seguindo as recomendações achou a sala, todos os dourados estavam lá.

- Bom dia a todos! - olhou para a mesa. - que mesa farta. Se o café da manha é assim imagine o almoço.

- Isso já é o almoço. - disse Kamus.

- O que?

- Quantas horas acha que é seu folgado! Já passa de uma! - gritou Shura.

- Nossa e achei que fosse umas oito...

- Oito o caralho... - MM abriu a boca. - que sono.

- Não dorme direito depois desconta esse mau humor em mim. - disse Miro.

- Vai pro infer...no - abriu a boca de novo. - o culpado é esse daí. - apontou para Aldebaran.

- Eu? Por que?

- Ronca. Ronca muito! Aposto que o santuário escutou seu ronco. Não consegui dormir.

- Pois eu dormir maravilhosamente bem. - disse Afrodite dando um sorriso debochado.

- Eu também. - confirmou Mú.

- Devem dormir como pe...dras... - bocejou de novo.

- Na verdade usamos tampões. - Dite mostrou o seu.

- A minha casa é abaixo dele, como acha que eu consigo dormir? - disse Mú.

- Tampões? - ficou bobo. - eu quero um! Se eu ficar sem dormir mais uma noite...

- E MM que mal humor, sorria a vida é bela e as mulheres daqui mais ainda. - deu um sorriso nada inocente.

- Miro... - disse Dohko. - o que andou aprontando?

- Nada. Que desconfiança..

- Por que será?

- Só estava conversando com a Hatshe.

- Quem?

- Hatshe, uma das portadoras. Ela é linda! Já viram os olhos dela?

- Miro de Escorpião. - disse Shaka. - veja o que vai fazer. Somos visitantes e não sabemos os costumes deles. Não vai arrumar confusão para Atena.

- Só falei que ela é linda.

- E aquela metida insuportável! Consegue... - bocejou. - ser pior que a Ishitar. Ainda bem que vamos embora.

- De quem esta falando criatura? - indagou Shura.

- Da que se acha melhor que todo mundo. Da santa do pau oco!

- Quem MM? - indagou Shaka preocupado.

- A reencarnação da tal Ísis.

- MM o que você fez? -Shaka ficou ainda mais preocupado.

- Eu? Nada! Estava andando, aí entrei numa sala. Ela estava ascendo aquelas coisas que você ascende pro Buda. Aquilo que sai fumacinha.

- Incenso.

- É. Ela me expulsou de lá.

- Boa coisa você não fez. - sorriu Aiolos.

- Só entrei lá. Disse que era um lugar sagrado que eu não poderia ficar lá, aquela babela toda. Ainda me deu um tapa!

Os dourados começaram a rir.

- Continuem rindo e vão para o inferno!

- O que mais você fez?

- Só disse umas verdades para ela.

- MM... - suspirou Shaka. - ela não deve ter ficado brava só por isso.

- Ficou e piorou depois que... eu... entrei de cueca. - bocejou.

- Você fez o que? - o virginiano abriu os olhos.

- Estava de cuecas, não percebi caspita! Não fiz nada de mais! Não é possível que nunca viu um homem de cueca.

- Por Zeus... vamos acabar tendo outra guerra.

- Passou. Depois de comermos vamos dar umas voltas. - Miro se serviu pela terceira vez. - quero despedir das minhas fãs.

- Calado! - Kamus deu um pedala nele.

Os outros limitaram a comer. Num outro canto da cidade...

- Senhor Seth.

- Diga.

- Trago noticias de Uaset.

- Fale.

- Osíris mandou buscar a deusa Atena. Ela se encontra aqui juntamente com seus cavaleiros.

- Osíris é inteligente.

- Vamos atacar?

- Paciência. Ele deve realizar a cerimônia hoje ou amanha. Assim que Atena tiver liberado o poder de Maet, vamos fazer lhe uma visitinha.

- Como quiser.

Nefertari corria apressada por entre as árvores.

- Esta atrasada. - disse Akya.

- Me desculpe. Fui fazer orações para Ré e depois me encontrei com Akhenaton.

- Tari!

Tite jogou água na amiga.

- Nefertite! Me molhou toda!

- Não temos que nos purificar?

- Temos. - ela sorriu.

As sete portadoras estavam numa fonte que ficava dentro de um templo a céu aberto atrás do palácio. Era onde se purificavam antes das cerimônias.

Akya e Ishitar estavam sentadas em um canto. Ank e Tite brincavam com a água. Isi penteava seus cabelos e Tari e Hatshe molhava uma a outra.

- Finalmente teremos as sete jóias completas. - sorriu Ank. - poderemos derrotar Seth.

As seis concordaram.

- Nossos poderes serão suficientes?

- Claro que Tite. Afinal somos as portadoras.

- Não acham que Seth está quieto demais? - indagou Ank.

- Também tinha pensado sobre isso. - disse Isi. - desde que ele pegou o djed não apareceu e nem mandou os sitis.

- Por isso é bom ficarmos em alerta. - disse Ishitar. -ainda não conhecemos seus guardiões.

Ela olhou para Tari que estava calada, conhecia desde criança, pelo olhar dela sabia que tinha acontecido alguma coisa.

- O que foi Tari?

- Nada não.

- Como não? - Isi aproximou do rosto dela. - não esta com aquela cara divina.

- Um dos cavaleiros de Atena entrou no templo de Ré.

- O que? - exclamou as seis.

- Como se atreveu? - Akya levantou.

- São uns inúteis! - disse Ishitar. - ainda bem que vão embora amanha. Não suporto eles.

- Ah, eles são legais. - disse Tite. - recebendo olhares mortais de Tari, Ishitar e Akya.

- E são lindos! - disse Isi. - pena que vão embora.

- Conversei com um hoje e ele foi simpático comigo.

- Hatshe!

- Devia relevar Tari, afinal ele é um simples mortal e você uma deusa. - Isi sorriu debochada. - perdoar é divino e não humano.

Tari não disse nada.

- Não se preocupe Nefertari isso não vai acontecer mais. Vou colocá-los na linha.

- Ishitar não exagere. - pediu a portadora de Ìsis.

- "Por que sou a primeira e a última, eu sou a venerada e a despreza, a prostituta e a santa, a esposa e a virgem... - Tite sentou ao lado de Tari. - ... a mãe e a filha, os braços de minha mãe.." - ela sorriu.

- ".. a estéril e numerosos são meus filhos, a bem casada e a solteira... - Isi aproximou. - a que dá a luz e a que jamais procriou, a consolação das dores do parto..."

- "... a esposa e o esposo, e foi meu homem quem me criou, eu sou a mãe do meu pai." - foi a vez de Hatshe.

- " ... sou a irmã do meu marido e ele é meu filho rejeitado, respeitem-me sempre, porque eu sou a escandalosa e a magnífica." - sorriu Ank.

Tari começou a rir.

- Vocês gostam mesmo desse hino da Ísis.

- Dedicamos a você.

Ficaram em silencio para depois começarem a rir de menos Akya que deu um sorriso rápido.

Os dourados passeavam pelos jardins.

- Que sono... - MM espreguiçou. - maldito ronco.

- Eu não ronco tanto assim!

- Não... - bocejou. - imagine.

- Por que não vai dormir?

- Tirei uma soneca numa varanda dessas mas não adiantou.

- Que calor, não agüento esse lugar. - Kamus soprava ar frio nas mãos.

- Vamos embora amanha não reclama.

Afrodite que tinha afastado do grupo, olhava atentamente algumas inscrições em um portal.

- O que foi Dite? - Shura passou o braço pelo pescoço dele.

- Nada não. Só estou olhando, não consigo ler mesmo.

- È um mundo completamente diferente do nosso. - Mú aproximou dos dois.

- É, mas com os mesmos problemas.

- Um deus maluco querendo dominá-lo. - sorriu Shura.

- Sim.

- Do que estão falando? - indagou Miro, acompanhado pelos outros.

- Nada orelhudo. - respondeu Dite.

- Só perguntei. O que tem atrás dessa porta?

- Sei lá.

- Vamos ver. - ele foi entrando.

- Miro.- Shaka tentou segura-lo.

- É melhor irmos atrás dele.

Miro seguia na frente, logo foi alcançado.

- Miro. - Shaka o segurou.

- O que?

- Não sabemos que lugar é esse. Pode ser um local sagrado.

- E daí?

- E daí que não queremos confusão. - disse Aiolos.

- Podemos encontrar umas das portadoras aqui. - disse Dohko.

- Pois se eu ver aquela santa, vou devolver o tapa.

- Não vai fazer nada. - disse Saga.

- Vamos embora antes que alguém apareça.

- Está com medo Aldebaran. - sorriu Kanon.

- Estou, porque se a Atena descobrir estamos ferrados. Já sabem como ela fica nervosa.

- Ele tem razão. - Aioria lembrou de Atena. - ela vai acabar com a gente.

Já iam saindo quando ouviram risos.

- Hum.. mulher... - sorriu Miro.

- Muitas... - Kanon.

- Vamos lá ver. - Shura

- Só se for agora. - MM.

O quarteto pervertido, Kanon, MM, Shura e Miro, foram atrás das vozes. Aldebaran, Aiolos, Aioria, Dohko olharam entre si e foram atrás.

- Por Zeus. - suspirou Mú.

- Vamos atrás deles antes que eles façam alguma besteira. - Saga seguiu.

Kanon, MM e outros pararam de boca aberta. Os outros cinco pararam atrás deles ficando também encantados. Até Shaka abriu os olhos, mas fechou os em seguida. As portadoras brincavam na fonte jogando água umas nas outras. Elas usavam faixas de linho bege, formando um top e um mini short.

Miro olhava-as e sorria , mas passou a fitar Hatshe. Se a achou bonita sobre a armadura e o vestido sem eles ficava ainda mais. Kamus olhava para Tite. Achava sua voz irritante e extremamente falante mas vendo-a deu um sorriso imperceptível. MM fitou Tari, ela era desagradável mas tinha um corpo lindo. Os demais babavam por todas. Akya sentindo-se observada olhou para o lado.

- O que fazem aqui? - sua voz era fria.

As outras olharam para o lado. Ishitar estreitou o olhar, Isi deu um sorriso, Tari, Tite, Ank e Hatshe esconderam atrás das amigas.

- É hoje que mando-os para Anúbis.

Ishitar saiu da fonte indo em direção a eles. Tite tentou impedi-la, por causa dos trajes, mas ela estava cega de raiva.

- Quem vocês pensam que são para entrar aqui? - parou na frente deles.

- É... - murmurou Aioria.

- Vão ter o que merece. - Ishitar elevou seu cosmo.

- Não vai fazer nada conosco.

Ela e os outros olharam para a direção da voz. Saga passou pelos amigos parando na frente dela, não ia dizer nada, mas no último minuto lembrou de uma história que seu mestre havia lhe contado sobre a invenção da escrita, se ela se achava no direito de desdenhá-los ele também tinha, já estava na hora de ela saber com quem estava lidando.

- São meros visitantes, como ousam entrar nesse recinto? É um lugar reservado apenas para as portadoras.

- Entramos sem saber. - por ser mais alto Saga olhava por cima. - e já chega de tratarmos mal.

- Ora... - os olhos cor de âmbar brilhavam de ódio.

Saga continuou a olhá-la com seriedade, porém desviou por segundos o olhar passando a fitar o colo dela por pouco não corou.

- Se julga melhor do que nós, só porque o deus que representa é dito como o inventor da escrita.

Os dourados ficaram perplexos, nunca viram Saga falar assim. As portadoras só esperavam o geminiano ser mandado para Anúbis.

- Como disse?

- Já ouvi uma história muito interessante sobre isso. - sorriu. - Tinha um rei, que morava em Tebas e perguntou a Toth qual era a vantagem das letras alfabéticas. Ele respondeu que servia para despertar a memória. Sabe o que o rei respondeu? - ele sorriu. - " pois a mim parece justamente o contrário, por que os homens, servindo-se desses caracteres colocarão tudo no papel e não conservarão nada na memória."

- " Hu..." - sorriu MM.

- " Saga você ficou doido?" - pensou Kamus.

Ishitar estreitou o olhar, aquilo fora a gota d'água.

- Está no meu mundo e insulta meu deus?

O cosmo dela elevou-se de uma maneira perigosa, Saga não recuou, mas mudou de idéia ao sentir outros seis.

- Escute aqui cavaleiro de Atena. - disse Tari. - não vamos permitir que desrespeite um deus nosso. Jamais desrespeitaríamos Atena. - a voz dela saia de uma maneira assustadoramente calma.

- Peço desculpas em nome dele. - Shaka parou entre Saga e Ishitar, o cosmo do dois eram grandiosos com certeza entrariam numa guerra de mil dias. - sei que nossa condição aqui é de apenas acompanhantes de Atena. Saga foi infeliz no comentário.

Ank, Tite, Isi, Hatshe sumiram com seus cosmos.

- Não é a nós que deve pedir desculpas. - disse Akya diminuindo o dela.

- Senhorita Ishitar. - Shaka a olhou.

- Não foi você quem disse. - continuava a fitar Saga com ódio. - e o que parece um dos poucos que se comportam como protetores.

- Saga. - disse Shaka.

- Me perdoe, não quis ofendê-la. - pediu.

O cosmo de Tari diminuiu.

- Ishitar te perdoa. - Isi parou no meio dos dois de frente para Shaka. - sei que não disse por mal. Sem ressentimentos? - ela estendeu a mão para o virginiano.

- Sim.

- E vocês dois - olhou para Saga e Ishitar. - vamos selar a paz.

Saga estendeu a mão, Ishitar continuava imóvel.

- Ishitar...

Apertaram as mãos.

- Muito bem. Agora vocês circulando. Vão logo.

Um a um foram saindo.

- Por que não me deixou matá-lo! - Ishitar deu um soco no ar, num rastro de dez metros, toda a vegetação foi arrancada.

- Por causa de Atena. Ela veio com boa vontade nos ajudar. - disse Isi.

- Se ele cruzar o meu caminho de novo...

- Já passou Ishitar. - Tari parou ao lado dela. - vamos nos preparar para a cerimônia.

Isi começou a rir.

- Qual é a graça? - indagou Ishitar nervosa.

- Por acaso percebeu que estava assim - ela apontou para o corpo dela. - diante dele?

Ishitar olhou para si ficando com mais raiva ainda.

Os dourados seguiam calados e temerosos por Shaka. Há uma certa distancia...

- Saga de gêmeos, por acaso Ares dominou você? Como fala daquele jeito com ela?

- Desculpe Shaka, mas ela é petulante, se acha melhor do que nós. É prepotente.

- Quem que eu conheço que é assim. - Kanon olhou para o irmão e começou a assobiar. - no tempo, que eu era Ares..- começou a cantarolar.

- O que quer dizer com isso?

- Ela é uma mistura de você com o Mask.

- O que? - exclamaram os dois indignados.

- Isso não vem ao caso. - Kamus cortou os dois.

- É Saga, pensei que ela fosse te matar. - disse Miro.

- Bem feito ela mereceu. - disse MM.

- Calados! - gritou Shaka. - quase provocam uma guerra e o que pior, elas estariam certas.

- Shaka tem razão. - falou Dohko. - as sete ascenderam seus cosmos e são formidáveis.

- Mas somos treze.

- São em menor número, mas o cosmo de todas vale por nós treze Mask. - Afrodite estava sério. - E aposto que não os manifestaram na totalidade.

- Por isso, Miro, MM e você também Saga vão ficar quietos em seus quartos. - a voz de Shaka não tinha alterado, mas sabiam que ele estava irritado. - se saírem vão para um dos infernos.

Os três obedeceram, deixar Shaka contrariado seria o mesmo que pedir para morrer. Os únicos que saíram foram Mú, Shura e o próprio Shaka que queria um lugar para meditar.

O ariano sabendo das 'áreas proibidas' seguiu para um jardim que ficava ao lado do palácio. Sentou em um banco admirando a vegetação. Estava bem quente, até o vento que soprava era quente.

- O que faz aqui?

- Nada. Desculpe se estou em algum lugar sagrado. - ele levantou.

- Não esta. Pode sentar.

- Obrigado. Você é a portadora de Tefnut.

- Sim. - ela sentou ao lado dele. - pode me chamar de Ank.

- Perdoe o meu amigo. Ele não quis ofender ninguém.

- Ofendeu um deus importante.

- Saga agiu mal, mas ele não é assim. É honrado, as vezes muito racional, é uma ótima pessoa.

- Sei que sim. Ishitar não é muito amigável, mas também é uma boa pessoa.

- Sim.

- A sua cidade é muito bonita Ank.

- Obrigada.

- Desde quando é portadora?

- Desde pequena. Somos escolhidas pelos deuses por isso - ela mostrou sua tatuagem de leão - quando se nasce com a marca de um deus, toda sua família comemora, é um grande status aqui. Quanto tinha por volta dos cinco anos fui levada até o templo de Tefnut e me tornei sacerdotisa, sempre com o apoio dos meus pais. Aos 18 recebi a armadura dela e desde então minha missão é cuidar de Uaset. E você?

- Treinei desde pequeno, igual a você por volta do cinco e me tornei cavaleiro de Atena aos quinze. Passamos por muitas batalhas e conseguimos vencer todas.

Ank olhava-o fascinada.

- O que foi?

- Seus cabelos. - ficou de pé na frente dele. - nunca vi uma cor tão linda.

- Obrigado...

Do nada, Ank tirou a fita que os prendia. O cabelo lilás tremulava ao vento. Ank passava a mão por entre os fios.

- Ank..? - fitou surpreso.

- São macios e tem um cheiro bom.

- Obrigado...

Ank os soltou e passou a fitar Mú. Sem que ele esperasse, colocou a mão no rosto dele.

- Sua pele é clarinha...

- Sim.. - ficou vermelho mais que um pimentão.

- Oh, por que esta com a cor vermelha?

- Por.. por... nada... é o calor, aqui esta muito quente.

- E essas suas pintinhas.. são lindas.

- È porque sou descendente de uma raça chamada Lemúria e todos têm essas pintas.

- Hum...Sabe, a maioria das minhas amigas já estão casadas, para nós portadoras é proibido qualquer relacionamento entre nós e um homem. De menos para a Isi, como é deusa do amor...

- E..? " Por que ela está me dizendo isso?"

- Dizem que o beijo é muito bom e que temos boas sensações quando beijamos. Fico imaginando como será essa sensação.

- Nunca beijou?

- Não...Pode me ensinar?

- O que... ? - Mú ficou roxo.

Antes que dissesse algo, sentiu os lábios de Ank colados aos seus. Durou apenas alguns segundos. Ank o fitava sem entender, e Mú tentava permanecer calmo.

- Não senti nada. Acho por que não mexi a boca, Isi me falou sobre isso.

Mú a olhava incrédulo, ela não podia ser tão ingênua assim.

- É sério essa história de que não podem beijar?

- Sim, são leis sagradas e as conseqüências são perigosas.

- Entendo.

- Por que não senti nada? - indagou desapontada.

- É que... - ele baixou o rosto, pensava em como explicaria a ela.

- O que? Me fala!

- Tem que ter sentimentos, quando se gosta da pessoa aí você sente.

- Hum... esta falando de amor.

- Isso mesmo. "Ela não existe, como pode ser tão ingênua assim... ingênua e doce..." - pensou fitando aqueles olhos roxos nao vendo nenhuma maldade neles.

- Entendi. Obrigada por me beijar. - disse sorrindo.

- Tudo bem as ordens. - tampou a boca. - " o que esta dizendo seu burro!"

- Vou tentar de novo então.

- Não...

Ank tocou seus lábios, mas dessa vez mexeu a boca, Mú tentava permanecer normal, mas a forma como ela mexia, o desmontara por completo. Sem perceber levou a mão ate a cintura trazendo-a mais para si. Aprofundou mais e mais o beijo. Ficou surpreso, sentia algo por ela. Ank o soltou. Fitava-o assustada.

- Ank eu...

Ela não disse nada apenas saiu correndo.

- Droga... isso que dá andar com o Miro.

O ariano levantou indo para o quarto. Ank corria e só parou depois de trombar em Isi.

- Que foi afobada?

- É que... eu... o Mú... nós... eu...

- Fale direito.

- Eu beijei o Mú.

Isi a olhou incrédula.

- Você fez o que?

- Eu o beijei.

- Você ficou doida? Sabe que isso não é permitido entre nós, quero dizer vocês.

- Desculpe. - Ank abaixou o rosto.

- Ankhesenamon... Bom já fez, mas não deixe Ishitar descobrir.

- Vai guardar segredo então?

- Vou. Como foi? - sorriu.

- Bem... Foi bom. Muito bom. Mú é lindo e tão doce, calmo...

Isi que sorria parou.

- "Ank.. você não esta... por Ré." - pensou.

- O que foi? Que cara é essa?

- Nada. Bom é melhor ir se preparar.

- Sim.

Ank saiu. Isi a observou por um tempo. Era deusa do amor, pegava no ar qualquer coisa relacionada a isso e temeu por Ank. A ultima coisa que podia acontecer a uma portadora era se apaixonar, nem mesmo com Isi isso poderia acontecer e parecia que a representante de Tefnut caminhava para isso.

- " Que eu esteja errada ou se não..."

Isi seguiu seu caminho, não preocuparia com isso, de certo era só empolgação de Ank e como eles iriam embora no dia seguinte não havia motivo para alarmes. Direcionou os pensamentos a um objetivo. Era deusa do amor e homens apaixonados por ela faziam parte de sua história, não seria diferente e como Hathor, não amaria ninguém. No corredor encontrou com Akya.

- Aonde vai apressada? - disse Akya indiferente.

- Fisgar meu troféu.

- De que esta falando? - continuou fria.

- De mais uma conquista para a minha coleção.

- Quem?

- Shaka de Virgem. É o mais diferente de todos. Será um belo troféu.

Isi entrou num templo, viu Shaka meditando em cima do altar de adorações.

- Sabe que precisa de permissão para entrar aqui.

- A quem preciso pedir permissão. - continuou na mesma posição e de olhos fechados. - senhorita Isitnefert.

- A mim. - ela subia as escadas que levava ate o altar. - esse é um templo de Hathor.

- Tenho sua permissão?

- Depende. Dizem que você é a reencarnação do deus Buda.

- Sim.

- Qual o poder dele?

- O de conduzir as pessoas ao certo.

- Hum... Entendo..e você?

- O que tem?

- Como é você?

- Uma pessoa devotada a Atena e a ele.

- E nas horas vagas?

- Não entendo.

- Akhenaton é a reencarnação de Osíris, mas leva uma vida de qualquer mortal e você?

- Minha vida é para servir a Buda e Atena.

- Igual a Tari, vivo para servir Osíris e Ísis. Mas quem são vocês realmente? O que fazem além de levar uma vida santa.

Shaka a encarou.

- Quem é Tari e Shaka na verdade?

Shaka abriu os olhos e a encarou. Seguiu alguns minutos de silencio.

- Atrapalho alguma coisa?

- Não. Já estava de saída. - ele levantou.

- Insisto que fique, é sempre bom ter pessoas exóticas dentro do templo de Hathor.

- Exótica?

- Sim... - Isi aproximou mais. - olhos azuis num tom que jamais vi... - dizia perto do ouvido dele sussurrando - cabelos claros... Perfume exótico de sua terra...

- Posso ser exótico senhorita Hathor, mas sei o meu lugar. - disse fechando os olhos.

Ele descia as escadas.

- Será que sabe mesmo?

Shaka parou por um momento.

- Não há a nada que eu não saiba.

Continuou a andar. Isi descia as escadas sorrindo, ao chegar na porta deparou com Akya.

- Parece que ainda há homens imunes a Hathor. - sorriu ironica.

- Esse homem não existe, cara Akya.

- Shaka de Virgem.

- Esse homem não existe. - insistiu.

- Em termos de devoção deve empatar com a Tari. São deuses.

- No fundo são humanos e um dia, essa humanidade se revela e quando ela aparecer estarei por perto. Não vou desistir dele, tenho até amanha.

- Mais um pra lista.

- Mas ele terá lugar de destaque.

Shaka voltava para o quarto quando encontrou com Mú no corredor, percebeu que o amigo estava alterado.

- Mú?

- Oi Shaka.

- Aconteceu alguma coisa? - o rosto do ariano não o enganava.

- Não. - ele pensou por um momento queria contá-lo, mas depois da reação na fonte desistiu. - não é nada. Não tinha ido meditar?

- Não me deixaram. Vou para meu quarto. Até mais.

- Até...

Shura andava despreocupado, olhando para o lado viu uma moça sentada encostada a uma árvore, estava de olhos fechados.

- " Akya."

Aproximou.

- Oi.

Ela abriu os olhos e fechou-os novamente.

- O que quer?

- Nada. - sorriu o espanhol. - desculpe pelo meu amigo.

- Não é a mim que tem que pedir desculpas.

- Sim.

Shura sentou na frente dela. Ela continuou do mesmo jeito.

- Esta quente hoje.

- Todos os dias são assim.

- Na minha terra também faz muito calor mas nem se compara.

Ela não respondeu.

- Sou Shura. - estendeu a mão.

- Portadora de Chu. - apenas disse.

- Sim... - recolheu a mão sem graça.

- Akya.

- Bonito nome.

Ela abriu os olhos. Shura ficou encantado por eles apesar de serem frios, uma mexa cacheada emoldurava seu rosto.

- Estou te importunando. - disse o espanhol.

Não disse nada, mas seu olhar disse tudo.

- Bem já vou indo. - ele levantou. - Até.

- Akya! Akya!

Shura parou para ver quem era.

- Oi Shura. - Ank respirava ofegante.

- Oi Ank.

- Akya, o senhor Akhenaton esta chamando.

Ela levantou e foi saindo.

- Até mais Shura. - Ank acenou.

- Até.

Na sala do trono Akhenaton aguardava a chegada de Akya e Ank que não tardou.

- Estão todas aqui?

- Sim.

- O motivo que as trouxe aqui é para falar sobre a comemoração que darei depois do ritual.

- O que? - exclamaram as sete.

- Por que o espanto? Vamos honrar Atena por ter nos ajudado.

- Por que está nos dizendo isso? - indagou Akya. - nós não cuidamos disso.

- Mas vão apresentar para Atena e seus cavaleiros.

Akya, Ishitar e Tari ficaram pasmas as demais sorriram.

- Nunca! - bradou Ishitar. - Prefiro morrer a dançar para eles!

- Está sendo dramática.

- Dramática? Sempre fui contra a vinda deles ainda mais depois de hoje.

- O que houve?

- Nada. - disse Tari cortando-o - faremos o que?

- Pensei em um número de dança e uma luta. Pode cuidar da dança Isi?

- Com muito prazer.

- Não vou participar! - gritou Ishitar.

As seis a olharam incrédulas.

- Está aumentando a voz para seu senhor? - Akhenaton ficou contrariado.

- Não.. me desculpe. - abaixou o rosto. - é que...

- Lutará você e Akya e não é um pedido é uma ordem.

- Sim. - respondeu, mas querendo matar um.

- Muito bom. "Como é bom tira-la do sério" - sorriu. - o estilo de luta vocês escolhem. Quero que saia tudo perfeito.

Ishitar saiu cuspindo fogo, Akya a seguiu. As demais foram para uma outra sala.

- O que vamos fazer Isi?

Isi andava de um lado para outro, pensativa.

- Isi.

- Estou pensando.

- Uma dança comum. - disse Tari.

- Que dança comum! - exclamou Isi. - sou a portadora de Hathor, acha que vou fazer uma dança comum?

- Que seja. - Tari estava saindo. - escolha a que quiser.

- Precisamos impressionar. - disse Tite.

- Eu sei querida e já sei ate qual. - Isi sorriu. - eles jamais vão esquecê-la.

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