Meu Herói escrita por Lari Duda


Capítulo 12
(Especial) - Confusão no coração


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores queridos! ^^
Tudo bem com vocês?
Segue mais um capítulo! Fiquei muito feliz porque a inspiração voltou! rsrs
Esse capítulo é narrado pelo Peter. E é dedicado a Lady Tay, pois me inspirei nos maravilhosos contos dela *-* e também em forma de agradecimento pela linda recomendação :)
Enfim, espero que gostem!
Até as notas finais ^^



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   Peter Parker

   Naquela noite eu não conseguia dormir. Os acontecimentos que ocorreram em poucas horas não me saíam da cabeça, e simplesmente tiravam todo o meu sono. Não parava de me lembrar do rosto amedrontado de Mary Jane após passar um tremendo sufoco nas mãos dos malditos bandidos. A lembrança de seu beijo apaixonado, seu abraço carente e apertado e, acima de tudo, suas palavras... Palavras que nunca eu tinha ouvido antes, nem mesmo de Gwen, apesar de ter a absoluta certeza de que ela nutrira um sentimento extremamente forte por mim. Mesmo assim as palavras ‘’eu te amo’’ eram tão fortes para dizer em tão pouco tempo, que eu mesmo fiquei surpreso demais ao ouvi-las em poucas horas justamente da boca de Mary Jane.

   O que mais me atormentava era o fato de eu ter simplesmente congelado ao ouvir aquelas palavras. Como eu pude apenas ficar parado, sem dizer nada, enquanto Mary Jane me fitava com aqueles olhos esverdeados esboçando alguma esperança de eu poder dizer o mesmo a ela. Eu pude ver nos olhos dela que ela realmente estava dizendo a verdade.

   Mas o que eu poderia dizer a ela? Se eu dissesse que a amava, não estaria sendo totalmente sincero. Eu sinto algo forte por ela, mas não tenho a completa certeza de que é amor. E se eu dissesse a verdade, poderia magoá-la. Realmente não tive boas opções, mas após pensar tanto, percebi que escolhi a pior delas: ficar parado, fugir do assunto, me despedir e ir embora.

   Como eu pude fazer isso com ela? Ela merecia uma resposta e certamente sentiu-se mais do que magoada. Pois assim que eu me afastei ela virou-se depressa e entrou em sua casa, batendo a porta com força, indignada.

   Eu fui um covarde. Fraquejei. Fui completamente estúpido. E não conseguia pensar em outra coisa a não ser o que aconteceria quando eu visse Mary Jane na escola, no dia seguinte.

   O que eu poderia fazer agora? Sentia-me totalmente perdido num mar de sentimentos confusos, e não só em relação à Mary Jane. Ela, o sentimento forte por Gwen – que ainda permanecia em mim -, o misterioso Duende, o esquisito pai de Harry e sua relação ‘’estranha’’ com o filho, Tia May doente... Esses e tantos outros motivos quase me levavam à loucura.

* * *

    No dia seguinte, pensei em faltar à aula. Apesar da vontade imensa que eu sentia em fazer isso, não podia. Seria ridículo para mim fugir ainda mais da situação. Eu precisava logo encarar todos esses problemas e encontrar uma saída logo de uma vez. Pela primeira vez na minha vida, senti raiva por não precisar vestir o traje de Aranha e ajudar Nova York já pela manhã, ao invés de agradecer por isso.

   Respirei fundo, terminei de me vestir e preparei o café da manhã. Quando já estava quase saindo de casa, notei Tia May acordada, andando pela sala e tossindo sem parar. Ela parecia estar tremendo de frio e estava apenas vestida com o pijama verde de tecido fino.

- Tia May, você está bem?

- Estou... – pigarreou ainda tossindo. - Quer dizer, eu vou melhorar logo, não se preocupe... – ela continuava tossindo tanto que mal conseguia falar.

- Mas você não parece nada bem. Precisa ir ao hospital logo!

- Não! Não se preocupe comigo querido – sua voz parecia ainda mais rouca. – e aliás, você pode se atrasar para a aula. Eu vou ficar bem. – ela sorriu para mim tentando parecer bem, mas ao olhar em seus olhos, vi que ela estava triste. Imediatamente senti um aperto imenso em meu peito. Lágrimas ameaçaram escorrer de meus olhos, mas eu consegui conte-las com grande esforço.

- Não posso deixar você sozinha nesse estado. – eu segurei sua mão forte e pude sentir a temperatura fria. Ela estava com uma gripe forte há dias – A senhora está muito gelada tia! Precisa se agasalhar. – Beijei sua testa. – Tem certeza de que vai ficar bem? Se você quiser, eu posso faltar à aula e ficar aqui cuidando de você...

- De jeito nenhum, querido! Eu vou ficar bem, não se preocupe... – ela tossiu mais uma vez tão forte que demorou cerca de 2 minutos para recuperar o fôlego. – Eu vou me deitar. Você já tomou o café da manhã?

- Sim tia, preparei para nós dois. Vá se deitar que eu levo para você na cama. E não fique desfilando pela casa de pijama. Hoje está frio demais!

   Me fez tão bem ver Tia May sorrir alegremente com esse comentário, que esqueci por um momento de todos os problemas e abri um sorriso também.

- O que foi? – perguntei confuso.

- Ah, querido. Lembra-se de quando eu vivia dizendo isso para você? ‘’Peter, não ande descalço, pode pegar um resfriado!’’; ‘’ Peter, pare de andar assim e vá se agasalhar!’’

- Eu me lembro como se fosse ontem...

- E hoje quem cuida de mim é você. Eu amo você, meu querido.

- Eu também amo você, tia.

- Meu Deus! Olhe a hora! Você está atrasado, Peter! Vá, pode ir, não se preocupe comigo. Eu vou me cuidar, prometo. Agora vá! – Tia May mal me deixou responder e já foi me empurrando para a porta.

- Está certo, Tia May. Mas amanhã eu vou levar o seu café da manhã no quarto, hein?

   Assim que desci os degraus da varanda, imediatamente voei o mais rápido que pude, lançando minha teia pelos prédios com cuidado, até chegar na Escola de Ciências de Midtown.

* **

   Ao chegar no Colégio, notei que tinha perdido a primeira aula. Cheguei bem a tempo de tocar o sinal para a aula de biologia. Passei em meu armário rapidamente para pegar o livro e, em seguida, me dirigi para a classe.

   Respirei fundo e entrei.

- Senhor Parker! Atrasado como sempre... – comentou a professora já fazendo a chamada. Por sorte eu não levei falta.

- Desculpe, professora Rosemary. – respondi quase num sussurro, olhando para baixo.

   Ao me sentar na carteira ao lado de Mary Jane, notei que ela não me olhava. Parecia se esforçar para se concentrar nas explicações da professora, fitando seu livro sobre a carteira. Tentei me concentrar na aula, mas estava difícil demais, já que as lembranças do dia anterior e tantos outros motivos voltaram a me atormentar.

* * *

   Quando o recreio chegou, Mary Jane nem me olhou. Simplesmente saiu da sala depressa e foi ao encontro de suas amigas. É... Ela estava mesmo chateada comigo. Ao sair da sala, Flash esbarrou em mim com força. Parecia a glória para ele Mary Jane ter se afastado de mim.

- E aí, Parker! Cadê a Mary Jane? – zombou ele rindo e olhando para os amigos.

- Vai se ferrar, Flash!

- Ai, coitadinho... Ele tá irritadinho porque a Mary Jane não quer mais saber dele!

   Os amigos de Flash riam, conforme ele fazia suas piadas idiotas sobre mim. Em seguida, para minha imensa alegria, ele me deixou em paz, correndo para o ginásio com os amigos babacas dele.

   Ao me dirigir para o corredor, encontrei Harry e Gwen, que conversavam alegremente.

- E aí, Peter? Tudo bem? – Harry me cumprimentou com um aperto de mãos.

- Oi, cara! – retribui, o cumprimento. – Oi, Gwen...

- Olá, Peter! – Gwen deu um leve sorriso.

- Notei que você e Mary Jane não estão conversando... O que houve? – perguntou Harry.

- Ah, cara... É complicado...

- Harry! Acabei de me lembrar de uma coisa! – interrompeu Gwen. – o recreio está quase acabando e você esqueceu-se de renovar seu cartão da biblioteca! Hoje é o último dia para fazer isso!

- Ai, droga! Esqueci completamente... Será que ainda dá tempo?

- Claro que sim. Corre!

- Eu volto logo! – gritou Harry já correndo pelos corredores.

- Então, Peter. Não quer me contar o que houve? – perguntou Gwen.

- Não sei se estou pronto para falar sobre isso...

- Peter, me escute. Eu sou sua amiga, sempre fui e sempre vou ser.

- Tudo bem... Olha, ontem eu salvei a MJ das garras de bandidos que estavam armados e quando eu a levei para casa...

- Meu Deus! Bandidos armados? Que horror! Ela está bem?

- Sim, mas ela quase foi atingida por um tiro...

- Nossa! – Gwen levou uma mão a boca. – Mas continue...

- Ela disse que me ama.

   Gwen arregalou os olhos. Seu rosto esboçou uma expressão que eu não consegui decifrar.

- É mesmo? Bem... E o que você disse para ela?

- Nada.

- Como assim?

- Eu fiquei sem reação! Sei lá... Não consegui responder o mesmo.

- Por quê? Você gosta dela, não gosta?

- Eu gosto, mas... – fiz uma pausa olhando para o chão.

- Mas...

- Não amo. Quer dizer, não tenho a completa certeza que amo. Você me entende?

   Gwen olhou para o lado e depois para mim.

- Olha, Peter... Eu nunca me dei muito bem com a Mary Jane, mas eu vejo que ela realmente ama você, ela se importa com você. Seja lá o que você decidir dizer a ela, tome cuidado para não magoá-la. Magoar alguém é terrível...

- Eu sei... Por isso não consegui dizer nada. Eu não sabia o que dizer.

- Saiba que não importa o que tenha acontecido entre nós no passado, eu nunca vou ter raiva de você, Peter. Eu quero que seja feliz. – Ao olhar nos olhos de Gwen, enxerguei a mais pura sinceridade. Seu olhar é tão doce, tão envolvente... Na mesma hora em que olhei nos olhos dela, senti uma imensa vontade de abraça-la, de beijá-la e envolver seu pequeno corpo entre meus braços.

- Você é um anjo, Gwen. – Beijei sua testa e ela imediatamente fechou os olhos. Como se precisasse daquele beijo mais do que qualquer coisa.

  Em seguida ela sorriu para mim.

- Agora tente falar com ela. Vocês não podem ficar nesse clima estranho... Se precisar de mim, eu estarei sempre ao seu lado.

   Gwen era mesmo um anjo. Quando vi ela se afastar, ainda olhando de soslaio para mim, percebi o quanto fui idiota ao tentar cumprir aquela maldita promessa que fiz ao seu pai. Agora seria difícil tê-la mais uma vez.

* **

   Na saída da última aula, procurei por Mary Jane. Esquadrinhei todos os cantos do Colégio Midtown até encontrá-la discutindo com Flash no ginásio.

- Você não precisa daquele imbecil do Peter. Anda, me dá uma chance! Eu juro que não vou vacilar dessa vez...

- Não, Flash. Nunca mais eu vou te dar outra chance! Some da minha frente e me deixa em paz, por favor!

- Eu não vou te deixar em paz até você esquecer esse idiota e voltar comigo. Isto é só um aviso! – Flash se afastou, pegando sua mochila e se mandando.

   Quando Mary Jane estava saindo do ginásio e bufando, enquanto balançava a cabeça indignada, aproveitei para tentar falar com ela.

- Ei, Mary Jane!

   Ela apenas me olhou de soslaio e virou-se para frente rapidamente, andando mais depressa.

- Espera, Mary Jane! – andei mais rápido que ela, parando em sua frente.

- Sai, Peter.

- Não até você conversar comigo.

- Que droga, Peter! Mal o Flash me vem com esse papo e agora é você?

- Calma Mary Jane. Eu só quero te explicar...

- Explicar o que Peter? – Mary Jane me interrompeu. – Hein? Explicar que você estava me usando, que estava apenas se divertindo comigo para tentar esquecer a Gwen?

- O que?

- Eu sei que você ainda gosta dela. Eu vejo isso em seus olhos.

- Não é nada disso, você...

- Você o que? Está ficando maluca? – Mary Jane não acreditava em nada do que eu dizia. – Olha eu cansei, tá legal?

- Mary Jane, eu gosto muito de você, nunca quis apenas me divertir! Dá pra entender isso?

- Não, Peter. Eu não consigo entender mais nada! Por que você não me deu uma resposta? Se tivesse me dado uma explicação... Mas não! Você sempre foge e é isso que me irrita em você!

- Poxa, Mary Jane! Tenta entender... Eu não sabia o que te dizer por que ainda não estou pronto para amar alguém novamente, isso leva um tempo... Eu gosto muito de você e quero ficar com você o máximo que eu puder. Eu quero amar você...

- E por que não disse tudo isso ontem?

- Porque eu fiquei com medo de te magoar. Eu não quero magoar você.

   Mary Jane esfregou a testa e olhou para o lado nervosamente.

- E eu fui embora daquele jeito por causa da Tia May. Eu preciso cuidar dela. Ela está doente e precisa muito de mim. – percebi que ela me fitava com lágrimas nos olhos. – Eu prometi ao Tio Ben que cuidaria dela sempre.

- Eu não sabia disso... Como ela está?

- Está com uma gripe forte e uma tosse terrível... Mas ela vai melhorar! Tia May sempre teve uma ótima saúde...

- Diz pra ela que eu torço para que ela melhore e assim que eu puder eu vou vê-la...

- Eu digo sim... Mas e quanto a mim, você me perdoa?

- Eu vou pensar. Não sei se você merece...

- Por favor...

- Está bem. Darei a você outra chance...

   Um sorriso formou-se em meus lábios, mas quando me inclinei para beijá-la...

- Nem pense nisso!

- Por quê? – perguntei indignado.

- Eu só vou te beijar quando você merecer, e agora vamos porque fiquei preocupada com sua tia e você precisa cuidar dela.

- Está certo... Nem um selinho?

- Nada!

   Minha expressão fechou-se, mas não mudava a felicidade enorme que senti ao ter ganhado uma nova chance de Mary Jane.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam dessa confusão de sentimentos do Peter?
Mary Jane ou Gwen? Decisão difícil :c
Sintam-se à vontade para expressarem suas opiniões e, por favor, me digam o que acharam...
Obrigada a todos vocês que estão lendo e comentando, isso me deixa cada dia mais feliz *-*
Leitores fantasmas, apareçam por favor...
Até o próximo ^^