FEARS escrita por Amber


Capítulo 1
Run away when he can.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma short toda romântica haha. Espero que gostem.



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- Onde você vai? - ouvi sua voz soar atrás de mim, me fazendo sentir um calafrio dos meus pés até o último fio do cabelo. Eu caminhava pela extensa calçada de pedra que daria ao portão de saída da premiação. Resolvi sair quando eles haviam se distraído concedendo uma entrevista para um tv local. Mas acho que tudo foi pro agua abaixo....
- Eu...ah...- pausei procurando uma resposta cabível. - Eu vou verificar se não vai chover mais tarde. - respondi fracassadamente, diminuindo a cada palavra meu tom, ouvindo o quão rídicula e inútil foi essa desculpa. Ele me olhava e por ai já percebi que não havia acreditado em mim. Droga. Eu deveria ter virado e corrido o mais rápido possível. 
- Vai mesmo me dar essa desculpa? - perguntou me olhando como se eu tivesse feito algo de muito errado. O que havia de errado nisso? Eu só queria sair dessa droga de festa antes que algo ruim pudesse acontecer.
- Olha, eu vou embora. Não tem mais o porque ficar aqui, vocês estão se divertindo e dando entrevistas... - confessei. - E além do mais, eu já me diverti. - coloquei o tom mais verdadeiro em minha voz para que soasse tranquila e confiante, mas não foi o que pareceu. Seu rosto caiu para uma expressão desconcertada, como se percebesse o que eu quis dizer por trás daquilo. E acho que deu certo.
- Não precisa fugir por isso. - murmurou, fazendo-me entender o que ele queria dizer. Não que estivesse errado, aliás, ele havia entendido muito bem. Só que tinha coisas que ele nem sabia da existência, do por trás de tudo aquilo. E como sempre, eu não poderia dizer. Juramento é juramento.
- Não estou fugindo disso. Até porque não há nada pra fugir, não é mesmo?
- Por que insiste em negar que não há nada entre nós? - ele tinha que tocar nesse assunto justo agora. Justo quando eu estava novamente criando forças pra sair dali, ele mexe em algo que já estava por de baixo de pedras. 
- Porque não há nada entre nós. - confirmei, virando-me de costas a ele, recomeçando meu caminho. Ele se pôs ao meu lado a segundos e desde então, descobri que não me deixaria sair dali. 
- Negar não vai fazer isso sumir. 
- Mas vai colocar de uma vez por todas nessa sua cabeça de que não há realmente...- antes mesmo de terminar a frase, ele segurou meu pulso fazendo-me parar e virou-me para ele, certo que nossa distância se encurtou e consequentemente ficou difícil de respirar. Seus olhos derramavam certezas. E de vez em quando, faíscas de outros sentimentos apossavam-se daqueles globos verdes que não te deixavam pensar. Ele era a certeza em um punhado de indecisão. A dúvida onde não haviam questões. Então, por que só ao seu toque eu ficava completamente vulnerável? Talvez eu negasse a mim mesma como uma força de me focar no caminho certo. Alias, qual era o caminho certo? Aceitar que eu havia perdido e deixar ir embora o que nunca foi meu ou correr atrás mesmo sabendo que a consequência seria muito pior no meu breve futuro? Duas questões que eu me recusava a decidir e tirava aquilo da minha mente assim que me ponderava escolher entre elas. E não só ficava pior quanto ainda mais dolorido ao mergulhar em seus olhos e sentir meu coração tinlintar como sinos à meia noite do natal. Surreal. Errado. Deixar ou não transparecer? Aceitar ou negar até que tudo se ''resolvesse''? Droga...Nem se eu me isolasse em uma grande montanha eu consegueria achar uma resposta cabível para essas malditas questões. 
- Por favor... - sussurrou, tirando-me de meus devaneios e caindo na grande e fria realidade. - Não machuque nós dois. - implorou, e foi quando eu senti seu hálito em meus lábios percebi o quanto ele havia nos aproximado.Tudo girava. E juntos, só nós dois existíamos. Eu poderia gritar que não queria, que eu tinha que ir embora pra evitar um acidente maior. Ou então continuar negando que não existiam nada entre nós. Infelizmente, o lado que só nós leva a decepções ponderou mais alto. O coração. Dizer que sim, beija-lo ali e nunca mais solta-lo estava tomando conta de mim. Ficando cada vez maior e impossível de ser controlada.''Vamos lá Liza, você consegue. Por ele. Por você. Não deixe esse maldito sentimento te levar a loucura. Proteja-o.'' E em meio a tantas controversias, meu subconsciente resolveu me ajudar. Como se alguém me puxasse, eu soltei meu pulso de sua mão e nos afastei rapidamente, virando-me para o portão e correndo o mais rápido que eu podia.
                                                      
Eu sentia que poderia desabar a qualquer momento. 


Eu ainda corria. Corria como se a cada esquina passada, eu pudesse vê-lo parado pronto pra correr atrás de mim. Com a adrelina e o medo ainda vivos dentro de mim. E sem nem ao menos perceber, meu rosto já estava molhado por silenciosas lágrimas que desciam trilhando seu caminho e expondo tudo aquilo que eu sentia por dentro. Destruída. Era assim que eu me sentia. Ver que tudo o que há de bom no mundo nunca foi feito pra mim. Proteger a quem eu amo, nesse momento, era crucial. E me machucar fazia parte. Mas ninguém precisava saber, não é mesmo? Eu chego a pensar que fui feita pra desmerecer tudo aquilo que um dia vagou pela minha cabeça merecer. Então, que se dane essa dor aqui dentro, pois ela vai aparecer mais algumas milhões de vezes.

JAMES POV's

Eu só deixei-a ir.

O que mais eu poderia fazer? Talvez lá no fundo eu entenda seu medo. Ou não. Ela era tão complexa que eu chegava a pensar que nunca conseguiria ultrapassar essa maldita barreira que ela colocou envolta do seu coração. E isso era tudo o que eu mais queria. E isso sempre se mostrava vivo nos momentos em que nos pegávamos pertos demais, assim podendo sentir a respiração um do outro. Quando eu olhava em seus olhos e sentia ela vúlneravel demais em meus braços podendo quebrar-se facilmente. Era disso que todo o meu ser ansiava. Dela só pra mim. Mas no fundo eu sabia que não poderia ter. Mesmo as vezes vendo em seus olhos faíscas dos meus sentimentos que os meus. Seria apenas reflexos? Ou uma fatídica ilusão por ansiar tanto que ela sentisse o mesmo? Dúvidas...dúvidas....Só eu sabia o quanto doia vê-la se distanciar assim. E ficar apenas mirando não iria adiantar nada, não é mesmo?Virei-me, enterrando aquele fútil sentimento de baixo de mil pedras, e voltei para a premiação olhando uma última vez para trás, tentando, unutilmente, vê-la voltar. 


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Notas finais do capítulo

Mais uma short haha. Acho que essa é das minhas preferidas. Espero que tenham gostado.



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