Não podia mentir para mim mesmo; a perspectiva de ser um vampiro (que não sabia o que envolvia ser um vampiro) era bem melhor imaginando Bree comigo, enquanto explorávamos o mundo. Eu não sabia que ela se importava com Diego a ponto de enfrentar essa luta só para encontrá-lo, afinal, apesar de nunca conversármos, era de mim que ela estava sempre perto, principalmente considerando como ele era amigo de Riley e quanto Bree parecia saber. Ou talvez ela soubesse, porque eles não eram assim tão amigos, e ficou muito claro quanto ela se importava com Diego com a ansiedade como dissera que precisava encontrá-lo. Eu só podia esperar que eles se saíssem bem. Se juntássemos tudo o que sabíamos e suspeitávamos, nossas chances de não sermos mortos por quebrar alguma lei desconhecida seriam bem menores.

   Com muito cuidado, corri para Riley Park em Vancouver, tentando ficar o mais longe possível do cheiro humano; não seria muito inteligente se eu me alimentasse de crianças em pleno sol brilhante. Algo me dizia que isso que eu podia fazer, este poder, não me ajudaria muito com os vampiros esquisitos de que Bree falou. Bree... O dia logo amanheceria novamente. Havia usado a noite para deixar rastros de forma que ela me encontrasse, mas a luz cinza-claro, no horizonte, já era visível e nada deles. Era estranho me sentir tão triste e só, embora eu tenha estado só desde que despertara nesta nova vida. O fato é que eu me acostumara a ter a presença silenciosa de alguém sempre por perto... Bree! E a tristeza era de saber que eles não viriam, e eu não consegui, mesmo tentando, imaginar que ela resolveu seguir só com Diego, pois no fundo eu sabia. Eu sabia o que tinha acontecido, mas esperei o dia nascer por completo como quem espera os últimos grãos caírem numa ampulheta.

Então parti. Sem rumo, sem ter certeza do que eu era ou de como eu devia ser, com a certeza de que ninguém era confiável e que havia muito que aprender, carregando o peso de estar só num mundo em que o que você vê é sempre mais perigoso do que parece.