Os Três Escolhidos - 1 - A Sombra Da Noite escrita por HenryDixon, Rflpires, Pedro 2Mz


Capítulo 4
Rafael




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Depois da reunião na casa grande e do Lucas e eu termos contado os nossos pesadelos, eu fui me deitar, e pela primeira vez em muito tempo, não tive nenhum pesadelo.

Acordei quase na hora do almoço como sempre, troquei de roupa, e fui andar pelo acampamento. O dia estava tranquilo, até demais para o meu gosto. No meio do caminho, encontrei com a Carol, e fui conversar com ela.

– Oi - eu disse – Tudo bem?

– Oi – ela respondeu – Tudo e você?

– Bem melhor agora – eu respondi e fomos andar juntos pelo acampamento.

– E aí, o que você esta achando do acampamento, das suas novas irmãs?

– Aqui é muito legal, cheguei faz só um mês e todos me acolheram bem, principalmente minhas irmãs e você. - Quando ela falou, quase fiquei sem palavras.

– Uma garota linda que nem você precisa ser bem recebida! – Ela não me respondeu, mais deu pra perceber, que ela gostou do elogio, e nesse momento, o sino do almoço tocou, e nós fomos para o refeitório.

A tarde passou muito devagar. Como a noite teria a caça à bandeira, eu fiquei muito empolgado, mas o TDAH fez o dia passar mais lento. Eu fui até a arena praticar esgrima. Fiquei lá um bom tempo. Quando saí, pensando que a tarde já estava acabando, descobri que ainda eram duas horas da tarde. Então, pra ver se o tempo passava mais rápido, fui praticar escalada. Enquanto subia, quase fui atingindo pela lava - isso mesmo, a nossa parede de escalada tinha lava, entre outras coisas menos agressivas -. Depois disso, fui praticar arco e flecha, que é uma coisa que faço muito bem, não sou filho de Apolo, mas atiro razoavelmente, melhor que um mortal ao menos. Quando terminei, e o Lucas também, nós fomos conversar, e decidimos tocar violão. Tocamos várias músicas, de vários gêneros, entre elas a minha preferida, Vagalumes, da banda Pollo. Quando paramos de tocar, já estava quase na hora da caça a bandeira, e fui me arrumar para ganhar mais uma vez.

As duas equipes já estavam prontas, como o chalé 6 de Atena, estava na minha equipe, eu deixei que a Suzane montasse a estratégia para a nossa vitória. O plano ficou assim: o Chalés 11 de Hermes e o 7 de Apolo, como eram os mais numerosos, iriam atacar. Enquanto os chalés 10 de Afrodite e o 6 de Atena, iriam defender, e o chalé 9 de Hefesto, preparar as armadilhas.

Quando começou, eu e o Lucas esperamos todos saírem na frente, pra montar a nossa própria estratégia. Ouvimos barulhos de luta a direita e no meio, então resolvemos ir pela esquerda. Quando estávamos atravessando o riacho, descobrimos que era uma armadilha. O Matheus e seus irmãos brutamontes do chalé de Ares estavam nos esperando lá, escondidos atrás das árvores.

– Então é assim? Você achou mesmo que iria nos pegar de surpresa – Falei para ele e seus irmãos. Eram cinco contra dois, mas eu não estava nem aí.

– Vocês dois se acham superiores demais, hoje irão aprender uma lição! – Disse o Matheus.

– É o que vamos ver Matheus! – Lucas gritou, com uma flecha já preparada no arco, pronta pra ser lançada. Então a luta começou, o Lucas atirou uma flecha e acertou a perna de um deles, apenas fazendo-o ficar paralisado, não morto – entendam, os filhos de Apolo têm miras iguais ou até melhores que as dos elfos -, eu desarmei um dos filhos de Ares, e o acertei na cabeça com o punho da espada, e ele caiu desmaiado no chão. Lucas pegou sua espada e acertou outro na cabeça com o lado da lamina, e esse também caiu desmaiado no chão. Então gritei para ele:

– Você da conta dos outros dois?

– Sim, vai atrás do Clarkson! – e assim eu fiz. Quando nós dois íamos começar a lutar, eu ouvi um barulho horrível. O sino de alerta do acampamento. Toda vez que um semideus chegava, e estava com problemas para chegar até o acampamento, esse sino tocava.

– Depois a gente continua essa luta! – Gritou o Clarkson e saiu correndo, junto com os seus irmãos, que sobraram, até a colina. Eu olhei para o Lucas e disse:

– Vamos até os celeiros, eu acho que isso pode ter haver com o meu pesadelo....

No celeiro, nós fomos até os pégasos. Eu, o Lucas, e o Téo, somos os únicos que tem os próprios pégasos. O meu se chama Lery, o do Lucas se chama Éon, e o do Téo se chama Logos. Então saímos dos celeiros, e subimos a colina, numa velocidade incrível. De longe vi o tanto que as coisas estavam feias... Os nossos reforços ainda estavam muito longe, o garoto que estava sendo atacado, estava lutando bem, mas quanto mais monstros ele matava mais apareciam, então nós descemos o outro lado da colina na maior velocidade possível e ficamos entre os monstros, o garoto e seu sátiro. O Lucas desde o começo já estava atirando flechas, e eu também, mas quando aterrissamos, pulei do Lery, peguei meu celular e ele virou uma lança. Os monstros eram um pouco retardados para falar a verdade... Eles não pensavam, só atacavam, a não serem as dracaenae. Quando todos os monstros haviam sido transformados em pó, eu me virei pra ir até o garoto, mas ele caiu no chão quando eu cheguei perto. Primeiramente achei que ele estava inconsciente, mas depois percebi que ele ainda estava acordado. Nesse momento, o Quíron chegou e colocou o garoto no seu dorso, e foi galopando até a casa grande, comigo e com o Lucas voando atrás dele.

O clima estava pesado, o garoto que havia chegado, delirava coisas sobre demônios, sobre um tal de Maat, sobre um trem chamado Ba e que estava voando perdido por ai. Eu é que fiquei perdido com essas palavras. A Liz parecia estar entendo menos ainda que eu, mas o Lucas estava com a cara de pensador, sério. Esse é o único momento que, a não ser quando estamos em uma reunião muito séria, ele fica sério daquele jeito. Então olhei para o Quíron e para o Téo pedindo ajuda, mas eles me olharam de um jeito que eu sabia reconhecer. “Depois a gente conversa, não queremos assustar os outros” – Era isso que eles queriam dizer. Lucas também percebeu. A gente conhecia aqueles olhares, mas não disse nada, continuando pensando no garoto. Depois de um longo tempo de silencio, falei:

 – E aí galera, acho que a gente pode voltar para as nossas atividades normais...

– Podem ir para a fogueira, que eu vou ficar aqui com ele. Lucas, por favor, anime os outros semideuses e faça com que eles se esqueçam disso. – Ele concordou e saiu com a Liz, de mãos dadas.

– Eu quero saber o que esta acontecendo – Falei sério para eles. – Eu sei que esse novato tem algo haver com o meu pesadelo. Os dois me olharam com caras sérias.

– Depois Rafael, agora não é uma boa hora pra gente conversar, vai para a fogueira, e tente fingir que esta tudo bem. – Téo mandou.

Eu me dirigi para a fogueira pensando: “como eu vou agir naturalmente?”, não tinha como... Então preferi ir direto para o chalé, e percebi que a Liz tinha tido a mesma ideia que eu. Eu entrei no chalé sem fazer barulho, e dei um susto nela! A coitada quase caiu da cama.

– Porque você fez isso? – ela praticamente gritou, ainda com adrenalina correndo por ela.

– Sei lá mana, deu vontade – eu respondi. E nós dois começamos a rir.

– Seu chato, como que eu consigo te suportar?

– Deve ser amor – e ai que a gente riu muito.

– Você conversou com o Téo e com o Quíron depois que a gente saiu? –ela me perguntou, parando de rir de uma vez.

– Conversei... Só que eles não me falaram nada, me mandaram ir para fogueira e agir naturalmente, só que não tinha como eu fazer isso, então eu decidi vir aqui para o chalé – respondi.

– Você fez certo, eu não aguentaria a pressão daquele tanto de campistas me olhando... Não sei como o Lucas aguenta...

– Nem eu... E olha que ele é até tímido... – Aí a gente ouviu um grito do Lucas, levantando a astral dos outros campistas e então o som de um violão elétrico e ele começou a cantar... Provavelmente rock, pelo jeito... Eu definitivamente não curto rock. - Então vamos dormir... – quase falei: porque eu não quero ouvir isso que o Lucas está tocando... Quase.. - Por que amanhã o dia promete ser difícil! – E assim nós fomos dormir, com aquela barulheira lá fora.


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