Numa noite fria na cidade de Forks, Carlisle Cullen ao terminar sua aula de piano iniciada há alguns meses, resolveu convidar sua amiga Esme Hale, para ir a uma cafeteria próxima dali, para conversarem um pouco e tomarem chocolate quente.

–Esme? – ele chamou ao ver sua amiga pegar seu casaco e sua bolsa.

–Sim? – ela se virou para vê-lo e ele sorriu ao ver o belo par de olhos castanhos encontrarem os seus.

–Hm...Você gostaria... é.... – Ele estava um pouco envergonhado, pois nunca havia feito isso antes, nunca havia convidado alguém para sair antes.

Carlisle Cullen era um jovem muito reservado. Tinha poucos amigos e muito menos amigas, Esme era a única amiga que ele tinha e a melhor de todos os amigos, nela ele confiava ate de olhos fechados.

–Carl, fala... Não precisa ter vergonha de mim. – Esme lhe assegurou e colocou a mão em seu rosto. - Você é meu melhor amigo, eu amo você. – Esme guardava um grande sentimento dentro de si, e todas aquelas palavras eram verdadeiras, principalmente a “Eu amo você”. O mais forte conjunto de palavras que saiu da sua boca, palavras repletas de sentimentos puros e uma vontade. A vontade de amar imensamente e estar ao lado daquela pessoa pra sempre.

Esme Hale era uma menina doce, que era feliz e vivia feliz com a vida que levava. Amava suas aulas de piano e particularmente amava ainda mais por um motivo. Carlisle Cullen. Esse era o mais novo motivo para ela ir mais alegremente as suas aulas.

–Esme, você... Você quer ir ate a cafeteria comigo? – Ele conseguiu concluir sua frase, ainda envergonhado, e Esme corou um pouco.

–S-sim, Carl. – Ela gaguejou um pouco e o nervosismo começou a tomar conta de seu corpo.

Esme via Carlisle como melhor amigo, só que há algumas semanas vinha se sentindo diferente ao seu lado. Sentia seu coração acelerar ao ouvir a voz do seu amado amigo, sentia- se boba a cada sorriso seu, sentia suas pernas falharem a cada abraço, sua pele se arrepiar e formigar com o pequeno contato que ele fazia, borboletas voavam no seu estomago e eu nervosismo tomava conta de si.

O que a doce Esme não sabia era que seu amigo sentia o mesmo. Ele se pegava pensando nela nas noites em claro que passava, lembrava-se de muitos sorrisos e momentos que passaram juntos nesse pequeno tempo de amizade. Mal conseguia pensar com aqueles olhos castanhos lhe encarando, e sempre que podia estava abraçando-a para sentir a sua pele macia tocar a sua e sentir o cheiro de rosas que tanto amava.

Esme nunca havia sentido algo tão forte por alguém, nunca teve sentimentos tão fortes e sensações tão novas para si, como havia sentido com Carlisle. Ela tinha medo de falar pra ele, tinha imensas duvidas de como seria tudo depois que falasse e o mais difícil, tinha um pouco de vergonha e receio de falar. Por outro lado queria esclarecer tudo, queria dizer pra ele o quanto o amava e se ele sentia o mesmo.

Esme vestiu seu casaco e seguiu para a cafeteria com Carlisle. Chegando lá ele foi um imenso cavalheiro com ela, abriu a porta para ela entrar e logo depois puxou a cadeira para a mesma sentar.

–Obrigada! – Ela respondeu e se sentou.

–Não tem o que agradecer, eu que agradeço pela companhia. – Ela sorriu e abaixou a cabeça.

–Boa noite, em que posso ajudá-los? – E atendente falou e os dois olharam pra ela.

–Um cappuccino, por favor. – Carlisle respondeu. – O que vai querer Esme?

–Um cappuccino também.

–Tudo bem, já trago. - A atendente falou sorrindo e saiu da mesa.

–Esme, está tudo bem?

–Sim Carl. – Ela falou unicamente.

–Você parece preocupada.

–Não é nada.

–Esme, estou aqui para o que você precisar, pode confiar em mim. – Ele assegurou e segurou a mão dela sobre a mesa.

Esme queria contar, queria dizer tudo que sentia por ele e assim acabar de vez com essas duvidas do seu coração. Queria esclarecer tudo e finalmente poder saber se um amor poderia nascer de uma amizade ou se tudo era apenas amizade.

–Obrigado Carlisle. – Ela sorriu um pouco e ele sorriu.

–Minha pequena. – Ele falou sorrindo e ela sorriu mais.

Como ela amava ser chamada assim por ele, como ela amava estar envolvida por seus braços há fazendo esquecer tudo a sua volta e se concentrar apenas naquele momento, se concentrar apenas no abraço do menino que lhe trazia novos sentimentos.

Depois de alguns minutos num absoluto silencio a atendente voltou trazendo o cappuccino dos dois e saindo rapidamente para dar privacidade para aquilo que ela pensava ser um jovem casal.

–Carlisle... –Esme falou docemente olhando para o seu amigo. – Você já se sentiu diferente com alguém, já se sentiu muito feliz e com sentimentos que nunca sentiu antes quando esta com uma pessoa? – Carlisle a olhou e pensou na sua pergunta.

Ele sabia que sim, sabia que ao lado de uma menina em especial se sentia assim, mais duvidas lhe rondavam a mente e ele hesitou em responder.

–É... hm... Já. – ele respondeu e Esme apertou um pouco seu vestido com as mãos.

O nervosismo e o medo já tinham tomado conta do corpo e da mente de Esme. O medo de saber que havia uma pessoa capaz de despertar tais sensações em seu melhor amigo lhe angustiava, por mais que ela soubesse que poderia não ter seu amor correspondido ainda tinha esperanças.

–Por que Esme? – Ele perguntou querendo saber o motivo de sua pergunta.

–Ah! Por nada, só uma pergunta. – Ela desconversou e ele não ia desistir tão fácil, mais por hora achou melhor não perguntar.

Os dois terminaram seu cappuccino, pagaram a conta – que Carlisle fez questão de pagar, pois tinha convidado e não a deixaria pagar – e depois saíram da cafeteria para irem embora. Como a casa dos dois eram próxima eles seguram juntos com o mesmo intuído. Contar um para o outro o que lhe tanto afligiam.

Passando por uma praça, Carlisle avistou uma menininha vendendo rosas e ele se afastou por um instante da Esme para ir ate a garotinha. Ele comprou uma rosa e voltou para o lado de Esme.

Esme estranho a rosa em suas mãos mais não quis comentar para não parecer curiosa e também porque estava com medo da resposta que ele lhe daria, com medo dele dizer o nome da pessoa por quem sentia os mesmos sentimentos que ela ao seu lado.

O silencio estava desconfortável para ambos e também haviam duvidas para serem esclarecidas. Bruscamente os dois param e se viraram de frente para o outro.

–Eu tenho uma coisa pra te falar. – Eles falaram ao mesmo tempo.

–Fala você primeiro. – Esme falou.

–Não, diga você. – Carlisle rebateu e Esme suspirou.

–Eu venho tentando tomar coragem para te dizer isso, mais não conseguia. Mas hoje finalmente, depois de tirar meus medos e inseguranças e deixar somente a duvida eu resolvia falar. – Ela deu uma pausa enquanto Carlisle a olhava atentamente e tentava controlar seu nervosismo. – De uns tempos pra cá eu venho tendo muitas dúvidas em relação a nós, em relação a nossa amizade e quero lhe dizer uma coisa porque realmente esta me sufocando guardar isso pra mim. Pra você pode parecer estranho e talvez não mude em nada, mais pra mim mudaram muito. – Ela suspirou. – Eu estou visivelmente e fortemente apaixonada por você. Toda vez que te vejo ou que estou com você, perco totalmente o controle de mim, não consigo ficar um segundo sem lembrar-se do seu sorriso, da forma que age todos os dias, da forma que me trata e principalmente sem pensar em você. – Ao dizer aquelas palavras Esme sentiu-se aliviada e temerosa pelo que ia acontecer em seguida.

Carlisle não acreditava naquelas palavras ditas, não acreditava no que acabara de ouvir da sua melhor amiga. Para ele aquilo era um sonho, o melhor sonho que já pode ter!

Ele ouviu atentamente cada palavra que saiu dos lábios de Esme e entraram em seu ouvido se repetindo em sua mente e deixando-o em estado de transe. A frase mais forte e que aparecia mais alto em sua mente era...

“Eu estou visivelmente e fortemente apaixonada por você.”

Esme olhava atentamente o rosto de Carlisle e não via sua expressão mudar, o que lhe deixava mais nervosa. Ela queria saber o que tanto passava na mente do seu amigo, o que ele falaria para ela podendo corresponder seus sentimentos ou mostrando que só haveria amizade.

– Carl... – Ela sussurrou e olhou para o chão. Seus olhos se enchiam de lágrimas e sua vontade era ir embora dali correndo só para não ter que ficar nesse silencio e nessa angústia.

–Minha pequena. – Ele levantou o rosto dela fazendo-a olhar em seus olhos e depois tirou uma mexa de cabelo que estava perdido ali.

–Carlisle se você não quiser falar nada eu vou entender. – Ela falou triste.

–Meu anjo, eu tenho uma coisa pra te falar. – Ela concordou com a cabeça e ele continuou. – Eu tinha medo de falar pra você, tinha um forte medo de perder sua amizade por alguma coisa que eu falasse. Eu sou apaixonado por você desde o primeiro momento que entrei naquela sala de aula e você veio falar comigo. Meus sentimentos por você passam de amizade e a definição que eu posso dar para eles é amor. – Ele carinhosamente pegou suas mãos e colocou a rosa que havia comprado. – A pessoa de quem eu havia falado era você, a menina que me conquistou e pegou o meu coração pra si, a menina com quem converso, sorriu, choro, falou muitas besteiras que a fazem sorrir, que é minha companheira, minha melhor amiga e o principal de tudo, a menina que eu amo.

Esme não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Ele sentia o mesmo por ela, ele correspondia perfeitamente o amor que ela depositava nele. Era perfeitamente recíproco o amor dos dois.

Ela não pensou duas vezes e logo abraçou seu amado. Tudo que ela pensou todas as suas duvidas, receios e medos foram embora assim que ele falou que sentia o mesmo.

As duvidas que surgiram na mente de ambos acabou mostrando, assim, algo novo. Um amor que veio através de uma linda amizade e de várias duvidas do coração.