Saraba - Adeus escrita por Sayuri_Chan_


Capítulo 1
Único




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 Saraba - Adeus


 


   


     Perdi! Perdi esta batalha humana em que apenas há um vencedor. Ele era especial e eu? Perdi-o.


     Reita era o meu melhor amigo e agora por causa de uma parvoíce já não o é mais.


    Flashback


- Ruki vamos almoçar juntos? – Um sorriso ternurento invadiu os lábios do loiro da faixa.


- Sim Rei-Chan vou só meter a mochila no meu cacifo e já venho ter contigo. – Sorri bobo para ele como se de uma peça valiosa se tratasse, e na verdade, tratava-se. Ele era o meu melhor amigo. Reita assentiu e eu subi as escadas do colégio correndo, procurei o meu cacifo e lá guardei a minha mochila tirando a carteira e o telemóvel. Desci as escadas e o loiro ainda lá estava, à minha espera. – Vamos? Estou cheio de fome!


    Assim, os dois amigos deixaram o edifício e rumaram a um restaurante lá perto, chegaram, sentaram, pediram, conversaram.


- Rei-Chan, eu tenho um pensamento que me atormenta, dia e noite. – O pequeno falou de cabeça baixa e timidamente.


- Podes-me contar, afinal eu sou o teu melhor amigo. – O sorriso apareceu na cara do mais alto, este fez com que Ruki o olhasse nos olhos puxando delicadamente o seu queixo para cima. O pequeno olhou-o com um ar magoado. – Taka-Chan, o que foi?


- E-Eu… - Este deixou uma lágrima correr-lhe pela face. – Desculpa! – Limpou a lágrima e o maior esboçou um ar preocupado.


- Taka, conta-me de uma vez o que se passa contigo! Já não é a primeira vez que choras assim do nada.


- Eu tenho ciúmes, eu tenho medo, eu tenho mágoa e tenho pena! – O loirinho cuspiu as palavras como se lhe estivessem a sufocar e ele as tivesse de tirar.


- Do quê Ruki? – Deu-lhe toda a atenção.


- Tenho ciúmes de ti e da tua relação com o Kouyou, tenho medo de te perder para ele, tenho mágoa de isto estar a acontecer e tenho pena que tudo venha a acabar! – Baixou a cabeça e o maior levantou-se ajoelhando-se ao lado do pequeno. Pegou-lhe na mão.


- Ruki, nada vai acabar e muito menos a minha relação contigo, tu és o meu melhor amigo desde que me conheço e o Kouyou foi apenas uma forma de eu esquecer o que se havia passado quando tu me ignoravas quando conheceste o Yuu. Eu adoro-te e nada vai mudar isso. – O maior tinha uma capacidade enorme de convencer as pessoas mas estas palavras não convenceram Ruki.


- Não, Reita, não! Não te enganes a ti mesmo! – O choro tornou-se compulsivo e o maior puxou Ruki para a rua, vendo que os presentes começaram a olhar.


- Ruki olha-me nos olhos! – O pequeno chorava e soluçava. – TU és o meu melhor amigo! – O pequeno virou a cara. – E nada nem ninguém vai mudar isso! – O pequeno olhou Reita e soltou-se da mão dele.


- Numa amizade, ninguém usa, ninguém para esquecer algo, mas eu sei que não o usaste, tu gostavas mesmo dele! Eu pensava que eras o meu melhor amigo de verdade mas parece que me enganei. É verdade que te fiz sofrer e também é verdade que fui egoísta, mas agora eu culpo-me por durante todo aquele tempo ter-me afastado de ti de modo a fazer com que tu te aproximasses de outra pessoa. Eu fui muito mas mesmo muito cabrão, e admito-o. Agora diz-me, quando dizias ao Kouyou e a ti mesmo que o consideravas o teu melhor amigo, tu estavas a ser sincero? Ou estavas a enganar-te?


- Ruki… - O loiro da faixa ficou sem palavras.


- Eu sabia, não consegues responder não é? Bem, a única coisa que tenho a dizer é que tenho muita pena de que tudo o que se passou connosco acabe assim. – O pequeno estalou os dedos em forma de mostrar que o acto fora rápido. – Adeus, meu apenas, grande amigo. – Este saiu dali a correr e nem ousou olhar para trás, ficara tão feliz quando o maior o havia convidado para almoçar e estragou esse momento mas tinha que saber o porquê de tudo.


Reita cabisbaixo pontapeou uma pedra que se encontrava na sua frente.


- Merda! Eu só faço MERDA! – Virou costas e foi embora, dirigiu-se ao colégio e passou o resto da hora de almoço a brincar com as espigas de um pequeno jardim que lá havia. Pensando no que mal que havia feito ao amigo, o quando o fez sofrer quando nunca fora essa a sua intenção mas tinha que admitir que Ruki já não era o amigo que era anos antes. Ele havia mudado e o coraçãozinho de Reita sentiu-o, já não o considerava melhor amigo desde que este havia dado uma chapada a Kouyou por me ter oferecido um presente.


- Reita, Reita! Tenho uma coisa para ti! – O loiro corria na minha direcção e abraçou-me fortemente assim que me alcançou.


- Calma Uru, o que tens para mim? – Perguntei com um ar curioso.


- Toma! – Este passou-lhe para a mão uma foto emoldurada de eles os dois na praia, tão felizes, tão despreocupados, tão amigos.


- KAWAII! – Akira abraçou o amigo enquanto ainda olhava e sorria ternamente para a fotografia, avistou Ruki e acenou-lhe sorrindo. Este desenhou um olhar magoado na sua face e correu em direcção aos dois.


- Seu desgraçado! – Separou-nos e deu uma chapada a Kouyou. – Arranja um melhor amigo! - Uruha levou a mão à cara e quis agarrar o pequeno mas Reita impediu-o.


- RUKI! O que te passou pela cabeça? – O loiro da faixa perguntou boquiaberto pelo que tinha acontecido.


- Como foste capaz Reita? Como foste mesmo capaz de esquecer o que vivemos? E o que somos?


- Na verdade, ele sim é o meu melhor amigo. – O pequeno olhava-o magoado, deixando cair várias lágrimas pelo rosto corado pela força que havia feito para não chorar, mas num ápice, desabara. O maior dirigiu-se a Kouyou e olhou-o preocupado, lançando depois um olhar frio e de desprezo a Takanori.


 - Uru vamos até à casa de banho passar a tua cara por água fria. – Apoiado no ombro de Reita tentando procurar conforto, Uruha olhou para trás lançando um olhar mortífero para Ruki. Este por sua vez deixava as lágrimas correrem pela sua face.


Fim de flashback


    Agora ando pelos corredores desertos desta escola enquanto todos estão nas aulas, sinto-me vazio e desesperado. Já não quero mais saber de Aoi, foi ele quem me fez perder o meu melhor amigo. Agora Reita encontrou o verdadeiro conforto numa outra pessoa e já não me é nada. Apenas um conhecido, não me fala, lança-me olhares de desprezo mas sei que uma pequena parte dele ainda sente a minha falta.


Afinal de contas, em tempos, eu, Matsumoto Takanori fui o seu melhor amigo.


 


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