Aurora escrita por Rafaella Dovhepoly


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Escutem as músicas, porra. Obrigada.
Brick + Mortar - Move to the Ocean
Best Coast - Honey
Best Coast - Bratty B
Arctic Monkeys - Arabella (pro começo na parte da transa)



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Batidas fortes.

Gritos roucos e gemidos, atrito, meu suor e arranhões dados sem dó nenhuma de minha parte. A única iluminação que tínhamos vinha da lua cheia rodeada por estrelas brilhantes e convidativas. Nenhum dos dois fazia questão de esconder algum tipo de sentimento para o outro naquela hora. Eu poderia dizer que toda a minha frustração e raiva fora descontada sobre o prazer que sentíamos nos encaixando e gemendo pela cabana.

Por pelo menos duas vezes Felipe não hesitou em parar, era como se cada partícula renovada do corpo dele fosse regenerada também no sexo. A pequena mesa que ficava entre o sofá – sem estar arrastado – e as bancadas da parede da cozinha estava quase perto da porta de entrada cujas cadeiras tinham sido jogadas para o mais longe que podiam sem causar dano.

Foi encostada com o peito na parede que eu me encontrava, entre dois sólidos gelados, a única diferença é que um deles tinha presas e mordiscava meu pescoço entre beijos enquanto transávamos. Ele me virou e seu polegar roçou meu lábio inferior, um sorriso concentrado na malícia saiu de sua expressão. As pálpebras cobriam pouco mais da metade dos olhos, formando um olhar excitado, me excitando; Foi após me provocar beijando minha barriga e a parte interna das coxas, seguindo de apertos na bunda além do próprio sexo que Felipe parou.

Senti meu corpo deitar no colchão.

Mãos geladas tocaram meu couro cabeludo, me fazendo carinho como se eu fosse um gatinho que serviu de presente pra uma criança numa manhã de natal. Por alguns segundos eu senti algum sentimento meu lá no fundo dando um chute em minhas costelas e uma voadora no coração. O aperto que se seguiu não foi muito intenso, mas parecia me alertar de que alguma coisa ruim estava prestes a acontecer.

Felipe gemeu baixinho propositalmente enquanto se ajeitava para mais perto do meu corpo, coberto com uma grossa coberta. Seus lábios encostaram não muito perto da minha boca e puxaram o meu lábio inferior como se quisessem que eu me aproximasse. O silêncio havia sido morto pelos sons de estalos dos nossos beijos, mas seria facilmente quebrado também pela guerra dentro da minha cabeça; As mãos de Felipe foram para as minhas costas, descobrindo parte de meu corpo, colando no dele. O frio entrou em confusão com a temperatura de meu corpo, mas eu poderia dizer que depois de alguns segundos beijando-o daquele jeito, tudo tornaria a esquentar rápida e facilmente. Meus dedos não faziam questão de equilibrar a força sobre o seu cabelo; eu sabia – e adorava o fato – de que poderia usar toda a minha força contra ele, e ainda assim seria prazeroso para ambos.

- Pronto para mais uma – disse ele quando parou de me beijar.

- Tenho escola daqui a pouco, lembra? – Nunca pensei que iria dizer isso depois dos meus dezesseis anos.

- Você vai se entupir de cafeína do mesmo jeito, alguns minutos a mais acordada não farão falta. – Sobre a luz da luz eu percebi seu sorriso e seus caninos pontudos. Estavam novamente perto o bastante para me beijar, porém, ali permaneceram quando seus olhos encontraram os meus. Pareciam ser transparentes devido à iluminação diferenciada, ou então que estavam competindo com a esfera brilhante há milhões de quilômetros daqui.

Descrever os olhos dele não era nada enjoativo, e ainda ficar observando os tons diferentes que ali faziam parte do olhar que me observava poderia ser uma boa justificativa para não dormir. Era como se alguém lá dentro houvesse rasgado partes do prata e os tornasse negros como breu, só por diversão. Mas era dentro dessa escuridão toda que eu entrava e me sentia solitariamente confortável, sentando num divã imaginário e dizendo tudo o que poderia sair da minha boca, todos os meus problemas e dúvidas. Era ali que eu poderia simplesmente dizer o que estava entalado sem ser julgada ou condenada pelo drama que abraça toda a minha vida. Porque é isso, nos tornamos reféns de nossos próprios sentimentos, principalmente dos mais fortes, indomáveis. E aí... Tudo se torna diferente, a realidade te pôs dentro de um saquinho e chacoalhou te jogando no chão e dizendo “essa aí é a tua nova vida, cuida dela agora”; Eram os olhos que me transformavam em uma pessoa insana, que viravam uma armadilha pra nunca mais voltar ao que chamamos de real. Eram os olhos que me acordavam quase todas as madrugadas só pra me deixar com um gosto amargo na boca e sair com a cabeça fervilhando de lembranças. Eram os olhos que eu amava e depois de tanto tempo me perseguindo, ainda amo.

- Alice. – chamou ele.

Eu pisquei, o foco retornando para o seu rosto levemente sorridente.

- Queria saber o que se passa dentro dessa sua cabeça laranja.

Pisquei novamente, fitei seu colar com a cruz.

- Nunca abandonei você, Lice. – Sua voz parecia estar num tom compreensivo.

- Ninguém aqui está discutindo sobre isso. – Murmurei ainda encarando a cruz.

- Seus olhos dizem o contrário. – Respondeu ele num tom baixo.

Foi depois de morder a boca e assimilar que respondi.

- Preciso dormir. - Virei para o lado, fechando meus olhos e endireitando-me para dormir o restinho de horas que ainda possuía. Pude sentir seu corpo curvando para mais perto do meu, seu rosto em direção à lateral do meu.

- Sempre amei você. Não pense que, por ter ido sem realmente querer, eu te esqueci. E também não pense que eu não tentei ver você durante o tempo que passei fora. – sussurrou ele.

Não respondi, no intuito de evitar discussões.

Então ficamos num absurdo silêncio, o qual eu aproveitei para encontrar algum sinal de sonolência dentro do meu cérebro. Por sorte, minutos depois eu adormeci, sentindo a cruz gelada do colar de Felipe encostando sobre a minha pele no primeiro contato.

♥♥♥

Depois de levantar e engolir pelo menos um litro de café pra me manter acordada, vesti uma muda de roupas que Felipe havia pegado de minha mochila sem que eu tivesse visto. Nada diferente do que eu visto cotidianamente. Fitei o espelho do banheiro pequeno da cabana. Era engraçado ou talvez doentio relacionar, mas aqui estava em minha frente, a ruiva pertencente aos olhos prateados, quando há mais ou menos uns meses atrás, estaria a morena pertencente aos olhos castanhos.

Descendo a rua com a BMW, escutávamos uma rádio francesa, que no momento comentava sobre a presidência e alguns casos de corrupção. Felipe estava naturalmente calmo, o que nesse momento não me causou muito desconforto.

Quando ele virou para a direita, me deparei com uma escola enorme, cheia de adolescentes com malas nas costas. Algumas meninas estavam com roupas mais curtas, acostumadas com o friozinho que rodeava os corpos, deveriam ser as meninas de torcida. Dessa vez os jogadores do time de futebol não usavam as blusas dos respectivos times, mas os “rebeldes” estavam com o uniforme padrão – jeans e jaqueta de couro preto com um cigarro na boca. Todos os carros do estacionamento eram mais caros, o que me levava a pensar que o colégio em que estávamos prestes a entrar não era estadual, municipal ou qualquer coisa manejada pelo governo; As janelas eram negras, como se madeiras pintadas de preto houvessem as tampado, a escola tinha suas paredes de fora brancas e limpas, seus quatro andares acabados com um telhado de estilo antigo e colonial, porém novos. Haviam espécies de torres coladas às laterais da escola, grandes e com tijolos na parte de fora. As janelas também negras.

- Chegamos, Lice. – Felipe disse.

Eu abri a porta do carro e percebi que o ar frio estava mais gelado do que eu achava de verdade, ou pelo menos pareceu com tantas pessoas me olhando. Ou melhor, me encarando.

Foi acompanhando Felipe que percebi ainda olhares femininos me odiando. Olhares masculinos sob o efeito da luxúria e curiosidade. Tive uma enorme vontade de segurar a mão dele nesse instante, me contive. Meninas de saiote vermelho vivo pararam de conversar para nos olharmos assim como toda a equipe de futebol babando em minhas pernas. Olhei de lado o corpo de Felipe enrijecer. Andamos alguns metros até a entrada da escola, cujo nome era Callaham’s High School, as portas foram rapidamente abertas e fechadas para que a luz do dia entrasse o mínimo possível. Todos ao redor paravam e me observavam como se esperassem que eu gritasse, no meio do corredor cheio de armários nas paredes, ou esperneasse para que estivessem satisfeitos. Felipe então nos levou até a secretaria e encontramos Phixxon sentado ao lado de Lauren, cujo olhar era, como na maioria das vezes, apreensivo.

- Até que enfim... – Phixxon respondeu.

Eles se cumprimentaram.

- A mesma merda de sempre... – murmurou Lauren.

Felipe então me entregou meu horário, que era pouco diferente do dele, Lauren tinha dobrado muitas vezes o seu, de nervosismo e pessimismo. A folha parecia velha de tão amassada e seus olhos tinham olheiras mais profundas nesta manhã. Olhando mais para o corredor de onde viemos, encontrei Jared e Murilo conversando baixo, Savannah olhava o quadro de avisos atentamente.

Meu coração deu um pequeno salto ao olhar para Murilo mais uma vez, o bastante para que ele me olhasse de volta sem que seus lábios esticassem um milímetro sequer. Ele estava melhor, para minha felicidade, porém só fisicamente, suas expressões demonstravam completo desânimo e pesar.

- Alice Campbell? – A voz da secretária me pegou desprevenida, virei-me rapidamente em sua direção – Espere aqui, por favor, o Diretor Charles quer ter uma palavrinha a sós com você.

Minha cabeça apenas concordou com um leve aceno antes de voltar para Murilo, o qual não se encontrava mais no corredor. Felipe chegou perto do meu corpo, a aura tão calma quanto um dia nublado. O cheiro de canela mais intenso em meu nariz.

- Senhorita Campbell... – Um homem alto de cabelos negros apareceu, ele tinha os olhos numa cor azul forte, o que mantinha você presa nas feições dele – Prazer em conhecê-la, sou Charles Lestran, diretor – ele apertou minha mão numa força média – acompanhe-me, por favor, para conhecer seus novos aposentos.

Franzi levemente o cenho, eu não estava naquela escola pra ficar numa sala separada, pelo menos eu esperava.

Andamos pelos corredores com os seus respectivos armários, brancos, polidos, praticamente intocáveis. O chão era lustrado e nenhuma sujeira de bala ou chiclete era perceptível durante a trajetória. Alguns alunos que estavam no meio dos corredores me observavam como carne nova no pedaço, os meninos sorriam uns pros outros como completos idiotas. Os passos do meu tênis ecoavam pelo corredor, após passarmos a entrada da biblioteca, a entrada do laboratório – o qual ficava ao norte do grande colégio -, e finalmente, ao lado do auditório, cujas portas eram de madeira cara e bem cuidada.

Charles abriu uma porta com uma chave prateada, o cheiro que se encontrava ali era de uma mistura feita por cigarros, lugar fechado e lavanda. As janelas estavam cobertas por grossas e pesadas cortinas e na parede oeste, havia um loft, cujas paredes eram completamente cobertas por estantes cheias de livros, para complementar, um sofá de couro marrom . A leste era possível observar uma escrivaninha limpa, também de madeira, com uma cadeira confortável de couro marrom. O chão havia sido mudado para madeira clara, enquanto a cor das paredes eram as mesmas: brancas.

A porta foi fechada e as luzes acesas, enquanto Charles andava em minha direção para que, pelo o que percebi, pudéssemos conversar. Enquanto isso, já iniciava a comunicar-me sobre o porquê estávamos naquela sala a qual eu obtive uma pequena paixão sobre o loft.

- Essa será a sua sala para que me resolva os assuntos que você costumava tratar na sua escola. Espero que não seja um trabalho ruim para você, Alice, e espero que aceite, já é a quinta que toma essa posição e dessa vez eu espero que permaneça por um bom tempo. – Ele fala sério, mas não possuía a expressão como tal.

Andei ao redor do local ocando levemente os móveis por onde passava, era muito diferente de um ambiente escolar e, tecnicamente, isolado, já que o auditório ficava numa parte bem mais isolada da escola.

- Sua equipe estará pronta para novas ordens a partir de agora. E não se atrase para a primeira aula, Campbell. – Ele fechou a porta.

Eu até argumentaria, sabia que suas orelhas deveriam ser tão boas quanto as presas, porém estava absorta demais olhando para o teto, que representava um céu estrelado, com as constelações mais conhecidas. Por um momento, pareceram brilhar como se fossem reais.

♥♥♥

A terceira aula estava prestes a começar e agora os alunos não me encaravam tanto o por um período de tempo tão grande. As duas primeiras aulas, história e literatura foram tranquilas, já que nenhum professor fazia questão de apresentações e já passavam conteúdo, sem se preocupar muito com o humor dos alunos. Felipe não estaria comigo nesta aula, de filosofia, teria educação física, enquanto Lauren e Phixxon estavam a caminho da sala de Hopkins, cuja matéria que ensinava era biologia. Savannah estava admirando os corredores e os respectivos alunos por tempo demais, o que a tornava uma quase lunática para quem resolvesse capturar seu olhar como resposta. A próxima aula que teríamos seria filosofia, o que não me fazia muita diferença.

Ao entrarmos e sentarmos em nossos lugares, a nuvem carregada de alunos que entrou depois foi imensa, não havendo muita dificuldade em perceber que a maioria gostaria de sentar perto o suficiente de mim ou Savannah.

- Certo gente, quero que sentem em seus lugares, começaremos com uma bela apresentação hoje.

O resto da aula não teve um grande interesse em si. O que mais me chamou atenção foi um outro garoto do outro lado da sala, o qual não parecia se importar em sua inconveniência o ficar me olhando o tempo todo. Os olhos eram castanhos, claros o suficiente para que suas pupilas fossem visíveis numa distância curta. Ele tinha um tal sorriso que chegava a ser irritante, como se estivesse convencido de que toda a absoluta verdade provinha dele. Quando o professor perguntou seu nome, ele respondeu prontamente “Jason Kendrick”, e desta vez, me encarava como se só nós dois estivéssemos na sala e fosse uma apresentação galanteadora.

Jason foi um dos últimos a levantar para trocar de sala quando o sinal tocou. Foi ao lado do seu amigo falante que passou ao meu lado, silenciosamente. Do outro lado do corredor, Felipe me esperava de braços cruzados. Então ele me acompanhou até a nossa próxima aula, olhando para meu rosto algumas vezes por pouco tempo, e depois voltava ao normal. Quando entramos na sala, Savannah estava rodeada de meninas em sua carteira, as quais deveriam estar perguntando sobre a cor de seu cabelo, como ela o tratava, quantas vezes por semana, e todos esses assuntos os quais eu me abstenho.

Foi no intervalo, depois de mais duas aulas que eu fui abordada por Charles, parecia que muitos haviam assuntos pendentes a resolver no meu “novo emprego”. Fui até a minha sala sozinha, já que Felipe e Phixxon estavam aproveitando o convite para jogar uma partida de futebol americano com os garotos do time do colégio, uma pré-seleção eu diria.

A sala possuía o mesmo cheiro diferente, mas as janelas, pelo o que percebi, haviam sido abertas havia pouco tempo já que as cortinas se mexiam lentamente, quase que numa forma que te hipnotizava. Sentei na minha cadeira e deixei a porta aberta, esperando alguém entrar. Segundos depois, dois garotos usando óculos de grau – com um semblante muito diferente de um nerd ou coisa parecida – entraram conversando rapidamente, como se um estivesse esperando o argumento do outro há séculos e tivesse formulado a sua resposta há mais tempo ainda.

- Verde não a deixa bonita.

- Verde deixa qualquer um bonito, desde que saiba usar a cor em suas roupas.

- Ninguém nunca veio de verde antes, Sam. Ela está arriscando só para chamar atenção.

- Ela está arriscando desde que descobriu o poder que um cabaço pode transferir pra sua autoestima, é esse o ponto.

- não, Sam, o ponto é que verde não a deixa bonita nem se for a cor de uma fio dental como a única peça que ela esteja vestindo.

Eles eram altos, magros e pálidos. Porém tinham um cheiro forte de conhaque e lavanda.

- Posso ajudar em alguma coisa? – perguntei ao ver que a conversa não iria terminar tão cedo. – Algo que não seja minha opinião sobre as roupas de alguém que estuda aqui?

- Você deve ser Alice – Sam disse por primeiro. Os dois vieram em passos largos em minha direção enquanto conversavam, porém a conversa era rápida o bastante para que chegassem perto. Sam tinha os olhos na cor bronze. – Somos parte da sua equipe. Sou Sammuel e esse aqui é o Johnny. – Johnny tinha os olhos pretos como os cabelos.

- Equipe...? – minha testa franziu.

- Sim, equipe. Ganhamos uma cota grande com coerção e chantagem nessa escola. Johnny fotografa e eu chantageio.

- Bom – meus dedos mexeram no papel da mesa, observando o folder que há meio milésimo de segundo Sam havia posto sobre sua superfície. A capa era composta de apenas uma frase “Porque nos usar”, ao abrir, vi que haviam sabotado o torneio de xadrez da escola rival. – Espero que saibam sabotar jogos de pôquer.

- Sam só vive de pôquer, chefe. – Jon disse com um sorriso.

- Pôquer e sinuca.

- Você é ruim em sinuca, sabe disso. Só ganhou mil dólares daquele cara, até eu ganharia mais.

- Eu o deixei ganhar, precisávamos de confiança.

- Ele já tinha confiança o bastante, você perdeu por ser ruim e orgulhoso ao mesmo tempo.

- Eu preciso conhecer mais alguém? – perguntei antes que Sam conseguisse revidar e prosseguir a discussão.

- O idiota do Fankler está atrasado. Ele quem cuida dos vícios.

Jon virou para mim antes que eu pudesse perguntar mais sobre Fankler.

- Cada vadia anoréxica das líderes é viciada em alguma coisa. E cada jogador dos Wolfs são loucos por qualquer coisa que achem que vá os deixar mais fortes e mais invencíveis. Fankler está aqui pra isso, para nos trazer a heroína e os anabolizantes “naturais” desses antas.

- Fankler deve estar dormindo agora. Ontem a comemoração foi um pouco longe demais. Você sabe o que acontece quando os Wolfs bebem muito.

- Tinha gente pelada pendurada no lustre sem lembrar de nada o que aconteceu, pelo o que eu soube.

- Ei... Campbell. – Jason entrou na sala interrompendo a conversa. O modo como falava meu sobrenome parecia conter uma grande parcela de ironia. – O que acha de sair hoje, tomar uma boa dose de tequila? Mesmo que ajude a pessoa a se soltar mais, não acho que você precise ficar mais livre.

Aquele sorriso como se fosse o dono da verdade. Os olhos brilhavam de tanta satisfação consigo mesmo.

- Eu dispenso.

- Não me convence só com um não assim... – ele sussurrou e virou para Sam e Jon.

- Uma das meninas está bem dopada no vestiário, meninos. Acho que daria uma boa matéria de capa para vocês.

Os dois olharam feio para Jason e logo saíram andando e direção ao vestiário. Pude escutar um dos dois dizendo no fim do corredor algo como:

- Não quero nem saber o que ele estava fazendo no vestiário das meninas...

Um silêncio rápido tomou conta da sala. Jason havia ido embora também, porém agora, em minhas mãos, o folder e um bilhete com uma letra rabiscada estavam presentes. O bilhete era de Jason, me dizendo onde deveríamos nos encontrar.

- Babaca. – amassei o bilhete sem ver o endereço ao qualquer coisa do tipo e saí da sala em direção à próxima aula.

Foi ao fechar a porta que me deparei com um bilhete em forma de coração rosa, cuja letra era antiga e parecia ter sido escrita com uma pena.

“Cuidado ao procurar as respostas no lugar errado, flor.

- Lobos”


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Notas finais do capítulo

Mimimi ♥



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