Andante escrita por Lisbela


Capítulo 1
Capítulo 1




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To me sentindo estranho esses dias, sabe, Jô? Ando carente de sorrisos. Sorrisos verdadeiros e bonitos, que te faz sentir vontade de abraçar a pessoa. Meu pensar no quesito amor tá meio bambo, errante e desconfiado. Minha consciência, nem sempre tão ciente, tá precisando de magia. Precisando daquela tal felicidade que preenche.

O amor, que antes era jovem e radiante, passou a ser banal, velho, frio e mesquinho. E os corações apaixonados passaram a ser dilacerados e confusos que só.

Vejo casos sobre corações amantes, e isso me assusta. Assusta-me o modo como tudo esta sendo quebrado, deixado de lado e perdendo seu valor.

Fiquei sabendo, que certa vez, lá no mundo dos andantes, um coração chorou por muitas vezes sozinhos, sem um colo manso para acalma-lo. Sem aquele abraço de conforto. Pelo o que eu soube, ele foi quebrado duas vezes e depois disso nunca mais amou. Parou de guardar carinho, afeto e confiança. Não funciona mais com alegria. Tornou-se automático e triste.

Esse é o meu medo, sabe Jô? Medo que a minha caixinha fique doente por causa de um andante desconhecido. Medo de parar, de ficar escuro.

Ouvi dizer uma vez que dói tanto quando um andante fica triste. Que isso aperta tanto, que se torna sufocante. Eu rezo toda noite, enquanto ele descansa tranquilo, para que nunca realmente encontre aquela “tal pessoa”, para que não conheça a chamada magia momentânea.

Eu sei que é um pensamento cruel, mas não sei se aguentaria essa dor triste. Meu andante é sozinho, e sozinho, ninguém é nada. É apenas um vazio, uma solidão fria e cruel. Não sei o ele pode se tornar se passar por isso. E se ele parar de me cuidar? Dizem que a dor do amor te quebra, e nem aquele com agulhas e máquinas o suficiente consegue te arrumar.

Não tenho coragem, nunca me orgulhei disso. Tenho medo do amor, Jô. Medo de me tornar bambo, frio e inconsistente todo o tempo. Eu sempre me orgulhei em poder dizer que não sentia falta. Que não precisava disso. Mas o destino brinca, e em um ciclo vicioso, isso se voltou contra mim. Como uma roleta russa.

Aquela grande pedra de gelo que gritava em mim, se derreteu. E foi ai que eu me perguntei, aqui sozinho, o porquê disso. Acabei desvendando o fato, de que, era você o tempo inteiro. Sempre foi você. Que todo esse medo, essa falta de coragem, sempre teve uma razão. Tudo, absolutamente, todo o meu mundo, se resumia diretamente a você.

E é por tudo isso que eu preciso me afastar, Jô. Por pura covardia e orgulho, admito. Preciso parar de bater contigo, por que sinto que já te amo. E isso, me da medo.



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