Jin - A Ascensão Do Demônio escrita por Guilherme Carneiro


Capítulo 6
Separação




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Após algumas horas desmaiado, Jin desperta:

-O-onde estou? O que aconteceu comigo? O que era aquele homem ontem? – disse Jin com uma expressão confusa.

-Jin... Você já está melhor? – disse Alexia passando a mão no cabelo de Jin.

-Estou meio tonto, mas estou bem.

-Se lembra de uma vila ontem, meu jovem? – disse Chep sério.

-Vila? Não... Apenas me lembro de uma ávra... Uma ávra negra, similar a minha, e um shinobi...

-Como assim? Jin, ontem você destruiu uma vila inteira, seu corpo estava encharcado de sangue, como não consegue lembrar? – continuou Chep.

-Eu realmente fiz isso? Não me lembro de nada...

-Não se dê por desentendido criança!

-CHEP, pare com isso já! O jin não está bem, pare de desconfiar dele! – disse ela dando uma bronca nele.

-Certo, certo. Desculpe... – disse Chep fazendo biquinho.

-Tem certeza que a criança aqui sou eu!? – disse ela rindo dele.

-Me erra, Alexia! – disse ele dando uma maçã a Jin. – Tome garoto, você precisa se alimentar para continuarmos com o treinamento.

Chep saiu em busca de informações sobre aquela vila, deixando-os sozinhos.

-Vem cá, Jin... Eu lhe alimento, abre a boca!Fala: AAAAH... – disse ela partindo um pedaço da maçã e colocando na boca de Jin.

-Jin, fiquei muito preocupada com você... Quando você sumiu... Quando te encontrei naquela vila... Até mesmo quando você desmaiou em meus braços... – continuou ela abraçando ele.

-Desculpe-me... – disse ele abraçando-a forte.

Chep foi até uma feira, não muito distante de onde estavam. Ele sempre foi muito bom de conversa, descobriu que a vila recém-assassinada era uma vila mercenária que sempre causou muito tumulto naquela região, e que quando os moradores das vilas próximas souberam da noticia, disseram ser um milagre e que finalmente poderiam ser livres. Chep se sentiu, de certa forma, um pouco mais aliviado a respeito de Jin.

Ao cair o anoitecer, o céu estava brilhante, como o reflexo da imensa Lua Cheia perante a um pacífico lago, a brisa soprava calmamente, estava na época de primavera, folhas de cerejeiras caiam sobre seus troncos, deixando a mera impressão de um tapete de pétalas. Jin se sentou aos pés dessa magnífica copa, com um olhar pensativo para o grande céu. Momentos depois, Alexia veio fazê-lo companhia.

-Jin... Olhe para mim – disse ela colocando a mão no seu rosto o virando em sua direção - Eu estou aqui, pode falar comigo se quiser. Me dói te ver sempre assim, eu gostaria de poder te ajudar com qualquer coisa, mas sou muito fraca e muito inexperiente, provavelmente sou um estorvo para você, mas...Mas eu gosto de ficar perto de você, você é gentil comigo e me ajuda sempre. –disse ela pegando em sua mão.

- Está enganada, Alexia. Não sou isso que você diz...

- Aos meus olhos, você é muito mais. Você pode não sorrir, pode se passar por frio e insensível, mas sei que você também tem um coração. Eu posso senti-lo de alguma forma. – disse ela apoiando suas mãos no peito de Jin.

-Está errada! Não há espaço para sentimentos em mim! – disse ele tirando-as.

-É você que está enganado! – disse ela aumentando seu tom – Eu sei que há sentimentos em você, você teve compaixão quando me salvou, todas as vezes que você me ajudou, eu sentia carinho em seus atos.

-Alexia, você...

-Eu lhe prometo que um dia te farei sorrir, de alguma forma!

-Alexia, por que insiste tanto em mim? Apenas ignore-me, por que me segue? Por que se esforça para ficar mais forte? Jamais me perdoaria se algo acontecesse com você por minha causa, você está se arriscando demais, viu o que fiz na vila? E se um dia eu fizer algo de ruim com você?

- Se esse é o caso eu te perdoaria! Não me importo se você me bater ou me usar. Eu... Eu apenas quero estar ao seu lado!

-Alexia... Por quê?

-É por que... É por que... Eu... EU TE AMO, SEU IDIOTA! – disse Alexia beijando-o, com lagrimas no rosto, sua bochecha estava corada, seu coração batia forte. Seus lábios encostaram-se aos dele suavemente, poderiam sentir o calor um do outro, o gosto um do outro. Era macio, um pouco úmido e quente. Os lábios de Alexia eram suaves, os de Jin eram frios, mas dava uma sensação agradável.

O céu estava limpo, o tempo naquela hora passava de forma passiva, o vento soprava de forma agradável, a Lua se refletia sobre o lago, iluminando vagamente o local.

-A-Alexia, o que você...

Alexia ficou vermelha, não era sua intenção fazer aquilo, havia se deixado levar pelo momento. Ao término do beijo, ela toda envergonhada saiu correndo toda desastrada para o acampamento, deixando-o sem palavras.

Logo pela manhã do dia seguinte, Chep havia acordado Jin, para se apressar, pois iria falar-lhe sobre o treinamento, e também pedindo para que acordasse Alexia.

-Alexia... – disse Jin cutucando seu rosto, para que acordasse.

Alexia não acordou...

-Alexia, está me ouvindo? – disse ele se aproximando um pouco mais.

Alexia começou a mexer enquanto Jin tentava acordá-la.

-Preciso me apressar para acordá-la, não posso deixar que Chep fique zangado comigo, pois ele é essencial para que eu fique mais forte. –pensou ele se aproximando mais do seu rosto.

Quando Alexia finalmente acordou e viu Jin a um palmo de distância de seu rosto, ficou com vergonha e acabou por derruba-lo sobre ela mesma, enquanto Chep acabara de chegar ao local.

-Por que vocês estão demor-? -Começou a dizer, interrompendo a si mesmo ao ver Jin deitado sobre Alexia – Ér... Eu vou deixar vocês a sós, estarei ali se precisarem... – disse Chep se retirando com um olhar pervertido. –Esses jovens de hoje em dia...

-CHEP! – disse Jin tentando se levantar, mas caindo de novo em Alexia, deixando-a com mais vergonha ainda. –De-desculpe-me Alexia... –ao ver que ambos estavam muito envergonhados, se acalmou novamente e foi atrás de Chep.

-Jin, me espera. Eu vou com você! – disse ela se levantando e seguindo-o.

Enquanto caminhavam, Alexia tentava quebrar aquele clima de silêncio:

-Ér... Jin, sabia que ontem foi meu pri-primeiro be-beijo!?- disse ela gaguejando.

-Mesmo? O meu também...

-Ai não acredito que eu fui a primeira garota a beijar o Jin, acho que ele nunca se esquecerá, me sinto um pouco alegre ao saber disso... – pensou ela se vangloriando disfarçadamente.

-Alexia...

-Oi?

-Esqueça aquilo que aconteceu ontem... Isso poderá atrapalhar nós no treinamento, não que não tenha sido bom, mas é o melhor a se fazer agora.

-Ah... Está bem, se é assim que pensa... – disse ela um pouco triste. – Espera um minuto, pensando melhor... Ele gostou do beijo!? Bem... Acho que por hora o melhor é parar de pensar nisso, mas não conseguirei esquecer tal coisa, significou muito para mim.

Chegando onde Chep estava, se surpreenderam com a notícia que ele anunciara:

- A partir de agora, não posso ajudá-los mais. Cada um de nós terá que encontrar meios para nos fortalecermos sozinhos, nos encontraremos em Kerty City em três semanas, na pousada Mamy’s Kerty, então tratem de arranjar dinheiro, seus pobres! – disse Chep sorrindo. – Então...Por enquanto isso é um adeus!

-Mas Chep... Ainda tem algumas coisas que quero que você me diga... – disse Jin não concordando com o acordo.

-Descubra por si mesmo, garoto! – disse ele levantando sua mão enquanto se retirava.

-Jin... Não direi nada triste, pois nos encontraremos de novo, e na próxima vez quem irá lhe proteger serei eu! – disse Alexia confiante.

-Tudo bem... Se esforce! – disse ele abraçando-a.

-Essa é a primeira vez que ele vem me abraçar primeiro... É tão quente, tão bom!- pensou ela abraçando-o de forma carinhosa.

A partir de agora Jin, Alexia e Chep trilharão seus próprios caminhos, treinaram de sua própria maneira, para após três semanas se reencontrarem, quem será o misterioso Yuuteru? O que será que houve com Jin naquela noite? O que os três irão fazer a partir de agora? Uma nova jornada estará prestes a começar?

-Agora... Irei procurar aquela ávra idêntica a minha, descobrir quem é aquele shinobi, e entender o porquê de ele dizer “outro demônio”. Quero respostas... “Nos veremos novamente”, foi o que ele disse. Esperarei por esse reencontro... – e assim Jin começará sua procura a essa desconhecida pessoa com a ávra negra.



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Notas finais do capítulo

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