The 29th Hunger Games! escrita por Lançassolar


Capítulo 18
O Abrigo


Notas iniciais do capítulo

Está ai mais um capítulo. Abraços!



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Já estou muito melhor de manhã. Ainda não estou em minhas melhores condições física, mas a melhora em relação a ontem é extrema. Estou estranhamente tranquilo. Kayleigh está preparando o café da manhã. Ela está incrivelmente melhor. Seu corpo reagiu muito bem, aos milagrosos antídotos da Capital. Ouço-a cantarolar uma bela canção, sobre esperança.

            Coloco a mão no cabo de minha lança. Seu toque frio é estranhamente reconfortante. Faz-me sentir seguro. Dá-me a sensação de proteção. Sinto o ronco de meu estômago. O que quer que ela esteja cozinhando, está com um cheiro muito bom. Ela canta ainda uma estrofe antes de perceber que eu acordei.

            Ela leva um susto ao perceber que eu a estou vendo-a cantar. Como se Panem não estivesse ouvindo. Depois relaxa a postura.

            - Bom dia. – Ela diz. – Colhi uns cogumelos e fiz uma sopa. Vamos comer?

            Ataco o prato de sopa. Está uma delícia. Estou muito curioso para saber se ela tem uma resposta à nossa conversa da noite anterior, mas Kayleigh permanece em silêncio, e mantem o mesmo semblante de sempre. Estou a ponto de começar um diálogo a respeito, quando ela diz:

            - Precisamos nos pôr em movimento. Esses últimos dois dias fora muito parados. Os telespectadores já devem estar querendo agitação.

            Ela tem razão. A trégua já deve ter acabado.

            - Certo. – Eu digo. – Mas sobre ontem à noite. Você já tem uma resposta?

            Ela respira e olha dentro dos meus olhos.

            - Você é um bom amigo Robb. Melhor do que qualquer pessoa tem o direito de merecer. E já se arriscou demais por mim nessa maldita arena. Não o quero se apegando de mais a mim. Não entre em perigo por minha causa. Não me sentirei bem depois, caso tenha que vencer, contra você.

            Por um momento fico na dúvida. E respondo.

            - Eu não posso fazer isso. – Digo sério. – Já me arrisquei muito por você para simplesmente vê-la morrer enquanto salvo minha pele. Somos parceiros, lembra?

            - Entendo. – Ela diz divagando. - Já que é assim. O mesmo vale para mim de agora em diante. Enquanto tiverem outros tributos vivos, somos um.

            Agora eu é que estou surpreso. Não consigo aceitar a hipótese de uma pessoa se arriscando por minha causa. Para me proteger das pessoas que eu tanto odeio. No Distrito 11 era eu contra o mundo. E eu tentava cuidar das pessoas que eu gostava. Não o contrario.

Eu quero vencer, mas não preciso desse peso na consciência. Não preciso de minha paz ainda mais atormentada. Digo lentamente:

            - Não precisava ser assim. Malditos Jogos.

            - Eu odeio esse lugar. Estamos perdendo nossa humanidade pouco a pouco? – Ela fala.

            - Não. Eles podem acorrentar nossos braços, e nos forçar a lutar, mas não podem ter nossas almas e corações.

            - Como não? Nos já chegamos mais longe do que qualquer um imaginaria. E isso não valeu de nada. Nos tornamos amigos, e teremos que morrer, ou pior.

            - Você tem total razão. E sim, não valeu de nada. E não continuará valendo, até que ganhemos.

            - Não podemos ganhar. Não os dois.

            Essa conversa está me desgastando.

            - Eu sei. Mas pelo menos um de nós tem que voltar para casa. Isso é algo pelo qual vale a pena lutar.

            - Com certeza. – Ela disse me dando um sorriso caloroso. - Lutaremos juntos, e protegeremos um ao outro. Até quando der...

            Me sinto totalmente impotente. Eu gostaria tanto de sair com vida e com Kayleigh dos Jogos. Infelizmente sei que isso é completamente impossível.

            - E quando não der mais Kayleigh?

            Ela me olhou grave, formulando a resposta.

            - Então Robb... Esse será o momento em que um de nós dois seremos sagraremos vencedores dos Jogos. Somos mais fortes que eles, eu consigo sentir.

            Me levanto, meio desconfortável com aquilo.

            - Espero que você tenha razão.

            Ela se levanta também. Estamos parados a tempo de mais, a Arena está parada a tempo de mais.

            - O que fazemos agora? – Pergunto.

            - Acho que devemos sair para caçar. – Não era de animais que ela estava falando.

            - Acho que sim. – Falei sem muito entusiasmo.

            Recolhemos nossas coisas e abandonamos nosso acampamento. De um algum modo eu tive a sensação que não voltaria mais para aquele lugar.

            - Morgan e Ayla devem ter voltado para a Cornucópia. – Kayleigh disse. – Tirando eles ainda existem outros dois tributos.

            - Sim. Não acho que estejam aliados. – Lembro da garota do 10. Incrível que ela esteja viva até agora.

            - Com sorte encontramos um, e pedimos aliança.

            - Aliança?

            - Temos que matar os Carreiristas Robb. Três contra dois é melhor. E de qualquer maneira, podemos mata-lo se ele não quiser aliança.

            - Ou ela.

            - Tanto faz.

            Continuamos andando por um bom período. Estamos ficando entediados, quando finalmente a voz do narrador dos Jogos aparece.

            - ATENÇÃO, ATENÇÃO. Dentro de dez minutos... a Arena, recebera uma onda de fogo. Não haverá nenhum lugar seguro, com exceção da Cornucópia. Quem estiver na floresta, ou em qualquer outro lugar, provavelmente morrerá queimado. Esse é o comunicado. Bons Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre com você!

            Olhei para Kayleigh. Não havia muita escolha. Disparamos na direção da Cornucópia, correndo como desesperados. O tempo parecia voar, e sabíamos que os idealizadores não estavam brincando. Eles iriam mesmo matar todos, se não fossemos rápidos o suficiente.

            - BUM! – Ouvi o canhão, mas não tinha muito tempo para pensar sobre aquilo.

            A coluna de fogo já havia se formado atrás de nós, e avançava com certa velocidade. Finalmente entramos na região que circulava a Cornucópia, quase no tempo máximo. Estávamos a salvo do incêndio. Mas não dos Carreiristas, e embora ainda não os tivéssemos visto, eu sabia que eles estavam aqui.


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Notas finais do capítulo

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