A noite despedia-se quando chegamos à casa cogumelo do velho gnomo. Estávamos cansados e como a chuva que caí sobre nós, esperávamos uma notícia ruim sobre Ren.

Agora acordado, Luke estava ansioso e negando para si mesmo que o pior poderia acontecer. Pôs-se a frente e indagou ou pequeno senhor.

–Onde o Ren está? – Ela tentava controlar sua raiva, mas isso apenas deixa mais claro sua fúria e indignação.

–Lá dentro. – A voz do pequeno era vaga e oca, não fazia sentido. Por mais estranho que pareça e tudo mais, nenhum de nós gostaria de perder Ren.

–Ele vai ficar... Bem? – Luke gaguejava, as lágrimas vieram aos meus olhos quando o ouvi. Tanto eu, como as garotas e Dean, estávamos em silêncio. Luto?

Toquei o ombro de Luke em sinal de consolo, dizendo.

–Vai ficar tudo bem, não se preocupe. – Ele estava parado, mas eu percebia que ele negava consciente como a cabeça. Olhei para o mestre daquele lugar e perguntei. – Não há nada que possamos fazer?

–Bom... – Quando ele começou a dizer todas as nossas expressões de puro medo transitaram. Havia esperança. – O império de Plummbius, o mestre do templo do fogo, é conhecido pelas enormes feiras de especiarias, que são produzidas e vendidas lá. Há uma fruta capaz de salvar o felino.

–Como a conseguimos? – Falou Katrina.

–Esse é o problema, os únicos que sabem são os Xipe-Totec. Eles são sacerdotes especiais da região.

–Espera! – Cys interrompeu. - Xipe-Totec não é um Deus Maia?

– Depois que Iórius e Aliant aparecem na América, ele foi enviado por Plummbius para enviar um relatório sobre aquela civilização, mas ele foi saudado pelo povo Maia e ficou por lá. – Saba explicou com calma, nos conduzindo para sua casa. Por mas estranho que pareça, era grande e aconchegante o local. Ren estava deitado coberto por uma manta feita com folhagens. – Os outros sacerdotes ainda estão por lá e talvez se pedirem a Plummbius ele diga onde eles estão.

Eu sorria agora. Era um final, mas um novo horizonte se abria, parece que finalmente o arco-íris resolveu brilhar para guiar nossos caminhos.

–Então, nós vamos atrás dessa fruta. – Eu disse, no mesmo instante Luke olhou em meus olhos, sem conter as lágrimas ele me abraçou.

–Obrigado. – Falava o menino, enquanto eu sem reação afaguei a cabeça dele.

–Olhe Luke, tudo vai ficar bem. Não tem com o que se preocupar.

–Onde fica o “império de Plummbius”? – Murmurou Dean recostado à porta.

O gnomo riu.

–Bem... Especificamente eu não sei, porém tenho a certeza que fica além do oceano, em uma terra de ardentes chamas.

Suspirei. Não temos muito tempo, e também não temos um rumo certo.

Se esse reino ou sei lá fica depois do oceano temos que chegar a baia mais próxima para pegar um barco. – Disse Cys.

Sorrimos e saímos da casa, temos que agir imediatamente. O velho seguiu-nos e disse.

–Vos entrego a chave, como símbolo do poder da floresta. – Ele levantou as mãos e todo o ambiente ao redor começou a dançar, o vento, as árvores, a chuva... Com um brilho esverdeado surgiu nas mãos do pequenino uma cruz gótica. – Com ela poderão comunicar-se comigo de qualquer lugar que estiverem também possuíram a capacidade de ficarem invisíveis, mas por um curto período de tempo.

O vento soprava ensurdecedor no local. Agora não há mais como voltar atrás, já tinha muita gente envolvida, machucada e triste... Mas quem sabe eu não possa concertar tudo isso?

Agora com o crucifixo em mãos, ele fazia de um cipó corda para um colar, e nesse “colar” ele implantava a chave como um pingente, que brilhava esverdeado.

–Pegue. – Disse o velhote de forma firme. Abaixei-me e ele colocou em meu pescoço o colar. – Eu confio em vocês. – Ele sorriu.

Saímos daquele lugar e retornamos a câmara onde havíamos lido o poema. Nossa!... Quanto tempo... Acho que perdi a noção do tempo.

Continuávamos em silêncio, estávamos bem, porém ainda sim em silêncio. Mais a frente na entrada da caverna passava o pai de Dean.

–Oi, filho. – Cumprimentou ele.

–Oi, pai. – Disse o outro sem jeito.

–Seu avô disse que não iria demorar em voltar dessa caminhada. – Droga! O que vamos dizer? – Pô filho, você sabe que não deve deixar seu avô sozinho por muito tempo... – Droga, devemos ter ficado lá por um dia pelo menos. – Ainda bem que foi só uma hora.

–O que? – Gaguejou o montanhês. Todos estranhamos o que o pai dele havia dito.

Só uma hora. Como? O pai de Dean continuou seu caminho, e nós... Lá. Incrédulos, Estáticos, sem reação.

Saímos da caverna. Cys se espreguiçava e busca por seu celular na bolsa.

Ela sorriu e disse.

–O sinal voltou. Vou procurar o porto mais perto na internet.

–Nem precisa. – Interrompeu Katrina. Todos a olharam. – O porto mais perto é óbvio que fica na Califórnia.

–É, mas... Queremos ir para a África, e levaremos mais tempo se formos pelo porto do Oeste, que pelos portos do Leste. – Comentei bem calmamente.

Descendo a montanha, Dean surpreendeu-se por seu avô não estar falando com seu amigo imaginário e foi falar com ele.

–Vô, O que houve com o senhor?

Ele não respondeu nada. Depois, riu e disse:

–Ele foi embora... Disse que eu não deveria me preocupar, pois você e seus amigos irão deixar as coisas boas como antes. – Ele sorriu, mostrando meios dentes amarelos e nós continuamos. O montanhês, ainda estava confuso com que o velho disse, porém veio logo.

Assim partimos, rumo ao movimentado porto de Boston e em uma semana estávamos lá. Os acontecimentos que ocorreram não foram muito importantes para que sejam relatados para vocês, ou eu simplesmente não os percebi com a ansiedade que estava.

Andamos, subimos em um trem, fugimos da policiam, mas agora o “x” da questão era: Como entrar em um barco? Qual deles iria para África?

Nós estávamos perto de umas docas, cheia de enormes caixas empilhadas. Assim, como tantas mágicas que estão acontecendo, ou não surge... Um coelho, e ainda por cima preto. Ta não era nossa salvação, mas ele e aqueles olhos alaranjados brilhavam, e faziam meu “colar” brilhar também.

Katrina tentou aproximar-se, mas ela assustou-se com o grito que ele deu.

–NEM PENSE NISSO! Aonde acha que está para vir tocando os outros assim? Seus pais não te deram educação, não?

Estranhamos a situação, no entanto não muito. Era provável que alguma loucura acontecesse.

Suspirei, virando meu para a janela, atrás de mim arrumei meu cabelo para poder, só agora arrumar a situação.

–D desculpa. – Gaguejava a marrentinha de cabeça baixa.

–Olha, senhor... – Esperei que ele completasse.

–Garwin Oswald Neay, mas pode me chamar apenas de Garwin.

–Bom, senhor Gawin. Não queremos problemas, então... O que quer?

Ele apenas riu.

–Sou um phooka, minha espécie é conhecida por ser enigmática e ajudar os humanos, no entanto, depois que todos phookas, menos eu, foram aprisionados em Madagascar, resolvi ajudar vocês.

–Mas por que nós? – Perguntou Luke curioso subindo em algumas caixas. Ele estava com saudade de Ren, mas não estava com raiva ou bravo.

–Pois sei que vocês são os escolhidos. – WHAT?

–Nós somos o que? – Perguntei olhando para a expressão confusa de todos.

–Vocês são os enviados de Aliant... Aqueles protegidos, os apurados que irão reunir as seis chaves mágicas e encontrar a rosa sombria para evitar a guerra.

–Guerra? Escolhidos? Peraí, o anãozinho falou isso para gente. – Comentou Narcysa sentada com as pernas cruzadas... E que pernas em loira.

–A rosa sombria é a última salvação para o mundo mágico, e todos os outros também. Com tanta energia maligna acumulada na rosa, ele é a única coisa capaz de selar Iórius, antes que ele tente atacar Aliant e destrua tudo que existe.

–Então... Como você vai nos ajudar? – Perguntou Dean desencostando-se da parede.

Ele olhou, olhou e depois de muito refletindo respondeu.

Leiam as notas finais!