Let's Go Back To The Start escrita por Doug, gihcampos, Jean Celso


Capítulo 7
Capítulo 6




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   Em um terno slim fit, aparo a barba, escovo os dentes e saio rapidamente do apartamento as sete e cinqüenta e cinco. Ashley estava deslumbrante junto a sua amiga no corredor.

   — Vejo que resolveu ir. Foi o medo de deixar duas donzelas indefesas em uma casa noturna cheia de homens? — Disse Ashley rindo, deixando um ar de descontração.

   — Talvez. — Respondo rapidamente, dando um sorriso logo em seguida.

   Descemos pelo elevador até o térreo, onde entramos em uma limousine de cor preta. Até agora não sabia nada sobre Ashley, a não ser o seu nome. De fato, senti curiosidade em conhecê-la melhor. Parecia uma garota interessante.

   — Ansioso pelo show, Liam?

   — Na cidade onde morava, não era comum ir a shows em casas noturnas.

   — Aonde bebiam se não em uma casa noturna? — Seus lábios formaram uma linha reta e seus olhos se voltaram para amiga.

   — Festas na praia e nas casas de alunos que os seus pais tinham viajado. — Rispidamente respondi sentindo o carro parar.

   Quando o motorista abre a porta, percebo que lá fora, há fotógrafos por todos os lados. Ashley não tinha me dito nada sobre fotógrafos. Pra mim, era apenas um show e nada mais.

   — Fotógrafos? Sua amiga é famosa Mari? — Pela primeira vez desde que a vi, pergunto algo.

   — Não, mas é uma casa noturna nova, e a inauguração é hoje. Minha amiga foi chamada para fazer o primeiro show, e como sou a melhor amiga dela, me deu um convite que me dá direitos a levar dois acompanhantes. Chamei Ashley — Deu uma piscadela para Ashley que fez o mesmo logo depois — e pedi para que chamasse alguém. Pensou em você e aqui estamos nós.

    Eram muitos fotógrafos. Flashes viam de todas as direções enquanto seguíamos pelo tapete vermelho até a entrada da casa noturna. Um homem alto e forte controlava a entrada dos convidados. Ao chegar até lá, pediu o convite e as identidades. Menores em festas como essas trariam um enorme problema em qualquer estabelecimento — ainda bem que minha identidade falsa, era suficientemente bem feita e convincente.

   O lugar já estava lotado quando chegamos. Mari aproveitou que sua amiga ainda não tinha subido no palco e foi falar com a mesma. Ficou apenas Ashley e eu. Decidimos nos sentar perto do balcão de bebidas onde havia alguns bancos. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Virando-se para mim rompeu o silêncio.

    — Porque quando me viu no parque saiu correndo? — Apoiando o cotovelo no balcão descansou o queixo no dorso esboçando um sorriso.

   Ela gostava realmente de ir direto ao assunto. Parece até que a amiga saiu de propósito para nos deixar a sós. Incrível até onde as garotas honram a lealdade feminina.

   — Muito cedo para conversar com alguém que não tinha nenhum laço de amizade. Além do mais, você estava com suas amigas e não queria passar uma imagem de vizinho desleixado. — Sorri com os lábios franzidos fechando levemente os olhos.

    — Boa resposta. Duas doses, por favor — pediu ela a um barman que estava perto.

   — É pra já. — Respondeu o Barman.

   — Porque duas? Sua amiga vai voltar?

   — É pra você bobinho.

   — Desculpa, mas não posso beber. Se minha mãe me encontrar bêbado, é capaz de pirar.

   — Ai Liam, Por favor. Você não é mais uma criança pra ficar fazendo drama. É só uma dose, você nem vai ficar bêbado. É só pra te deixar mais solto. Você está muito tímido. A noite é uma criança, e está apenas começando.

   — Seus pais sabem que você bebe? —

   — Eles não estão em casa hoje, e a maioria das vezes, quando chego em casa, já estão dormindo. — Disse após rapidamente virar o copo goela abaixo. — Vamos. Sua vez. Estou te desafiando a desobedecer a mamãe.

   — Mas é só esse ok? — Levanto o copo até a altura do meu queixo e bebo todo ele. — Me conte sobre você.

   — O que quer saber sobre mim?

   — Tudo que souber descrever de si mesmo.

   — Bom, meu nome é Ashley Rosson. Tenho vinte e um anos. Estudo na Columbia e estou no meu primeiro ano de faculdade.

   — Eu não iria perguntar se você faz faculdade, — retruquei — mas já que você fez questão de falar. Faz parte de algum grupo especifico da faculdade? Acredito que sim, seu corpo te denuncia.

   — Faço parte do grupo de dança. Sou apaixonada pela dança desde que era pequena. — Senti um entusiasmo em sua voz. Agora é minha vez. Conte-me sobre você, Senhor Liam.

   — Certo. Meu nome é Liam Champoudry. Tenho vinte anos e não estou cursando uma faculdade. Aliás, gostaria que me ajudasse a achar uma faculdade aqui em Manhattan.

   — Olha, as mais conhecidas e renomadas que eu conheço aqui em Manhattan é a Columbia onde estudo, e a Universidade de Nova York. Não me lembro do endereço da pública, mas não é muito longe daqui, e te garanto, é uma ótima universidade. — Deixando o assunto pela metade, aponta o dedo para mim e olha para o que parece meu peitoral — Era do time de futebol americano ou algum esporte que usava o corpo? Percebi desde que chegou que tem um corpo um tanto quanto desenvolvido. Enquanto você corria no parque, percebi que algumas garotas assanhadas te olhavam e abanando com as mãos os rostos fitavam as amigas que estavam do lado. — Riu e olhando para baixo corou as bochechas.

   — É. Fazia parte do futebol americano. Mas se comparado aos meus antigos colegas de time, sou bem menor fisicamente.

   — Deveriam parecer uns ogros de tão grandes então. — ironizou ela.

   — Pareciam. — Rindo, olhei para o palco e vi que iria começar o show.

  Enquanto a banda desejava uma boa noite e que aproveitássemos a noite, pedi outra dose de vodka. A noite estava ótima, e apesar do medo em chegar bêbado em casa, me controlei e decidi que seria o ultimo copo. Olhando para o palco percebi Mari sentada logo perto olhando sua amiga com um homem do seu lado, confirmando a minha tese que não voltaria mais onde estávamos.

   Mesmo tendo comido aquele Croissant à tarde, percebi que estava de estomago vazio e como o álcool estava fazendo efeito rápido demais. Senti-me tonto, após meses sem beber, voltei a ser fraco novamente. Logo, pedi ao barman que me trouxesse um copo de água.

   — Está se sentindo bem, Liam? — Percebi um tom preocupado na voz de Ashley.

   — Estou. Só estou a alguns meses sem beber. Só preciso tomar um copo de água e ficará tudo certo.

   — Se não estiver se sentindo bem, é só me falar. Eu te levo em casa num instante.

   — Não, não se preocupe comigo. Só se preocupe em aproveitar a festa.

   Estar ali me deixou bem. Lembrou-me quando tinha dezoito anos. No decorrer da noite, Ashley e eu, tivemos uma ótima conversa. Assuntos variados invadiram a conversa. Desde gosto musical, até filmes e seriados. Percebi que tínhamos gostos quase idênticos. Era difícil pensar em uma garota delicada que gostasse de rock. Ela amava Bon Jovi, assim como eu. Quando olhei no meu relógio, percebi o quão gostosa tinha sido nossa conversa. A hora passou tão rápida, que já eram três e meia.

   Queria continuar ali, conversando com Ashley. Mas o sono me lembrava que ainda era humano e precisava de descanso. No bar, muitas das pessoas já tinham ido embora. Deveria ter umas cinquenta pessoas na festa. O show já havia terminado e tinham colocado algumas músicas para tocar, embalando os que ali ainda estavam.

   Ficamos em silêncio, quando percebo que estava olhando dentro dos meus olhos.

— Seus olhos são lindos. Azul como o céu, ou verde como as arvores do Central Park, não consigo distinguir.                                                                                                                                             — Mesmo estando com sono, ela não perdia o bom humor.

   — Azul, verde, cinza, ninguém sabe. Depende do dia e da hora. Seus olhos também são lindos, assim como a sua boca. Sabia que a boca é a curva mais linda de uma pessoa? — Sorri desviando o olhar para um casal que passava perto de nós.

   — Aaah Liam, — suspirou — obrigado pelo elogio, mas não vou me render tão facilmente. Não sou qualquer uma. — Rindo, brincou com as ultimas palavras saindo de sua boca entre gargalhadas, entendendo o que eu realmente tinha em mente.

   — Está tarde. Estou cansada, apesar de que poderia ficar mais algumas horas conversando com você e não me enjoaria.

   — Posso dizer o mesmo de você. Estou morrendo de sono e espero que meus pais já tenham ido dormir. Chegar em casa as quatro da manhã não vai me ajudar a aumentar minha imagem de santo para com meus pais.

  — Te entendo. Vou chamar Mari e podemos ir embora. — Levantou do banco e foi até Mari que estava a alguns metros dali.

   A noite foi melhor do que pensei. Tudo conforme previ. Ashley era engraçada, e me teve em suas mãos graças ao seu carisma. Dentro da Limousine, percebi que tentou disfarçar as olhadelas que iam em direção a mim. 

  — Liam, vou para casa da Mari essa noite, por isso terei que deixá-lo na frente do prédio, ok?

  — Tudo bem, acho que consigo chegar em casa sozinho, estou sóbrio até demais. O álcool até evaporou do meu sangue. Nos vemos amanhã?

  — Claro, porque não? Vizinhos se esbarram a todo o momento, ainda mais quando moram no mesmo corredor.

  — Certo. Até.

    Pensei no fato de beijar o seu rosto, mas me lembrei que não éramos amigos o suficiente para isso. Desci da Limousine e fechando a porta, entrei no prédio. Ao chegar em casa, vi que meus pais já haviam dormido, pois estava tudo coberto pela escuridão. Evitei acender as luzes e fazer o mínimo de barulho para não lhes acordar e denunciar a minha chegada. Fui até meu quarto, troquei de roupa, escovei os dentes e deitei na minha cama. Ashley não era parte apenas dos meus pensamentos, agora, fazia parte da minha vida.


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