10 de Julho, 2009

Estava vinte e sete graus a temperatura na ilha de Manhattan. Não gostaria de estar aqui, mas compreendo a decisão dos meus pais. Mudar de cidade sempre causa um caos em nossa vida. Não é fácil se separar de seus amigos de infância, aliás, acho que foi o pior dia da minha vida.

Antes de mudar para a “tão famosa Manhattan”, pesquisei em blogs a respeito da cidade, vi muitas opiniões boas a respeito, parece ser uma cidade legal, óbvio que sempre haverá os seus prós e contras. Escola nova? Prédio novo? Novos vizinhos? Prometi a mim mesmo que não deixaria se influenciar novamente. Da última vez foi o motivo para estarmos seguindo para Manhattan.

Pelo que vejo será fácil fazer alguns amigos. Os caras daqui são iguais aos meus antigos amigos, amam baladas, bebidas e de curtir a vida como ela é independente do que aconteça. Espero que o apartamento que minha mãe comprou, não fique longe do centro da cidade, não quero morar em um subúrbio onde só existem pessoas anti-sociais. Espero que nos recebam bem onde vamos morar, — não quero fazer alguns inimigos, antes de amigos — é só o que espero.

Enquanto meu pai aumentava a velocidade do carro no decorrer do percurso, me sentia mais à vontade para pensar nos dias passados. Foi algo tão absurdo, saber que eu iria embora de uma cidade onde fiz todos os meus amigos, sair de uma escola de onde eu era tão influente, agora ter de começar tudo de novo, da estaca zero.

As ruas de Manhattan são bem movimentadas. As pessoas daqui não se vestem nada mal, e é bem provável que estejamos num bairro de classe de média. Meu pai diminuiu a velocidade, perto de prédio enorme, acho que chegamos ao nosso apartamento.

Desci do carro, cansado depois de horas de viagem, estou até com dor nas costas de tanto ficar em uma posição um tanto quanto errada para a minha coluna.

— Liam, pegue as suas malas, vamos subir. — Disse minha mãe.

Deixei meu pai abrir o porta-malas, e logo peguei as minhas malas, que, no entanto eram três abarrotadas de roupas. Fomos até o hall, que era luxuoso, um espaço bem amplo e arejado. Enquanto meu pai falava com o dono do prédio, eu e minha mãe ficamos contemplando-o, era magnífico.

— Esse hall é maravilhoso Liam. Olhe uma cafeteria ali à frente. — Estava lotada, parecia um local muito movimentado para um prédio.

— Será que vamos nos adaptar em um apartamento mãe? Morávamos em uma casa normal em West Palm Beach, não sei se vou conseguir me acostumar com o ritmo de um apartamento, parece tão estranho no meu ponto de vista.

— Quando você se acostumar a morar num apartamento, você nem sequer vai se lembrar que morava na Flórida. Acho que você irá gostar mais do apartamento, do que de uma casa em um bairro qualquer aqui em Manhattan, como o Brooklyn.

— É, pode ser.

Depois que meu pai terminou de falar com o dono do prédio, subimos até o décimo sétimo andar. Quando entramos, surpreendi a mim mesmo, era um apartamento lindo, uma sala enorme, tínhamos uma ótima vista da cidade. Quis até esquecer nossa casa velha, depois de ter visto aquilo.

— É mãe, como você disse, acho que já me acostumei. Eu disse algo com West Palm Beach? Hã? West Palm Beach? Essa cidade existe? – Usando um tom sarcástico.