Let's Go Back To The Start escrita por Doug, gihcampos, Jean Celso


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Sem correção alguma. Caso achem algum, me avisem.



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A manhã ainda parecia um borro em minha visão. Em mim a tontura se instalou. Não conseguia sequer sentir o cheiro de comida que me embrulhava o estômago. Apesar de com fome, não consegui comer nada. Apenas líquidos. Água foi à primeira coisa que me veio em mente.

Procurando na internet algo sobre “como fazer a ressaca passar”, descobri que doces e café são ótimos. Mesmo assim, deixei o pensamento de lado e resolvi dormir mais um pouco no sofá.

Liguei a TV e me deitei. Eu adorava fazer coisas do tipo. Odiava me sentir sozinho em casa. Mesmo quando estava com um livro em mãos, ou uma revista, ou até mesmo refletindo com meus pensamentos, gostava de ligar a TV. Não me atrapalhava, pelo contrário, era até melhor, porque eu conseguia fazer duas coisas ou até mais, no mesmo momento. Isso me ajudava a me concentrar em certas situações das quais passava, como uma prova na escola, ou das quais passarei, como nas da universidade.


Havia se passado duas horas desde que fechei meus olhos e dormi. O tempo estava relativamente frio. Do dia anterior, poucas coisas eu me lembrava. Mas não é isso que o álcool faz? Alzheimer temporário?

Evitei pensar em coisas terceiras, como Bryan. O dia estava muito ruim, pra ter um motivo a mais para piorá-la. Levantei do sofá e fui até a cozinha. A caneca da cafeteira estava com o nível um pouco abaixo da linha do meio. Era um milagre meus pais usarem-na. Comumente lhes via comentarem sobre passar na Starbucks antes de irem aos seus escritórios. Por sorte, o café ainda estava quente. Peguei uma xícara grande no armário e transbordei-a. Queria que aquelas sensações passassem logo. Como era horrível. Tinha me esquecido dessas consequências.

Bebericando o meu café, fui até o quarto pegar o meu celular. Disquei o numero de Ashley e esperei-a atender. Para minha decepção, Ashley não atendeu. Provavelmente estava em coma na cama — literalmente falando.

Como passar o tempo em casa, sem ninguém e nada para fazer? Triste situação na qual me encaixava. Tive uma idéia. Fazia séculos que não pegava em meu notebook. A um ano desses, o modelo dele, poderia ser considerado um dinossauro. Precisava de um novo urgentemente. Olhei debaixo de minha cama, e lá estava a caixa dele. Meus pais eram zelosos com as minhas bugigangas. Não há dúvidas que meu vídeo game esteja empacotado também.

Após o seu sistema operacional ser inicializado, fui até o ícone de internet. Apareceu uma dela que dizia que a página não podia ser encontrada. Droga! Como posso ser tão burro, achando que o computador poderia entrar na internet sem ao menos conectar o cabo do modem?

Quando cheguei ao escritório da minha mãe, abri espaço em sua mesa colocando algumas folhas com croquis de lado e coloquei meu computador na mesa. Analisando minha área de trabalho, vi que meu plano de fundo era uma foto minha com meus amigos em dois e sete. Era hilária por sinal. Num momento como esse, era perceptível como eles faziam falta. Na foto, fazíamos poses como se tivéssemos lutando. Eu estava de lado e Andrew estava com o pé na altura de minha bunda, enquanto meus punhos iam em direção do rosto de Daniel. Ambos com caras de retardados.

Não fazia sentido, deixar aquele plano de fundo lembrando o meu passado se gostaria de começar uma nova vida. Clicando em algumas pastas, não achei nenhuma imagem que me agradasse. Então pluguei o cabo do modem do notebook do meu pai, ao meu e fui até o ícone de internet novamente. Entrando em um site de buscas, procurei pelo nome “Ashley Rosson”, que para minha surpresa, tinha a foto perfeita para ser meu plano de fundo. A foto de Ashley e eu, na inauguração da casa noturna. Salvei a imagem em uma pasta e fui até o editor de fotos. Apenas cortei-a para que ficasse em um tamanho considerável.

Feito isso, fui até a pasta e clicando com o botão direito do mouse, apliquei-a como plano de fundo. Sorri ao perceber o quão linda tinha ficado a foto. Parando para analisar bem, percebi que tinha algo mais no olhar de Ashley na foto. Não era um olhar qualquer, parecia que ela sabia que iria acontecer algo entre nós — que com a ajuda do destino, veio à tona esse pressentimento.

Escutei ao longe, uma voz feminina. Ashley. Parecia estar na sala.

— Liam?!

— Estou aqui encima, no escritório do meu pai! — Exclamei.

— Subindo! — Disse.

Ao entrar na saleta, chamei-a para vir até mim. Colocando a mão em meu rosto, cumprimentou-me com um beijo. Antes mesmo que dissesse algo, pedi para que olhasse para o notebook.

— Nosso primeiro encontro. — Disse Ashley.

— Não foi um encontro.

— Não importa. Pra mim foi como se fosse. — Disse rindo logo em seguida. — E essa foto só ficou bonita porque eu estou nela.

— Eu não conto? — Fiz uma expressão facial de cachorro sem dono.

— Estou brincando. Você estava lindo nessa noite.

— Obrigado. — Disse arqueando meus lábios em um sorriso.

— Não tem de quê ex-Charlie Sheen. — Respondeu caçoando de minha pessoa.

Peguei uma cadeira para Ashley se sentar ao meu lado, mas ela se recusou. Disse que não precisava. Fui surpreendido quando me sentei. Ashley se sentou sobre minhas pernas.

— O seu colo é mais confortável. É macio. Tem bastante músculo debaixo dessa pele.

Ashley não tinha percebido que sua frase pareceu ambígua aos meus ouvidos. Ashley só percebeu após eu olhar para o chão e logo depois voltá-lo para a tela do notebook com um sorriso extravagante.

— Você percebeu o que acabou de dizer? — Perguntei.

Ela ficou pensativa olhando para a janela atrás de nós. Passado dois segundos, voltou a olhar para mim com o seu rosto sem expressão alguma.

— Não vai me dizer que você pensou...

— Exatamente.

— Seu pervertido! — Disse me dando uns tapinhas no peito.

— Olha logo pra quem você diz isso. — Disse segurando suas mãos.

Mostrei para Ashley as fotos que permaneceram no meu disco rígido por um bom tempo. Memórias que minha cabeça não tinha dificuldades para lembrar. Ao fechar os olhos, era fácil se transportar para aqueles dias. Mostrei a ela, cada um de meus amigos: Andrew, Daniel, Jean, Gabriel e Connor. Quando tinha mostrado todas as fotos do meu computador para Ashley, vi que tinha se passado uma hora.

— Acho que vou apagar todas elas.

— Por quê?

— Porque eu quero começar uma nova vida. Uma nova vida aqui em Manhattan. Ao seu lado.

Dando um beijo na minha testa, me contestou.

— Eu sei, mas isso não é justificativa. Apagar essas fotos, não vai mudar o seu passado, muito menos o seu futuro.

— Elas me fazem mal. Faz-me lembrar dos dois anos que passei na reabilitação. Uma parte da minha vida que tenho pavor. Como não medi as consequências de meus atos?

— A nossa imaturidade faz isso. Porque ao invés de se lamentar pelo tal feito, não leva para sua vida que: sem consequências, sem aprendizado? Tudo na vida tem um por que. Talvez se você não tivesse feito isso, não estaria aqui agora, comigo.

— Vendo por esse lado... — Pensativo fiz uma breve pausa. — Sou grato todos os dias que abro meus olhos, por ter você. Se não fosse por você, hoje eu poderia ser uma pessoa bem pior.

— Que bom que não se tornou.

— Eu já disse que te amo hoje?

— Não que me lembre.

— Eu te amo sabia?

— Sabia. — Disse convencida. — Eu te amo em dobro.

— Eu te amo em triplo.

— Eu amo em quádruplo. — Disse por fim, beijando-a na boca, e logo depois percorrendo todo o seu rosto com meus lábios, terminando em seu pescoço que exalava o seu perfume, doce, e inconfundível.

Guarde os seus beijos para mais tarde, Senhor Champoudry.

Afastando meu rosto de seu pescoço, olhei para o seu rosto e perguntei:

— O que vai ter a noite, Senhorita Rosson?

— Surpresa.

— Que tipo de surpresa?

— Se eu contar vai deixar de ser uma surpresa.

— Vou ter que conviver com esse mistério até chegar a hora?

— Sim. — Disse, levantando-se do meu colo e dando-me um beijo levemente demorado. — Prometo que não vai se decepcionar. — De costas, virou o seu rosto para mim e mordeu o lábio inferior, seguindo em direção a porta.

— Mal posso esperar. — Retribui com um sorriso “safado”.



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