Let's Go Back To The Start escrita por Doug, gihcampos, Jean Celso


Capítulo 16
Capítulo 15




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Conheci Bryan Miller quando estava no colegial. Bryan vendia drogas para todos na escola. Os diretores nunca desconfiaram de nada, pois Bryan era um garoto que andava bem vestido e não tinha aparência de drogado — até porque ele não era usuário, apenas comercializava.

Eu comprava tantos entorpecentes de Bryan, que aceitei fazer um acordo. Pagaria ele, a cada dois meses. Eu era um cliente tão fiel, que ele acabou aceitando a proposta. Quando meus amigos e eu íamos a alguma festa, eu sempre me oferecia para comprar drogas para todos. Nesse mês, meu pai havia me tirado o cartão de crédito. Não contei nada a ninguém, pois achei que meu pai reivindicaria a sua própria decisão, e me devolveria o cartão. Quando perguntei a ele sobre isso, pegou a tesoura e cortou-o na minha frente. Tudo estava perdido. Quando completaria dois meses de conta, a situação fugiu do meu controle. Eu estava sem dinheiro, quando Bryan me disse quanto lhe devia. Eu estava perdido. Minha conta triplicou o valor que eu tinha pago nos últimos meses. Dez mil dólares tinham sido consumidos por meus amigos e eu. Jamais poderia pensar na hipótese de falar com meus pais sobre isso. Não se tiram dez mil dólares de seus pais tão facilmente.

Lentamente passava a semana. Bryan me dava um ultimato todos os dias depois da escola. Por mais que eu lhe dissesse que pagaria, Bryan me ameaçava dizendo que alguém de minha família poderia sofrer as consequências de meus atos, caso eu não o fizesse. Apesar de ser apenas um garoto de dezessete anos e rico assim como eu, poderia pagar alguém para fazer o serviço por ele.

O medo me consumia. Eu temia por mim e por minha família. No último dia que fui à praia em West Palm Beach, ao tentar comprar ecstasy, fui preso e colocado em uma clínica de reabilitação. Dei graças a Deus por ter saído de um inferno de vida — apesar de ter entrado em outro. Com o tempo, acabei esquecendo que Bryan existia. Dentro da clínica, me sentia seguro. Sabia que ninguém entraria ali para me fazer mal. O local era repleto de seguranças e tratava-se de um lugar conceituado no ramo.

Ao sair da clínica, ele não veio atrás de mim. Achei que tinha se esquecido da minha dívida para com ele. Acabo de concluir que estava errado sobre minha tese. Ele não estaria aqui procurando qualquer um. Ele queria saber do dinheiro que estava devendo até hoje a ele.

Ao atravessar a rua, evitei olhá-lo. Os anos tinham se passado, e meu rosto poderia passar despercebido. Mesmo assim, olhei para o outro lado, não o deixando visualizar meu rosto. Não deixaria nada acabar com o meu dia. E Bryan não seria o responsável por isso.

— Espero que meus pais não estejam em casa. — Disse Nicolle.

— Por quê? — Perguntou Amanda.

— Quando estivermos lá, eu explico.

Entrando no apartamento, Nicolle foi logo tratando de pegar uma garrafa de Uísque, e nos mandou sentar no sofá. Trazendo os copos, trouxe junto uma garrafa de cerveja vazia, e a colocou no meio da mesa de centro.

— Que tal um: verdade ou consequência? — Propôs Nicolle.

— Boa idéia Nic. — Disse Lunna.

Eu sei que eu não deveria beber, mas fazia tempo que eu não brincava de algo do tipo. O jogo havia começado, e Nic girou a garrafa, que parou apontada para Lunna e Ashley.

— Verdade o consequência Ash?

— Verdade.

— É verdade... Que a senhorita ficou nove meses em jejum bocal?

Acho que ela quis dizer “sem beijar”, mas de uma forma mais culta.

— Ta brincando não é? — Perguntou Amanda incrédula.

— Não. É verdade. — Respondeu Ashley.

— Amiga como você conseguiu? — Perguntou Nic.

— Isso não é assunto para agora. Vamos.

Nicolle encheu o copo de todos com uísque, e nos obrigou a beber até o final. Queria todos bêbados até o final da brincadeira.

— Gira a garrafa Ash.

Ashley segurou no meio da garrafa e girou-a. Parando em Nicolle e Mari.

— Verdade ou consequência Mari?

— Consequência. Quero arriscar o perigo. — Semicerrou os olhos.

— Então lá vai. Que tal mostrar seus peitos na sacada do apartamento?

— Ah, achei que teria mais criatividade Nic. — Levantou-se e foi em direção à sacada do apartamento.

De longe, deu pra perceber que Mari nem se preocupava. Arrancou a blusa e o sutiã, e por fim, gritou para os que estavam na rua.

— Mari! Deixa de ser louca! — Gritou Lunna.

— Esta cidade está muito calma ultimamente.

— Não se anima moradores com “peitos de fora”. Claro. A não ser que todos fossem homens. — Disse Lunna.

Colocando novamente as roupas, se sentou no seu devido lugar. Não havia ressentimentos algum em seu rosto. Estava tranqüila. Mari girou a garrafa, que parou logo em seguida em Amanda e Lunna.

— Verdade ou consequências safadas, Lunna? — Advertiu Amanda.

— Verdade.

— É verdade que você... Ficou com o seu professor de história da arte?

— Verdade. Eu não perderia a chance de ficar com aquele gato.

— Concordo. — Disse Mari — Ele é tão... Gostoso.

— O vocabulário de vocês, me assusta às vezes. — Disse. — Imagino o que dizem sobre mim.

— Você não ouviu nada ainda. E sobre você, não dissemos quase nada. Não é comum falarmos dos namorados de nossas amigas.

Logo em seguida, pôs-se Lunna a girar a garrafa. Dessa vez parou entre Mari e eu.

— Verdade ou consequência Liam?

— Conseqüência.

— As consequências que Mari propõe, nem sempre são fáceis Liam. — Disse Ashley.

— Como Liam, é novo na brincadeira, acho que posso aliviar um pouco. — Continuou — Que tal ficar nu na nossa frente?

— O quê? — Disse incrédulo.

— Ahh. Vamos Liam. Não há o que temer. Vou aliviar um pouco mais. Que tal de cueca?

— De cueca até vai. — Suspirei logo em seguida.

— Eu juro que mato todas vocês depois da brincadeira. — Disse Ashley.

— Você sabe que já fizemos coisas piores não sabe? — Perguntou Mari.

Fui até a cozinha tirar as minhas roupas. Encontrava-me totalmente em uma situação desconfortável. Mesmo de cuecas, me senti nu. Voltando para sala, coloquei as mãos na frente da cueca, que por sinal era branca.

— Uhuuuu! — Gritaram em coro, todas as meninas. Menos Ashley que evitava a me olhar, tomando um copo de uísque logo em seguida.

— Já posso me vestir?

— É claro que não. Que tal uma rodadinha? — Sugeriu Lunna.

— Isso não fazia parte da consequência. — Retrucou Ashley.

— Ok. Pode se vestir Liam. — Disse Mari.

Após me vestir, me encaminhei até o sofá. Girei a garrafa, e dessa vez, parou entre Lunna e Mari.

— Eu pergunto! — Disse Lunna. — Verdade ou consequência Mari?

— Verdade.

— Vamos ver... Vou fazer uma pergunta a seu nível dessa vez. É verdade que você ficou com a Chloe Perkins?

— Verdade. Mas confesso que foi totalmente nojento.

— Por quê? — Perguntei.

— Foi uma experiência para nunca mais cometê-la novamente. — Respondeu Mari fazendo uma cara de nojo. Girou a garrafa fracamente como se de propósito, fazendo-a parar entre Nicolle e Ashley.

— Antes que Ashley me pergunte. Quero todos bebendo novamente um copo de uísque. — Esvaziou a garrafa após servir todos. — Saúde!

Virei aquele último copo e percebi que o álcool já estava fazendo efeito em meu corpo.

— Verdade ou consequência Nic? — Perguntou Ashley.

— Verdade meu bem. — Respondeu Nicolle.

— É verdade que você já ficou com o irmão da Amanda?

— Onde você ouviu isso?

— Rumores foram ouvidos.

— Não. — Recusando. — Não vou responder essa.

— Você sabe o que ocorre quando não se responde a verdade, não sabe?

— Sei!

— Poço! Poço! Poço! Poço! — Gritou as outras meninas.

— Ok. Tragam a venda. — Disse Nic.

Amanda foi correndo atrás de algo para tapar a visão de Nic. Foi até o seu quarto e voltou com uma venda de olhos, colocando-a logo em seguida.

— Está conseguindo enxergar Nic?

— Não.

— Ótimo. Todos em fila! — Disse Ashley. — Até você Liam.

Todos foram para um canto da sala, e fizeram uma fila. Ashley foi perguntando e mostrando um por um para que Nic escolhesse. Para minha surpresa, fui eu o escolhido.

Retirando a venda, Nicolle não conseguia esconder a vergonha.

— Desculpa Ashley, mas temos que seguir as regras da brincadeira.

Ashley não conseguia acreditar no que estava vendo. Emburrada, foi até o quarto de Nicolle pegar os dados com as propostas de consequências. Ao voltar até a sala, entregou-os para Nicolle.

— Jogue-os logo.

— Ok, nervosinha. — Logo em seguida, Nicolle jogou os dados na mesa e apareceram as seguintes palavras: Beijar e Pescoço.

— Esses dados estão de palhaçada. — Disse Ashley.

— Não estão não. Vamos logo com isso Liam. Sente-se no sofá.

Sentado, Nicolle foi logo se tratando de pôr a mão em meu pescoço. Tinha uma pegada forte e delicada ao mesmo tempo.

— Não tem necessidade de pegar no pescoço Nicolle. — Disse Ashley, enciumada.

Quando os lábios de Nicolle tocaram meu pescoço, senti um arrepio percorrer meu corpo.

— Pronto. Olha que coisa. Já acabou. Nada de estresse Ashley. É apenas uma brincadeira.

— Eu sei.

Para provocar ainda mais Ashley, resolvo dizer algo que a tira do sério.

— Temos que fazer essa brincadeira mais vezes na semana.

Ashley ouvindo isso estendeu a mão aberta como se fosse me dar um tapa. Todos riram da situação. Já era possível notar que estávamos todos alterados pelo Álcool.

— Estou cansada amor. — Disse Ashley dando uma desculpa e me abraçando logo em seguida. — Meninas, se importam se formos embora mais cedo?

— Não. — Responderam todas.

— Ok. Vamos Liam. — Agarrando-me pelo braço, me arrastou até a porta.

Nicolle e as outras nos acompanharam.

— A próxima vai ser na casa do Liam. — Disse Amanda.

— Só que não. — Respondeu Ashley, antes que eu pudesse.

— Ashley, você está chata. Vá dormir. — Disse Lunna.

Despedimos-nos das meninas e entramos no elevador. Atravessando a rua, olhei para os lados para ver se Bryan ainda se encontrava ali. Por sorte, nenhum indício de sua presença.

De mãos dadas, nada disse Ashley até chegarmos ao corredor de nossos apartamentos.

— Porque a senhorita esta tão muda? — Perguntei.

— Nada. — Respondeu secamente.

— Ahh. Tudo isso por causa de uns joguinhos bobos? Eu prometo que um dia, faremos essa mesma brincadeira, somente você e eu. — Dito isso, percebi que os lábios de Ashley arquearam-se em um sorriso.

— Mesmo assim você não está perdoado. — Cruzando os braços, fez um bico manhoso.

— Fazer pirraça não vai ajudar em nada. — Provoquei.

— Ok. Espero que esse dia não esteja tão longe.

— O mais rápido possível. Esses jogos me deixam... Excitado. — Disse, fazendo Ashley rir.

Dei um beijo em Ashley e me despedi.

Dentro de meu quarto, sentado na cama refleti sobre a situação na qual me encontrava. Quando estava dando tudo certo na minha vida, um furacão chega, e quer levar tudo. Apesar de parecer calmo e tranqüilo por fora, por dentro estava pegando fogo e em pânico. Bryan estava na cidade. E eu deveria ficar alerta.


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