Let's Go Back To The Start escrita por Doug, gihcampos, Jean Celso


Capítulo 1
Prólogo




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West Palm Beach, Sul da Flórida, 03 de Julho, 2007.

 Era quase uma da manhã quando sai de casa pela janela do meu quarto. A casa estava quieta, é bem provável que todos já tenham ido dormir. Meus amigos me esperavam do outro lado da rua no Audi Q7 da mãe de Andrew.

   Entrei depressa no carro para não ser visto por algum fofoqueiro da vizinhança. Andrew pisou fundo no acelerador. Saímos do condomínio em poucos segundos. No condomínio, todos dormiam tarde, exceto meus pais, que dormem por volta das onze da noite, e só voltam a acordar às seis da manhã por zelarem pelos os seus cérebros com o qual ganham o pão de cada dia. Meu pai é juiz, e minha mãe arquiteta, dos quais, ambos são conhecidos nacionalmente pelos seus respectivos trabalhos.

   Chegando à praia, onde era a festa, encontramos vários de nossos outros amigos da escola. O time de futebol americano estava lá, assim como o grupo de Cheerleaders e mais alguns que eu não sabia quem era, mas que bem provável seja da escola.

    Se divertir era apenas umas das coisas que fazíamos. Uísque era a bebida mais consumida nas festas. Destiladas não eram as únicas coisas a serem consumidas nas festas, era comum experimentarmos de vez em quando entorpecentes. Ficamos sabendo que tinha um garoto que estava vendendo ecstasy na festa. Cansados de ficar na mesmice do uísque com energético, — uma mistura comum entre os jovens — partimos para o ecstasy. Deram-me o dinheiro e pediram para procurar o tal garoto.

   Perguntei a uma garota que fazia parte do grupo das lideres de torcidas sobre o garoto, e ela apontou para um píer na praia, por onde segui. Chegando lá, pedi cinco comprimidos. Não ligando muito para o preço da droga, passei-lhe cinco notas de cem dólares e disse para que ficasse com o resto. Logo depois coloquei o meu comprimido na boca, engolindo-o. E foi nessa hora que tudo aconteceu. Alguém havia denunciado a festa na praia para a polícia. Para minha surpresa já era tarde demais, meus amigos me deixaram para trás quando viram as viaturas. Para o meu desespero quando olhei para trás, havia dois policiais nos cercando. Perguntaram o que eu tinha em mãos.

   — Apenas pastilhas de menta senhor. — Não demonstrei desespero. Mantive firme o tom de voz para não evidenciar o desespero.

    O tal garoto saiu correndo. Um dos policiais correu atrás dele, enquanto o outro chegava cada vez mais perto de mim.

    — Posso conferir?

   Um calafrio subiu por toda a minha espinha. Entrei em estado de choque. Não sabia o que fazer a não ser entregar o pacote contendo os comprimidos. Olhei logo à frente, e percebi que um garoto tinha sido pego pelo policial.

 Que já o colocava dentro de uma viatura.

   — Garoto, você acha que eu tenho quantos anos? Em festas como essa isso aqui não é pastilha de menta, nem aqui nem na china. 

    Comecei a me sentir nauseado, sentia meu corpo aumentar a temperatura, minha visão começou a ficar borrada. Foi quando escutei o policial dizer:

   — Você... encaminhado... delegacia... seus pais...

  Foi tudo o que consegui escutar com minha audição que entrecortava os sons. Senti algo gélido tocar os meus pulsos. Algemas. Desmaiei logo em seguida.

   Preso por ser pego em flagrante consumindo drogas, perdi dois anos da minha vida. Por ser menor de idade, acharam melhor me mandarem para uma clinica de reabilitação para dependentes químicos. Deixaram-me recluso apenas a coisas básicas da vida. Grande parte do tempo do dia ficava só em meu quarto, para não passar em branco todo esse tempo, meus pais me levavam livros. No começo eu odiei a idéia, pois era muito ligado a tecnologias. Passava o tempo todo na internet, e em outras, no vídeo-game. Não tinha fundamento algum aquilo, mas era apenas para passar as horas, enquanto a noite não chegava.

    As conversas nas redes sociais eram sempre sobre alguma festa que teria logo à noite. Como era de uma família rica, era comum ter dinheiro para eventos do tipo. Ganhava mesada todo mês. Grana alta, mas que não era suficiente para isso tudo. Não se importavam com o que eu gastava todo aquele dinheiro, mas não cogitaram que seria usado na compra de entorpecentes todas as noites, enquanto dormiam e tinham lindos sonhos.

   No meu ultimo dia no centro de reabilitação, arrumei minhas coisas e fui levado até em casa por um carro da instituição. Chegar em casa em um carro com um slogan enorme da clínica não foi nada ótimo à reputação de meus pais. Ainda mais quando quem desce do carro, é apenas um jovem de dezenove anos.

    Tomando medidas necessárias e prudentes para suas respectivas reputações, decidiram se mudar para outra cidade, me fazendo prometer que isso nunca mais deveria acontecer. Deixaram claro naquela manhã, que eu nunca mais veria meus antigos amigos novamente. Naquele mesmo dia, analisaram várias cidades dos EUA.

   Andando pela casa, passei pelos corredores, até chegar ao meu antigo quarto e percebi que estava vazio. Mesmo assim não deixei de pensar nas memórias que me vinha em mente, eram tantas. Mesmo sentindo raiva dos meus amigos por me deixarem a deriva de um caos familiar caindo sobre o abismo da policia, não podendo culpá-los, pois fui quem os convenci a comprar a droga.

   Fui acordado repentinamente de meus devaneios com a voz da minha mãe. Corri até a sala, onde me esperavam para dizer para qual cidade nos mudaríamos. Estavam decididos e era impossível contornar a situação. 

   — A cidade para qual vamos é... — fez uma pausa. Olhando para a minha mãe que fez um gesto com a cabeça em sinal de concordância para com meu pai — ... Manhattan.

   — Que ótimo. — Respondi. — Como se mudando de cidade, resolvesse todos os problemas. Vocês só se preocupam com si mesmos!

   — Acha que estamos fazendo isso só por nós? Estamos fazendo isso por você. Você fez a besteira. Deixamos você pagar pelo o que fez. Teve a sua punição. Não vou por a mão na sua cabeça só porque sou juiz. Julguei o seu caso com sua mãe como qualquer outro, não como nosso filho. Você precisa de uma nova vida. Você precisa de um recomeço.

    Respirei fundo pensando em alguma resposta. Não consegui dizer nada. Estavam certos. Não demonstrei emoção alguma, mas por dentro, pegava fogo de tanta raiva. Não tive outra opção a não ser seguir junto a eles até Manhattan.


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