Cold Blood escrita por Sky Salvatore


Capítulo 1
Prólogo - A Nova Moradora




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"Todos os sentimentos podem conduzir ao amor e à paixão. Todos: O ódio, a compaixão, a indiferença, a veneração, a amizade, o medo e até mesmo o desprezo"

Ivan Turgueniev


Chovia de uma forma ligeiramente estranha enquanto eu olhava da janela do meu novo quarto, os relâmpagos clareavam e se refletiam nas paredes brancas do cômodo de tamanho mediano, que cabia apenas uma cama de casal e um guarda-roupa marrom envernizado que combinava com a cabeceira da cama que também era composta de alguns detalhes em pedras brilhantes, na direita do guarda-roupa havia um banheiro não muito grande, apenas aconchegante eu diria, essa era uma palavra para descrever minha residência.

Estava sentada no chão com as pernas cruzas cercada por várias caixas de papelão cor parda, dentro delas estavam guardadas as minhas coisas, que não eram poucas, porém, boas partes delas já estavam espalhadas pela casa em seu devido lugar.

Ouve-se um estrondo no céu causado por um trovão e logo depois o meu celular toca na mesa, levantei do chão onde estava sentada com as pernas cruzadas e corri para busca ló.

Olhei no visor para ver de quem se tratava e era apenas o meu pai, que no mínimo me afogaria com várias perguntas de como eu estava, se havia me acomodado, se tudo estava se saindo nos conformes.

–Oi pai – sorri ao atender, lembrando que tinha que passar confiança na minha voz.

–Como está Charlie? – perguntou ele preocupado, mesmo que não dissesse com aquelas palavras como: Hey Charlie estou preocupado com você, está tudo bem? Sábia que o seu “como está” queria dizer a mesma coisa, ele era um homem de pouca demonstração de afeto ou carinho.

–Está tudo ótimo por aqui só muita bagunça, ainda estou terminando de arrumando minhas coisas – disse sentando-me no sofá cruzando ás pernas.

–Sabe que se qualquer coisa der errado, esqueça tudo que combinamos e volte para casa – disse ele autoritário, porém, ainda demonstrando uma forma estranha de amor.

–Eu sei pai, eu sei, nós sabemos que vai dar tudo certo, fala quando foi à vez em que eu não consegui? – perguntei me gabando do meu próprio trabalho e sorrindo como se alguém estivesse me vendo.

–Você nunca erra Charlotte – disse ele orgulhoso.

–Eu sou boa no que faço e sabe que eu não paro até conseguir o que eu quero – disse erguendo uma das sobrancelhas – Fui treinada pelos melhores professores.

–Também sei disso meu bem, mas, se eu sonhar que você está com problemas por aí vou te buscar e te levar para casa de uma maneira nada convencional – disse novamente autoritário, causando-me arrepios.

–Já entendi pai, já entendi – sorri – Se eu precisar eu lhe chamo, afinal são vampiros, sei lidar muito bem com eles.

– Esses são um tanto mais espertos – disse ele – E nunca andaram sozinhos.

–Prometo não lhe decepcionar pai – disse.

–Eu sei que não vai Charlie – senti seu sorriso do outro lado do telefone.

–Eu vou desligar, quero deixar tudo arrumado até amanhã antes de ir para a escola – disse bocejando.

–Está bem – disse ele.

–Eu te amo pai – sorri.

–Eu também te amo Charlotte – disse ele antes de desligar.

Meu pai sempre fora muito protetor em relação a mim, mas, confiava perfeitamente em minhas habilidades e confia principalmente em mim, nos meus métodos e no que era capaz de fazer. Ele me mandara aqui para Mystic Falls, com um único objetivo e eu como das outras vezes não iria decepciona ló.

Exterminar vampiros de uma forma fatal e lenta, era minha especialidade fora muito bem treinada e equipada para isso.

–Vamos terminar isso Charlie – disse para mim mesma voltando para as minhas caixas.

Faltavam apenas três caixas, já que ás minhas roupas e o restante das coisas estavam arrumados distribuídos entre estantes e o guarda-roupa isso significava que pouco me restava para finalizar minhas bagunças e que em menos de meia hora tudo estava em seu devido lugar.

Entrei debaixo do chuveiro tirando aquele cheiro de gasolina misturada a poluição que ficara em meus cabelos por causa do meu carro, que embora fosse um Porshe preto que ganhara da minha tia de natal, aquela máquina consumia muita gasolina então cada posto que eu passei de Manhattan até Mystic Falls deixara o cheiro como uma marca impregnada no meu cabelo.

A água que caia sobre o meu corpo era quente, lavei meus cabelos deixando os com cheiro de flores do campo e assim que terminei me enrolei em uma toalha vermelha e sai pisando firme pelo quarto, garantindo que não iria cair.

Abri a última gaveta do meu guarda-roupa e peguei um pijama verde com a calça listrada com cinza, por fim trancei meus cabelos longos e me joguei na cama de casal.

Encarava o teto passando exatamente minhas falas o que falaria no dia seguinte, até mesmo a apresentação que faria quando os professores me questionassem na Mystic Falls High School nas suas respectivas aulas.

–Oi, eu me chamo Charlotte Winslet e vim transferida de Manhattan para morar na casa dos meus tios, depois da morte da minha mãe Elisa, espero que goste tanto daqui quanto de onde eu estudava – para finalizar o meu falso discurso sorriria falsamente demonstrando total e completa educação da minha parte.

Tinha que manter minha mentira perfeita até terminar o que eu vim fazer aqui em Falls, não podia haver furos ou incertezas, minha voz tinha que sair tão confiante quanto minha aparência queria me sair perfeitamente e não dar motivos para que ninguém me questionasse.

Com os olhos já pesados pedindo para serem fechados, consegui pegar no sono, mas, não consegui calar os meus pensamentos que gritavam inúmeras ideias malucas dentro do meu cérebro, afinal ele funcionava tanto que às vezes era impossível desliga ló.



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