P.V.O Travis Drew

 Travis já estava cansado daquela situação. Como foi possível se envolver em algo assim ele não fazia ideia, mas que já estava envolvido isso ele já estava. E agora nem havia forma de sair do barco, tudo já estava feito e consumado. E isso o corroía por dentro de uma forma descomunal, ele nunca imaginou fazer algo assim com seus amigos, nunca imaginou que se bandearia para um lado qualquer. Um lado que acabara sendo dele mesmo, um lado que não tinha explicação racional que pudesse entender. Ele só queria ter feito o que fez, precisava daquilo, precisava sentir que podia. Nunca pensou que seu ato geraria as proporções que gerou.

 Mas ele não devia se preocupar com isso, afinal, talvez fosse atoa, talvez nada disso fosse culpa dele. Haviam muitos envolvidos no caso, e ele não podia dizer ao certo de quem a culpa pertencia. E por enquanto, ninguém podia.


P.V.O Kelly Prescott

 Em seu quarto Kelly estava se sentindo estranha, se olhava no espelho e se via gorda até mais não poder. Ela queria fugir de tudo aquilo, de toda a merda que a sua vida havia virado depois de seu aniversário. Queria culpar Noahl, culpar ele por absolutamente tudo que estava acontecendo com ela. Mas sabia que não podia, já que a culpa não era exclusividade do menino. Fora ela quem tomava todas as decisões, ele era só um pivô naquilo tudo. O pivô mais importante de todos, o que ela mais queria ao seu lado naquele momento.
 Desesperadamente fechou a porta espelhada do armário, parando de enxergar seu reflexo no espelho, sem pensar, saiu do quarto correndo e foi até a geladeira, tirou de lá um pote de sorvete e voltou para cima. Comeu até não poder mais, se deixando sentir cheia. Mas o que ela podia fazer? Seu corpo pedia por aquilo, pedia por um prazer rápido e simples e ela teve que dá-lo.

 O doce serviu para isso, por alguns segundos. Passando-se um tempo, a menina se deu conta do que havia feito e vinha fazendo. Era sempre assim, sentia necessidade e corria para algo que a tirasse do buraco que se encontrava. Como naquele momento. E o que ela tinha por perto? Doces! Mas isso não continuaria assim, precisava de algo mais forte.
‘E como ficaria ele?’ Não queria pensar nisso! Ignorando tudo, correu para a cozinha, tinha que comer mais.


P.V.O Mel Figgs

 Mel estava sentada em frente ao seu computador olhando fotos antigas, fotos que a lembravam do ano anterior. Aquele, considerado por ela o melhor ano de sua vida. Como era bom relembrar tudo que tinha vivido ali. Se dependesse do hoje sabia que quando ficasse velinha já teria boas histórias para contar aos seus netinhos.
Foi aí que parou em uma foto estranha, estava tremida e o ângulo não era bom, a intenção de quem a tirou era pegar os rostos de Mel e de Laury, mas por algum motivo Travis estava lá. Ele aparecia no fundo da foto, onde metade de seu corpo estava para fora da escola e outra metade espiava o canto de trás da mesma, o lugar onde a maioria dos alunos não frequentava. Ao menos a maioria racional dos alunos não, os que tinham a consciência do que significava aquele lugar.

 Aquilo pareceu realmente estranho a Mel, afinal o que aquele lindo menino fazia em um lugar tão esquisito da escola? Lembrava-se das vezes que dirigiu a palavra a ele, sempre recebendo uma resposta encantadora em troca. Ela gostava de Travis, ele parecia ser uma boa pessoa. Mas de uma coisa Mel não gostava, tinha uma coisa que ela não curtia nem um pouco. Mistérios. Sendo tão curiosa não deixaria por isso, ela descobriria o que aquele menino fazia lá ano passado.

 Desde pequena, todas as vezes que escutara algo sobre o lugar, eram comentários sobre ‘’como o tinham interditado novamente ou do como algum aluno que acabava de sair da reabilitação voltara aos seus antigos vícios lá.’’ Peraí, Travis era desse tipo? Travis era um drogado?