Diferentes Direções (romione) escrita por Nicole Marcon


Capítulo 17
Encaixe Perfeito


Notas iniciais do capítulo

E o que vocês fariam se eu dissesse que estamos na reta final da fic? Pretendo acabar a fic com 20 capítulos mais um epílogo gigantesco e agradecimentos finais. Então, nos falta mais dois capítulos e o epílogo... Se preparem :)
Confiram o trailer da fic que vou começar quando acabar esta: http://www.youtube.com/watch?v=qAdhvxy1Fhw
Por fim,
BOA LEITURA.



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POV Hermione

Tudo o que eu consegui fazer foi sair de lá correndo, sem mais nem menos.

Afinal, o que Rony estava pensando? Ele era maluco? Afinal, eu sou casada...

Ah, que se dane Rony. Draco deve estar em casa me esperando.

Vou até o outro lado da cidade para deixar uma Helena confusa em casa. Ela não parava de me perguntar o que estava acontecendo e por quê eu saí de lá tão rápido. Mas apenas abri a porta dela e disparei o mais rápido que pude.

Liguei o som muito alto e tudo o que eu conseguia ouvir era a música, tudo o que eu via era a rua e tudo o que eu sentia era... O que eu sentia?

Só então parei para pensar no beijo de Rony. Ah, sim...

Era quente. Macio. Era como... Como estar no paraíso, se me entende... Parecia meu primeiro beijo. Era como sentir o vento bater no rosto, sorrir e abrir os braços... Era liberdade, proteção e aconchego. Era tudo junto e misturado, e eu não queria que aquilo acabasse mais.

Mas acabou.

E agora eu era só uma mulher confusa dentro de um carro com lágrimas rolando pelos olhos, arrependida de tudo o que fiz antes e depois de conhecer Rony. Porque ele mudou a forma de como eu via o mundo.

Chego com casa ofegante, puxo o freio de mão com força e bato a porta do carro. O som se desliga e o portão da garagem ia se fechando enquanto eu entrava em casa.

Peguei uma almofada e joguei na parede, e então, cerrando os dentes, me deitei no sofá.

Gritei todo o ódio e rancor que eu tinha, tirando o ar dos pulmões. Gritei alto. Precisava daquilo.

Em seguida, me afoguei nos braços e comecei a chorar como uma indefesa, só chorando... Ouvia as lágrimas baterem no chão com um estampido doído, um estampido que nunca tinha ouvido na vida.

Eu gemia de dor, eu não queria aquilo. Tentei gritar mais uma vez mas a voz não saía.

- Ficou louca? - disse Draco entrando na sala.

Não respondi, estava atordoada. Apenas olhei para ele.

- Um cliente está vindo para uma reunião, sugiro que pare de chorar e se vista mais adequadamente. Como não chegou antes vou pra cafeteria comprar uns salgados. Anda logo, se mexe!

Liberei o restante da minha fúria batendo a porta do banheiro.

Lavei o rosto, tomei uma ducha e coloquei uma saia bege que ia até os joelhos, uma blusa amarela de mangas médias e folgadas. Passei meu perfume de cereja, não interessava se Draco não gostava, eu gostava e era isso o que importava.

Coloquei uma sapatilha preta, colares de pérolas e passei a maquiagem leve de sempre. A partir daí, não chorei mais.

Ensaiei sorrisos e cumprimentos em frente ao espelho e então ouvi o barulho da porta se abrindo.

- Arrume a mesa - disse Draco quando fui olhar quem era - e sirva os salgados.

Obedeci.

- Quem é seu cliente? - pedi enquanto colocava a toalha rendada.

- O nome dele é Harry Potter, e ele vem com sua esposa Eva. Por isso pedi para você se ajeitar, você vai fazer uma agradável companhia para Eva. E cuidado com o que diz, é uma grande venda.

- Vai vender qual imóvel?

- Ele ainda não tem certeza de que cidade quer morar, estamos discutindo os imóveis daqui até de Nova York.

- Nossa...

- Pois é, o cara é rico. Com sorte, vamos vender um imóvel aqui, que custa mais ou menos setecentos mil $.

- Mas você nunca vendeu imóvel mais caro! Ah, que ótimo!

- É. - a campainha toca - Ah, acho que eles chegaram.

Dei um sorriso convidativo e fui cumprimentar Harry e Eva.

Harry era um jovem homem baixo de pele muito branca, cabelo preto bagunçado e bem-barbeado, usava terno de linho preto e óculos engraçados. Já Eva... Nossa. Ela tinha o rosto muito bonito, cabelo ruivo um pouco mais escuro do que o de Rony, usava uma blusa preta florida e calça larga cinza, combinando com pequenos saltos pretos. Ela era poucos centímetros mais alta que Harry e tinha sobrancelhas delicadas. Quanto aos seus olhos... eram azuis. Muito azuis. Como os de Rony. Para falar a verdade, iguais.

Eva estava grávida, pelo o que me parecia, de alguns seis ou cinco meses.

Não tirei a atenção dos seus olhos. Eram iguais aos de Rony, e nunca vi olhos iguais aos dele em lugar nenhum.

Convidei Eva a se sentar no sofá e nós conversamos sobre muitas coisas.

- Você tem filhos? - pediu ela, sorrindo levemente.

- Ainda não, não sei se pretendo... - respondi, devolvendo o sorriso. - E você?

- Ah, Tiago é o meu primeiro.

E então Eva acariciou a barriga.

- Meus parabéns. - falei, pensando se algum dia teria a sorte dela.

- Obrigada. Então... Hermione, certo?

- Sim, Hermione Granger.

- Ah, você não é Malfoy?

- Bem, na verdade não... Não temos casamento em cartório e nem em igreja, preferimos deixar por isso.

- Entendo... Achei que fosse como eu. Não gosto de usar o sobrenome Potter, prefiro Weasley. Ginevra Weasley é mais bonito, não?

Eu tenho que admitir que desmaiei por dentro, mas continuei intacta por fora. Bom, talvez tenha corado.

- É... É, espere, me... Me dê um minuto.

Fui até o banheiro e me tranquei lá.

Me apoiei na pia de mármore nova e pensei o que deveria fazer. Eva... Ginevra. É claro.

Abri a porta e chamei Ginevra com o dedo. Ela veio até mim.

- Vou lhe apresentar a casa. - falei, sorrindo um pouco nervosa.

- Ah, eu adoraria! Quem sabe não me baseio nos seus móveis para mobiliar minha nova casa?

- Exatamente... Vamos começar pela sala de entretenimento.

Descemos as escadas e eu a deixei em frente a uma prateleira de livros.

- Ginevra... Posso te fazer uma pergunta? - finalmente falei, me sentando em uma poltrona.

- É claro.

- Você tem irmãos?

- Digamos que não... Ora, na verdade, tenho um irmão sim, mas não tem muita importância... Ele é um bêbado.

- Não, ele não é um bêbado!

Ginevra ficou claramente assustada com meu tom.

- Como... Como você sabe? - perguntou calmamente.

- Porque eu o conheço. Há meses. E o conheço bem para saber que não bebe e não é mais quem você pensa que ele é.

- Você... Você conhece...

- Sim, conheço Ronald. E ele sente sua falta. Demais, você não imagina.

Um minuto de silêncio se passou e então Ginevra diz:

- Pegue meu número - e me deu o cartão de visita de sua floricultura - E me ligue amanhã. Não fale nada para Ronald.

- Posso garantir que não vou falar nada. - falei, e a encarei nos olhos. Pude perceber que também sentia saudades do irmão.

Ginevra me abraçou forte e eu correspondi. Ela era bem mais alta que eu, mas, do mesmo jeito, consegui alcançá-la.

**

Fim POV Hermione

- Hermione, vou viajar por uma semana com Harry até Nova York. - dizia Draco enquanto mexia no seu celular, logo depois que o casal foi embora.

- Uma semana?! Dois dias não são suficientes para mostrar duas casas?

- Não, pode deixar que dos negócios cuido eu.

- Tudo bem, mas você viaja mais do que caminhoneiro.

- E eu te pedi alguma coisa? Não, né? Então cala a boca!

Hermione ficou quieta. Sabia no que resultaria se continuasse falando.

Algum tempo se passa e Draco desce as escadas com uma mochila em mãos.

- Tchau.

- Mas você vai agora? Nem deu tempo de comprar passagens e nem nada!

Fica na sua.

Dizendo isso, Draco fechou a porta e saiu apressado.

**

"Mas há um lado de você que eu nunca conheci, nunca conheci,

Tudo o que você diria, nunca seria verdade, nunca é verdade,

E os jogos que você joga, você sempre ganha, sempre ganha"

Adele - Set Fire To The Rain

Mas há um lado de você que eu nunca conheci, nunca conheci, Tudo o que você diria, nunca seria verdade, nunca é verdade, E os jogos que você joga, você sempre ganha, sempre ganha,

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, escrevi sem muita inspiração. Se preparem para fortes emoções no próximo capítulo ^^