Naruto já havia terminado de arrumar suas coisas quando Sasuke retornou a seu quarto.

– Já está pronto? – perguntou não muito contente.

– Sei que está chateado. – começou meio sem jeito. – Aceito que não concorde com minhas decisões, mas se for um sacrifício para você nos levar ao aeroporto peço que não o faça.

– Você é tão idiota Naruto. – suspirou. – Não concordo com isso, mas jamais deixaria você na mão, e sabe disso. Pense melhor no que está prestes a fazer... Acha que chegará ao aeroporto e pedirá uma passagem para duas pessoas e eles simplesmente te venderam? Acorda boboca, a Hinata não possui documento algum com ela, e para piorar a situação é menor de idade, precisaria da autorização do pai.

– Eu não tinha pensado nisso. – falou passando as mãos no cabelo loiro.

– É para isso que sou seu amigo, para não deixar que cometa tantas besteiras. Podemos ir dirigindo, não tem problema.

– Sei que não está com a mínima vontade de fazer isso, é sério cara, posso me virar sozinho. – tentou convencer o amigo.

– O que eu não quero é vê-lo apaixonado por uma garota que você não tem a menor chance, já basta o tempo que você passou correndo atrás da Sakura.

– Não estou apaixonado por ela, e acredite, não tem a menor possibilidade de isso acontecer. Ela parece mais uma irmã mais nova, você não a vê assim?

– Bem que eu queria, mas você já deu uma olhada naquele corpo? Ela é uma tentação ambulante. – falou com cara de safado. – Quer dizer... Não para mim, sou um cara comprometido. – disse sério.

– Você não presta Sasuke. – falou sorrindo.

– Não mesmo... De qualquer modo vou com você, e já conversei com sua prima a respeito e ela disse que vai junto. – suspirou derrotado. – Tentei convencê-la a ficar, mas ela está irredutível.

– Conheço bem a Karin, sei que quando ela põe uma coisa na cabeça é difícil convencê-la do contrário.

– Eu e você podemos revezar durante a viagem, assim chegaremos a Tókio antes do anoitecer de amanhã. – disse o moreno.

– A Karin sabe dirigir.

– Não vou deixa-la dirigir o meu baby. – falou decidido.

– Quanto a isso não se preocupe, pois vamos viajar no meu carro.

– Você é quem sabe, mas não descarto a hipótese de morrermos no caminho com a sua prima no volante.

– Não seja machista Sasuke. – riu. – Temos que passar na sua casa para que pegue algumas peças de roupa, a Karin também precisa passar em casa.

– Só precisamos passar na minha casa, tem roupas da Karin lá, então não existem motivos para perdermos tempo.

– Não quero pensar no porque de ter roupas da minha prima na sua casa. – falou ciumento. – Vamos logo, sei que você não vê a hora disso tudo acabar.

– O que eu não quero é ver meu melhor amigo sofrer, por isso; vamos juntos. Só vou ficar tranquilo quando tudo voltar a ser como antes, exceto a parte da Sakura.

– Podemos esquecê-la? Ao menos por agora?

– Nunca imaginei que ouviria você falar isso, é estranho. – confessou.

– Estranho por quê? – perguntou mais interessado que o normal.

– Sempre tentei abrir seus olhos, mostrar que a Sakura nunca gostou de você, quer dizer... Não como você desejava. Veja que interessante; você deu um fora nela justo hoje.

– E o que tem de interessante nisso?

– É interessante porque a Hinata está aqui, porque a Sakura pôs em jogo a dignidade dela. Isso mexeu com você, não é mesmo?

– Percebi que nossa amiga se comporta como uma adolescente mimada. Ficou com ciúme da Hinata e extrapolou, tudo o que fiz foi colocá-la no seu devido lugar.

– Pare de tentar enganar a si mesmo, só tratou a Sakura daquela maneira, pois tomou as dores da Hinata. Você não quer admitir, mas já sente algo diferente pela Hyuuga. Para falar a verdade me alegra o fato de negar esse sentimento. Não vou dizer que você está loucamente apaixonado por ela, isso é meio que impossível, mas não entendo como conseguiu ganhar a confiança dela em tão pouco tempo. Você nunca foi de se apegar tão facilmente a garotas.

– Vou ser sincero contigo... Sinto como se já conhecesse a Hinata há bastante tempo. Não tem lógica, mas é isso que eu sinto.

– Só fico preocupado por conta da distância, mas a Hinata parece ser uma boa garota, e sei que vocês dois formariam um belo casal. Enfim, o que tiver de ser será.

– Está ficando tarde e a chuva não vai cessar tão cedo. Vamos buscar suas coisas, depois partiremos rumo a Tókio. Quero que a Hinata reencontre a família dela o quanto antes.

~II~

Na mansão Hyuuga o clima era de ansiedade. Já fazia quase um dia que a filha mais velha havia saído para ir a uma festa e desapareceu sem deixar rastros.

– Já está na hora de acionarmos a policia, ela pode estar em perigo. – falava Neji desesperado para o tio.

– Devemos esperar mais um pouco para começarmos a procurar, ela pode ter sido sequestrada. – disse uma jovem mulher de aproximadamente trinta anos.

– Anko tem razão Neji, conversei com um delegado amigo meu e ele nos aconselhou a esperar completar 48 horas. – falou Hiashi visivelmente abalado.

Hiashi era o patriarca da família Hyuuga. Pai de Hinata e Hanabi. Cuidava também de seu sobrinho Neji desde que seu irmão falecera. Estava de casamento marcado com Anko, uma mulher ambiciosa e atraente.

– Esperar para que? Eu conheço a Hinata, ela jamais fugiria de casa, e se foi sequestrada por que ninguém entrou em contato para pedir resgate? Estamos perdendo tempo. – disse o mais novo irritado.

– Pare de atormentar seu tio Neji. Não percebe que só o está deixando mais estressado?

– Vou ver como Hanabi está. – suspirou o mais novo. – Tenho que sair daqui antes que eu discuta com essa mulhersinha. – falou deixando o tio e Anko sozinhos.

– Desse jeito ele nunca vai me respeitar Hiashi, você o vê me tratando dessa forma e não faz nada. – disse chateada.

– Por favor, não vamos discutir agora. Estou muito preocupado com Hinata, não estou em condições de resolver outros problemas. Vou para meu escritório. – falou deixando-a sozinha na sala.

“Você prefere eles a mim... É por isso que fui obrigada a me livrar da sua princesinha. Em breve todos eles estarão em baixo da terra, ou não me chamo Anko”.