The Hunger Games: We Always Were escrita por Beatriz Costa


Capítulo 4
Mentor


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo Peeta começa a formular uma estratégia, Gale aprende algo importante e Haymitch fica focado nos Jogos.
Capitulo dedicado a:
Daniela Everdeen;
Rock Roll;
E
Anny Mellark.
BOA LEITURA!



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Gale deixou o Edifício da Justiça e caminhou rapidamente por entre a multidão. Há pouco mais de uma hora, milhares de pessoas esperavam ouvir o nome das crianças sendo chamados para a morte iminente e agora havia por volta de uma centena fazendo lentamente o seu caminho de volta a casa. Os pais abraçaram os filhos, gratos por suas vidas terem sido poupadas por mais um ano. Alguns celebravam seu último ano de colheita. Eles sobreviveram seis anos consecutivos com seus nomes nas taças sem serem chamados. Gale nunca teria de o enfrentar novamente, mas Katniss teve que enfrentar os Jogos. Este pensamento teve a sua agitação interior. Ele olhou para a estrada de terra, seu caminho para casa… para a floresta… ele não sabia para onde estava indo. Havia uma sensação latejante se formando em suas têmporas e um sentimento fechado em seu estômago. Ele se perguntou onde estaria Katniss. No trem? Em um carro? A caminho da Capital? Ele não fazia ideia de quanto tempo tinha passado desde que ele deixou a sala no Edifício da Justiça. Seus ouvidos pegavam conversas ao seu redor.

“Eu nem sabia que ela tinha idade o suficiente para a colheita.”

“Essa foi a coisa mais corajosa que já vi.”

“Eu não sei o que a família vai fazer sem ela.”

“Bem, talvez seja uma coisa boa” Gale levantou a cabeça, em busca da pessoa que pensava que ir para os Jogos Vorazes era bom. “Se ela ganhar, então vamos todos beneficiar com ela. Comida extra por um ano…”

“Se ela ganhar? Você não tem consciência?”

“Você realmente não acha que Peeta pode ganhar, não é?”

“Meu Deus, é do seu filho que você está falando.” Gale viu o padeiro e sua mulher na sua frente numa discussão acalorada. Ele se escondeu atrás de uma árvore.

“Tudo o que estou dizendo é que o Peeta não é dos mais corajosos.”

“Cale-se. Apenas cale-se. Ele é mais corajoso do que você pensa. Aquele garoto… aquele homem… o nosso filho…” O padeiro falou numa voz baixa e poderosa.” Durante toda a vida eu vi você intimidá-lo. Fechou os olhos a todas as contusões, vergões… cortes, mas não mais. Eu não vou ficar parado e deixar que você o chame de covarde quando ele vai colocar a vida em risco pela mulher que ama.”

Gale arregalou os olhos e olhou para o casal. O padeiro apertava o braço da esposa.

“Nosso filho vai arriscar a vida na arena para que aquela jovem poça voltar para a sua família, porque está apaixonado por ela. Portanto, não venha dizer que ele não é corajoso. Ele é a pessoa mais corajosa que conheço.” O padeiro largou o braço da esposa e disse, “Estou indo para casa.” Ele deixou a esposa na estrada com um olhar de choque.

Gale se inclinou contra a árvore tentando absorver o que acabara de ouvir. Peeta estava apaixonado por Katniss? É por isso que ele está tão disposto a morrer na arena? É por isso que ele queria ter certeza que ela seria cuidada se saísse da arena? Enquanto tentava decifrar a conversa que acabara de ouvir, uma voz familiar interrompeu seus pensamentos.

“Ele vai fazer tudo o que estiver a seu alcance para ter certeza que ela volta para casa.”, disse Madge.

“O quê?”, Gale não estava prestando atenção.

“Peeta. Ele vai tentar fazer o máximo para Katniss voltar.”

O que ela sabe? Pensava Gale. “Será que vai?”

“Sim. Ele é uma boa pessoa, Gale.” Ela começou a se afastar, mas antes virou-se e disse, “ Eu sinto muito por Katniss, Gale. Realmente.”

Gale não sabia o que fazer. O dia inteiro parecia um sonho. Um sonho terrível. Ele seguiu em direção á floresta. Lentamente no início, em seguida, seus pés foram gradualmente ganhando velocidade, até estar a correr. Quando chegou á cerca que separava a floresta do Distrito 12, ele nem se incomodou a ver se estava ligada ou se havia alguém vendo. Ele apenas passou pela abertura e fez seu caminho até á rocha onde se abrigou. Começou a pegar folhas de algumas plantas ao redor e olhando o nada. Porque Peeta não poderia estar apaixonado por Katniss? Era fácil apaixonar por ela, ele pensou. Gale tinha caído de amores por ela há não muito tempo. A única coisa que sabia com certeza era que o sentimento não era mútuo. Katniss nunca se permitira iniciar um relacionamento com alguém. Ela deixou isso perfeitamente claro para Gale muitas vezes ao longo dos anos. Além disso, eles diziam tudo um ao outro e Katniss nunca disse que conhecia Peeta e muito menos que tinha sentimentos por ele. Depois de pensar sobre isso, Gale descobriu que os sentimentos de Peeta por Katniss eram um alívio bem-vindo. Agora ele sabia que Peeta iria lutar duro pela vida de Katniss. Ele ouviu as palavras de Peeta, “eu morreria por ela”. Gale acreditava que ele o faria.  

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Por alguns momentos, Katniss e Peeta captaram a cena em torno deles. Haymitch estava deitado numa poça do seu próprio vômito. Era repugnante e cheirava ainda pior. Ele resmungou algumas coisas para eles. Eles olharam um para o outro e cada um tomou um braço de Haymitch. Este é o homem que deveria mantê-los vivos, pensou Peeta. Isso deveria manter Katniss viva. Eles o carregaram para o quarto e o jogaram na banheira vestido.

“Eu continuo a partir daqui.”, ofereceu Peeta.

Katniss sugeriu chamar alguém da Capital, mas Peeta precisava de tempo para pensar. Como iria conseguir pôr Haymitch sóbrio o suficiente para os orientar? Além disso, ele não queria nenhum dos funcionários da Capital ao redor. Eles não podiam fazer nado por ele e Katniss.

“Não. Eu não os quero.”

“Ok, Peeta”, Katniss colocou a mão em suas costas. “Boa noite.”

“Boa noite, Katniss.”

Haymitch não notou a água fria sobre ele quando se sentou na banheira totalmente vestido. Peeta deixou ele lá, enquanto vasculhava as gavetas á procura de roupas limpas. Quando encontrou o que precisava, correu de volta para o banheiro com medo que o homem tivesse desmaiado. E poderia uma pessoa se afogar no chuveiro? Peeta não sabia e não queria descobrir. Quando chegou no banheiro, encontrou Haymitch de olhos abertos olhando para ele.

“Mas que raios, garoto? Eu estou no chuveiro!”

“Porque eu pus você aí. Então cale a boca.” Peeta tirou as roupas de Haymitch, enquanto este apenas se queixava e lavou o máximo de vómito que conseguia. Quando terminou, atirou-lhe uma toalha e disse: “Você pode se secar sozinho, ou preciso fazer isso também?”

“Não. Eu posso fazer isso.”

“Bom.” Peeta respirou fundo percebendo que ele precisava ser bom para Haymitch. Ele tem que levar este homem a gostar dele e Katniss. A ajuda de Haymitch era imprescindível para a vida de Katniss. “Eu coloquei algumas roupas para você na cama. Você precisa de mais alguma coisa? Um pouco de água, talvez?”

“Eu poderia aceitar uma bebida.”

Peeta olhou pensativamente para ele, certamente ele não quer mais álcool, “Eu vou buscar um copo de água.”

Haymitch viu o garoto encher um copo com água e trazer para ele. Bem, ele não é melindroso, vou dar isso a ele, pensou consigo mesmo. “Não é exatamente o tipo de bebida que estava procurando”, murmurou ele.

Peeta o ajudou com as roupas e o pôs na cama. “Vejo você amanhã.”  

“De manhã.”

“O quê?” Peeta não percebeu o Haymitch tinha dito.

“Me encontre na parte da manhã. Nós vamos conversar.” Haymitch gostou do garoto. Não acha que vá um dia na arena, mas ele pode muito bem dar uns conselhos ao garoto.

“Tudo bem. Vejo você na parte da manhã.” O espirito de Peeta ficou mais leve. Haymitch estava disposto a falar com ele pela manhã. Talvez até lá, ele estivesse sóbrio.

Peeta caminhou pelo corredor até seu quarto. Ele olhou mais para baixo e viu a porta do quarto de Katniss, mas decidiu não bater. Já era tarde e provavelmente ela estaria dormindo. Ele realmente queria vê-la, mas não podia correr o risco de ser apanhado por alguém da Capital, então entrou em seu quarto, tomou outro banho para se livrar do vômito de Haymitch, e foi dormir. Pensamentos da Colheita invadiram seus sonhos. Katniss se voluntariando por Prim. Seu nome sendo chamado e rosto da garotinha do Distrito 11, Rue, de pé no palco ao lado de um garoto monstruoso do mesmo Distrito. O rosto de Effie Trinket parecia pairar sobre ele numa imagem desfocada. Sua boca estava distorcida. “Primrose Everdeen. Peeta Mellark.” Os olhos de Peeta se abriram ao som do seu nome sendo chamado. Eram cinco da manhã. Não haveria mais sona para ele.

Deitada na cama naquela noite, Katniss pensou em Prim. Ela estaria chorando? Ela estava grata por seu gato, Buttercup. Katniss queria afogá-lo, mas Prim implorou para que não o fizesse. Buttercup acabou por se tornar um bom caçador de ratos e pegava um de vez em quando. Sua mãe o alimentava com entranhas de modo que não era um fardo ter mais uma boca para alimentar e o gato seria um conforto para Prim esta noite. Gale entrou em seus pensamentos mais que uma vez. Ele queria fugir para a floresta com ela e as famílias de ambos. O que teria ele pensado se Katniss sugerisse que levassem Peeta e sua família? Ela se perguntou. E Peeta. Peeta continuava a assombrando. O pensamento dele morrer fez seu coração doer. Nestes últimos meses ela tinha visto a dor nele, mas ele nunca iria falar sobre isso. Lembrou-se um momento em particular. Eles haviam se encontrado para almoçar no lugar de sempre…

“Oi”, ela caminhou até Peeta sendo recebida por um sorriso tímido. Quando ela colocou os braços em volta dele para um abraço, ele fez uma careta. ”O que há de errado?”

“Nada. Eu só cai… em algumas escadas.”

Ela podia dizer que estava mentindo. “Escadas?”

“Sim.” Ele se sentou e pegou na mão dela.

“Me deixe ver.”

“Não. Está tudo bem. Não se preocupe com isso.”

Katniss soltou a mão e ficou atrás dele tentando espiar pelo colarinho para ver onde ele estava ferido, mas Peeta se manteve abaixado.

“Katniss, não se preocupe com isso. Isso não é nada.” Quando ela acidentalmente roçou com a mão em sua lesão, ele pulou.

“Isso não é nada. Me deixe ver.” Peeta olhou para ela com desagrado em seus olhos. “Eu vou continuar te perseguindo até que você me mostre, então você pode acabar logo com isso.”

Peeta respirou fundo e acabou por ceder. “ Tudo bem.” Ele desabotoou os dois primeiros botões de sua camisa para permitir o acesso a Katniss.

Katniss puxou o colarinho para baixo na parte de trás e viu um hematoma do tamanho de um punho e uma pequena protuberância no centro. “Meu Deus, Peeta. Que aconteceu?” Ela ficou olhando para lá.

“Eu disse a você. Eu caí das escadas.” Ele olhou para as árvores á sua esquerda. “Não é tão ruim assim.”

Katniss pôs a camisa de volta ao lugar e beijou a área logo acima. Foi a primeira vez que Katniss tinha iniciado um beijo. “Parece doloroso.”

“É… bem…” Peeta pegou na mão dela e a puxou para se sentar ao lado dele. “Ele parece melhor depois que você o beijou.” Ele sorriu.

“Minha mãe pode ser capaz de ajudar com isso. Ela é uma curandeira, você sabe.”

“Eu sei, mas não se preocupe com isso, Katniss. Já tive piores.” Peeta não queria dizer isso, mas escapou.

Katniss lembrou o olho negro com que ele apareceu na escola quando ele tinha 11 anos. Ela sabia que tinha sido a mãe. Ela nunca tinha apanhado dos pais, então o pensamento parecia absurdo. “Peeta?”

“Katniss.” Ele interrompeu. “Por favor, não pergunte.” Ele baixou a cabeça. “Podemos apenas desfrutar do nosso almoço juntos?”

Katniss olhou para ele com tristeza nos olhos. Este garoto querido e doce merecia muito melhor. Ela levantou seu rosto com a mão livre e o olhou nos olhos. “Eu trouxe um pouco de queijo de cabra.” O canto dos seus lábios se levantou num sorriso tímido.

“Eu trouxe um pouco de pão velho”, seu sorriso acompanhando o dela.

“Pão duro, heim? Aposto que ainda tem um sabor melhor do que aquela coisa que fazemos em casa.” Juntos, eles se banquetearam com queijo de cabra, manjericão, pão velho e o resto de um coelho que Katniss apanhara no dia anterior.

Embora Peeta tenha aparecido várias vezes ao longo dos meses em que namoraram com cortes e contusões, Katniss nunca o questionou sobre isso. Ela só beijou a dor e levou sua mente para longe, na esperança que um dia ele se abrisse e falasse sobre eles com ela. Agora, ele nunca teria a chance.

Quando Peeta encontrou Haymitch no vagão do pequeno-almoço , ele ficou surpreso ao o ver completamente vestido e um pouco preparado.

“Bom dia, garoto. Dormiu bem?” Haymitch perguntou.

“Nem por isso.”

“Bem, eu dormi como um bebê.” Haymitch sorriu para ele. “Você vai precisar descansar o máximo possível. Tente limpar sua cabeça de coisas antes de dormir. Descanso é muito importante.” Haymitch notou que Peeta continuava parado, então disse, “Café da manhã não se vai comer sozinho. Sente-se. Coma! Você vai precisar de um pouco de peso. Peso extra vai lhe fazer bem.”

Peeta não podia acreditar. Haymitch estava realmente o ajudando. Ele se sentou á mesa e começou e pegou na chávena com um líquido marrom na frente dele. “O que é isso?”

“Chocolate quente, senhor.” Um dos funcionários da Capital respondeu. “É muito gostoso.”

Peeta não confiava em ninguém da Capital, então partiu um pouco de pão e o mergulhou no líquido espumoso e experimentou um pedaço. Para sua surpresa, era delicioso. Ele imediatamente se sentiu mal pelos pensamentos ruins sobre o funcionário da Capital. “Obrigado”, gritou para ele. “É muito bom.”

O funcionário acenou com a cabeça e deu um pequeno sorriso a Peeta.

“Então Haymitch, eu tenho algumas perguntas para você.”

“Tão ansioso.” Haymitch derramou um liquido claro num copo de suco vermelho.

Peeta olhou para ele. Ele precisava de Haymitch sóbrio para Katniss. “Qual é a melhor maneira de vencer os Jogos?”

“Fique vivo.”

Peeta revirou os olhos. “Eu sei disso, mas como você fica vivo? Como pode bater os Carreiristas? Como pode encontrar abrigo?” Peeta despejou pergunta atrás de pergunta.

"Whoa. Whoa. Whoa." Haymitch ergueu as mãos. “Primeiro, você não bate um Carreirista a menos que seja um Carreirista. Apenas não é possível.”

Isso causou um problema para Peeta. Ele esperava que Haymitch pudesse resolver seu problema Carreirista. Acontece que ele não era nenhuma ajuda nesse departamento.

“O fato é que você precisa de patrocinadores, Peeta. Patrocinadores podem ser a diferença entre a vida e a morte na arena. Uma caixa de fósforos. Um pouco pão. Um pouco de água… pode salvar sua vida. E a única maneira de conseguir isso é ter a certeza que as pessoas gostam de você. Elas têm que gostar de você.” Ele fez uma pausa e continuou. “Quanto ao abrigo, você encontra um ou constrói um, mas ele tem de parecer natural. Como se fosse parte do ambiente. Não algo feito pelo homem. Então encontrar ou construir abrigo é muito importante, porque quando anoitecer você sabe que os Idealizadores vão baixar a temperatura, de modo que tentar se manter aquecido é um grande fator. Você poderia congelar até á morte.”

“Não, porque eu teria uma fogueira.”

“Essa é uma boa maneira de ser morto.”

“O que é uma boa maneira de ser morto?” perguntou Katniss ao entrar no compartimento.

“Entre. Entre.” Haymitch fez sinal para ela. “Sente.se. Coma. Estava dizendo aqui ao Peeta a melhor maneira de vencer os Jogos.”

Katniss encarou Peeta e então voltou a sua atenção para Haymitch. “Então, qual é a melhor maneira de vencer os Jogos?” Ela perguntou secamente.

Haymitch repetiu o conselho dado a Peeta, “Fique vivo.”

Peeta estava chateado. Todo o tempo que esteve falando com Haymitch ele manteve seu suco vermelho com o líquido claro em seu frasco e mais uma vez ele estava bêbado. Ele precisava dele sóbrio por causa de Katniss. “Muito engraçado. Mas não para nós!” Peeta tirou o copo da mão de Haymitch que se espatifou no chão. Depois de alguns segundos, Haymitch socou Peeta no queixo. Quando Haymitch se virou para alcançar seu cantil, Katniss pegou uma faca e a espetou entre seus dedos na mesa.

“Bem, o que é isso? Será que eu realmente tenho um par de lutadores este ano?” Haymitch disse com um olhar de prazer em seu rosto.

Boa, pensou Peeta, Passei minha vida inteira apanhando da minha mãe e agora sou saco de pancadas do meu mentor. Pegou um pouco de gelo para pôr em seu queixo, mas Haymitch o deteve.

“Não. Deixe isso. Eles vão pensar que tutaste com outro tributo.”

“Isso é contra as regras”, disse Peeta.

“Melhor ainda. Você lutou e não foi apanhado. Deixe isso”, ordenou Haymitch. “Fique aqui.” Haymitch colocou-os no centro da sala. ”Se virem.” Ele lhes deu uma checada. “ Mmmmm hmmm… nada mal. Nada mal. Você pode acertar qualquer coisa com a faca além da mesa, docinho?” perguntou a Katniss.

Katniss pegou a faca e a atira contra a parede. Para surpresa geral, ela fica alojada entre dois painéis e presa lá. Peeta dá-lhe um olhar de orgulho que Haymitch rapidamente pegou e desconsiderou.

“Ok, vou fazer um acordo com vocês. Eu ficarei sóbrio o bastante para ajudá-los,” diz Haymitch. “Mas vocês têm que fazer exatamente o que eu digo sem perguntas. Combinado?”

Katniss e Peeta trocaram um olhar de confirmação e acenaram de leve com a cabeça. Ambos disseram, “Combinado.”

“Ótimo.” Concorda Haymitch. “Nós vamos estar chegando na Capital a qualquer momento. Vocês serão colocados nas mãos dos estilistas. Vocês não gostarão do que eles fazem com vocês. Mas não importa o quê, não resistam,” diz Haymitch.

Katniss imediatamente disse, “Mas…”

“Sem mas. Não resistam!” Haymitch tinha a sensação que a garota seria um problema, mas ele gostava do garoto o suficiente.

Katniss olhou para ele. Ela odiava fazer acordos.

Só então eles viram os edifícios coloridos da Capital ficando á vista. Katniss e Peeta correram para a janela, mas depois tudo ficou escuro. Eles estavam no túnel que levou á derrota dos treze distritos há tantos anos atrás. Quando surgiram, a Capital estava diante deles em toda a sua glória. Peeta e Katniss olharam pela janela do trem dos tributos. A cidade foi cercada com água. Os topos dos edifícios tinham cores não naturais de rosa, verde e dourado, e em seguida, havia as pessoas. Eram todos com cores diferentes. Para Peeta pareciam obras de arte. Algo que ele poderia pintar. Para Katniss pareciam um bando de pássaros esquisitos que iriam arrancar seus olhos fora.

Katniss se afastou da janela. Ela não queria que a olhassem. Ela não queria fazer parte destes Jogos Vorazes. Nem parte da Capital e de todas as pessoas que vivem aqui. Peeta, por outro lado, sabia o que tinha de fazer. Patrocinadores. Ele precisava deles e nunca ninguém patrocinou o Distrito 12. Até agora, pensou. Ele sabia que tinha de pôr um sorriso e acenar, mas de alguma forma ele também teve que se explicar para Katniss, que olhava para ele como se não soubesse quem ele era. Ele se virou para ela e disse: “Anda, Katniss. Vem.” Ele tentou desesperadamente incentivá-la a se juntar a ele. “Vem, Katniss. Um deles pode ser rico.” Ele olhou para fora do trem pensando, por favor lembrem-se de nós. Nos patrocinem. Por favor, salvem a vida da Katniss.


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Notas finais do capítulo

Capitulo cinco, aqui vamos nós!
BJS.