One Second To Go Down escrita por DemiDiva_


Capítulo 1
Capítulo 1




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One second to go down

 

 

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- Eu poderia ter mudado toda esta situação, se eu simplesmente tivesse reprimido este sentimento esdrúxulo.

 

Mas o grito não cessou.

 

Continuou fraco. E sufocado.

 

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Hoje era mais uma daquelas noites, em que o céu parecia estar mais escuro e as estrelas mais brilhantes. O vento frio silvava por onde passava, movimentando as folhas e a grama, levando embora consigo as más energias do tempo.

 

Eu estava posicionado na sacada de uma varanda de pedra. O lugar parecia uma construção medieval, mas era extremamente aconchegante e limpo. Algumas trepadeiras subiam pelas paredes, e pelos corrimões do “castelo”. Lá dentro, eu podia ouvir o barulho depravado que alguns otários chamavam de música. Patético.

 

Vir a este baile não era meu objetivo até saber que Hinata estaria aqui, o que me deixou realmente impressionado. Bailes, festas, ou qualquer outra coisa que a exponha a homens, a deixa bastante nervosa. E quando soube que ela viria não pude deixar de imaginar o seu motivo para causar tamanha vergonha a si mesma. Kiba. É por isso que estou aqui, plantado, de terno, com uma máscara branca e desconfortável.

 

Apenas ela me faz cometer este extremo.

 

Rodei os olhos atentamente pela varanda, e logo após pelo salão de vidro para constatar o óbvio: Kiba havia conquistado minha preciosa Hinata. Uma mistura de sentimentos invadiu-me com violência, e deles só conseguia distinguir ódio e amargura suprema. Apertei os dedos fortemente e trinquei os dentes. Meus olhos se fecharam por alguns momentos, e ao abri-los não consegui mais avistar Hinata e sim seu “par” dançando com outra garota.

 

Maldito Inuzuka! Se for para enganar minha prima, que faça isso pelo menos longe dela! Agindo por impulso, tentei me mexer, mas parece que alguma força dos céus estava me segurando e eu não saí do lugar. Olhei para trás e vi que não estava errado.

 

- Neji. Pare.

 

Perplexo eu me virei completamente para ela e fixando meus olhos em suas perfeitas pérolas escondidas pela máscara, eu disse:

 

- Por que você ainda sai com ele? É só você dar as costas e...

 

- Pelo menos ele não é um egocêntrico que só quer saber de ser o maior. Neji, ele pode ser idiota, mas você é mais.

 

Aquelas palavras feriram profundamente meu coração. Hinata vive me surpreendendo ultimamente. Eu jamais pensaria que ela me diria palavras tão cruéis e cheias de rancor. Ela nunca foi de guardar mágoa de ninguém, muito menos de mim. Tentei tocar seu rosto, mas ela não deixou. Girou com seu longo vestido prateado e já estava indo embora, mas eu não deixei. A puxei pelo braço o mais delicadamente que eu podia e disse:

 

- Hinata, entenda, eu sei que você me odeia, e com razão, admito. Mas por favor, eu só te peço que me escute. Eu sei que você é a garota mais doce que já existiu, e em nome de sua gentileza, por favor, me escute.

 

Minha voz tinha um tom de súplica que jamais conseguira fazer antes. Foi algo realmente impressionante. Senti seus olhos esfriarem e aos poucos ela parou de resistir. Calmamente eu a soltei, mas com muito cuidado. Eu tinha medo que minha amada boneca pudesse simplesmente sumir se eu a deixasse por um só segundo. Hinata encostou-se na bancada, olhando com uma fúria entorpecida para mim.

 

Um longo silêncio se fez, apenas com meus olhos grudados nela. Eu mantinha meu semblante o mais sóbrio possível, mas eu mal conseguia me controlar com ela ali, do meu lado, indefesa. Minha maior vontade era tomá-la em meus braços e amá-la com todas as minhas forças, até meu último suspiro. Mas eu sabia que não poderia ser assim.

 

- Às vezes me pergunto como você chegou a este ponto. Hinata, você pode até dizer que ama aquele energúmeno, mas eu não acredito. Sinceramente, não acredito. Então quer dizer que você prefere uma pessoa que lhe traia a outra que verdadeiramente a ama?

 

Ela ia abrir a boca para protestar, mas eu tapei suavemente seus lábios com meus dedos. Aproximei-me um pouco, fazendo-a corar.

 

- Apenas me escute.

 

Hinata pareceu se conformar, mas eu conhecia aquele brilho estranho nos olhos dela. Seu senso crítico estava fervendo, eu podia sentir.

 

- Você está exagerando quanto a querer se vingar de mim. A única coisa que eu não quero nesse mundo é conquistar o seu ódio, o seu rancor. Eu quero estar sempre ao seu lado, e mesmo que não me entenda, mesmo que você não ligue, eu sempre vou te perseguir, e sempre vou te contar o que sinto, não importa as circunstâncias. Hinata, eu te amo. E eu sei que você me ama também.

 

Ela deu um pulo da sacada e arrancou a máscara do rosto. Jogou-a pela varanda e ela pousou no jardim florido abaixo de nós. Hinata estava quase chorando, eu podia ver seus olhos encharcados. Ela rapidamente se aproximou de mim e pôs um dedo em meu peito.

 

- Como você tem tanta certeza assim? Neji, pare! Não me confunda mais ainda! Eu não quero ouvir mais suas mentiras, nem suas juras de amor, isso não me interessa mais. Pare de me seguir, pare de me controlar!

 

Pus minhas mãos em seus ombros, mas ela recuou. Estava tremendo e grandes lágrimas lhe escorriam na face pálida e borrada de maquiagem. Se não fosse extremamente belo e encantador, seria fantasmagórico. Ela estava se encolhendo, e lentamente foi escorregando e cedendo, até que caiu no chão de mármore. Imediatamente, me ajoelhei a sua frente e a abracei com todo o carinho que tinha. Ela não tinha mais forças para recuar. Esta era a Hinata que eu conhecia.

 

- Pare de tentar me convencer de um sentimento que não consigo mais sentir.

 

Relutei.

 

- Mas eu amo você.

 

- Não, você não ama!

 

Sua voz tornou-se firme e vigorosa novamente. Ela estava tentando resistir ao meu amor.

 

- Eu amo você.

 

- Neji, pare!

 

- Hinata, eu te amo.

 

- PARE! VOCÊ ESTÁ ME MATANDO!

 

De repente, senti alguma coisa pressionar meu peito e olhei para ela. Hinata estava encolhida desumanamente e sua palidez parecia maior a cada segundo. As lágrimas não paravam de cair, e molhavam seu vestido. Ela estava tremendo e quando percebi, sangue estava escorrendo de seus lábios frios e agora ressecados. As gotas caíam finas e sujavam o vestido prateado e deslumbrante dela.

 

Assustei-me e rapidamente a coloquei sentada no chão. Hinata oscilava de um lado para o outro, ameaçando cair e seus olhos começavam a fechar. Não estava entendendo, mas num ato totalmente desesperado de salvá-la, e comecei a gritar.

 

- Hinata? Hinata! O que está havendo? Hinata? Hinata, você está me ouvindo? Por favor, não vá embora! Hinata! EU TE AMO!

 

Seus olhos se abriram de repente, ela começou a suar frio e sua respiração acelerou demasiadamente. Eu podia sentir e ver o pânico correndo solto nela, enquanto apertava minhas mãos, como se estivesse pedindo socorro. Não demorou muito para que ela ofegasse, cada vez mais alto, e cada respiração desesperada se transformava num grito de angústia e dor. Hinata parou. Senti suas mãos apertarem mais as minhas, eu quase não conseguia aguentar a dor. E ela gritou novamente. O pior grito que já escutei na minha vida. Era sufocado, desfalecido, desesperado. E de repente tudo sumiu. O salão, as flores, o jardim, as pessoas, o baile. Tudo virou cinzas. Como se o centro de minha existência estivesse prestes a sumir.

 

 E de repente... Era apenas minha amada Hinata que jazia morta no chão, segurando minhas mãos. Um segundo, e tudo pareceu perder o sentido.

 

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Um segundo para perceber que Hinata já estava morta. E eu só piorei a situação.

 

 

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