– Mas o que significa isso? – perguntou Teor, ainda meio grogue, levantando.

– Temos que sair daqui agora! – Silver exclamou.

– Ah, não brinca.

Teor sentiu um puxão em seu braço.

– O que está fazendo, Thor? – perguntou – Vai dar ouvidos a esse louco?

Mas Thor nada respondeu. Apenas fitava o mar, com uma expressão séria, nunca antes vista.

Teor de repente entendeu toda a situação.

– Eu sabia... – murmurou.

Fipha e Mahana voltaram trazendo o máximo de mantimentos que podiam. Mas agora eles tinham um problema bem maior para resolver.

O barco estava ao sul da ilha, e as sereias se aproximavam pelo sul. A única rota de fuga seria o norte, o que até encurtaria o caminho. Mas não era possível escapar sem um barco, e era arriscado demais voltar à praia. Eles estavam perdidos.

– Professor – Disse Thor, com respeito – O que acha que devemos fazer?

– Sair daqui.

– Como acha que devemos fazer?

– Não faço ideia.

– Bem – Fipha interrompeu – Elas tem que ir embora alguma hora.

– Na verdade, não. – Silver estava sem esperanças – Elas podem passar décadas sem comer. Também não se importariam de passar uns séculos brincando de nos trancafiar. Esses seres se alimentam de sofrimento, acho que assim posso dizer.

 Não havia muito a fazer. Sentaram todos, apáticos. Apenas esperando.

Eis que então um pequeno raio de esperança os inundou. Um pequeno ponto branco surgiu  no mar, roubando-lhes completamente a atenção.

                – Muito grande para ser uma sereia... – Disse Fipha.

                – Definitivamente... – Obersvou Silver, pondo-se de pé no mesmo intante – Não é uma sereia.