Quando passei a percorrer esse caminho
Descobri lá de longe que havia alguém
Não era qualquer um, era ela lá longe
E eu, que sempre me senti tão sozinho
Agora tinha ela, bela visão no além.
Percebi então que era só um sonho.
Mesmo assim procurei doce dama em vão
Amarga se fez a triste descoberta:
Tinha em minha frente a visão do medonho
Desabei triste com tal decepção.
A mesma dama estava ali me fitando
No instante me ergui a me proteger
Lançada a mim foi a vara de pescar
Que minha mãe estava por aí andando
Pronta para contra eu nessa hora erguer.
Percebi que sonho não era não, só
Temi que ela não relutasse. E contra
Mim realmente a chibata ela usasse
A pequena vida resumida a pó
Minha nesse amado dia se transformasse.
Tão cruel era ela a mãezinha querida
Que nem tratou de olhar o meu ferimento.
Grande revolta cresceu dentro do peito
Da então dama tomaria sua vida.
Procurei dentro de meu ser todo alento
Logo que a mãe girasse para outro lado
Preparada estava a vara em mãos minhas.
Nas costas dela penetrou todo ódio
Guardado em meu coração machucado
Vencida foi a mãe que por filho tinhas
Nenhum sinal de terna admiração.
Domingo segundo de maio se fez
Cor de carmim o marfim de minha casa.
Dormi com a mamãe em meu coração
Nunca mais vi esse e nenhum outro mês.