Depois de mais um dia só jogando video games já que estou desempregado, fico com vontade de me matar. Não há nada que eu queira fazer, não há nada que me distraia ou que me ocupe. E não há nenhuma empresa ou coisa parecida que aceite um ex-viciado como funcionário. Não querem sujar a imagem de seus impreendimentos. Oras, é por causa de pessoas como eles que nós estamos desempregados e nossas vidas são uma droga. Ou pelo menos a minha e a de Black Star.

Paro de jogar e olho o relógio. Droga. Estou atrasado para a terapia. Coloco uma camisa de mangas compridas vermelha, uma calça jeans qualquer e calço um par de tênis pretos. Depois, coloco uma tiara fina nos cabelos brancos e arrepiados. E ISSO NÃO É GAY, TÁ BOM?

Tento me preparar psicológicamente para a terapia. Minha terapeuta é Blair. Uma mulher de 30 anos que tem um corpo belíssimo e dá em cima de mim o tempo todo. Mas, por mais que ela tenha aquela silhueta tentadora, eu não sinto atração por ela. Física talvez, mas ela não seria o tipo de mulher que eu gostaria para estar ao meu lado. E, por esse motivo, a terapia se torna um saco e não muda meu humor, ou minha vontade de morrer.

Estou no ponto de ônibus perto de minha casa. Quando o automóvel chega, eu subo as escadas e entrego uma passagem que havia comprado antes para o motorista, ele me deixa entrar. Entro, me sento e fico olhando pela janela.

Quando finalmente chego na clínica onde faço a terapia, os enfermeiros dão uma notícia que me choca um pouco. Blair, minha terapeuta, sofreu um acidente de trânsito quando vinha para cá e faleceu na hora.

Mas eles encontraram uma mulher nova para me tratar. E quando ela vem se apresentar para mim, eu a reconheço.