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"When I look into your eyes

I can see a love restrained

But darlin' when I hold you

Don't you know I feel the same?"

November Rain - Guns N' Roses

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A lua sorria insana no céu em uma noite clara e quente.

As ruas de Death City estavam estranhamente calmas e silenciosas. Apenas ouvia os passos de seu parceiro de luta, que a carregava até sua casa. Lutava contra si mesma para permanecer acordada, já que o cansaço tomava conta de seu corpo. Olhou para Soul discretamente e viu seu semblante um tanto quanto desapontado. Depois de sua luta contra Chrona – na qual lhe causou mais ferimentos do que o esperado – e a fuga do Kishin, era normal que os dois e todos da Shibusen estivessem decepcionados consigo mesmo. Mas comigo era diferente, eu estava desapontada por mais uma vez não ter feito algo para mudar tudo. Mais uma vez eu estava toda ferida e sendo ajudada por Soul.

— Percebeu?

— Hm?

— Você está sempre cuidando de mim, Soul.

— Talvez seja porque você é muito descuidada.

Ele deu uma risada fraca enquanto me coloca de pé diante da porta de nossa casa, mal havia notado que já tínhamos chegado. Entrei calmamente e fui direto para o meu quarto, eu precisava de um banho relaxante. Enquanto isso Soul cuidaria do nosso jantar. “Pelo menos não tenho que pensar nisso hoje.” Pensei, enquanto ligava a banheira para que a mesma enchesse. Depois de tirar minhas roupas, adentrei a banheira parcialmente cheia e pude sentir aquela água quente tocar meu corpo dolorido. Encarava o teto branco do banheiro como se fosse algo bastante interessante, quando na verdade, estava apenas me perdendo em meus pensamentos ilusórios. Ah Soul... Era inegável o que eu sentia por ele. Era inegável o quanto ele era estranhamente belo com teus cabelos brancos e teus olhos carmim. Era inegável que meu coração pulsava fortemente com sua presença ou que borboletas se formam em meu estômago quando o vejo. Assim como era inegável que ele nunca vá me corresponder, que ele nunca vá me ver além de sua parceira de luta. Sai dos meus devaneios quando ouvi três batidas na porta.

— O jantar está pronto, Maka.

— Já vou!

Saí da banheira e cobri meu corpo com minha toalha, passei diante do espelho e encarei meu reflexo. “Como ele poderia gostar de mim? Logo de mim?!” Vesti meu pijama que não era tão curto, mas que também deixava minhas coxas à mostra, eu nunca me importei em andar assim pela casa e não seria hoje que eu me importaria. Caminhei até a cozinha e percebi que ele estava encostado na bancada, e a comida toda na mesa. Fui até a pia e percebi que ele me encarava de uma maneira que era facilmente notável. E isso estava começando a me incomodar. Virei-me para encará-lo, ele tinha um sorriso encantador em teu rosto, um sorriso na qual eu me derretia toda.

— O que foi Soul?

Ele não me respondeu, apenas vinha em minha direção com um sorriso malicioso e colou teu corpo ao meu. Perto demais. Meu coração batia descompassado e minha face estava ruborizada.

— O que está...

Não deu tempo de continuar minha pergunta. Seus lábios foram de encontro ao meu em um beijo inesperado. Ele separou nossos lábios e me encarou como se pedisse para continuar. Mais uma vez me beijou, mas dessa vez correspondido por mim. Separamos-nos novamente, mas dessa vez em busca de ar. Então ele começou a encher minha nuca, pescoço e bochecha de beijos. Enquanto mordia o lóbulo da minha orelha de leve me fazendo estremecer.

— Por favor, pare.

— Tem certeza?

Sentia sua respiração quente contra meu pescoço. Agora ele estava me questionando algo na qual eu não saberia negar. Algo que eu não resistiria por muito tempo.

— Não.

Ele soltou uma risada divertida. Suas mãos que antes estavam encostadas no mármore, agora percorriam toda a lateral do meu corpo. O meu desejo por ele foi tornando-se incontrolável. Eu ansiava por ele, pelos teus lábios no meu novamente. Ele aproximou teu rosto ao meu, e me beijou. Com vontade, com tanto desejo quanto eu.

— Você é tão…

Sussurrei entre o beijo, e depois mordi seu lábio inferior. Estava sem forças para resistir. Ele encostava seu corpo ao meu o máximo que podia. Minhas mãos percorriam sua nuca até ir de encontro aos seus cabelos, bagunçados e macios.

— Eu sei, tiro as palavras de você.

Ele sussurrou enquanto colocava as mãos na minha cintura e me erguia na bancada da cozinha sem precisar de muito esforço. Levantei uma das sobrancelhas enquanto o encarava pensativa. Convencido, algo que o Soul nunca deixaria de ser. E eu, apaixonada por ele. Algo que eu talvez não vá mais conseguir esconder.

— O que estamos fazendo Soul?

Franzi o cenho, com medo de sua resposta. Ele poderia apenas estar saciando seus desejos masculinos, mas da minha parte havia sentimento. Eu precisava saber...

— Maka... Eu gosto de você. E o que estou fazendo é algo que eu já queria ter feito há muito tempo.

Encarava-o perplexa com sua resposta na qual eu nunca esperei ouvir. Meu coração gritava para que eu dissesse que sinto o mesmo por ele. Que quero estar com ele, que quero ser só dele.

— Em que você está pensando?

— Em como te dizer que eu também gosto de você, Soul.

Ele sorriu. E isso foi tudo que eu consegui dizer antes de ser tomada por mais um beijo, que dessa vez fora voraz e intenso. Um beijo cheio de amor que fora contido há muito tempo.

A lua ainda sorria insana no céu. Naquela noite clara e que a cada momento, ficava ainda mais quente.