Wanted escrita por Miss Elyon


Capítulo 4
Capítulo 4 - Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Olá! como prometido um capitulo recém saído do forno! Um mega obrigada especial a Demonorvampire, obrigada pelo incentivo!
Bem boa leitura!



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Capitulo 3


Ao final daquele mesmo dia haviam chegado a Tortuga, a ilha pirata, conhecida dentre eles como o porto dos prazeres, onde você podia encontrar de tudo, desde mulheres, bebidas e consertos de avarias de navios. Fazia exatos três anos que não pisava naquele lugar asqueroso, onde passara a maior parte de sua infância. Mas não poderia se queixar, dos cinco anos que estivera naquele lugar, aprendera técnicas com a espada que desempenharam melhor condicionamento e agilidade. E mesmo sem espadas, em seu cárcere, treinava a mente a fortalecia de certa forma, para que seu espírito não sucumbisse. Voltar a aquele lugar que traziam tanto boas e más recordações era nostálgico.


Conseguiram vestimentas com o ouro que pegaram, claro que não encontrariam nada descente por lá, Kyouko e Kanae optaram por comprar três vestidos e dois conjuntos de calça e blusa. Quanto a Maria, resolveram por comprar alguns vestidos. Mesmo assim o que gastaram não passou de três peças de ouro. Vestidas e completamente disfarçadas, ninguém as reconheceria, afinal quem as olhasse olhariam para três prostitutas, sendo uma muito nova por sinal.


–Vamos comer alguma coisa e depois tentamos colher informações – disse Kyouko


–Agora você está falando a minha língua! Estou morta de fome! – falou Maria com os olhos cintilando.


Kyouko sorriu, para as amigas. Kanae não demonstrava mais também estava faminta e estava louca para comer algo que não fosse aquele mingau horroroso que eram obrigadas a comer. Estava louca para comer um pernil assado ou quem sabe uma sopa de batatas? Tudo o que viesse seria melhor do que aquele lugar.


–Aonde iremos comer? – perguntou Kanae


– Vamos ao Covil do Bagre – disse Kyouko – Eles tem a melhor sopa da ilha.


O tal estabelecimento, era fétido e cheirava a fumo e o melhor de tudo havia inúmeros piratas. Parecia que todos pararam o que estavam fazendo para olhá-las. Sentaram-se em uma mesa e pediram gentilmente ao garçom que servisse seu melhor prato de sopa. Elas a todo eram observadas com luxuria pelos homens do recinto. Até que dois se aproximaram e Kyouko os reconheceu como Carcaça e Pirraça, os irmãos mais idiotas de toda a costa. Já perdera a conta de o quanto bateu neles por tentarem se aproveitar dela, quando trabalhava para Madame Fiona. A memória a fez sorrir.


–Olá, o que três lindezas fazem sozinhas num recinto como esse? – perguntou Carcaça


–Concordo com o meu irmão, podemos acompanhá-las? – disse Pirraça


–Creio que estamos muito bem sem a presença dos cavaleiros, alias, seria bom se retirarem pois não quero ficar com indigestão, sem nem ao menos ter tocado no prato.


O garçom trazia os pratos. Carcaça pegou um deles e o jogou no chão com raiva. Kyouko o conhecia muito bem e sabia seu próximo passo, tentaria tocar nela. Ele tentou mais Kyouko foi mais rápida sacou as espadas sobre o vestido e apontou para os pescoços de Carcaça e Pirraça. Os demais estavam impressionados com sua atitude, uma mulher que empunhava duas espadas e que parecia usá-las com mestria, era incrivelmente raro, ou quase impossível.


–Será que vocês podem fazer a gentileza de se afastarem? – disse Kyouko com raiva – Estou cansada e viajei muito para chegar ao porto e a campainha de vocês me enoja! Saião da minha frente ou cortarei fora aquilo que mais estimam!


Eles perceberam no olhar dela que ela não estava brincando. E de certa forma reconheciam aquele olhar. Se aquela bela jovem, era a criança que conheceram a anos atrás eles estariam perdidos!


–Saiba que voltaremos e que você vai pagar por tal ameaça! – disseram se afastando


–Estarei aguardando ansiosa! – disse em tom de deboche


Os demais a olhavam com tamanha curiosidade. Pediu desculpas ao garçom e pediu outro prato de sopa.


–Kyouko, eu não acredito que você enfrentou dois trogloditas e sem ter medo – disse Maria – Você é muito corajosa!


– Maria, aqueles dois estão mais pra ratinhos do que pra homens de verdade – Kyouko disse rindo – Cansei de botá-los pra fora da Casa noturna de Madame Fiona. Aqueles tipos não representam perigo algum.


–Você realmente conhece os piratas daqui não é? – disse Kanae – Espera encontrar seu amigo aqui?


–Tive que conviver com eles dos meus dez aos quinze, desde que me trouxeram pra cá. Claro que na época eu contava com o nome do pirata mais temível, estava sob sua proteção, mais isso não foi suficiente para Madame Fiona me vender na primeira oportunidade.


–Você sente grande raiva dessa mulher não é? – falou Kanae


–Raiva? Não. Não sinto quaisquer sentimentos para uma pessoa que me descartou como se eu fosse um lixo. Gostaria de ver a cara dela, se me visse hoje – disse sorrindo com amargura – Acho que ela tentaria me vender por mais agora.


–Isso é muito triste Kyouko. Você tinha a minha idade e tinha que se virar sozinha. Eu não saberia o que fazer se não tivesse vocês duas. – disse Maria dando um forte abraço nela.


De repente, começam um tumulto dentro do bar. O que era muito comum, já que piratas depois de beber Rum suficiente para quatro pessoas acabam por quebrar o estabelecimento como prova de sua masculinidade. Ela lembrou que no dia que descobriu seu segredo, houve uma briga parecida e que saiu molhada de bebida. Fora quando se aproximou da enseada e que se transformou pela primeira vez.

–Meninas, vamos fugir antes que derramem bebidas em nós! – disse Kyouko. Viu que o garçom se aproximava, pagou pelos pratos e saiu correndo. Quando enfim estava a uma distancia considerável, Maria para. Seus olhos haviam perdido o foco.


–Maria o que houve? – perguntou Kanae

–Estamos tomando a direção errada – disse ela – se continuarmos perderemos nossas vidas. Devemos seguir para oeste.

–Kanae, isso aconteceu antes, lá na torre enquanto fugíamos. Vamos Maria, nos mostre o caminho.


Maria correu para a direção que sugeriu, sendo seguida pelas duas. Correram até se depararem com um enorme navio de velas vermelhas. Aquele navio, Kyouko conhecia muito bem. Passara alguns dias de sua infância lá, até ter sido deixada nessa ilha. Black Bird, o navio pirata comandado por seu temível capitão, que havia vendido a alma a um ser demoníaco em troca de riqueza e controle das águas. Claro que isso não passavam de contos. Conhecia muito bem Lory, pra saber que aquilo não passava de um conto para os outros piratas os temessem. Estava tão distrairá com suas lembranças, que não percebeu que Maria estava subindo pela rampa que dava acesso ao navio.


Kyouko quando o percebeu correu em direção a Maria. Kanae estava a sua frente e tentou impedi-la, mas Maria saltou para longe de seu alcance, indo parar perto da proa.


–Maria! – Gritaram Kanae e Kyouko.


É aqui que tudo começa e aqui que termina. Nossos destinos estão ligados a esse barco. – disse ela, e logo em seguida fechando os olhos e caindo em um sono profundo.


Maria teria caído no mar se Kyouko não houvesse saldado e a pegado bem a tempo. Ao vê-la inconsciente, a chamou inúmeras vezes, mas não obtivera sucesso. Caíra em um sono profundo. Havia usado seu dom duas vezes naquele dia, alem de tudo estava cansada.


–Ela está dormindo...graças a Deus! – disse Kanae - O que você acha que aconteceu?


–Acho que ela não devia ter usado duas vezes em um mesmo dia. Ela precisa de descanso, inclusive pra nós mesmas.


–Kyouko...estou ouvindo alguém se aproximar, temos que nos esconder – disse Kanae – não sabemos o que eles podem fazer conosco.


–Deixe que venham, eu tenho uma carta na manga.


Kanae olhava para a amiga. Era incrivelmente determinada e corajosa ou incrivelmente idiota! Podia imaginar o que ela pretendia, mas mesmo assim tal hipótese era absurda. Passos aumentaram e luzes começaram a iluminar o local, o vazio do convés havia sido preenchido por um grupo de homens. Kyouko apenas os encarava, tentando reconhecer alguém, e obtivera sorte. Reconhecera dois de seu passado.


–Capitão! Acho que temos invasores! E devo dizer que belos invasores! – disse um homem de estatura mediada, com os cabelos ruivos e olhos violetas.


–Opa, parece que é o nosso dia de sorte – disse outro, que era mais alto e tinha uma expressão felina no rosto.


Ele se aproximou para tocar em Kanae, mas fora impedido pela espada de Kyouko em seu pescoço. Ele deu alguns passos para trás, e sacando logo em seguida sua espada. Ela só teve tempo de atirar Maria para Kanae, para conseguir evitar o ataque. As espadas faiscaram, suas laminas tinindo e era metal contra metal. Aquele homem podia ter força, mas ela tinha agilidade e rapidez. Ele golpeava sem piedade, seus movimentos eram rápidos e certeiros, por descuido acabou por ter seu vestido cortado, deixando a mostra a sua coxa, tinha que revidar e esperou o momento certo para tanto. Então com um ataque, fez com que a espada do adversário, caísse no chão. E olhou para aquele que não tirava os olhos dela. Aquele que se tornou capitão e descumpriu com promessas.


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POV desconhecido


Eu estava voltando para meu amado navio. Sim, meu navio! Finalmente eu havia obtido tudo o que almejara, havia aprendido a lutar como um verdadeiro pirata, eu tinha fama, riqueza e todos os tipos de mulheres aos meus pés. Mas parecia que ainda não era o bastante.


Mas em dias como hoje, em que a lua encontrava-se cheia, eu lembrava da menina que perseguia os meus sonhos, a mesma menina que sempre treinava comigo, a mesma que tinha um rosto invocado, a mesma que detinha os olhos tão ameaçadoras e belos enquanto lutava, a mesma de sorriso angelical, a mesma com o canto que jamais pode esquecer, e a mesma que abandonou, quando prometera protege-la. A menina das minhas lembranças havia morrido, mas mesmo assim ainda tinha a impressão que ela estava viva e que de alguma forma iria me encontrar e me desafiar a um duelo. Ela com sua técnica de duas espadas e eu com apenas uma. Não que eu não soubesse manejar duas ao mesmo tempo, mas talvez por não de manter a mesma agilidade a depois de vários golpes.


Quando enfim achei que ia descansar, meus homens ficam alvoroçados, haviam três mulheres no convés. A de pé tinha cabelos negros azulados, e olhos azuis turquesa. A que estava inconsciente, era loura e parecia uma boneca de porcelana. Mas aquela que me chamou a atenção era que estava segurando a loura. Cabelos negros como o ébano, pele branca de porcelana, e olhos que pareciam ouro liquido. E um rosto. Sim o rosto que assombrava meus sonhos. Aquele mesmo rosto, com apenas alguns anos de diferença, mas continuava o mesmo. Sim, eu estava vendo um fantasma. Parecia que o dia de assombrações não havia terminado ainda.


–Opa, parece que é o nosso dia de sorte – disse Hikaru. Eu devia tentar alerta-lo, mas estava curioso acerca daquela garota, se ela fosse quem eu pensava não só estaria viva como seu próximo passo eu sabia qual era.


Hikaru se aproximou na morena, mas quando tentou toca-la foi impedido pela espada da outra. Ele se distanciou e atacou. Não devia torcer para um adversário, mas estava claro quem ganharia aquela pequena disputa, a agilidade de ambos não havia comparação. Uma mulher estava ganhando uma luta contra um de seus melhores combatentes. Bastou que eu apenas piscasse os olhos para que meu marujo estivesse caído e sua espada jogada para o outro lado do convés. Ela saiu da posição de ataque, mais ainda segurando ambas as espadas.

Os cabelos se soltaram de seu coque mal feito, longos e negros, balançavam conforme o vento e atrás dela a lua brilhava, o vestido rasgado na coxa demonstrando uma perna linda. Não havia nada mais belo que essa imagem, se o tem ainda não me fora apresentado.


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Kyouko olhava para aquele homem que estava estiado ao chão. Pobre coitado, provavelmente havia pensado que era uma pobre e fraca donzela indefesa. Pela cara de espanto o surpreendera, não só ele como os outros. E um homem em particular, não tirava os olhos dela e ela não conseguia desviar o olhar dele. Parecia que havia sido preza por aquela imensidão azul. Reconhecia aqueles olhos, os mesmos que pertenciam a alguém de seu passado. Os cabelos loiros na altura da orelha, o queixo imponente, músculos definidos, sim ele se tornara incrivelmente atraente. Muito atraente até para o seu próprio bem.


Ele se aproximava dela e ela sabia o que vinha a seguir, eles iriam lutar e dessa luta ela descobrisse se ele continuava o mesmo ou se tornara alguém desconhecido. Mas quando ele se aproximava, o homem que deixou caído se levantara, e apontou a arma para ela. Não podia se mexer, ainda que corresse não podia fugir. Foi tudo rápido, em um segundo aquele homem que tanto vislumbrava, prendeu o braço que segurava a arma do companheiro e o atirou para o chão novamente com um soco.


–Ca-capitão...o q-que? –disse o homem com dificuldade


–Um erro crucial Hikaru – disse ele olhando para o homem e em seguida olhando para ela. Tocou seu rosto e Kyouko podia ver que ainda conhecia aquele homem de certa forma – Jamais toque em algo que não pertença a você.


De sua face, tocou em seu lábios com o polegar. Kyouko não tinha quaisquer reação para com ato. Estava paralisada. Um turbilhão de sentimentos passava entre seu coração e a sua cabeça. Não conseguia se mexer, estava num misto de euforia e raiva, da vontade de abraçar á esgana-lo.


– Então acha que não mereço explicações? – disse ele


– Explicações? E por que eu teria de dar quando é você que tem que se explicar?! – Rebateu Kyouko, desviando de seu toque.


–Explicar o que? Em todos esses anos achei que estava morta e você aparece do nada como um fantasma!


–Morta? Então fora isso que lhe contaram? Eu devia ter imaginado! E você acreditou nas palavras de uma mulher sem escrúpulos como aquela!


–E em que eu acreditaria? você havia sumido! Lory havia vindo busca-la, mas você não estava aqui! Sabe o quanto ele sofreu, por ter sido o causador de sua morte?! Ele quase morreu por conta da tristeza!


–E COMO VOCÊ ACHA QUE EU PODERIA SABER DISSO ESTANDO PRESA EM CATIVERO?! – berrou ela, mas logo se arrependera, não devia ter contado a sua humilhação, mas não havia mais volta, já estava feito.


–Cativeiro? – disse uma voz atrás dele. O homem que a retirara de Port Royal e por pouco tempo, havia conhecido o calor e afeto de um pai que jamais tivera. Reconheceu Lory, apesar de estar bastante mais velho. – o que aconteceu com você minha menina?


–Muitas coisas Lory, que não é hora para se falar – disse ela – Preciso falar com capitão deste navio, respeito da minha estadia aqui.


– E o que a faz pensar que a deixarei viajar conosco? – disse o Capitão


–Você ainda me deve, não esqueça disso garoto – disse ela - E provavelmente você não quer ser chamado por seu nome antigo, então como devo chama-lo?


–Sua arrogância não tem limites garota – disse ele – Sim eu estou em dívida com você e pretendo saúda-la conforme deseja. Mas por hoje descasemos. E vista outros trajes se não quer que eu a agarre neste convés mesmo na frente de meus homens.


Ele continuava o mesmo garoto pomposo e mimado! Não havia mudado nada. E ele estava certo, seu vestido havia sido arruinado por descuido.


–Kyouko, minha menina – disse Lory se aproximando e dando um forte abraço nela – eu pensei que tivesse desaparecido para sempre.


As palavras de Lory, trouxe um conforto que não sentia há anos, era tão quente e familiar parecia que estava voltando para casa depois de tanto tempo, sendo acolhida por um familiar que não via desde que partira em uma longa jornada.


–Me desculpe Lory – disse ela


–Tenho certeza que tem muita coisa para me contar, mas por hora você e suas amigas precisam descansar. Venha comigo. - Kyouko fez um sinal para Kanae segui-la. Provavelmente ela iria inunda-la de perguntas mais tarde e que no momento não havia cabeça para isso.


–Ah! Capitão pomposo ainda não me disse seu nome? – disse ela


–Me chame assim novamente que te farei pagar garota! – disse ele


–Ainda estou esperando um nome- disse ela


– Capitão Ren Tsugara, o demônio dos mares ao seu dispor – disse ele fazendo uma reverencia.


– Muito prazer Capitão. Eu me chamo Kyouko Mogami. E a partir de hoje, me considere como sua nova companheira de viagem.


















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Notas finais do capítulo

Então devo postar mais?
Sugestões?
Criticas?
Deixem um comentário e faça uma autora feliz e você ganha de graça um capitulo novinho em folha! ^^
Obrigada a aqueles que leem e comentam e a você que lê e não comenta também!
Se possível recomendem a história pro vizinho, papagaio, pro cachorro, pro padeiro...em fim...obrigada pelo suporte e até breve!