Your Last Breath escrita por JR Gomes


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu sempre quis escrever sobre essa cena. Acho que foi a cena de partida dos meus meninos que mais me marcou. Eu gostei de escrever esse texto. Ele está curto, mas eu precisava escrever sobre essa cena, ela sempre andou comigo... E sempre me arremete lembranças que infelizmente não posso esquecer. Entre as músicas que eu coloquei na trilha, aconselho vocês a lerem ao som de Luna Sea Gravity [Piano Solo Instruments 4]. Por hora vou deixá-los. Boa leitura.



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Your Last Breath

Por Peu Wincest

O céu sem estrelas deixava a cidade abandonada imersa na escuridão. O cheiro de terra molhada impregnava as narinas de Dean. A brisa invernal acariciava seus sedosos cabelos cor de areia, sua respiração pesada condensava-se com o ar gelado. Seu coração pulsava apreensivo. Estivera à procura de Sam desde que ele desapareceu daquela lanchonete no meio da estrada.

Pediu a ajuda de Bobby na caçada ao seu irmão caçula, mas por horas não encontrara nenhuma pista do paradeiro de Sam. Buscou então a ajuda de Ash, que havia descoberto algo, mas o destino, ou algo pior, tomara cabo de sua vida deixando Dean e Bobby novamente no marco zero.

Entretanto, uma visão repentina invadira a mente de Dean e lhe revelou algumas imagens sobre a localização de seu irmão. Imagens estas que o levou até Cold Oak no estado de Dakota do Sul. E, agora, seus pés percorriam a estrada de terra molhada no meio da cidade deserta. Sua voz ecoava pela pequena cidade, gritando o nome daquele que era sua única família. O clamor em sua voz denunciava o desespero latente em sua alma. Não sabia se Sam estava bem, sequer sabia se ao menos ainda estava vivo. Não sabia o que esperar naquela noite invernal. Apenas queria encontrar seu irmão, pois tê-lo de volta em seus braços era a única coisa que lhe importava naquele momento. Não conseguia suportar a ideia de perdê-lo. Não agora. Não nessa fase de suas vidas. Precisava de Sam ao seu lado. Poderia ser egoísta de sua parte, mas era a verdade. Não conseguiria viver sem o seu irmão ao seu lado. Era insuportável... Intolerável.

O ar gélido o acariciara mais uma vez, lhe trazendo esperança.

Seus olhos cor de esmeraldas fitaram aliviados seu irmão caminhar lentamente em sua direção, seus ouvidos escutaram a voz rouca do mais novo chamar seu nome, sua alma fora confortada pelo alívio. Seu coração acalmara-se. Um sorriso amainado dominou seus lábios, pois Sam estava bem. Estava a salvo. Seu único e verdadeiro amor estava vivo, e saber disso alegrava seu coração. Saber que em poucos segundos teria Sam em seus braços novamente; que sentiria o cheiro doce que o inebriava todos os dias... Aquela era sua felicidade.

Porém, seu coração disparara quando o destino cruel revelara o vulto do soldado prestes a atacar seu irmão. O prelúdio de uma tragédia anunciada, pronta para acontecer bem diante de seus olhos.

– Sam, cuidado! – Vociferou alertando o mais novo, mas já era tarde demais.

Dean correu na direção dele como se sua vida dependesse daquilo, e segurou seu irmão antes que ele caísse sobre o chão.

– Sam? – Chamou pelo mais novo.

Dean chacoalhou seu amado, na tentativa de mantê-lo desperto. De mantê-lo vivo...

– Sam?! – Clamou mais uma vez. Precisava manter Sam consigo – Deixa eu dar uma olhada...

Dean tocou o ferimento causado na coluna do mais novo. Seus olhos fitaram o rubor manchando sua mão. Seu coração pulsou em desespero. Seu irmão estava ferido; estava morrendo.

– Não está tão feio assim – Mentiu procurando pelo olhar apagado de Sam – Não está tão ruim, certo?

Precisava passar a maior calma possível para seu irmão, mesmo que sua alma gritasse em desespero pelo grave ferimento.

– Sammy?

Dean segurou o rosto de Sam com cuidado e seus olhos esverdeados fitaram o olhar cabisbaixo dele. O olhar de uma alma que se entregava lentamente.

– Escute, vamos cuidar de você, está bem? – Seus dedos acariciavam o belo rosto de Sam – Você vai ficar novo em folha.

No fundo de seu coração Dean queria acreditar nas palavras que acabara de proferir. Queria acreditar que tudo ficaria bem, que Sam ficaria bem; queria acreditar que na manhã seguinte, após essa madrugada de pesadelos, o teria envolvido em seus braços em alguma cama de casal em um lugar qualquer.

– Eu vou cuidar de você – Prometera – É o meu trabalho, certo? – Sorriu sem alegria – Cuidar do meu irmãozinho pé no saco...

O monólogo estava dilacerando-o. Ver Sam naquele estado, completamente inexpressivo o torturava; o feria. Desejava que seu irmão respondesse que acreditava nele, que sabia que no final tudo ficaria bem.

– Sam?

Dean chamou pelo irmão ao sentir o corpo do mais novo amolecer em seus braços.

– Sam? – Clamou pelo irmão – SAM?

– Sammy? – Rogou mais uma vez.

Sabia que a vida de seu irmão se esvaíra.

– Não...

Negação.

– Não. Não. Não. Não. Deus, não.

O desespero agora pulsava em cada ínfima parte de seu corpo. A angústia dominando o seu coração. O sofrimento mantinha refém a sua alma. Sam não reagia; seu corpo estava inerte em seus braços quentes e Dean não conseguia suportar... Não conseguia aceitar. Como poderia, afinal? Como viveria sem o seu irmão? Não podia. Não era algo que poderia aceitar. Sam era tudo o que lhe restara. Era sua única família; seu único companheiro; seu único amor.

– Sam! – Bradou mais uma vez, fazendo sua voz ser ouvida por toda a cidade fantasma no qual estavam.

Dean abraçou o corpo de seu irmão com firmeza. Não queria largá-lo. Queria mantê-lo aquecido em seus braços. Queria amá-lo uma última vez.

Lágrimas cristalinas e cheias de dor banhavam seu belo rosto. Tudo estava acabado. Não conseguiu chegar a tempo de salvar seu irmão. Havia falhado no momento em que ele, Sam, mais precisou. Não conseguiu protegê-lo. Não conseguiu cumprir com o seu dever de irmão mais velho e mantê-lo a salvo. E, por sua culpa, agora Sam estava morto. Se tivesse sido mais rápido; se tivesse caçado com mais afinco; se tivesse corrido mais depressa, talvez Sam ainda estivesse vivo. Talvez, se não tivesse deixado Sam entrar sozinho naquela lanchonete, ainda teria seu amado em seus braços. Talvez. E assim ainda poderia...

Ainda poderia beijá-lo...

Poderia acariciá-lo...

Amá-lo...

Entretanto, era tarde demais. As areias do tempo não voltariam. E nesta noite invernal, no estado de Dakota do Sul, neste chão molhado, Dean perdera seu irmão... Seu amigo... Seu companheiro... Seu amante... Seu amor.

FIM


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Notas finais do capítulo

Então, o que achou do meu texto? Não se esqueça de deixar o seu comentário. Criticas são bem vindas e elogios também, mas antes que prossiga, lembre-se, comentários do tipo: "Legal" "Gostei" "Amei" "Quero mais" serão excluídos. E seja coerente, se não for comentar não favorite. Muito obrigado por ler e comentar o meu texto. Até a próxima.



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