General Mercy Hospital
18 de novembro

Havia passado-se horas desde que Olivia fora levada para o hospital. Aos poucos, seus amigos foram chegando e alojando-se na sala de espera, nenhum ousando dizer uma única palavra. De todas as pessoas, Olivia era a última que esperavam ver no hospital, principalmente por causa de sua teimosia e ódio de hospitais, mas neste caso ela meio que não tinha escolha. Todos estavam preocupadíssimos com seu estado.

Mais um par de horas se passou, até que viram um médico aproximar-se deles. Os detetives e o capitão levantaram-se imediatamente, a espera que o homem a sua frente diria que Olivia estaria bem. "Ms Benson esta bem por agora..." começou o médico "Mas temo que ela não sobreviverá mais de 48 horas sem um transplante"

Era como se o mundo havia acabado de cair ao seus derredores. Olivia não poderia morrer, ela era apenas especial demais para morrer assim. Depois de um tempo em silêncio, Nick foi o primeiro a dizer algo: "Não há nada que possamos fazer para ajuda-la?"

"Talvez um de vocês possam doar-lhe um rim" disse o homem.

John deu uma leve risada "Eu não acho que ela gostaria de receber um rim nosso nem agora nem nunca"

"Não é bem que ela tenha uma opinião aqui" respondeu Cragen.

Amanda, depois de sair de seu choque, finalmente disse: "Qual seu tipo sanguíneo?"

"A positivo"

Os novatos trocaram olhares, tendo a decepção de perceberem que nenhum deles poderia salvar sua amiga. Não que Olivia permitiria, já que era preciso de sua permissão para fazer o transplante.

Mas não seria possível achar um doador em um período de tempo tão curto. Eles apenas não podia acreditar que a vida de uma pessoa tão querida para eles seria levada tão cedo. "Can we se her?" pediu Fin.

O médico então os direcionou para o quarto da detetive, quem parecia tão pacífica dormindo sob o lençol branco. Eles só imaginavam como ela reagiria a notícia de que estava morrendo. Bem, provavelmente se mostraria forte a frente deles, mas uma vez que estivesse sozinha... Quebraria totalmente. Ninguém quer morrer, e é muito injusto Deus levar a vida de uma pessoa tão boa não apenas para amigos, mas para todos tão cedo.

Ninguém dizia nada. Não havia nada para se dizer. Não havia nada que poderiam fazer para salvar sua vida, e de uma maneira ou outra, todos se sentiam culpados por isso. Olivia sempre os ajudou, não importasse a ocasião, e todos sabiam que ela poderia facilmente doar um de seus rins para qualquer um deles. Mas nenhum deles poderia retribuir-lhe o favor...

Cada um estava em um canto do pequeno quarto de hospital, apenas olhando para Olivia dormir. Silenciosamente oravam para que ainda houvesse uma chance de Olivia receber um transplante, embora soubessem que isso era praticamente impossível. Mas nenhum deles ousava deixar a esperança de lado.

Ficaram nesse silêncio constrangedor pelo que parecia horas, até que viram Olivia mexer-se levemente na cama, mostrando que acordaria dentro de segundos. Mas isso só significava que logo teriam que lhe dizer sobre o que estava acontecendo. Viram como ela abriu pesarosamente seus olhos, mas ninguém ousou mexer ou dizer nada.

Ao perceber a presença de todos seus amigos junto a ela, Olivia examinou a expressão facial de cada um deles, e algo lhe dizia que alguma coisa grave aconteceu. Depois de passar para uma posição sentada, Olivia finalmente foi capaz de dizer algo: "O que aconteceu?" perguntou com uma voz rouca.

Ninguém disse nada, apenas esperava que outro lhe dissesse a notícia que literalmente acabaria com sua vida "Ok, vocês estão me assustando agora. Alguém me diga o que esta acontecendo" implorou ela.

Depois de outra troca de olhares, Fin deu um passo a frente "Nós temos algumas notícias ruins, Baby Girl..."

Olivia deu uma olhada ao seu redor "Alguém morreu? Porque vocês estão com cara de velório" ela tentou brincar, embora ninguém riu.

Desta vez, Don aproximou-se dela "Se você não conseguir um rim logo, Liv..." ele não conseguia. Ele não poderia admitir que a mulher que considerava sua própria filha estava morrendo.

Mas Olivia entendeu o que ele quis dizer. Levou as lágrimas que ameaçavam cair de seus olhos para longe "Quanto tempo eu ainda tenho?"

John suspirou "O médico disse que no máximo 48 horas"

Olivia permitiu que uma pequena e solitária lágrima escorresse por sua bochecha. Olhou para o lado e perguntou para ninguém em especial "Não há nada que possam fazer?"

"Infelizmente não" lamentou Amanda.

"A não ser que algum de nós doe-lhe um rim" disse Munch, apenas para ver o que Olivia diria.

Olivia não podia ajudar mas rir do sarcasmo de John "Nenhum de vocês é compatível. Se fosse, ninguém estaria olhando assim para mim"

Ela estava certa. Era evidente que nenhum deles era compatível, que todos se lamentavam por isso. Nenhum deles queriam que Olivia morresse, essa era a verdade. Mas ninguém poderia evitar a morte, e seria melhor para que Olivia não sofresse futuramente, mais do que estava sofrendo agora.

Depois de ficarem em um total silêncio pelo que parecia uma eternidade, Don aproximou-se de Olivia e perguntou: "Há qualquer coisa que possamos fazer por você?"

Olivia negou com a cabeça "Não, não há nada que possam fazer, mas obrigada de qualquer jeito" Olivia sorriu levemente.

"Você tem certeza?" questionou Fin "Por que não há problema em pedir-nos alguma coisa"

Ela pareceu pensar um pouco "Na verdade... Eu queria ver Elliot uma ultima vez" disse.

Fin e Don assentiram com a cabeça. Todos entendiam seu ultimo desejo ser de ver seu ex parceiro uma ultima vez. Era obvio que ela o amava, e que Elliot a amava também. Além do mais, ele não cruzou o país para ver apenas sua ex parceira, ele cruzou para ver o amor de sua vida!

"Ok, nós os traremos aqui, Liv" disse Don "Agora descanse um pouco. Nós voltaremos amanhã" não queria abandona-la, mas vê-la assim era de matar qualquer um.

Depois de breves adeus, assim que Olivia estava totalmente sozinha em seu quarto, ela disparou a chorar. Não poderia evitar, ela apenas não estava pronta para morrer ainda. Não havia se casado, nem começado uma família, nem conseguido ter uma criança e muito menos encontrar seu amor verdadeiro, embora não soubesse que estava a sua frente pelos últimos 12 anos.

Mas ela simplesmente não poderia evitar isso. Dentro de horas, ela já estaria jazendo dentro de um caixão frio e escuro...