The Hunger Games - Dive In Me escrita por moshby


Capítulo 1
Waking Up From The Nightmare




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Acordo sobressaltado por minha mãe estar a gritar. Ela tem pesadelos quase todas as noites e nunca entendi muito bem por que é que os sonhos dela a aterrorizam, nem sei sequer o que fazer quando ela grita a meio da noite então tudo o que me ocorre é deitar-me ao lado dela, envolve-la nos meus braços e sussurrar está tudo bem ao seu ouvido até ela se acalmar e voltar a adormecer.

Ela adormece de novo passado pouco tempo e eu aproveito e vou para a cozinha adiantar o pequeno-almoço porque sei que não falta muito para acordar de novo. Sento-me numa cadeira de madeira na cozinha a olhar para a porta do quarto dela à espera que ela saia de lá. Sei que parece assustador mas eu tenho que fazer isto por ela depois de tudo o que ela fez por mim. Criou-me sozinha apesar de todos dizerem que o melhor era arranjar ajuda psicológica e mandar-me para uma casa de acolhimento enquanto ela não melhora, mas não, ela bateu a pés juntos que ia ficar comigo e por isso, sinto-me orgulhoso dela.

Pouco depois ela acorda e vem ter comigo à cozinha, como habitual, onde já encontra o pequeno-almoço feito. Segundo o que Katniss diz, a mãe de Kohle do distrito 12, quem fazia sempre o pequeno-almoço para a minha mãe era meu pai, mas desde que ele morreu tem sido o meu trabalho cuidar dela. Gostava de poder ter conhecido a pessoa que tanta gente admira e fala bem, pelo que sei, ele fora um herói.

Nunca pensei como seria a minha vida se estivesse aqui o meu pai. Sei que minha mãe sente bastante a falta dele, chama-o nos sonhos, fica várias vezes a olhar para o vazio e a sussurrar o seu nome vezes e vezes sem conta, o que me faz querer saber cada vez mais sobre ele mas eu tento nunca falar no assunto para não a deixar pior do que ela já está. Katniss diz que não devo falar nisso visto que minha mãe passou por uns tempos difíceis e tudo o que eu podia fazer era acalmá-la tal como meu pai fazia.

Sento ao lado dela e observo-a enquanto encosta os seus lábios bem desenhados à chávena de café soprando antes de dar um gole daquela bebida que apesar de energética parecia não fazer mais efeito sobre ela. Ela tomava sempre uma valente chávena de café com leite e umas torradas pela manhã e quando por algum motivo eu acordava depois dela, ficava à minha espera sentada na cozinha para que eu lhe fizesse o seu pequeno-almoço. Vejo a sua cara ficar vazia por momentos quando ela olha para mim.

-Mãe, você está bem? – dou-lhe a mão preparando-me para mais uma viagem aos confins da mente desta mulher de cabelos longos, da cor dos raios de sol que alegram os campos.

-Thale, estás a crescer e cada vez ficas mais parecido com o teu pai.. – quase ouço o estilhaçar do coração dela depois de tais palavras saírem da boca dela.

Engulo em seco e fico a olhar para ela enquanto termina o seu café e as suas torradas. Johanna Manson, a melhor amiga da minha mãe que é do distrito 7, bate à porta pois hoje ela vai com a minha mãe à cidade para tentar distrai-la do dia de hoje que seria o aniversário da morte do meu pai. Depois de os Jogos terem sido banidos toda a Panem ficou ligada por estações de metro o que facilita muito a vida de muita gente. Como todos os distritos estão ligados e a velocidade do metro e bastante elevada, podemos visitar quem quisermos em poucos minutos.

-Entra Johanna, a minha mãe está na sala – os olhos dela ofuscam-me por momentos quando lhe abro a porta o que a faz rir.

Acompanho-a à sala onde se encontra a minha mãe. Ambas sorriem e abraçam-se quando se vêm uma à outra. Apesar de se poderem encontrar sempre que quiserem é sempre um momento bastante emocional quando se encontram realmente. Depois da morte de Finnick, meu pai, elas ficaram bastante amigas, como ambas foram torturadas pela Capitol, juntavam-se sempre e de certa maneira uma trazia a outra à realidade quando suas memórias ofuscadas queriam vir à tona.

-Mãe, vou então com Koralli ao distrito 12 ter com Kohle, ficas bem? – pego no meu casaco de cabedal que se encontrava no bengaleiro junto à porta e visto-o.

-A tua mãe fica bem entregue, não te preocupes! – Johanna realmente sabe o que faz. Apesar de tudo é uma mulher independente e bastante forte e é isso o que a minha mãe realmente precisa.

Dou um beijo às duas na testa e vou a casa de Koralli chamá-la.

Koralli é dois anos mais nova que eu tendo assim 15 anos agora. Conheci-a à beira mar para onde um dia fugi sem a minha mãe. Ela estava muito sossegada e tranquila a molhar os pés e a olhar para o horizonte quando eu tropecei na mochila dela ao tentar mergulhar daquele penhasco. “Ei, vê por onde andas idiota!” foram as primeiras palavras que ela me disse, naquela altura ela já tinha 10 anos o que me fez pensar que de certeza que era uma menina muito bem educada.

Lembro-me de me ter rido bastante da sua voz outrora esganiçada e me ter sentado ao lado dela durante uns momentos. Apesar de já ter passado muito tempo quase nada mudou. Ela tem os cabelos longos e ondulados que podem ser muito facilmente confundidos com seda ao toque, são claros como o mel e sempre que ela se move e os cabelos dela balançam ao longo do vento, liberta o seu suave odor que até hoje nunca entendi a que se assemelha. Seus olhos verdes brilham sempre que se ri e quando o faz, os seus dentes brancos libertam-se dos seus tão carnudos lábios.

-Hey Thale! Chegaste cedo hoje! – nós saímos quase todos os dias de tarde pois de manhã eu gosto de ficar com a minha mãe, mas hoje, como ela e Johanna têm planos decidi vir mais cedo para irmos visitar Kohle ao distrito dele mais cedo também.

-Vá vamos lá embora mal posso esperar por ver Kohle! – arrasto-a para fora de casa até que finalmente nos sentamos no metro.

Kohle é filho de Katniss Everdeen e de Peeta Mellark, os melhores amigos da minha mãe e como nascemos mais ou menos na mesma altura fomos criados juntos até que ele teve que voltar ao distrito 12 junto com os seus pais quando a mãe de Katniss adoeceu e por consequência teve que voltar a casa. 

Ele tem uma estatura bastante alta, um pouco mais que eu. Tem olhos cinzentos circundados por leves sardas nas bochechas e uma pele tão branca como o papel. Seu cabelo sempre despenteado é de cor ruiva e bastante liso o que me faz lembrar sempre que alguém lhe pegou fogo e que eu me vou queimar se lhe tocar.

Chegamos ao distrito 12 e apesar de já terem passado 17 anos desde o bombardeamento ainda se vê que as coisas não voltaram ao normal. A tristeza na cara de algumas pessoas persiste e parece que tão cedo não vai sair o que de certa forma faz com que o distrito 12 seja o distrito mais “triste” de toda a Panem.

Percorremos a pé um pequeno caminho até chegarmos à casa de Kohle onde é Peeta quem nos abre a porta.

-Entrem meninos, o Kohle tá no quarto – faz-nos sinal para entrar e vamos ter com ele ao quarto onde o vemos ainda estendido na cama a dormir.


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