Eduardo E Mônica escrita por Janine Moraes


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu sumi novamente. Desculpa. Foi aquela coisa... Reta final de vestibular. Coisa da qual nem aguento mais ouvir falar, HAHAHA.
Enfim, cheguei num ponto critico quanto a escrita dessa fic. Um dia depois do Natal parei e pensei sobre ‘’Eduardo e Mônica’’, coisa que eu ando fazendo bem frequentemente, porque não andava conseguindo escrever uma sentença quanto mais um capítulo e isso me deixava muito, muito frustrada comigo mesma. Então, eu tive a revelação que se eu não escrevesse, continuasse, qualquer coisa da fic nesse momento... Eu nunca iria finalizá-la. Então, deixei planos de lado e passei os últimos dias tentando escrever. E, amém, o capítulo saiu. Foi um dos capítulos mais difíceis de fazer, tirei ideia lá do fundo, fruto de esforço... Embora, quando o diálogo Edu e Igor fluiu, o resto veio muito mais facilmente. Rs Ando na pausa de estudo e tudo mais e vou ver se aproveito isso até começar a trabalhar, triste kk, lá pra janeiro. Apesar do desânimo, não irei abandonar essa fanfic. Me recuso. u.u
Espero que gostem do capítulo (:



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Capítulo 9

Eduardo

Eu não podia imaginar uma semana mais bosta que já passei do que essa última. Até a semana de não saber o que fazer, toda a confusão que eu sentia sobre meu relacionamento com Mônica havia sido melhor.

Mônica havia faltado a semana inteira, tentei ligar algumas vezes para ela, só para ouvir a voz dela ou qualquer coisa, pois não sabia como encerá-la após o término. Me sentia confuso. Samuel ainda parecia irritado comigo, mas não sabia me dar notícias de Mônica. Ela também andava o ignorando. E eu andava morrendo de preocupação, mas até quando fui visitá-la na casa dela, sua mãe havia dito que ela estava indisposta e dormindo. A decepção no olhar da mãe dela ao olhar para mim me deixara mais do que constrangido, me deixara ferido.

Na escola não sei como, a notícia do término se espalhara como mágica. Terça de manhã, todos pareciam saber do término e vinham tentar falar comigo. Isso me deixava extremamente puto. Não era algo que eu queria falar ou conversar. Beatriz, por outro lado, parecia bem compreensiva. Sempre disposta a ouvir se eu quisesse falar, mas... Eu não me sentia confortável para falar sobre isso com ela. Estar solteiro e perto dela, com os olhares que ela me lançava, fazia eu me sentir ainda mais culpado. Ainda mais porque eu fora chamado para uma festa hoje à noite, neste domingo. Uma festa da qual eu teria que contar pros meus pais cedo ou tarde e, consequentemente, contar sobre Mônica, pois seria a primeira festa que eu iria, oficialmente, sozinho. Todas as situações eram novas e, até agora, só me pareciam sufocantes. Começava a me arrepender da minha decisão. A saudade que eu sentia de conversar com Mônica, mesmo que nossas conversas nos últimos meses fossem esparsas, era sufocante. Sentia falta só de tê-la ao meu lado, a familiaridade que ela me passava. Ao terminar, eu não fazia ideia de que ela se afastaria assim. E que seria tão brusco. Tudo isso era... desorientador.

E, para melhorar, eu ainda não tivera coragem de contar aos meus pais e ao resto da nossa família sobre o término. A possibilidade me parecia estranha, agora ainda mais surreal. As festas de fim de ano já estavam chegando, faltavam menos de duas semanas para o fim das aulas... Tudo parecia ainda mais definitivo. Logo eu iria para o terceiro ano... Logo, viria a faculdade, emprego, tudo mudaria. Ainda mais.

— Edu, está pensativo... O que houve? — Minha mãe perguntou, me olhando pelo retrovisor do carro.

— Estou ótimo.

— Preocupado com as provas finais? — Ela perguntou, compreensiva. Putz, ainda tinha isso.

— É... É isso. — sorri.

— Você vai ir bem, verá.

— Claro, mãe. — respondi, distraído, sabendo no fundo da mente que todo esse ar calmo da minha mãe era no mínimo suspeito, mas afastei esses pensamentos para longe, tendo outros a me ocupar. Logo, estacionamos em frente à casa do meu pai. Duda entrou correndo como de costume e minha mãe foi na frente com Alexandre, eu os seguindo, meio desanimado. Chequei as mensagens do meu celular, Mônica não havia mandado nada e nem ameaçado retornar minhas ligações. Tentei mais uma vez, indo, desta vez, direto para a caixa postal. Tinha algumas mensagens de Beatriz, que me fizeram sorrir por alguns instantes.

Quando entrei na casa logo fui presenteado por um abraço nas pernas de Mariana, a abracei, sentindo seu cheiro infantil, ela parecia ocupada demais para me dirigir alguma palavra, ocupada em mastigar sua bala de goma.

— Ei, pai. — Olhei para meu pai que acenou, sorrindo, ocupado com o jogo na tv.

— Edu. — Tia Malu veio, me abraçando apertado. Nós dois esmagando Mariana no processo, que riu gostosamente, passando para o colo da mãe. — Como vai?

— Bem... — sorri, para ela, era incrível como essa mulher me parecia mais linda a cada dia. — E sua semana?

— Ótima. Devia ter aparecido para almoçar, fiquei meio solitária com as meninas.

Eu e tia Malu costumávamos passar muito tempo juntos, eu aparecia em alguns almoços e, muitas vezes, ela gostava de me ajudar com alguns exercícios de Literatura. Eu, as vezes, me perguntava se havia algum livro que ela não havia lido... Assim como Mônica.

— Virei mais essa semana. — Prometi, com um suspiro.

— Ótimo.

Júlia apareceu correndo na sala, vindo me cumprimentar com um tapa e soquinho de mão. Ri de sua expressão moleca ao fazer isso. Seu rosto abriu-se em um sorriso.

— Oi, Edu! Onde está Mônica? — Ela fez a pergunta que eu mais temia ouvir. Júlia era tão apegada a Mika. Tentei manter o sorriso no rosto.

— Ela não vai vir...

— Problemas em casa? — Tia Malu perguntou, enquanto o resto do pessoal parecia distraído com a tv.

— Não... Não é isso. — Não conseguia dar uma desculpa melhor ou até mentir, já havia feito muito isso essa semana quando me perguntavam dela.

— O que é, então? — Minha mãe perguntou, agora prestando atenção na conversa.

— Ela só não vai vir.

— Eduardo... — Minha mãe pressionou. — Está tudo bem mesmo?

Logo, parecia que a distração com a TV fora esquecida. Alexandre, meu pai, as meninas, Malu... Todos estavam atentos a mim. E eu sabia que não adiantava fugir disso por mais tempo. Respirei fundo.

— Certo. Melhor vocês já saberem e...

— O que aconteceu, filho? — Meu pai soou, verdadeiramente, preocupado. Soltei de uma vez:

— Nós terminamos.

Certo, soltar a informação em voz alta foi ainda pior do que me imaginar dizendo-a. Algo queimou em uma lufada no meu peito. Todos ficaram me olhando em choque, meu pai ameaçou uma risadinha, achando que eu estava brincando. Mas ao ver minha expressão sua expressão murchou.

— Terminaram? — Júlia perguntou. — O que isso significa?

— Significa que... Que... — Me embaralhei nas palavras, elas soavam estranhas até para mim. — Bem, significa que Mônica não é mais a minha namorada.

Ao dizer que reparei como isso soava estranho e absolutamente irreal... Mônica não era mais a minha namorada. Isso me atingiu com um mais novo baque surdo. Algo parecido com medo, desconhecido, irreal... Mas não dolorido. Estranho. Fui tirado dos meus devaneios pela exclamação de Júlia.

— Não! Não podem! — Seus olhos marejaram enquanto ela me encarava.

— Júlia? — Malu chegou perto da menina, que a olhou com um bico que fez eu me sentir um idiota por provocá-lo.

— Não, mamãe. Fala para o Eduardo que a Mônica tem que ser a namorada dele.

— Mas, Julia... Não é algo que a gente escolha. — Malu disse, compreensiva, acariciando os cabelos da filha. Júlia me encarou.

— Ela não vai mais vir aqui, Edu! Ou vai? — Procurei uma resposta satisfatória, para tentar fazê-la se sentir melhor, mas estava difícil.

— Bem... Não tanto quanto antes. Mas se você quiser, tenho certeza que ela vai vir por você.

— Não! Então não quero. — Julia começou a chorar. — Eles vão casar e ter filhinhos, a Mônica disse, a Mônica disse que seria assim.

Ouvir isso fez eu me sentir ainda pior. Era estranho ver nossos planos de infância desmoronarem também. Puta merda. Eu me sentia ainda mais perdido.

— Eduardo pode, bem... Ter outra namorada, outra amiga... — Malu disse, tentando apaziguar.

— A Mônica é minha amiga! Não quero Eduardo com mais ninguém. — Ela se soltou da mãe, as lágrimas ainda escorrendo. Bateu o pé nervosa, coisa que normalmente a gente nunca via, porque apesar de arteira... Júlia não era mimada. — Eu não deixo!

— Julia... — Meu pai tentou intervir.

— Não! Não quero! — Ela continuou chorando, as bochechas vermelhas de raiva.

Definitivamente, não era assim que eu tinha imaginado a situação. Júlia chorando, Duda com cara de poucos amigos, os familiares chocados e Mariana que começou a chorar pelo estresse da situação. Um milhão de vezes pior do que eu tinha imaginado a reação deles ao contar do término. Não consegui mais ficar naquela sala, sentindo que era tudo minha culpa. Subi as escadas, indo para o meu quarto naquela casa. Sabia que, futuramente, caso eles tivessem mais um menino... Ou mais uma menina. A mais velha ou o guri teria um quarto só dele. Meu pai e tia Malu andavam até começando a falar em adotar... Não via problemas em ver o quarto ser mudado, mas era bom ter meu espaço particular naquela casa.

Passei a mão pelo rosto, tentando me situar. Estava estressado com a situação, perdido com as reações, me sentindo culpado e raivoso. Ouvi alguém bater na porta, a cabeça do meu pai apareceu instantes depois.

— Você está bem? — Cocei a cabeça, sabendo que não havia necessidade nem porque mentir para meu pai.

— Eu não sei...

Ele entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.

— Porque terminaram? — Soltei um riso sarcástico, mais pelo meu pai... Ele era direto e reto. Nem enrolou para chegar ao assunto.

— Acabou, foi só.

— Eu sabia que vocês estavam em crise, mas eu nunca imaginei que vocês, bem...

— Não está ajudando, pai. — murmurei, entre dentes.

— Quer conversar?

— Eu não sei...

— Vamos parando de enrolação e desembucha. Sua tia fez torta, então... — Eu ri do meu pai se esparramando na minha cama. Tão... não... paternal. Estranhamente, isso fez eu me sentir mais confortável. Puxei uma cadeira e desabafei, tentando expressar meus confusos sentimentos.

— Está tudo mudando. Mesmo. Eu estou mudando. Eu não estava sendo um bom namorado para Mika. E eu estava começando a me interessar por outras gurias. E, achei absolutamente injusto continuar com ela estando confuso e sendo tão ruim para ela. Eu queria, não... Eu quero novas coisas e não acho que Mika pudesse estar envolvida na questão sem eu magoá-la profundamente. Porém, eu nunca, nunca quis perde-la, ou tê-la fora da minha vida. Foi péssimo terminar. Ela chorou e... E eu, bem...

— Você também, obviamente. Olha a garota que você perdeu, fala sério. — Isso fez meu sangue ferver. Caramba, será que existe alguém que não me julgaria errado e culpado SEMPRE? Isso era injusto pra porra.

— Pai! Olha, eu já tenho o Samuel pra... — Levantei irritado. Meu pai sentou-se, levantando as mãos.

— Ei, calma. Relaxa. Respira...

— É que estou puto com todo mundo dizendo isso. — expliquei, ele fez um gesto para eu me sentar, cuidadoso, mas ao mesmo tempo firme.

— Acho que você ainda não parou para pensar no que perdeu, Eduardo. Só no que vai ganhar. — Revirei os olhos, era sempre a mesma coisa... — Você sabe do que eu estou falando, mas agora... Com todas as novas possibilidades, as novas garotas... Até mesmo essa Beatriz de quem já ouvi falar do Samuel... É fantástico e você não vai me ouvir. Você não quer respostas, Edu. Você quer que alguém apoie você na sua decisão e eu sempre estarei aqui por você. Você quer viver todas essas coisas desconhecidas e novas, mas tem medo de perder algo porque no momento você quer tudo. E, aviso, isso é idiota. Porque é impossível ter tudo. E isso você vai aprender sozinho. Eu não vou dizer como as coisas vão ser pra você, Eduardo. Porque você quer descobrir sozinho e eu vou deixar. Só... Não se torne mais um. Não quero ver você se perdendo por pouca coisa.

— Não vou.

— Eu sinto muito pelo seu relacionamento com a Mônica. Eu gostava mais dela do que você, ela é muito mais bonita, inteligente e legal que você. — Bufei, meu pai riu. — É sério.

— Eu sei. — ri baixinho. — Você está falando sério.

— Certo, eu sinto muito que as coisas estejam confusas. E é normal. Não é errado suas vontades, fico feliz que tenha sido sincero com ela. Eu estou... orgulhoso?

— Não, você não está com cara de orgulhoso. — Bufei, passando a mão pelo rosto e analisando sua expressão.

— Me deixa terminar a frase. — revirei os olhos. Sua expressão concentrada era curiosa. — Estou orgulhoso, ou feliz, sei lá, que você tenha esclarecido as coisas com ela. Foi algo bem corajoso da sua parte dizer que quer outras gurias para ela.

— Como sabe que eu disse isso? — perguntei, confuso.

— Porque você é burro. E insensível.

— Obrigado. — A sinceridade do meu pai, apesar de dolorosa, muitas vezes, tinham um ar cômico.

— E tem a mim como pai, característica redentora, diga-se de passagem. E genética é uma porcaria... E você puxou a mim e isso, em raras exceções, não é maravilhoso como parece. Pobre de quem gostar de você nos próximos anos, porque você vai fazer muita merda. — Eu não conseguia não rir da sinceridade do meu pai. Não conseguia. Ele riu um pouco comigo. — Para de rir, seu otário. Estou tentando ser seu pai.

— Você está fracassando miseravelmente. — respondi, tentando controlar o riso.

— Pelo menos você está rindo agora.

— Tia Malu teria o mesmo efeito.

— Bem, vantagem de ser maravilhosa... — Ele respondeu, um ar meio apaixonado. Sorri, sinceramente, minha melancolia quase invisível. — Porém... Você foi corajoso e isso foi bom. Meio babaca também. Porque Mônica é melhor que o resto do mundo.

— Pai, você puxa muita sardinha para ela. — ralhei. Era possível ele mostrar um pouco de preferencia pro meu lado?

— Você me culpa?

— Não, mas...

— Eduardo! Não tenho muito que te falar. Você vai ter outras garotas? Sim. Você vai gostar? Vai adorar! Mas isso não é tudo. E não importa o que eu diga, o que você já viu isso em filme, livros, jogos, sei lá, a vida toda... E é tudo verdade.

— ‘’Isso não é tudo e vou me arrepender, blá blá’’. — falei, desanimado. Samuel recitava esse discurso a cada 5 minutos só com o olhar.

— Isso! Não tem muito como ser pai, quando você assiste filmes e séries de tv. E lê livros. Parece que está tudo lá.

— A Mônica lê, não eu. — falei, pensativo.

— Então sabemos dos dois quem vai se ferrar mais. — O olhei, acusatório. A preferencia dele, apesar de ter fundamentos, sejamos sinceros... Era irritante. — Não me olha assim, é um fato.

— Era para você me ajudar.

— Eu estou ajudando. Não? — Ele perguntou, confuso. Suspirei.

— Não fui um filho da puta com ela?

— Não, eu não acho. Vocês conversaram, você foi sincero. — Ele disse firme, e eu acreditei naquilo. Quer dizer... Em partes, até lembrar como eu havia a magoado a ponto dela me expulsar de casa. Minha ‘’sinceridade’’ havia sido egoísta e insensível, eu sabia. Isso era algo que eu me arrependia amargamente. O rosto banhado de lágrimas de Mônica assaltavam a minha mente frequentemente e isso fazia eu me sentir péssimo.

— Eu falei bosta. — falei baixinho.

— Todo mundo fala bosta em términos. Ela provavelmente não foi uma lady carinhosa e etc e tals, não a culpo. Mas fico muito triste que a tenha magoado, Eduardo. — Suspirei, pesaroso com seu tom sério. — Espero que possa consertar isso. Não posso ficar sem a Mônica.

Ri baixinho do seu tom sério misturado com brincadeira.

— Eu vou consertar. — Eu sabia que teria que consertar, como era outra história. — Só... Não sei como. Ela me ignora, ela não atende ao telefone. Nada. Falta na escola. Não sei o que fazer. E tem essa menina...

— Mas já?

— Pai... — Alertei.

— Estou brincando. — Ele riu. — Já sabia que ia ter outra.

— O que?

— É sempre assim... Já tive meus tempos bons, antes da minha primeira namorada séria, muito antes da Malu. — Ele adquiriu um ar pensador. — Eu pegava muitas menininhas, uau. Eu era bom. Ainda sou, mas... Agora. Né, prisão. — Apontou para a própria aliança, brincado, é claro.

— Vou contar para minha tia.

— Conta e eu te arrebento. — Seu rosto preocupado e assustado, de verdade, era mais do que divertido.

— Já sei o que usar contra você.

— Tente. — Tentei sufocar o riso. Procurando voltar ao meu drama.

— Enfim... Tem essa menina e ela me deixa confuso. E, bem, eu nunca tive outra... garota. Então, não sei como agir.

— Ela já está na sua, provavelmente. Para ter mais eficiência faça o que eu sempre fiz: sorria. Pronto, a conquista e mais duas de quebra.

Gargalhei com meu pai.

— Falando sério, sério mesmo agora. Dê tempo ao tempo. Veja se você quer mesmo essa guria, vá com calma. Não se afaste da Mônica, tente não se afastar, isso é... Se você conseguir. Você vai ter outras garotas, Eduardo. Mas acho bom você ficar bem atento, se conformar que nenhuma vai ser como a Mônica. E eu, infelizmente, acho que você ainda vai se arrepender muito, filho. Você vai ter novas experiências e não vou mentir pra você... Elas vão ser ótimas. Mas... Não acho que vai ser tudo isso que você está imaginando. E não adianta eu falar mais nada, porque você só vai aprender e entender vivendo. E eu sei que mesmo se eu quisesse; o que não é o caso, não irei impedi-lo. Mas você ainda tem limites ou seja... Nada de ‘’enlouquecer’’, pelo amor de Deus. Não queremos ter conversas sobre drogas ou sexo, certo?

— Definitivamente não.

— Porque eu faço a sua mãe conversar com você se eu suspeitar, mesmo que minimamente, que você está fazendo merda.

— Argh. — Imaginar minha mãe tendo esse tipo de conversar comigo era, no mínimo, repulsivo. Todas as minhas conversas sobre esse assunto tendiam a ser com meu pai ou tia Edith, porque esses dois eram loucos e sempre faziam tudo soar engraçado, aliviando a tensão. — Não, não. Eu entendi o recado.

— E coloco Pablo no mesmo cômodo na hora. — Estremeci com a possibilidade. Tio Pablo, como adorava tirar sarro de tudo, me mataria de vergonha. Meu pai sabia como ameaçar.

— Ok, entendi. Não me assusta também.

— Beleza. — Ele falou, convencido.

— Pai? Como vou saber que estou fazendo bosta?

— Você pára e pensa “meu pai faria isso que eu estou fazendo agora ou irei fazer?”. Se a resposta for sim... Você está fazendo bosta.

Comecei a rir.

— Ótimo conselho.

— Obrigado. — Ele riu comigo, um pouco. Seu rosto adquirindo agora um tom grave. — Mas sério... Se achar que está fazendo algo errado, converse comigo, com a sua mãe, com a Malu, seus tios e tias... Com Samuel, embora... Pensando bem, Samuel não.

— Eu entendi o que você quis dizer. — sorri, agradecido pela conversar.

— Ótimo. — Ele levantou da cama. — Vai continuar aí?

— Um pouco.

— Devo mandar a Malu conversar com você? Algo me diz que eu fui horrível.

— Não, não. Não precisa. Você foi bem, precisa praticar mais um pouco, mas... de boas.

— Beleza. Vou tentar praticar.

— Não comigo.

— Ahhh, com você primeiro. Ninguém mandou nascer primeiro. É cobaia. — Ele abriu a porta, mas parou, virando-se para me olhar. — Eu sinto muito pelo seu término, filho.

Ele disse, de forma sincera. Deixando claro que sabia que eu estava sofrendo também e o alivio que isso me deu foi indescritível. Ver que alguém reconhecia, também, meu sofrimento. Acenei positivamente e ele fechou a porta ao passar. Conversar com meu pai sempre me deixava mais leve.

Tentei me animar e desci. Minha família podia ser muito legal. Todos não disseram nada sobre o término. As crianças estavam brincando no quintal, distraindo Júlia. Talvez as coisas melhorassem. Talvez, nem tudo fosse tão ruim assim.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho que dizer que não imaginei que o capitulo ia ser tão comprido. Desculpem por isso, sei como pode ser cansativo.
E apesar das doideiras da conversa Igor e Eduardo... Eu gostei tanto. Não quis mudar. Igor foi muito... Igor nesse capítulo. Rs E, bem... Se vocês lembram como o Igor dava mancada, podem pensar o que uma versão dele e da Ceci poderá fazer aos 16 anos? É, tenham medo. Haha. Enfim, é isso. Lamento muitíssimo a demora.
Espero que vocês tenham um 2014 maravilhoso, cheio de experiências ótimas e muito enriquecedor e espero vê-las em breve. Obrigada, do fundo do meu coração, por todo o carinho, apoio e confiança que vocês dedicaram a mim no último ano, mesmo eu estando tão ausente. Perdi leitoras incríveis, mas ganhei outras maravilhosas. Vocês são incríveis, genuinamente maravilhosas e muito pacientes comigo, além de atenciosas... E espero continuar tendo a honra de tê-las como minhas leitoras. Então, é isso. Um ano novo cheio de paz pra vocês! ;*



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